Jardim da Falsidade

Da bela rosa cai a primeira pétala.
Uma lágrima do coração ferido
Pelos seus iguais de forma singela,
A agressão que não possui sentido.
A fúria só por ela ser uma rosa bela,
No mundo onde só o lírio é permitido.

A segunda pétala despenca no ar
Pela incerteza de só saber duvidar,
Pela tristeza de talvez não ser amada
Pelas críticas e sempre ser odiada,
Pelo medo que recai sobre sua mente,
Pelo sofrimento mais que iminente.

A terceira pétala recai sobre a terra.
Nesse mundo ninguém jamais erra?
Não que seja errado florescer rosa,
Mas toda rosa precisa ser formosa?
Nascida diferente entre seus iguais,
Branca ou vermelha, de mesmos finais.

A quarta pétala seca pelo forte calor,
A agressão invisível vinda de todo lado
Que oprime a flor e encoberta o agressor,
Desprezada e tratada pior que qualquer gado.
Pisada e estraçalhada sem o menor pudor,
Não a deixam até que a tenham acabado.

A quinta pétala é arrancada sem dó
A sexta pétala é arrancada sem dó
A sétima pétala é arrancada sem dó
A oitava pétala é arrancada sem dó
A nona pétala é arrancada sem dó
A última pétala é arrancada sem amor!