Embora seu coração estivesse apertado e o sentimento arrebatador lhe preenchesse, Momo sorriu ao olhar para Jiro. A garota de cabelos curtos e sorriso encantador tinha olhos fixos em Kaminari, sua aura parecia ainda mais leve perto do garoto.  

Sentia que machucava, mas, apesar disso, não pode deixar de se sentir feliz por Jiro. A amiga compartilhava sentimentos íntimos por Kaminari, sentimentos dos quais Momo entendia perfeitamente, porque sentia o mesmo por Kyouka. 

Embora não fosse do feitio de Jiro falar sobre garotos, Momo sempre insistia no assunto nas noites que pareciam intermináveis, mesmo que soubesse que o final da conversa provavelmente acabaria por lhe machucar, afinal, sabia o quanto Jiro possuía sentimentos ocultos por Kaminari, ainda que a mesma tentasse esconder de si mesma. Era facilmente perceptível os olhares de Kyouka, repletos de um deboche amigável e de um sentimento casto e facilmente identificável como paixão. Momo achava encantador, não só porque também sentia o mesmo por Jiro, mas também porque apreciava aquele sentimento tão único e felicito.  

Era impossível dizer o motivo pelo qual se apaixonara por Jiro. Talvez fosse pelo seu amor tão singular por música, ou talvez porque a achasse uma grande heroína e uma mulher magnifica. Jamais saberia dizer. E, para ser sincera, não precisava achar um motivo, Jiro por  si só era uma ótima justificativa. 

E apesar de sua vontade estrondosa de confessar seus sentimentos, Momo tinha a consciência de que não era certo. Sabia da resposta de Jiro. Sabia que o sentimento não era compatível. Estava tudo bem, porém. Porque, no fundo, Momo estava satisfeita em tê-la ao seu lado. Estava feliz em vê-la feliz. Sentia-se grata por compartilhar momentos únicos com a garota que tanto amava. E, ainda que doesse, sentia-se inundada por uma felicidade incomum quando a enxergava sorrir, mesmo que fosse para outra pessoa.  

Afinal, amar era exatamente isso; sentir-se contente pela pessoa que ama, mesmo que ela esteja feliz com outra pessoa.