The Other Half-Breed escrita por Deh


Capítulo 6
Nothing Else Matters - Season Finale


Notas iniciais do capítulo

Eis o último episódio da temporada!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769842/chapter/6

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Nothing Else Matters - Metallica

 

Eu estou em casa! Mas está diferente, o ambiente está mais claro que o habitual e é quando eu o vejo: Sentado na poltrona em frente a lareira lendo um jornal.

—Tio Edward?

—Zaira? Não esperava vê-la aqui...

—Faz tanto tempo.... –Reflito em voz alta.

—Você conheceu Sabrina? Espero que ela seja tão brilhante quanto Diana.

Dei de ombros:

—Com certeza aquela teimosia dela não veio do nosso lado da família.

Ele deu uma risada, o som era idêntico ao que eu me lembrava...

—E você sente-se satisfeita com o que fez?

Franzi o cenho, foi então que as memórias do que eu havia feito vieram em minha mente.

—Eu precisava nos salvar e ainda bem que deu certo, a propósito obrigada por me ensinar aquela invocação.

Ele me dirigiu um pequeno sorriso e retirou seu relógio de bolso:

—Está na hora de ir Zaira... –Franzi o cenho não entendendo. –Cuide dos outros... Lembre-se Familia super omnia.

De repente me senti recobrar meus sentidos, mas eu estava em um local escuro e estava com dificuldade em respirar, espera um minuto eu estava no meio de terra? A cova de Cain.... Fechando os olhos o máximo possível e prendendo a respiração, com certa dificuldade cavei até minha liberdade.

Quando sai da cova o sol brilhava, balancei o corpo e mexi nos cabelos para o excesso de terra sair de mim. O sol brilhava, era mais um dia pacato em Greendale com Spellmans sendo enterrados no jardim e ressuscitando, enfim nada de anormal. Espirrei algumas vezes enquanto caminhava para dentro de casa.

Entrei pela porta da cozinha imaginando que ninguém gostaria de terra de cova na entrada principal, assim que abri a porta desejei que não o tivesse feito.

Na cozinha estava Zelda, tia Hilda e meu pai.

—Finalmente! –Tia Hilda disse e correu até mim me dando um abraço de urso.

—Quanto tempo eu fiquei fora? -Perguntei retribuindo o abraço.

—Quase dois dias inteiros querida. –Minha adorada tia me respondeu.

Eu arregalei os olhos surpresa.

—Vá limpar-se Zaira. –Esse era meu pai dizendo em tom autoritário e então lançando um olhar culpado para tia Hilda e sai dali.

Sabrina e Ambrose estavam na sala, fui recebida por um abraço duplo e então notei a nova cor do cabelo dela, só podia significar uma coisa:

—Sabrina, você assinou?

Ela assentiu.

—Você não foi a única a fazer loucuras aquela noite ruivinha. –Esse foi Ambrose em tom zombeteiro.

Fui para meu quarto e entrei direto no chuveiro. Tomei um banho demorado, queria ter a certeza de tirar toda aquela terra de mim. Sai do banheiro e vesti um vestido azul marinho básico e sapatilhas pretas, penteei meu cabelo e o deixei solto, afinal eu não precisava me produzir muito para levar uma bronca do meu pai.

Voltei para a cozinha e apenas ele e Zelda estavam no cômodo, olhei pela janela e tia Hilda, Ambrose e Sabrina estavam lá fora.

Ele então começou acusadoramente:

—O que você estava pensando Zaira?  

—Eu estava em perigo! Tive que dar um jeito, apenas Nick não conseguiria segurar as bruxas.

—Quem é Nick? –Ele perguntou ameaçadoramente, rolei os olhos e então disse:

—É o cara que gosta da Sabrina. –Ele tranquilizou um pouco, já Zelda...

—Você tem ideia do que sua invocação causou?

—Minha salvação? –Dei de ombros

—Sua salvação? Você chegou aqui praticamente morta! E ainda causou um alvoroço com os espíritos ancestrais.

—Se eu não tivesse feito aquilo, as bruxas teriam invadido a casa e estaríamos indefesos quando o cavaleiro vermelho chegasse! –Eu disse com raiva tentando chamar a atenção dele para o que realmente importava.

—Você não precisava ter invocado ninguém, bastava me chamar! –Ele disse “tentando” me trazer a razão.

—E você iria mais uma vez tentar me marcar!

Ele deu um tapa na mesa e eu me assustei.

—Eu poderia ter feito isso se sua mãe tivesse me chamado na hora que você chegou, então se você não está marcada agradeça a ela.

Eu engoli em seco e desviei meu olhar brevemente dele para ela, como de costume ela me olhava sem revelar nenhum tipo de emoção.

—E fique sabendo que não foi só os Spellmans que lhe ajudaram. –Ele disse me olhando profundamente.

—Essa foi a última vez Zaira! Não mexa com o mundo sobrenatural a menos que você realmente aceite ser quem você deve ser. Sem invocações, a menos que você queira algum demônio atrás de você. E não me chame a menos que seja para usar isso. –Ele disse colocando a antiga adaga de marfim em cima da mesa.

Eu engoli em seco:

—Pai...?

—Viva como mortal, faça o que quiser Zaira, mas a próxima vez que cruzar o meu caminho ou você faz o que eu quero ou nem mesmo sua mãe vai ser capaz de te ajudar. –Ele disse olhando no fundo dos meus olhos e um arrepio percorreu minha espinha, ele saiu da cozinha antes que qualquer um pudesse dizer algo.

—Ele falou sério? –Perguntei a ela, mas eu já sabia a resposta.

—Cada palavra.

Eu suspirei e voltei o olhar para minhas mãos, minha mão esquerda estava completamente cicatrizada, minha marca de bruxa localizada no meu pulso esquerdo estava muito desbotada, um sinal que meu pai falou sério ao dizer que permanecerei mortal.

—Obrigada por não ter chamado ele antes. –Eu disse voltando a encara-la e ela apenas assentiu –Você também vai me expulsar?

Ela respirou fundo:

—Aqui já é um manicômio mesmo, não há porquê me livrar de um hospede... –Eu a olhei seriamente e ela tentou sorrir para mim –E eu não te deixaria Zaira, eu pensei que soubesse disto.

Eu engoli um soluço.

—Desculpe-me mãe. –E sem saber exatamente o porquê eu Zaira Spellman Maquiavel a bruxa que odeia contato físico, a mesma que acha o sentimentalismo algo desprezível, acabou abraçando a mãe.

—A única coisa que eu queria era ser uma bruxa de novo! Quando eu estava na casa de Harvey eu me senti tão indefesa, fraca e inútil. Eu odeio ser mortal! Mas se ele acha que eu vou fazer o que ele quer, ele está muito enganado....

Senti seu abraço me apertar mais, sem saber ela estava sendo exatamente o que eu precisava naquele momento.

—Não acho que ir contra ele seja uma sábia escolha Zaira, ele já foi piedoso o suficiente em lhe deixar mortal, por favor não o desafie.

Eu me afastei dela, limpando as lágrimas que eu não sabia que estavam ali, até embaçarem minha visão disse a ela:

—Isso não é justo!

Ela suspirou

—A vida de ninguém é justa Zaira... Veja: Ambrose é punido sozinho por uma conspiração, Hilda foi excomungada, Sabrina sofre dia após dia pelas escolhas de seus pais.

—Mas a sua é!

Ela riu secamente:

—A minha vida é justa Zaira? Eu administro uma casa de desajustados, eu ando na corda bamba para que o Coven não nos expulse da cidade, eu perdi o meu irmão injustamente, sou prisioneira do seu pai e ainda tive minha filha tirada de mim quando ela tinha apenas dez anos.

Eu a olhei culposamente:

—Você me entregou a ele!

—Eu lhe entreguei a ele!? Eu nunca tive escolha quando se trata dele Zaira! Então por isso eu lhe suplico não me peça para escolher entre você e ele, porque nenhuma de nós duas terá um final feliz.

Eu bufei e sai da cozinha indo direto para meu quarto e com raiva do meu pai, da minha mãe e do mundo quebrei o que era possível ser quebrado. Eu estava tão furiosa...

Após quebrar o que era possível, gritar de raiva, acabo deitando cansada em minha cama e respiro profundamente pensando no que fazer com minha vida a seguir...

De repente ouço alguém bater em minha porta, sem demora eu digo:

—Eu quero ficar sozinha!

Mas de nada adiantou já que a porta foi aberta, sem prestar atenção eu já fui logo dizendo:

—Tia Hilda...

—Não sou a tia Hilda. –Era Sabrina que entrou e olhava divertida para a situação que meu quarto se encontrava. –Você é bem bagunceira em? Ambrose bem que me avisou que era dramática...

Rolei os olhos e dei uma risada sem graça:

—O drama é de família.

Compartilhamos um sorriso e ela em um instalar de dedos fez meu quarto voltar ao normal. Suspirei ao vê-la usar magia.

—Acho que não irei fazer magia tão cedo...

Ela se sentou na minha cama e confessou:

—Posso ter ouvido a conversa entre você e tia Zelda. –Ergui a sobrancelha –Não é como se os gritos não dessem para ouvir a cem metros de distância priminha.

Rolei os olhos e suspirei. Ela então continuou:

—A senhora Wardwell me ajudou a aceitar o que eu realmente sou, talvez ela lhe ajude também.

De novo essa mulher? Dei uma risada seca:

—Sabrina eu sei exatamente o que sou, eu sou talvez uma das criaturas mais profanas que já caminhou pela terra, metade bruxa e a outra metade demônio, o que você acha que vai acontecer comigo quando eu receber minha marca demoníaca? Com certeza não vou sair por ai espalhando paz e amor.

Comecei então a encarar minhas mãos, buscava alguma marca do pentagrama que havia feito ou um mínimo vestígio de queimadura, mas a palma da mão estava perfeita, sem dano algum. Traçando minha marca no pulso esquerdo com o indicador, sem olhar em seus olhos eu disse por fim revelando a ela, afinal agora que ela finalmente é uma bruxa de verdade é hora dela descobrir no que se envolveu:

—Meu pai não é qualquer demônio Sabrina, aqui ele tem o nome de Damon Maquiavel, alguns sussurram que ele é a personificação do mal, mas lá embaixo todos o conhecem como o príncipe do inferno. Ele é o filho do próprio Lucifer... e eu? A carne de uma Spellman e o sangue do diabo.

Ergui meu olhar para encara-la e o que encontrei em seu rosto era a surpresa estampada, ali estava Sabrina descobrindo mais um dos sórdidos segredos dos Spellman.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, merece uma segunda temporada?

Críticas, sugestões e elogios? Por Satan não deixem de comentar ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Other Half-Breed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.