What has happened to it all? 

Crazy, some say 

Where is the life that I recognize? 

Gone away 

Abro os olhos e vejo o sol brilhar lá fora, começo então a me preparar para o dia. Durante a noite pensei e estou decidida: irei viver como uma mortal comum. Tanto é que até decidi fazer o teste para ser líder de torcida, terei a experiencia colegial completa. 

Vou em direção a cozinha trajando um vestido verde, botas marrons cano baixo e uma jaqueta preta. Minha pequena família já está reunida na mesa e assim me junto a eles: 

—Bom dia família! -Eu digo sorridente. 

Todos respondem em coro e voltam a fazer as coisas cotidianas, minha mãe com seu jornal, Ambrose divagando com Sabrina sobre a academia e tia Hilda então me pergunta: 

—Você está muito animada hoje Zaira. 

Eu então sorri antes de dizer: 

—Eu tomei uma decisão tia Hilda. -Isso chamou a atenção dos demais. -Vou tirar o melhor de uma situação ruim, se estou condenada a viver como mortal assim o farei. Decidi me conformar e viver uma vida mortal comum e feliz. 

Sabrina foi a única que não demonstrou uma reação chocada: Tia Hilda me olhava como se eu fosse algo de outro mundo, Ambrose me olhava com os olhos arregalados e milagrosamente sem palavras, minha mãe abaixou o jornal e me encarava ceticamente, erguendo uma sobrancelha ela disse: 

—Então ande logo com seu café da manhã ou vai se atrasar para a aula.—Ela andava muito ranzinza desde que levou Leticia para Dezmelda. 

Eu sorri brilhantemente já me levantando: 

—Tem razão mamãe, até mais tarde família...  

E assim foi meu café da manhã com os Spellmans... 

Na escola eu estava sozinha, pois agora Sabrina estaria na Academia por tempo integral, então fiz o que deveria fazer: comecei a recrutar o meu bando. 

Antes do almoço fiz o teste para líder de torcida e passei, imagino a cara de desgosto que minha mãe fará ao descobrir esse novo desdobramento. 

Me socializei com as demais meninas de pompoms mais tarde, algo muito entediante, elas são bonitas isso não se pode negar, mas são bem burrinhas...  

Logicamente tirei um tempo para Susie e Roz, afinal embora tenho abdicado a minha vida de bruxa elas são criaturas que devo manter o olho. Consequentemente estou mais próxima de Harvey agora. 

E assim os dias vão passando.... 

Estou ignorando a magia e a sensação que tenho de saudade toda vez que vejo alguém em casa pratica-la, por isso passei a maior parte dos últimos dias fora. Fui a duas festas com as garotas da torcida, embora tenha ficado a maior parte do tempo tentando evitar os Ravens idiotas.  

Roz tem me chamado para as reuniões do M.A.G.I.A e as vezes eu apareço por lá, e sempre fico intrigada com a senhorita Wardell. Esta bruxa certamente esconde algo e jurando a mim mesma evitar magia e coisas do gênero, me vejo frequentemente observando a professora. 

As vezes passo pela casa da senhorita Wardell a noite e observo por um tempo, sempre tomando cuidado para que ela não me veja. No entanto é Susie a primeira a descobrir sobre minha investigação, um pouco a contragosto divido o fato de que não confio na senhorita Wardell. 

Chego em casa e já são dez horas, dessa vez perdi um pouco a noção do tempo divagando com Susie e perdi o jantar. Abro a porta com o máximo de cuidado para não fazer barulho, talvez nem percebam a hora que cheguei, no entanto havia alguém ali dentro em frente a lareira: Zelda Spellman, estava sentada na poltrona de meu avô trajando um robe negro e segurando uma bíblia profana. 

—Vejo que está aproveitando sua vida mortal Zaira. -Ela comenta. 

—Carpe Diem mãe. -Eu disse dando de ombros 

Ela me fuzilou com o olhar: 

—Pois bem, se você quer viver uma vida “normal” é o que terá. A partir de amanhã quero você em casa antes do jantar. 

Rolei os olhos 

—E não adianta fazer careta Zaira, se você não estiver em casa eu vou lhe buscar onde quer que você esteja. 

Eu a olhei horrorizada 

—Você não faria isso... 

—Não faria? Me teste então... 

Eu bufei e rolei os olhos, foi então que ela veio caminhando até mim. Quando ela ficou bem próxima a mim, ela me ergueu pelo queixo e disse em um tom baixo e ameaçador: 

—Você pode ser uma bruxa, um demônio ou mortal querida; mas eu sou sua mãe e a chefe dessa casa, portanto, minha palavra é lei... Caso contrário, devo dizer que sei muito sobre castigos também... 

Ela terminou de falar e ficamos ambas na mesma posição, seu olhar era sombrio, de repente me veio a mente com quem eu estava lidando: Zelda Spellman, a mais velha dos irmãos, poderosa, mas ofuscada por Edward, uma bruxa conhecida e ouso dizer até temida em muitos círculos.   

—Eu fui clara Zaira? 

—Como cristal -Respondi a contragosto e a observei sair dali. 

But I won't cry for yesterday 

There's an ordinary world 

Somehow I have to find 

And as I try to make my way 

To the ordinary world 

I will learn to survive 

Ordinary World — Duran Duran