O roubo da Tiara de Julien escrita por Ru Damas


Capítulo 3
Parte 3/4


Notas iniciais do capítulo

Gatos e gatas do meu Brasel! Voltei.
Quem me segue nas redes sociais e viu meu recadinho no grupo de face sabe porque eu sumi. Mas agr eu tô de volta, super recuperada e com gás de novo! Bora ler essa terceira parte que logo a última será postada.
Eu sei que é pouco, mas eu fiz essa fic só pra matar os vermes que a gente ficou depois daquelas imagens fodíveis que publicaram no grupo. E eu tenho outro projeto em andamento que não posso deixar de lado (um yaoi super fofo que vocês deveria ler chamado "Segunda Chance"). Então é isso.
Logo eu volto com a parte 4/4 finalizando nossos nenéns. Mas não se preocupem. Com o tempo ainda podem surgir várias outras histórias deles por aqui! Fiquem de olho! ;)



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Wednesday – 09:30 a.m

Uma hora e meia de interrogatório e análise de câmeras. A casa de Maurice e Julien era relativamente grande, com seus seis quartos, duas salas, cozinha do tamanho de uma casa normal com ilha própria e os quatro banheiros privativos e para visitantes. Dois andares. Uma piscina gigante no fundo e uma floresta particular com viveiros. Não era de menos que o homem se achava o rei. Se Capitão morasse em um lugar como aquele também se sentiria o dono do mundo todo e mais um pouco.

Era bem possível que o lêmure felpudo limpasse a bunda com dinheiro.

Capitão passava a mão sobre o rosto, sentindo-se esgotado psicologicamente. A voz de Julien era um zumbido insistente em seus ouvidos e ele só queria que ele calasse a maldita boca por um longo tempo. Uns dez anos seria um bom começo.

Já haviam repassado as imagens diversas vezes e nada poderia ser visto que não fosse normal. Julien entrando em sua casa com a tiara na cabeça, andando e gesticulando pelas salas com Morty em seus calcanhares, pulando e falando descontroladamente. Capitão agradeceu pelas imagens não terem som ou ele estaria surdo a uma hora dessas.

Então Julien entra no quarto e fecha a porta. A gravação ali era privada e o lêmure ocioso não estava querendo cooperar em liberar as imagens apenas do momento em que ele entra sozinho e sai quarenta minutos depois com outra roupa e sem a tiara. Capitão jogou um olhar para Kowalski, ambos sabendo que teriam de espremer o homem se fosse preciso.

— Julien, pela última vez: nós precisamos da câmera do quarto para saber onde você colocou a porcaria da tiara! — Capitão rugiu, acertando os punhos sobre a mesa.

Impassível, Julien olhou as próprias unhas e apoiou o braço sobre o ombro de um também cansado Maurice.

— Não. — Ergueu os olhos e soprou uma mecha do cabelo platinado. — Eu já disse que a coloquei sobre a cômoda, ao lado da minha caixinha de joias. E depois não estava mais lá.

Rico suspirou de onde estava, guardando a faca que estava rodando entre os dedos há algum tempo.

— Eu acho que devemos olhar pelos quartos. Analisar rotas de fuga. Uma segunda procura mais minuciosa pelo quarto. Os olhos de Kowalski são muito bons em encontrar coisas perdidas.

Recruta bateu palmas e se balançou sobre os pés.

— Eu acho isso uma ótima ideia.

— Uau, o homem fala mais do que três palavras grunhidas — Julien disse chocado.

Capitão estalou os dedos e o pescoço, balançando o indicador na direção de Rico.

— Uma ótima ideia, Rico. — Sorriu, logo franzindo o cenho. — Algo estranho de se dizer, já que eu sempre digo apenas: “Rico, exploda isso!”.

— O tempo que se passa com Julien inspira qualquer um a querer fugir com ideias elaboradas. — Kowalski pigarreou e se virou para Maurice. — Sem ofensas, caro amigo.

— Não ofendeu — disse erguendo a mão.

Capitão bateu as mãos e as apoiou na cintura enquanto estufava o peito.

— Circulando, rapazes. Vamos encontrar esse ladrãozinho e prendê-lo com as algemas da justiça. Colocá-lo em uma cela para ver o sol nascer quadrado. Fazê-lo usar pijamas listrados...

— Capitão...

Ele bufou, virando-se para Recruta e grunhindo:

— O que nós conversamos sobre você me interromper quando estou fazendo minhas adoráveis analogias?

— Que eu não posso interrompê-lo? — disse se encolhendo.

— Exato!

— Desculpe. Continue, Capitão.

— Agora o momento passou. O Recrutou estragou totalmente ele. — Bufou, virando-se novamente para Julien. — Leve-nos ao seu quarto.

— Isso parece totalmente errado. Seis homens dentro do meu quarto é tão... Proibido. — Julien sorriu e girou nos calcanhares apontando a porta. — O que estamos esperando?

Eles seguiram o louco homem pelos corredores da pequena mansão, olhando cada canto possível e tentando não perder nada. Capitão acotovelou Kowalski e murmurou para que apenas este o ouvisse.

— Relatório.

— Senhor, acredito que essa tiara não esteja muito longe. Após ver e rever tantas vezes aqueles vídeos, eu tenho certeza de que Julien apenas não sabe onde enfiou seu objeto adorado.

— Quantos porcento de certeza?

— Noventa e nove, senhor.

— E aqui fica meu glorioso aposento. Não reparem na bagunça, Maurice é muito bagunceiro pela manhã. — Riu matreiro, empurrando a porta aberta.

O quarto espaçoso com uma cama King Size no centro com grandes travesseiros de plumas em seda vermelha e cobertores no mesmo tom. Portas largas que davam para uma enorme varanda e uma porta ao lado que dava para o enorme closet cheio de roupas extravagantes de Julien. Prateleiras e mais prateleiras de sapatos, camisas e calças. O banheiro em anexo era tão grande quanto, com uma banheira de hidromassagem e largos chuveiros que caíam em cascata quando abertos.

Rico se apoiou sobre o beiral da porta e inclinou o rosto perto do ouvido do Recruta.

— Eu poderia pensar em mil coisas para se fazer naquela banheira.

O arrepio subiu pela espinha do menor, as bochechas corando de pura vergonha. Engoliu em seco, saindo de fininho do lugar e voltando para o quarto onde Capitão e Kowalski analisavam a cômoda onde Julien jurava que havia deixado a tiara.

Recruta enfiou as mãos nos bolsos da calça e franziu o cenho.

— E foi bem aqui que eu a deixei. Bonita, lustrosa e maravilhosa.

— E o que é isto para qual você está apontando? — Kowalski questionou.

Julien seguiu o olhar para o fino arco dourado com pedras coloridas que seu dedo apontava acusatoriamente e pegou entre os dedos.

— Essa quinquilharia? É falsa.

— E porque você teria duas tiaras, Julien?

— Porque ele é um lunático — Rico resmungou.

Maurice pegou a tiara da mão de seu parceiro e a partiu em duas, arrancando uma exclamação surpresa doas agentes e uma de horror de Julien.

— O que você fez, Maurice?! Você quebrou a minha linda tiarinha!

— Eu quebrei sua réplica, querido. O que significa que a pessoa que roubou sabia exatamente qual era a verdadeira e qual era a falsa.

— Estamos de frente com alguém muito, muito inteligente. — Capitão coçou o queixo, reflexivo.

Rico caminhou até a varanda e assoviou.

— Bela vista.

Uma pequena cabeça apontou do outro lado da varanda, portas largas idênticas a do quarto em que estavam. Morty acenou, tornando a desaparecer por entre as cortinas azul bebê.

— Qual quarto se conecta com essa varanda, Julien? — Recruta questionou.

Só então Rico percebeu que seu pequeno homem estava se esgueirando abaixo dele, o ombro lhe cutucando o estômago e o quadril roçando suas pernas. Foi uma força miserável para não pressionar o corpo menor contra a porta e afundar o rosto em seu pescoço macio.

— Ah, dá para o quarto de Morty. Aquele pequeno pestinha sente-se mais confortável sabendo que o acesso a nós dois é fácil. — Julien balançou a mão com desdenho.

Kowalski franziu o cenho e balançou suavemente a cabeça. Como aquele ser poderia ser pai de uma criança se ele mal conseguia cuidar de seu próprio cérebro?

— Isso me parece interessante. Perturbador, mas interessante. — Capitão passou pelas portas e avançou pela varanda, parando na frente das portas do quarto de Morty. Empurrou as cortinas e encontrou o pequeno menino brincando com um trem de madeira sobre trilhos que passavam por cima de uma boneca decapitada e uma batata marrada debaixo da ponte.

 O menino precisava urgentemente de um psicólogo.

— Ei, Morty. É muito bonito o seu quarto — disse avançando e passando por cima de um vagão esquecido.

— Papai Maurice que decorou para mim.

— Seu pai tem muito bom gosto. — Olhou ao redor e viu uma pequena câmera no teto acima da porta e estava levemente levantada para cima. — Você viu alguma coisa estranha ultimamente, Morty?

— Fora meu papai Julien vestindo meias vermelhas e uma saia de tutu?

A imagem surgiu na mente do Capitão antes mesmo que ele pudesse freá-la. E ali ficaria pelo resto do dia, se não o resto da semana. Precisava com urgência de sua revista particular e uma boa dose de tequila para esquecer.

— Uh, não. Eu digo, alguém diferente.

O garoto pareceu pensar e então balançou a cabeça.

— Não. Não vi não.

Os outros entraram pela porta e Capitão apontou a câmera no teto.

— Porque aquela câmera está virada?

Maurice ergueu os olhos e suspirou.

— Morty, você estava jogando bola dentro do quarto outra vez?

— Não, não. Morty sabe que jogar bola dentro de casa é errado.

— Então o ladrão deve ter virado a câmera para que não pudéssemos vê-lo. — Kowalski apontou. — Devemos analisar novamente para ver se há algum rastro ou repetição de imagem.

Capitão assentiu, abrindo a porta do quarto.

— Concordo. Voltemos para a cabine de câmeras.

Julien rolou os olhos e fez um pequeno biquinho.

— Isso não vai acabar nunca? Eu quero minha tiara de volta.

— Pare de ser um bebê chorão. Recomponha-se. — Maurice beliscou suas costelas, arrancado um gritinho de Julien.

Recruta estava pronto para passar pela porta quando a mão pesada de Rico caiu sobre seu ombro e o puxou para trás. Ele pigarreou, chamando a atenção de Kowalski.

— Recruta e eu iremos dar uma volta pela casa e averiguar possíveis locais de fuga. Se há mais câmeras viradas que não percebemos antes.

— Claro. Afinal, são tantas câmeras e telas que algo pode ter passado despercebido. — Kowalski assentiu e enfiou as mãos nos bolsos. — Qualquer coisa nos avisem.

Quando todos saíram do quarto, Recruta se virou para Rico e cerrou os olhos quando o viu sorrindo levemente.

— O que você está pensando?

— Que esta casa possui muitos quartos inutilizados.

— Você não ousaria...

— Ah, ousaria sim. — Apertou as mãos sobre os ombros do menor e o virou, empurrando pelo corredor no sentido contrário. — Não devemos perder as oportunidades.

— E-eu acho que... — calou-se ao sentir a língua passando por seu pescoço e engoliu o resto das palavras.

Quando Rico estava determinado, nada o fazia parar.

Na sala de câmeras, Capitão estava debruçado sobre o encosto da cadeira, bufando no cangote de Kowalski.

— Senhor, a câmera do quarto de Morty é a de número vinte e três. — Virou o rosto, o nariz quase tocando no do outro. — O senhor andou comendo salgadinhos outra vez?

— Apenas alguns. — Sorriu, virando o rosto dele para frente outra vez. — Atenção no trabalho, Kowalski.

— Atenção. Fica difícil fazer isso quando eu sei que comeu os meus salgadinhos.

— Eu estou ouvindo-o resmungar.

— Oh, meu Deus! Eu sabia que aqueles traiçoeiros mentirosos estavam mentindo! — Julien exclamou, apertando o dedo contra uma tela em preto e branco de um quarto. — Aquele twinkie com cara de inocente!

— Céus, eles não sabem que há câmeras e que poderíamos estar vendo? — Kowalski apontou, torcendo o rosto.

— Estou me sentindo um voyer. — Capitão inclinou a cabeça e franziu o cenho. — Quem diria que o Recruta fosse tão flexível?

A tela de repente se apagou e todos se viraram quando Maurice pigarreou, um fio pendendo de sua mão.

— Acho que não precisamos saber da intimidade deles.

— Não precisamos um ova! Eles estão na minha casa, usando meu quarto de hóspedes para fazer malabarismos sexuais! Eu tenho todo o direito de espiar. — Julien bufou, apertando as mãos na cintura.

— Guarde toda essa sua curiosidade. — Maurice sorriu e bateu as mãos. — Onde estávamos?

— O quarto de Morty. — Kowalski prontamente anunciou.

Uma coisa era saber que seus amigos estavam se relacionando, e outra completamente diferente era vê-los em ação. O que mais esse trabalho para recuperar a tiara de Julien reservava para eles?


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Notas finais do capítulo

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