The Four Halstead: Season 3 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 9
A Sorte Manda Lembrança




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O céu da cidade de Chicago já tinha escurecido quando Atwater avisou que o carro que estavam seguindo parou, passando o endereço da casa, ele e Dawson esperaram mais alguns minutos até os outros chegarem. Porém antes da chegada dos outros policiais, a mulher surgiu novamente na rua com cara de preocupação, olhando para os dois lado da rua procurando por algo.

 

— Daniel ! — ela gritou — Danny !

 

— O nome do garoto desaparecido é Daniel — Atwater murmurou.

 

— Vamos — Dawson falou já pulando para fora do carro com a arma na mão.

 

Atwater o seguiu, ambos atravessaram a rua até a mulher, ao ver os distintivos ela recuou alguns passos visivelmente com medo.

 

— Senhora — Atwater chamou perto dela que mirava o rosto dos dois policiais com seus olhos pretos.

 

— Precisamos que venha conosco — Dawson se manifestou.

 

— Não posso,— a voz dela saiu hesitante — meu filho.

 

— Qual o nome dele?

 

— Daniel Rogers, ele só tem doze anos

 

Os dois se entreolharam, levando-a para o carro ele a colocou no banco de trás. Atwater mandou mensagem para os outros, avisando que estavam levando a suspeita para a delegacia. Hank, Cassy e Scott chegaram no endereço e entraram na casa.

A residência estava vazia, nem móveis, e nenhum indício de que alguém esteve presente ali nas últimas semanas. Duas câmeras foram encontradas ao longo da rua e outra de uma casa do outro lado da rua.

De volta a delegacia, já sabendo que o nome da mulher é Jessica Wells, foi posta numa das salas de interrogatório, a noite se tornou estrelada do lado de fora, enquanto Cassy e Voight perdiam outro dia de suas vidas, interrogando a mulher por horas.

 

— Mais uma vez — Cassy pediu, ainda não podendo acreditar na história dela — você e seu marido se separaram seis meses atrás?

— Sim, e ele me proibiu de ver meu filho.

 

— Então viajou para a Europa… — Cassy instigou-a.

 

— Não entendo porque está me fazendo repetir isso — Jessica bateu as mãos na mesa, claramente irritada. A falta de expressão deles só a deixou mais brava — meu filho desapareceu.

 

— Porque você pagou alguém para sequestrar seu filho — Voight respondeu-a batendo um dedo sobre a foto posta na mesa de frente de Wells — esse homem.

 

— Que é procurado por poder estar envolvido no ataque que ocorreu ontem no parque — Cassy empurrou a foto de Anderwood para mais perto de Jessica — agora me fala, onde ele está ?

 

— Eu não sei — Wells recuou —  eu juro. Ele me trouxe meu filho ontem, eu paguei e ele foi embora.

 

— Você ficou com o carro alugado por ele? — Voight insistiu.

 

— Ele me disse para ficar com o carro, que ele não iria precisar.

 

— Quando foi a última vez que viu ele?

 

— Umas sete da noite.

 

— Por que deixou seu filho sozinho numa casa abandonada ? — Cassy se levantou e deu a volta na mesa.

 

— Muitas pessoas conhecem o Danny e Ben — ela tentava se defender — não podia levá-lo se não poderiam nos reconhecer e tirar meu filho.

 

— Ótima idéia deixá-lo sozinho numa casa onde um criminoso sabia que vocês estavam — Cassy esbravejou

 

— Eu não sabia que ele era  um assassino — Jessica gritou.

 

— Mas sabia que era um criminoso — Voight disse de braços cruzados.

 

— Foi por isso que o escolheu? Um criminoso que não parece uma enorme ameaça?

 

— Eu quero um advogado — Wells respondeu.

 

Cassy esfregou o rosto irritada, frustrada, cansada e com fome, tudo reunido em seu corpo, além da preocupação com as crianças desaparecidas, com seu filho e sobrinhos por estarem na mesma cidade que um assassino de crianças, com Jay, e com o futuro incerto. Tudo isso a tornava uma pessoa de péssimo humor, e com o máximo de auto controle que ainda possuía, a morena se concentrou para não dar um soco na cara de Wells,  e apenas se retirar da sala. Notando isso, Hank cruzou a pequena sala, abrindo a porta, ele esperou por ela.

 

Os dois policiais se juntaram aos demais detetives, Mouse, Atwater e Ruzek analisavam as imagens das três câmeras de seguranças que encontraram, buscando alguma pista sobre para onde Daniel e/ou Andewood poderiam ter ido, e também a existência de outro menino.

 

— Entendo plenamente o marido impedi-la de ver o filho — Hills comentou.

 

— Você tem filhos Hills? — Cassy perguntou.

Mouse apenas olhou para o rosto da garota com quem cresceu, e notando de longe que ela poderia dar um tiro em alguém facilmente. Poucas coisas eram mais temíveis do que estressar Cassy O'Reilly Montenegro, ainda mais quando ela já estava cansada e com fome.

— Cassy — Mouse chamou por ela mas foi ignorado.

— Não — Hills respondeu — mas se tivesse, a mãe fosse igual aquela também faria o que o senhor Rogers faria.

 

— Você não tem idéia do que uma mãe é capaz de fazer.

 

— Concorda com ela? — Hills perguntou, e nesse instante Mouse se levantou e se aproximou dela — colocaria o seu filho em perigo?

 

Mouse puxou Cassy pelo braço, arrastando-a para uma das salas naquele andar, fechando a porta atrás dele. Ele conhecia bem o temperamento dela, e alguém lembrando-a do sequestro do filho deles não era nada bom, nem inteligente, mas como Hills provavelmente não sabe o que aconteceu com ela, Mouse não poderia nem condená-lo.

 

A morena estava pálida, mas sua aura negra era quase palpável. Greg abriu a boca, porém ela lhe interrompeu antes que ele pudesse falar algo.

 

— Não fale para me acalmar — Cassy quase rosnou.

 

— Não sou tão louco — ele falou se encostando na porta fechada — mas você deveria se sentar.

 

Ela o olhou, ainda com um brilho de raiva no olhar, mas se sentou numa das cadeiras ao redor da mesa presente na sala. Respirando fundo, Cassy sabia que estava ficando com uma raiva descontrolada, precisava voltar ao psicólogo para lidar com isso novamente.

 

— Você vai voltar ? — ela olhando para um ponto qualquer da sala e não para Mouse.

 

— Quando tiver certeza que você tá mais calma — ele respondeu, observando-a.

 

— Não tô falando de lá — Cassy mirou a porta e então para os olhos azuis de — tô falando do exército.

 

Mouse vacilou, ainda não tinha falado sobre isso com ela, apenas com Jay, que manifestou sua reprovação quanto a isso. Por isso o loiro não sabia que Cassy tinha conhecimento disso, e nem como ela descobriu.

 

— Como?

 

— Elliot — ela respondeu — ele me contou que conheceu aquele desgraçado que foi seu superior no exército, e que ele quer você de novo na equipe dele.

 

— Isso é verdade — Mouse confessou.

 

— Então você vai voltar?

 

— Acho melhor conversarmos sobre isso em outro momento.

 

— Por quê? — ela cruzou os braços.

 

— Você já tem coisa demais na cabeça para se preocupar comigo — ele disse se aproximando dela — temos trabalho a fazer.

 

Ele estendeu a mão para ela, Cassy se levantou ignorando a mão estendida. Parando de frente para ele, a morena encarou os olhos azuis dele.

 

— Eu sempre vou me preocupar com você — ela disse, saindo da sala e deixando-o sozinho.

 


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