The Bride escrita por Lady Nymphetamine


Capítulo 6
E Assim Viveram




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Amy adorava receber pessoas em casa. Não precisava haver um motivo, ela inventava ocasiões especiais, oportunidades, apenas para juntar os amigos na piscina ou na sala de lareira, as vezes para assistir televisão ou jogar em um de seus consoles. A questão era que ela gostava de ter a casa cheia e, com a chegada de Pamela, isso ficava mais complicado. A loira passava a maior parte do tempo, durante os primeiros dias, enfrentando sua crise depressiva com filmes e seriados, período que Amy fez questão de estar ao lado dela sempre que possível e não fosse atrapalhar no seu trabalho. Quando foi melhorando, depois de algumas semanas, a ex-prostituta passou a frequentar a piscina e até a academia da casa. Ela era linda e nem mesmo depois de ter ficado abatida deixara de ser. Parecia que se erguia mais bonita, mais forte, renovada. Isso deixava a ruiva feliz e orgulhosa.

Depois de um tempo, Pam conseguiu um emprego em um shopping na vizinhança, providenciado por Amy, que conhecia a dona da loja e colocou a loira de vendedora. Agora com a vida mais encaminhada, estava na hora de dar um passo ainda maior no relacionamento e admitir para os amigos o que estava acontecendo.

— Então, quando vou conhecer o seu novo namorado super secreto? - Rachel perguntava ao telefone.

— Esse domingo, aqui em casa - Amy respondeu.

— Ora, saiu do casulo! - A amiga brincou. - Finalmente superou o babaca do Petter e vai voltar a reunir a galera pra festas?

— Vou sim! - A outra falou. - Festa na piscina. Chame aí todo mundo que tem que chamar, cada um traz uma bebida e eu cuido da comida, ok?

Tudo combinado, desligou a ligação, tornando a se deitar na cama, a cabeça sobre o ombro de Pam, que logo se esfregava na ruiva parecendo um gato manhoso.

— Tem certeza disso? - Perguntou tocando-a no rosto com carinho.

— Tenho sim.

A resposta de Amy veio com um beijo para confirmar suas palavras. O gesto ia se tornando quente, sensual, e o que começou como um simples pousar de lábios se tornava uma guerra de línguas. Roupas iam para o chão enquanto os corpos se entregavam ao prazer, exatamente como estava sendo em quase todas as noites desde que Pam começara a melhorar do vício e a se aceitar. Elas se amavam e usavam todo o tempo juntas entre carícias e palavras românticas. O passado estava enterrado, elas fariam o seu futuro.

Chegava o domingo e a loira fumava frenética na cozinha enquanto assistia Amy trabalhar com a cozinheira. 

— Você vai deixar a comida fedendo - esta reclamava cortando temperos com uma grande faca.

— Acho que eles vão reparar em outras coisas que não a comida - a resposta era mau-humorada.

Pam deixou a cozinha e foi para o seu quarto na casa, um ambiente que funcionava muito mais como um closet para as suas poucas coisas, visto que dormia todas as noites no quarto principal. Ela tomou um banho demorado, tirando o cheiro de nicotina, como Amy havia pontuado. Por mais que fingisse que não se importava, ela prestava muita atenção no que a outra falava e levava em grande consideração. Debaixo d’água, repetia para si mesma várias vezes que não poderia estragar esse momento, que precisava que tudo saísse dentro dos conformes, ou a ruiva jamais a perdoaria. A última palavra ecoava em sua mente, a necessidade da aprovação era tão grande que a machucava em seu peito por nenhum motivo além do amor que construíra por Amy. Agora seria o seu grande desafio, convencer aos outros que estava mudada.

Deixou o chuveiro e retornou para o quarto, colocando um bonito biquini azul escuro, coberto apenas por um fino robe que pouco escondia de seu corpo. Se havia uma coisa que Pam sabia muito bem sobre si, era que se tratava de uma mulher muito bonita, o bastante para parar todo um cômodo e dobrar pessoas aos seus pés. Se utilizaria disso. Por essa razão, arrumava os cabelos demoradamente, deveria chegar impecável.

No andar de baixo, a campainha tocava e Amy, também já vestida para a ocasião, ia abrir a porta. Rachel chegava com mais umas dez pessoas, um agradável encontro no jardim, ou, como a dona da casa suspeitava, haviam combinado para dar início à festa. Seguiram atravessando o jardim e indo para a parte de trás do terreno, onde se estendia um quiosque com churrasqueira, um balcão com as entradas e aperitivos para aquele encontro, além de mesas, cadeiras e, claro, a piscina. Os amigos foram colocando as bebidas sobre a superfície e um deles abria os trabalhos servindo os copos para todos.

— Então, cade? - O rapaz perguntou entregando uma batida para Amy.

— Se acalme, Andy. Deve estar ainda se arrumando - ela falou tranquila, tomando um gole.

— Tanto mistério dá até medo! - Uma das garotas falou após entrar na água.

— Maggy, não é nada de mais - Rachel defendeu a amiga. - Tenho certeza - embora aquilo parecesse meio forçado de se dizer.

— A festa vai começar!

O anúncio foi aleatório, feito por Andrew enquanto olhava para dentro da casa, fez com que algumas pessoas virassem as cabeças. Lá estava Pamela, chegando na área da piscina com o seu robe aberto, exibindo o corpo escultural, os cabelos esvoaçantes, óculos escuros e saltos altos, como uma modelo para um ensaio sensual. Não era apenas Andrew, mas outros homens sorriam, parecia que havia um pensamento comum em mente de aprovação da sua presença. Pam então se aproximou de Amy e a beijou com carinho no rosto, ao que se voltou para os outros:

— Desculpem-me, garotos, mas eu agora estou fora do mercado.

A ruiva sorriu, sabia que aquela não era uma explicação suficiente e, embora fosse muito divertido brincar com as reações dos seus amigos, ela não iria deixar o suspense se prolongar por mais muito tempo sem necessidade:

— Ela é minha namorada. Rich, Phil, Sam, muito obrigada por me apresentar a ela.

O largo sorriso da garota deixava os rapazes ainda mais constrangidos. Ela sabia, Pam já contara, que Richard e Samuel haviam sido seus clientes, sendo que o último era um tanto assíduo. Esta informação deixara a ruiva um pouco desconfortável, mas não o suficiente para ser algo impeditivo ou que a incomodasse até então. Em verdade, escolhera deixar de lado, como tudo o mais que estavam jogando para trás e enterrando com a consciência limpa. Aquilo havia sido trabalho e nada mais, em um tempo no qual as duas nem sonhavam em se conhecer.

O momento desagradável se foi quando Maggy começou a rir, jogando água da piscina em Amy, que estava sentada logo na beirada, ao que disse:

— Você tem que entrar na água e você - se voltava para Pam - tem que me dizer como faz pra manter esse corpo!

A tensão passara e o ambiente ia se descontraindo lentamente. Alguns aceitavam a ideia, não eram suas vidas para julgar, outros nem tanto, pois o amor pode tornar as pessoas protetoras, mas em algo todos teriam que concordar naquele momento: independentemente de com quem estivesse se relacionando ou quais fossem as possíveis implicações futuras deste gesto, Amy estava feliz. 


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Notas finais do capítulo

Fim! Obrigada a todos que acompanharam, seus comentários serão muito bem-vindos!



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