O Dom escrita por Muladhara


Capítulo 1
A Morte da Magia


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo é um flashback, apenas um prólogo pra que a história futura possa ser interpretada de um outro ponto de vista. espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769596/chapter/1

Prólogo – A Morte da Magia.

1800.

Vendectar correu pelas ruínas de Rubrestela enquanto os fortes ventos da noite puxavam suas vestes. Atrás de si, podia escutar os outros bruxos aproximando-se, perseguindo-o. Tropeçando em escombros, o homem caiu. Rubrestela foi campo de batalha de grandes guerras, e por isso em seu subterrâneo deveriam ter vários corpos.

Desesperado, ele enterrou a mão sob a terra úmida do local e ergueu a cabeça. Os amuletos que carregava tremeram enquanto o círculo mágico formava-se com o sangue há muito tempo seco dos que morreram em batalha; agora líquido e brilhante, escorrendo pelo solo. Um campo de força foi conjurado e duraria tempo suficiente até ele fazer o que queria, ao menos era o que Vendectar esperava.

 Entoando cânticos antigos e proibidos, sentia todas suas artérias vibrando enquanto o que lhe restava de energia esvaia-se de seu corpo e adentrava o círculo. O chão tremia levemente enquanto os mortos despertavam de seus sonos. Claro que ele não teria tempo de consertar todos aqueles corpos, mas esperava que os esqueletos dos bruxos guerreiros mantivessem seus perseguidores ocupados.

A necromancia era uma magia proibida, sempre foi; desde o começo dos tempos. Ou ao menos era o que foi espalhado aos jovens bruxos, que repetiram essa história durante tempo demais, mas Vendectar descobrira que não era verdade. Antigamente, a magia era tida como uma das mais poderosas e simbolizava a vida eterna, ressurreição e uma forte conexão entre bruxos com seus ancestrais; até ser transformada em tabu e proibida.

 Por causa disso os bruxos necromantes morriam, perseguidos pelos demais. Vendectar foi o primeiro em vinte e cinco anos à nascer, e temia ser o último. Com suas forças já gastas e poderosos bruxos em seu encalço, ele tinha a certeza que iria morrer, mas precisava deixar o seu legado; um símbolo de poder e existência.

Os esqueletos surgiram. Um por um, foram tomando forma; reerguidos pela magia. Trinta deles estavam parados, esperando ordens do seu novo mestre. Ele transmitiu a mensagem rapidamente, e as criaturas foram ágeis em atacar seus inimigos. Fora do círculo de proteção, ele podia ver os ataques dos magos, tentando acertá-lo.

Com o resto de sua energia vital, Vendectar respirou fundo e proferiu sua maldição. Seu espírito ficaria aprisionado, mas o nascimento do próximo necromante o despertaria, para que ele conseguisse se vingar dos homens que em um breve futuro o assassinariam. 

A palavra estava dita.

O círculo mágico sumiu, os esqueletos caíram e a visão do necromante começara a ficar turva. Toda a sua magia, toda a sua energia, estava tudo acabado. Tudo o que sobrara era a maldição e seu corpo cambaleante.

A morte foi rápida, ao menos isso. Uma lança enfeitiçada atravessou seu coração e o bruxo caiu, perdendo os seus sentidos. Conseguia escutar os passos dos executores, mas era como se fosse tudo muito distante. Seu espírito desprendeu-se do corpo e mergulhou nas terras de Rubrestela. Sentia forças superiores o segurando, aprisionando-o.

 Surpreendeu-se ao perceber um sorriso formando-se em seus lábios; tinha a esperança de que um dia o próximo necromante descobrisse seu dom, e assim o homem despertaria.

Fechou os olhos.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

deixem seus comentários para ajudar no desenvolvimento da história szsz



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Dom" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.