O Herói da Profecia escrita por Zarana


Capítulo 11
Um Descanso Prolongado




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    Horas haviam se passado, e a tarde começava a chegar ao seu fim. Os dois cavalgavam pela estrada, para Galedhva. Tinham parado apenas para comer e descansar os cavalos. E embora não estivessem indo rápido de galope, não quiseram parar de avançar. Já tinham passado por Fairth, e seguiam na direção oeste agora.

    Alex olhou em volta, para verificar o céu. Sabia que deveriam parar antes de anoitecer, pois as estradas seriam perigosas. Ele achou que seria prudente passarem a noite acampados, e assim poderiam chegar até Abeorn, no dia seguinte por volta da hora do almoço. A cidade era a segunda maior do reino, isso, quando a capital ainda estava em seus dias de glória. Além de Abeorn, havia uma pequena cidade perto do vulcão, à leste. Fora essas duas que restaram, existiam apenas pequenas vilas e vilarejos como o de Alex.

— Vamos parar. – Ele puxou as rédeas de Saphira.

— Certo. Onde vamos ficar?

    Alex desceu da égua, segurando-a pela rédea.

— Acho que ali está bom... Debaixo daquela árvore grande. - Ele apontou para uma árvore não muito longe.

    Arya também desceu de Thunderbolt, e seguiu Alex até a árvore. Era uma árvore realmente grande. Ela percebeu que algumas raízes ressaltavam-se do chão, e imaginou que seria ideal para prender os cavalos. Ela pegou a rédea da mão de Alex e levou os dois cavalos, prendendo ambos em uma das raízes que estava mais distante. Mas sem se esquecer, é claro, de acaricia-los, recompensando pelo trabalho. Enquanto isso, Alex ficou erguendo a tenda. E assim que conseguiu terminar, Arya voltou para perto. A única coisa que faltava ser feita agora, era a fogueira.

— Eu vou pegar madeira para a fogueira. - Ele avisou enquanto saia andando devagar.

— Tudo bem.

— E dessa vez... - Ele parou, olhando para ela, por cima do ombro. - Tente não sair daqui. - Gracejou.

— Eu não vou. - Ela riu.

    Alex andou na direção de um pequeno bosque ali perto. Ela ficou observando, até que ele saiu do alcance de sua vista. Então se aproximou da árvore e sentou-se no chão, apoiando as costas no tronco grosso. Ela observou os últimos e fracos raios de sol que batiam em seu rosto. Enquanto admirava o cenário, seus pensamentos vagavam longe. Nos últimos dias, ela presenciou paisagens que nunca tinha visto antes, e conheceu pessoas tão diferentes das que estava acostumada a encontrar todos os dias no castelo. Horst e Elga, que a trataram tão bem e com sinceridade, mesmo sem formalidades reais... Luca, que era apenas uma criança... E o Alex... "Alex... Cada dia que passo com ele é uma nova surpresa..." Ela pensou em todos os momentos que passaram juntos até aquele exato instante. "Acho que já estou me acostumando a ter alguém me seguindo o tempo todo... Não consigo mais imaginar como seria sem ele por perto..." Ela escutou um barulho e deu um pulo, virando-se assustada.

— Ah... É só você... - Para seu alívio, era apenas Alex.

    Ele vinha carregando vários gravetos, mas percebendo que o fazia com certa dificuldade, ela se lembrou do ferimento, levantou rapidamente e foi até ele.

— Deixa eu ajudar! - Ela esticou a mão para ele.

— Não, tudo bem. - Ele puxou as mãos, se afastando.

    Arya ficou apenas observando. Voltou para onde estava e se sentou, enquanto ele fazia a fogueira. Em alguns minutos, o fogo começou a arder nos gravetos, e Alex retirou um pote e uma pequena panela de uma das bolsas que traziam. Abriu o pote, deixando cair um líquido na panela, que logo apoiou na fogueira.

— Foi muita gentileza da Elga nos preparar uma sopa para a viagem... - Disse Arya.

— Sim, eu concordo... - Ele não tirava os olhos da fogueira. - Amanhã alcançaremos Abeorn. Lá vamos poder comprar tudo o que será necessário... Não tem mais nenhuma cidade no caminho até Galedhva, e é um longo caminho de Abeorn até lá.

    Vendo que a sopa já estava quente, Alex pegou duas tigelas, nas quais dividiu igualmente o conteúdo da panela. Pegou um dos recipientes e entregou à Arya. Ela por sua vez, segurou a tigela com as duas mãos e levou até perto da boca, sentindo o vapor quente em seu rosto.

— E como você está? - Ela perguntou antes de levar a sopa à boca.

— Estou bem. - Ele já segurava a tigela vazia em sua mão.

    Arya também logo terminou sua sopa, colocando o pote vazio de lado. Já estava de noite, e por algum tempo os dois ficaram apenas observando a fogueira. Mas Arya não se conteve em perguntar.

— Você vai me deixar cuidar do seu ferimento?

— Eu disse que estou bem.

— Mas... Se não tratar direito...

— Já está tarde Arya. Amanhã quando chegarmos em Abeorn pensamos nisso.

— Tudo bem... - Ela suspirou.

    "Estou começando a me arrepender do que pensei hoje mais cedo... Ele é tão teimoso". Ela o observou por um tempo, séria. Mas ele continuou sentado, olhando para o horizonte. Dando-se por vencida, ela se levantou e foi até a tenda e deitou-se parar dormir. "Se ele não quer se cuidar, o problema é dele!... Às vezes ele é tão difícil..." Ela logo se deixou levar pelo sono.

(...)

    Alex ouviu um barulho e abriu os olhos sonolentos com dificuldade. O dia já estava claro, os pássaros cantavam, e para sua surpresa, Arya já estava acordada, e ainda mais surpreendente, a fogueira estava acesa. Ele se levantou devagar, sentando-se no chão. Estava um pouco confuso, não sabia o porquê.

— Bom dia.

    Ela disse, olhando para ele e sorrindo. Na fogueira, ele pôde ver a pequena panela acima das chamadas.

— Você acendeu a fogueira?

— Sim. Eu vi como você fez das últimas vezes... Não é tão difícil assim.

— Mas, que horas são? - Ele bocejou ao falar.

— Hum... Eu acho que por volta do meio dia...

— O quê?! – Ele se levantou ressaltado. - Por que você não me acordou??

— Ei! Não venha brigar comigo! Você quase não dormiu na noite passada! - E ela continuou em um tom de voz mais calmo. - Achei que seria bom, se você ao menos dormisse um pouco... 

— Eu... - Ele passou a mão no cabelo, nervoso.

— Calma, foram só algumas horas... 

    Arya não conseguiu se conter. Ele tinha ficado tão bravo por causa disso, que ela achou graça e deixou escapar uma risada. Alex percebeu, e finalmente caiu em si, controlando seus nervos. Ela lhe entregou a tigela com sopa, e os dois tomaram rapidamente. 

    Terminada a pequena refeição, eles arrumaram as coisas o mais rápido que conseguiram e subiram novamente nos cavalos. Continuando na estrada para o oeste, eles cavalgaram por longas horas, até que finalmente puderam avistar a cidade. 


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