Maravilhas Clássicas escrita por Mitsuki Hayashi
O ruivo sorriu enquanto o observava dançando pela sala. Os movimentos suaves não combinando com as roupas que vestia, sim com a aparência angelical que o cabelo de cor única o trazia quando o vento batia neles.
Nem sabia o que fazia lá além de estar parado na parede, de braços cruzados vendo Kuroko em seu próprio e profundo mundo, um além de sua compreensão.
A maneira que ele se movia, quase que dava a Akashi a vontade de o imitar, mas ver o garoto daquela maneira conhecida apenas por si era maravilhoso, ainda mais quando acompanhado pelo instrumental, semelhante a uma música clássica, de um dos filmes que mais amava.
O azulado parou, focando seu olhar no jovem de olhos heterocromáticos, “Não quer dançar?” O perguntou, quase num pedido indireto. E fechou o rosto ao receber a negação silenciosa. “Acho que se a sairia bem nisso. Por que não, Akashi-kun?”
Ele riu “Não quero estragar o que faz, Tetsuya. ” Disse, escutando a música ser parada pelo azulado. O mesmo veio até si, e tomou suas mãos, arrastando para o meio do cômodo praticamente vazio.
“Venha pro Mundo das Maravilhas comigo.” A maneira que falou parecia uma ordem, apenas parecia. Ainda assim, o ruivo queria negar, mas seus movimentos começaram a ser guiados por Kuroko.
Não eram delicados igual a antes, considerando a falta de experiência de Seijuro em tal arte, simples, ou até mesmo divertido era a melhor maneira de se explicar.
“Mundo das Maravilhas, é?” Ele girou o menor, a música no aleatório trocando para outra mais animada, ainda no instrumental. “E a príncipe não vai se apaixonar pela fera?” brincou, soltando suas mãos e o vendo dançar lentamente ao tempo que se afastava.
“Ele já está.” A beleza de um anjo sequer chegava perto da de Tetsuya, a face inexpressiva sendo quebrada por um sorriso, maior que do ruivo, e banhada pela luz do Sol que atravessara a janela. “E a fera? Está apaixonada pelo príncipe?”
Seijuro puxou o azulado de volta para si, iniciando uma valsa lenta. “Antes mesmo que ela soubesse que era amor.” E o levou para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo.
Sentiu o rosto corar, semelhante ao de Kuroko, se atrapalhando nos passos e arrancando pequenas risadas do mesmo quando pisava em seu pé. “Perdemos o ritmo.” Ele comentou, sem graça.
Seus rostos se aproximaram, tímidos e envergonhados. O ruivo escondeu o rosto no pescoço do menor, inspirando o cheiro adocicado que ele exalava. “Sabe de uma coisa.” Começou, sentindo Tetsuya acariciar sua cabeça e responder murmurando. “Eu te amo.” Sussurrou apesar dos dois estarem sozinhos. “Tanto.”
Kuroko escondeu um outro sorriso. “Sabe de outra coisa?” afastou o maior, olhando em seus olhos, um vermelho sangue vivo e o outro dourado como o outro. A música que iniciara tudo voltou a tocar. “Não me importo com o País das Maravilhas.” Aumentou o volume com o controle. “Estar com você já é melhor que um país de loucos.” Sorriu.
“Está me chamando de louco, Tetsuya?” Aproximou seus rostos, o olhar afiado com uma pitada de brincadeira, o desafiando.
“E se estiver?”
A distância entre seus lábios fora cortada, a língua do ruivo invadindo a cavidade úmida, explorando cada centímetro já conhecido. Não precisava de permissão para tal, o azulado já lhe dera o passe a tempos.
Afastaram-se, ofegantes apesar do pequeno beijo de desafio, e Akashi mirou a íris de tonalidade azul clara de Kuroko, esse que suspirou, retribuindo o olhar.
“Arrependerá -se, Tetsuya.”
Não notaram quando a música parara, e pouca diferença fazia no momento. Os únicos sons que precisavam e desejavam ouvir saía unicamente da boca um do outro em meio a luxúria que passaram a compartilhar.
“Veremos, meu rei.”
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[Não revisada]
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