Somewhere With You escrita por Roxeley Rox


Capítulo 1
Somewhere With You




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— Nós vamos ficar bem.

Essa frase ressoou em sua mente.

Seus pensamentos estavam no passado. Seu corpo estava relaxado, esticado sobre a cama macia e confortavelmente cansado. Seus olhos ainda doíam de tanto secar as lágrimas. Sim, ele pensava que havia parado de chorar, mas a verdade é que não conseguiu. Toda noite, quando deitava em uma cama, de seu quarto ou dos hotéis dos países em que esteve com Tali, ele sentia as paredes de seu coração desmoronarem e as lágrimas fluírem como uma tempestade em alto mar.

— Tony.

Ele a ouvia toda noite.

— Tony, abra os olhos.

Ele ouvia, toda noite.

— É somente nós agora.

Ele ouvia. Toda noite.

E toda noite, ele abria os olhos para encarar aquele rosto familiar tão adorado e desejado em ser visto novamente. Mas toda noite ele descobre que não abriu os olhos, pois toda vez que ela o toca, ele não a sente. E é nesse momento, nesse exato momento em que ele sente a falta de seu toque, que ele realmente abre os olhos. Ela não está lá.

— Abra os olhos, Tony...

— Ziva...

Ele sussurra, na esperança de alcançá-la esta noite.

— Tony... Tony...

A voz dela o chamando não passa de um leve sussurro na brisa.

— Tony...

Ele sente uma respiração quente em seu rosto.

— Tony.

Ela o chamou uma última vez. Agora sua voz não era um sussurro, era presente. Ela estava aqui. Tony sente uma mão fria tocar seu rosto e acariciá-lo com os dedos.

— Abra os olhos. — Ela sussurrou próximo aos seus lábios.

Tony lentamente abriu seus olhos. Estava sonhando? Ela estava aqui? Mesmo?

— Ziva... — Ele só conseguiu pronunciar seu nome, seus olhos estavam marejados.

Ziva está viva. Ela está aqui.

Aqueles olhos castanhos umedeceram-se e ela nada disse, aproximou seus lábios dos de Tony e plantou um beijo singelo.

Afastou seus lábios e olhou dentro dos olhos verdes de seu amado.

— Eu pensei...

— Shh. — Ela pôs um dedo sobre os lábios dele. — Não diga nada. — Ela deu um beijo rápido em seus lábios. — Não pense. — Sussurrou.

Então voltou a beijá-lo apaixonadamente.

Tony a sentia sobre ele, tocava-a, sentia o toque dela, os lábios doces contra os seus. Ele nunca a desejou tanto quando agora, depois de a perder, e então a recuperar.

Toques, beijos, amor...

Essa noite seria inesquecível.

Eles não viram o tempo passar. O tempo passou?

Isso aconteceu?

Lá estava ele com os olhos fechados novamente. Era um sonho? Ela não estava lá? Tony abriu seus olhos.

Ela não estava lá.

Não estava.

Mas... ele sentiu. Ele a sentiu. Sentiu seu toque, seus beijos, seu calor... Como poderia isso? Ele ouviu sua voz, viu seus olhos e respirou a sua respiração... Como poderia isso?

Um sonho. Um doce sonho...

Tony ouviu Tali resmungar, choramingar no quarto ao lado. Por um momento, imerso em seus pensamentos ou sonhos, passou por sua mente ignorar a filha. Mas não. Ele não é assim, ele não faria isso, ela precisa dele. Ela tem ele.

Ele levantou da cama vagarosamente enquanto lutava para afastar seus pensamentos ou sonhos para não chorar. Caminhou pelo escuro e então parou na porta.

Lá estava ela.

Foi real.

Ela segurava Tali no colo, a filha com os braços firmemente agarrados em volta de seu pescoço e o rosto enterrado em seus cabelos castanhos. Ziva cantarolava alguma música hebraica acalmando a pequena Tali. A luz do luar brilhava pela janela e emoldurava a figura de mãe e filha perfeita do momento.

Ele desejou tanto que isso acontecesse. Que fosse mentira a sua morte. E era. Eles conversariam sobre isso depois, mas agora era apenas ela, sua filha e ele, exatamente como deveria ser. Como sempre deveria ter sido. E como sempre será a partir de agora.

Como deve ser.


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