Desejo Oculto - TDA escrita por Débora Silva


Capítulo 20
《 Capítulo vinte 》


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores, mais um... ♥



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— Você está bem? - beijou seu braço a acariciando.

Victória respirou fundo e por alguns minutos ficou em silêncio porque não estava nada bem e não sabia quando iria ficar. O que Osvaldo tinha feito com ela nunca pensou passar em sua vida, virou para a mãe com os olhos rasos pelo choro que queria vir e disse:

— Por que estava beijando aquele homem? Quem é ele? - foi direta e Julia arregalou os olhos sem saber se poderia dizer a verdade para ela naquele momento.

Era algo tão complicado de se explicar que ela ficou em silêncio, como iria dizer a ela que era o homem que ela amava? Como contar que Ângelo era muito mais que seu amor e o pai dela? Era muita informação naquele momento em que Victória estava destruída sentimentalmente.

Victória por outro lado sentia que algo não batia e que a mãe poderia sim mentir para ela naquele momento por medo, estavam a tanto tempo longe que não tinha se quer percebido que a mãe estava tão mudada. Ela tinha um amante e queria entender em que momento ela tinha deixado de amar o pai, sabia que Afonso não era um bom homem, mas trair? Não parecia o estilo de vida de sua mãe.

— Não minta pra mim... - falou por fim. - Eu quero a verdade!!!

— Minha filha, você está preparada pra ouvir a verdade?

— Eu prefiro que me diga a verdade, eu preciso somente da verdade!!! - se ajeitou na cama melhor.

Julia respirou fundo e começou...

— O nome dele é Ângelo e nos conhecemos a vida inteira, pra ser mais precisa a 35 e cinco anos... - disse com calma sentindo o coração acelerar.

— E como eu nunca o vi? - perguntou curiosa.

— Você já o viu, mas era muito pequena pra se lembrar, ele ficou fora do país por muito tempo a trabalho e quando voltou me procurou e você o conheceu, tinha uns cinco anos e desde então...

— Vocês são amantes... - a interrompeu.

— Sim... - abaixou os olhos.

— Por que não separa? Por que ainda está com meu pai se quer estar com esse homem? - queria entender a mãe.

— As coisas são mais complicadas do que parecem e eu não consigo deixar Afonso...

— Você ama meu pai? - sentou na cama e tocou o rosto sentindo um pouco de dor.

— Eu não sei mais se é amor... - foi verdadeira. - Afonso é um homem rude, amargo, mas comigo sempre soube respeitar.

— E esse homem? O que ele é pra você?

Os olhos dela brilharam naquele momento em que ela pensou em Ângelo e em tudo que eles dois tinham vivido juntos. Era uma vida juntos e ela o amava com loucura, mas não tinha coragem de largar Afonso.

— Ângelo representa tudo de melhor que eu tenho nessa vida. - tocou de leve o rosto da filha. - Ele é um homem maravilhoso e você vai amar conhecer. - sorriu.

— Ele me salvou... - sentiu o coração acelerar.

— Ele te salvou e te salvaria quantas vezes mais fosse preciso porque ele te ama e... - não conseguiu terminar.

Victória sentiu naquele momento que tinha muito mais coisas a ser dito por ela, sentiu um arrepio pelo modo como a mãe usava as palavras e pelo que se passou em sua cabeça.

— O que quer me dizer? O que? - respirou alto olhando nos olhos de sua mãe. - Mamãe, ele...

— Ele é o seu pai, Victória... - falou já deixando as lágrimas rolarem e no mesmo momento Victória saltou da cama sem conseguir assimilar aquela informação. - Minha filha... - ia falar mais com um gesto de mão ela se calou.

Victória caminhou pelo quarto depois que sua mãe se calou e deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto enquanto em sua cabeça se passava muitas coisas. Não era possível que aquilo era verdade, não conseguia acreditar e depois de minutos em silêncio ela parou e olhou sua mãe na cama chorando.

— É por isso que ele me odeia? - se referia a Afonso. - É por isso que ele nunca me deu amor? Por isso ele só quer saber do meu dinheiro? - falou c desespero e Julia ficou de pé.

— Ele não sabe... Nunca soube. - ficou frente a ela. - Ele acha que você é filha dele e eu também não entendo porque ele é assim com você... - falou sofrida não querendo que ela sofresse, mas era tarde demais.

— Você não podia ter me escondido isso. - gritou sentindo o corpo todo doer. - Me enganou a vida inteira, me deixou crescer pensando que um era meu pai, mas que na verdade não é. Quando você iria me contar? - estava nervosa e com os olhos crucificação a mãe. - A senhora viu o quanto sofri naquela casa até que fui embora, sempre quis amor de pai e ele nunca me deu, a senhora via e não me disse nada.

— Me perdoe... - chorou mais ainda com as mãos a frente do corpo. - Eu não sabia como contar, eu não sei se iria contar... - foi verdadeira e Victória se afastou dela com o rosto banhado em lágrimas.

— Ele também não me ama porque nunca se quer me procurou... - constatou.

— Não fale o que não sabe. - o defendeu. - Ele não se aproxima por respeito a mim!!!

— Nunca lutou por mim mesmo sabendo que eu sou a filha dele... Nunca. - estava em desespero total com aquela notícia e com tudo que tinha acontecido momentos antes.

— A culpa é minha, somente minha. - soluçou e foi a ela segurando em suas mãos. - Me perdoe minha filha.

Ela tirou as mãos das dela e disse seria.

— Me deixe sozinha.

— Eu...

— Eu não quero mais ouvir, eu não quero. - gritou virando de costas e Julia engoliu o choro e mesmo não querendo ir, se foi respeitando o momento de sua menina.

Julia sabia que aquele não era o momento para se falar, depois de tudo que tinha acontecido a ela, mas Victória tinha a surpreendido e ali estava o resultado. Uma vida de mentira era nisso que Victória pensava depois que ouviu o barulho da porta se fechar, ela podia sentir o coração bater na boca tamanho o nervoso e o desespero que ela sentia naquele momento.

Ela viu seu celular tocar e caminhou até ele, era Heriberto, mas naquele momento não tinha forças para falar e apenas deixou que o celular tocasse até que ele desistisse. Não conseguia parar de chorar e se sentou na cama soluçando pensando, ou melhor, tentando achar uma saída para aquela situação toda.

Ela tinha um pai, um pai que esteve por perto a vida toda, mas se quer se fez presente, teve um outro pai que esteve ali sempre perto mais a renegava de todos os modos. Victória se perguntava se ele sabia e por esse motivo não a queria, mas por outro lado a mãe tinha dito que ele não sabia, mas por que então ele não a amava? Por quê? Queria entender, mas naquele momento não tinha forças pra nada e deitou na cama agarrada ao travesseiro tentando recordar do rosto do homem que tinha a salvado e que era o seu pai...

     

Julia desceu para a sala e sentou no sofá deixando que as lágrimas rolassem por seu rosto, pegou o telefone e ligou para Ângelo que atendeu no quarto toque.

— O que aconteceu? - falou com a voz cansada. - Nossa filha está bem?

Sempre que ele dizia assim ela sentia o coração apertar porque sabia que estava errada em tê-los afastado, mas não poderia mais chorar ou se lamentar, estava feito e o máximo que podia fazer naquele momento era esperar o "castigo" que viria de suas escolhas.

— Ela já sabe de você... - foi somente o que conseguiu dizer.

— O que? - falou sem entender direito.

— Victória já sabe que você é o pai dela. - soluçou seu choro.

— Eu estou indo... - e sem mais desligou e ela apertou o telefone contra o peito, aquele dia estava longe de terminar...


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