Rokuki no Sensou Batalha dos 6 Reinos escrita por zariesk


Capítulo 1
Capitulo 01 – Linha de Frente.


Notas iniciais do capítulo

Começando agora esta nova fic, como já mencionado antes ela só segue o mangá/anime até o fim da batalha contra Aizen, a partir disso tudo é original.
Eu estou considerando que os leitores leram o mangá até pelo menos a parte citada, então naturalmente eles conhecem todos os personagens principais, se houver qualquer duvida sintam-se livres para perguntar qualquer coisa.
Quanto aos personagens originais eu darei descrições ou imagens deles a medida que for possível, para mais informações acompanhem a minha pagina no facebook.



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Capitulo 01 – Linha de Frente.

— É inútil Zaraki, eles não param de vir! – gritou um jovem de cabelos prateados.

— Deixe-os vir, eu só estou começando! – gritou o homem agitando sua espada.

Ao redor destes dois uma pilha de corpos se acumulava e continuava a crescer, por todo o campo de batalha corpos tornavam cada vez mais difícil ver o chão, eram corpos de shinigamis dos 13 esquadrões e também corpos de inimigos contra os quais eles batalhavam.

Os inimigos em questão usavam armaduras de samurai, tinha a pele vermelha e faces distorcidas, pareciam bestas selvagem que também exalavam maldade e inteligência, e como dito antes eles avançavam às centenas, quando mais mil deles apareceram o enorme shinigami de cabelo selvagem e tapa-olho se empolgou, o capitão da 11º divisão poderia se banhar em sangue  o quanto quisesse.

— Eu sempre soube que o Zaraki era imprudente – dizia um homem de cabelos longos e brancos – mas isso supera qualquer expectativa.

Os capitães da 10º e 13º divisão assistiam o companheiro massacrando os inimigos, mas por mais que ele matasse os inimigos mais deles continuavam aparecendo e o atacando, chegou ao ponto que dezenas deles saltaram sobre Zaraki enterrando-o com seus corpos, os outros dois capitães ficaram assustados com isso, até que Zaraki literalmente os chutou para longe, seu corpo no entanto estava cheio de buracos pelas katanas.

— Ukitake-taicho! Estamos com problemas! – gritou um dos seus ajudantes – todas as unidades foram dizimadas, não restou ninguém!

— O que!? Até os homens do Zaraki? – perguntou Hitsugaya assustado.

— Parece que os oficiais conseguiram recuar, mas os soldados foram todos mortos – respondeu o ajudante – a tenente Matsumoto também recuou antes, qualquer um que ainda está vivo está recuando.

Os céu vermelho agitou-se com uma nuvem negra que surgiu repentinamente, depois disso relâmpagos começaram a cair pelo campo de batalha, atingindo tanto os demônios de armadura como os shinigamis, os capitães naturalmente se esquivavam dos relâmpagos, Zaraki por outro lado os cortava com sua zanpakutou, foi quando uma figura desconhecida foi vista no alto de uma colina, alguém que se vestia de maneira muito parecida com eles, mas com mantos vermelhos com símbolos flamejantes negros.

— Os atuais capitães são valorosos, conseguiram segurar até agora – dizia alguém vestido de forma semelhante aos capitães – mas este é o nosso momento, ninguém poderá nos impedir dessa vez.

— Droga, um deles apareceu – disse Ukitake preocupado – temos que recuar agora.

— Vocês podem ir pra onde quiserem, eu só vou voltar com a cabeça daquele infeliz! – respondeu Zaraki mostrando um sorriso insano.

Um novo exército inimigo apareceu, tratavam-se de seres semelhantes aos anteriores, mas com a mesma altura do Zaraki e ostentando 4 braços, alguns deles usavam lanças longas enquanto outros usavam conjuntos de katanas, eram milhares deles avançando como uma onda na direção dos três capitães.

— Atenção todos os shinigamis em batalha, foi emitida uma ordem de retirada – disse uma voz ressoando no ar – todos que ainda estiverem em batalha recuem imediatamente, repetindo: recuem imediatamente.

— Você ouviu Zaraki, são ordens do comandante – avisou Ukitake.

— Ele pode ir pra...

— É hora de ir embora – disse Hitsugaya puxando-o por uma corrente.

Hitsugaya e Ukitake começaram a arrastar Zaraki de volta amarrado em correntes, o outro gritava e esperneava enquanto era arrastado, mas ninguém daria ouvidos a ele já que estavam sendo perseguidos pelo exército inimigo, quando estavam quase sendo alcançados uma onda de pétalas brilhantes se entrepôs entre eles e os inimigos varrendo-os violentamente, os três shinigamis olharam na direção de onde veio o ataque e viram o responsável.

— Kuchiki-san! Você veio! – disse Ukitake satisfeito.

— A 3º, 5º e 6º divisão estão auxiliando na retirada – respondeu o outro impassível – tudo porque vocês não foram capazes de conte-los aqui.

— Sentimos muitos por isso, os números deles excederam qualquer previsão – respondeu Ukitake enquanto Hitsugaya amordaçava Zaraki que gritava de raiva.

Eles poderiam ter vencido a horda inimiga se tivessem usado o poder total de suas armas espirituais, mas uma das ordens que receberam foi que lutassem ao máximo com somente a shinkai, pois o plano precisava de estabilidade total, se o capitão da 6º divisão usou sua bankai significava que o plano finalmente estava completo.

— Hei vocês, não vão achando que podem ir embora assim! – gritou um novo inimigo que apareceu como o primeiro – no meu tempo as 13 divisões lutavam até a morte!

— Por favor não insulte nossos convidados – pedia uma mulher vestida como o outro – eles tiveram a ousadia de vir até aqui, então são dignos de respeito.

— Isso ficou pior do que eu imaginava – comentou Hitsugaya – três carcereiros apareceram.

— Nosso rei dará as boas-vindas a vocês quando morrerem – dizia a mulher sacando suas duas espadas.

Nisso um pilar de luz subiu aos céus provocando um tremor, os inimigos ficaram confusos com o acontecimento enquanto os shinigamis se reuniram, Zaraki que estourou as correntes queria ir atacar mas a bankai do Byakuya circulou o grupo como uma barreira.

— Parece que o Kurotsuchi-taicho conseguiu a tempo – comemorava Ukitake aliviado.

A barreira de pétalas se dispersou e não havia mais ninguém ali, uma técnica secreta os havia levado para muitos quilômetros dali em segurança, já os três inimigos se reuniam junto com seu exército.

— Parece que eles nos pegaram – dizia o primeiro que tinha surgido.

— Não tem problema, isso é só um atraso temporário – respondeu a mulher – tudo o que eles podem fazer é ganhar tempo.

Enquanto isso os capitães ressurgiam no que parecia ser uma base militar improvisada, tinha um formato octogonal com um prédio no centro, de onde seria o telhado do prédio o pilar de luz continuava pulsando e espalhando sua energia, outros três capitães estavam no local bem como seus respectivos tenentes.

— Bem-vindos de volta nii-sama, Ukitake-taicho – cumprimentou uma jovem de cabelos negros que foi até eles – vocês também Hitsugaya-taicho, Zaraki taicho.

— hunf, por que tivemos que recuar quando estava ficando bom? – reclamava Zaraki entediado.

— Você não ouviu nada do plano? Esta batalha toda foi para instalar este sistema – dizia Hirako Shinji capitão do 5º esquadrão – precisamos assegurar este espaço custe o que custar.

Metade dos esquadrões do Gotei13 foram enviados para esta batalha, incluindo a divisão de pesquisa do 12º esquadrão, este que permanecera nas instalações estava desesperadamente construindo uma maquina que emitia este pilar de luz, o objetivo era selar completamente esta dimensão de transição, um lugar que sempre foi palco de batalhas entre os shinigamis e os terríveis invasores do inferno.

— Como foram as coisas lá? – perguntou o capitão do 8º esquadrão.

— Apareceram três carcereiros – respondeu Hitsugaya pegando uma toalha com sua tenente.

— Três!? Eles estão vindo com tudo dessa vez – disse Kyouraku surpreso – normalmente só um aparece neste espaço.

— Alguma coisa mudou, eu suspeito que eles estão confiantes por causa da guerra que travamos contra Aizen e seus espadas – disse Ukitake pensativo – nas 5 vezes que nos confrontamos o Gotei13 estava em seu poder máximo, e ainda havia aqueles outros caras.

— Falando nisso, como estão os outros espaços? – perguntou Shinji.

— Por incrível que pareça está tudo tranquilo até agora, ainda não deram as caras – respondeu Kyouraku – bem, depois de perder os espadas eu não acho que o Hueco Mundo vai fazer algum movimento dessa vez.

— Ainda faltam dois inimigos darem as caras, essa guerra vai ser terrível – dizia Hitsugaya.

— Vocês não param de falar! Se eles vierem só precisamos corta-los em pedacinhos! – reclamou Zaraki.

— Ora ora, vocês deveriam ser gratos ao meu dispositivo de barreira – dizia um outro capitão chegando agora – graças a ele vocês podem respirar aliviados agora.

O capitão que chegava era o líder da divisão cientifica e também o capitão do 12º esquadrão, Kurotsuchi Mayuri e sua tenente que também era uma espécie de filha, criada por ele em laboratório.

— Oh Kurotsuchi-san, muito obrigado pelo seu esforço – agradecia Kyouraku com um sorriso amigável – você e sua equipe conseguiram montar este lugar inteiro em metade de um dia.

— Também pudera, com a gente se arrebentando na linha de frente – dizia Shinji suspirando – e então? Quanto tempo a barreira vai durar?

— Um ano – respondeu Kurotsuchi sem cerimonias.

— Um ano!? Toda essa trabalheira e sacrifícios pra ganhar só um ano!? – disse o capitão com cara de espanto.

— Você prefere enfrenta-los hoje? Eu posso remover a barreira se você quiser – disse o capitão mais bizarro do Gotei13.

— Não não, um ano tá bom demais – disse ele fazendo uma cara engraçada.

— Das outras vezes tivemos que lutar contra eles na marra, agora estamos formulando um plano – respondeu Kyouraku – vamos fazer o possível nesse um ano de trégua, assim asseguramos outros mil anos de paz.

— Isso não basta, precisamos de uma vitória total dessa vez – dizia o capitão Byakuya – as coisas são diferentes agora, o mundo humano não vai sobreviver se eles chegarem até lá.

— Calma calma, o comandante está trabalhando nisso – disse Kyouraku – eu tenho certeza que ele não gosta de lutar com esses caras a cada mil anos tanto quanto você não gosta na sua primeira vez.

— Pensando nisso, é a primeira vez pra quase todos os capitães – comentou Rukia – quantos de vocês passaram por isso da última vez?

Kyouraku e Ukitake ficaram meio sem graça de pensar nisso, tecnicamente só o comandante Yamamoto e a capitã Unohana do 4º esquadrão lutaram na última guerra, os dois ainda eram crianças em treinamento e mesmo que fossem prodígios nem sonhariam de lutar na guerra milenar, ao longo do milênio os capitães foram mudando devidos aos vários conflitos internos e externos.

— Então temos um ano não é? – dizia o tenente do 5º esquadrão Abarai Renji – é tempo mais que suficiente pra ficarmos mais fortes e chutarmos as bundas desses... como chamam mesmo?

— Carcereiros, aqueles que proteger e ao mesmo tempo dominam o inferno – respondeu Ukitake – e eu não sei se um ano basta, pra você ter uma ideia da força deles, basta imaginar que cada um deles seria um desafio até pro nosso comandante, e há 9 deles no inferno.

Renji engoliu em seco ao ouvir isso, isso significaria que cada um desses carcereiros seria tão forte quando Aizen antes deste se fundir com o Hogyoku, um cara que sozinho podia enfrentar vários capitães, claro que os shinigamis ficaram mais fortes nestes dois anos após a batalha contra Aizen, mas ainda assim ninguém tinha a confiança de que alcançaram a força dele.

— Se esses caras são tão fortes por que ainda não dominaram tudo? – perguntou a tenente do 5º esquadrão Hinamori Momo.

— Não é tão simples assim, eles são caras especiais, antigamente só enviavam um ou dois no máximo, mas desta vez enviaram três – dizia Ukitake – se alguma coisa aconteceu no inferno talvez eles tenham ganho mais poder pra enviar seus carcereiros, de qualquer jeito a única coisa que os segura é que eles não podem ficar longe do inferno por muito tempo.

— Por isso eles tentam trazer o inferno com eles, mas mesmo que queiram conquistar tudo eles não podem fazer o que quiserem – disse Kyouraku – esta dimensão é a linha de frente, metade do caminho entre os mundos, aqui é onde será travada a batalha.

— Temos novas ordens do comandante, a partir de hoje três de vocês ficarão aqui o tempo todo pra impedir as pequenas invasões – dizia o capitão Kurotsuchi – os turnos serão revezados, de qualquer jeito agora é ordem de mobilização total.

— Mobilização total não é? Não acontecia desde a guerra contra o Aizen – comentou a tenente do 10º esquadrão Matsumoto, vamos ficar bem?

— Se ainda tivéssemos o Ichigo... – comentou Renji pensativo.

— Kurosaki Ichigo já fez a sua parte, não podemos depender dele pra sempre – dizia o capitão Byakuya – este é um assunto do Gotei13 e não dos mortais.

Os tenentes receberam ordens de repassar as ordens e informações para os soldados, os capitães foram ter uma reunião para transmitir as informações ao comandante, exceto Zaraki que simplesmente tomou o caminho pra fora da base pra varrer os inimigos restantes, acompanhando-o estavam sua tenente e seus dois oficiais.

— Bom, seria mais legal se o Ichigo estivesse aqui – disse Madarame Ikaku – será que ele dava conta de um desses carcereiros?

— Não importa, se um deles aparecer na minha frente eu corto – respondeu Zaraki – e não adianta pensar no Ichigo, sem seus poderes ele é só um mortal qualquer.

— É impressão minha ou o capitão está com saudades dele? – perguntou seu outro oficial Yumichika.

Os dois pararam de andar quando Zaraki começou a emitir uma aura assassina, eles não sabiam dizer se estava com raiva do comentário ou se foi por ver alguns inimigos aproximando-se da base, mas em todo caso a batalha continuaria, e todos concordavam que seria mais interessante se o Ichigo estivesse com eles.

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(uma semana depois)

— Dormindo na aula de novo Kurosaki? – reclamou a professora.

— Desculpe professora, meu trabalho foi puxado – respondeu o outro erguendo a cabeça e bocejando.

— Espero que não se repita – disse ela severamente.

— Não conte com isso – respondeu ele ainda com um olhar de peixe-morto.

Os outros alunos riram quando a professora começou a rosnar, Kurosaki Ichigo dormia quase sempre na aula dela, agora com 18 anos ele dividia seu dia entre estudar na escola e seu emprego temporário, tudo para agilizar o seu futuro.

— Kurosaki-kun, qual é o seu trabalho dessa vez? – perguntou sua amiga Orihime num tom baixo do seu lado.

Inoue Orihime estava com ele este ano também, dois anos atrás ela se envolveu nos assuntos shinigami e correu muitos perigos, mas ela também ajudou a proteger a cidade de Karakura bem como a derrotar os Arrankas, atualmente ela se concentrava nos estudos mas de vez em quando se envolvia com os Hollow que apareciam na cidade, Ichigo que não tinha mais poder espiritual não conseguia sequer percebe-los, quanto mais enfrenta-los, por isso ele ficava preocupado quando ela relatava que derrotou algum Hollow.

— Estou numa transportadora junto com o Chad – respondeu ele – aquele monstro carrega 6 caixas quando eu só consigo carregar três.

Yasutora Sado era outro colega do Ichigo, um homem alto e de pele escura, no passado ele sofria bullying por ser mestiço com latinos mas atualmente isso já foi superado, ele também desenvolveu poderes espirituais e lutou na mesma guerra que Ichigo e Orihime, e assim como Orihime ele protegia a cidade agora que seu amigo não era mais um shinigami.

Depois da aula os três saíram juntos e conversando, Orihime agora trabalhava em uma confeitaria e muitas vezes trazia os pães que sobravam, agora mesmo ela dividia uma sacola cheia com os amigos quando avistou mais um companheiro da guerra contra os Hollows: Ichida Uryuu.

— Ah Ichida-kun! Indo pro cursinho? – perguntou Orihime empolgada – quer um pão doce?

— Eu agradeço – respondeu o outro pegando o pão ofertado por ela – vocês estão indo para o trabalho agora?

— Sim, vamos fazer hora-extra hoje – respondeu Ichigo – mas em troca vamos pegar o fim de semana livre.

Eles seguiram juntos conversando sobre vários assuntos, em algum momento Orihime comentou que derrotou um Hollow que estava perseguindo um espirito errante, antigamente ela tinha dificuldades em lutar pois ela odiava causar sofrimento aos outros, mas agora ela facilmente exterminava um Hollow comum, além disso havia outros na cidade que possuíam enormes poderes, então se algo muito poderoso surgisse ela deveria recuar e deixar com eles.

— A proposito Ichida, obrigado por acompanhar a minha irmã até em casa – agradeceu Ichigo.

— Não foi nada, já estava tarde e não seria correto deixar uma dama andar sozinha – respondeu o outro ajeitando o óculos – além disso os poderes espirituais dela ficaram mais fortes, se um Hollow aparecesse iria persegui-la sem dúvidas.

Ichigo estava preocupado com suas irmãs, a mais velha Karin já conseguia ver e sentir reiatsu, sua irmã mais nova estava despertando os sentidos espirituais agora, depois que ele descobriu que seu pai era um shinigami ficou obvio o motivo de todos terem poderes espirituais.

— Eu falei com o Urahara-san sobre isso, ele está trabalhando num amuleto pra selar poderes espirituais – explicou Ichigo – mas ao mesmo tempo ele precisa proteger se algo aparecer, então está levando um tempo.

Urahara já foi um dos capitães do Gotei13 e atualmente vivia sob o disfarce de um mero vendedor de doces, mas ele podia ser considerado o homem mais inteligente entre os shinigamis, ele desenvolvia todo tipo de coisa e chegou a criar o maior motivo da ultima guerra, atualmente à pedido do Ichigo ele criava algo para proteger sua família agora que ele não tinha o poder para tal.

— ÔE Orihime!!! – gritou alguém vindo na direção deles.

— Ah Tsuki-chan! – disse Orihime acenando de volta – eu tenho que ir, eu vejo vocês na escola amanhã.

— Se cuida – disse Ichigo.

— Não volte muito tarde pra casa – aconselhou Ichida sério.

O trio ficou assistindo Orihime virar a esquina com a nova amiga, as duas trabalhavam na mesma confeitaria e por isso já eram bem próximas, mas algo que chamava a atenção é que essa Tsuki tinha um poder espiritual relativamente alto.

— Até onde eu vi ela não parece suspeita, talvez seja um dos que despertaram poderes espirituais depois do incidente com o Aizen – comentava Ichida.

— O número de pessoas assim aumentou bastante nestes dois anos não foi? – comentou Chad – três amigos da minha classe tem sensibilidade a espíritos, um deles jura que já ouviu um grito assustador num lugar que não tinha ninguém.

— Eu não sei se sou cismado, mas minha intuição diz que essa Tsuki é estranha – dizia Ichigo – mas agora eu nem tenho poderes espirituais, eu não consigo sentir nada dela.

Ichida achou isso muito irônico, depois da guerra contra Aizen varias pessoas começaram a despertar poderes espirituais, mas a única pessoa que mais merecia ter esses poderes era a única que tinha absolutamente zero de reiatsu, Ichigo sacrificou tudo para derrotar Aizen e agora não tinha mais poderes, mas em troca ele podia levar uma vida normal agora.

Depois de se separarem Ichigo e Chad foram para o deposito onde trabalhavam, Ichida foi para o cursinho pois estava se preparando pra herdar o hospital da família, ele já tinha um objetivo em mente enquanto Ichigo estava apenas começando a pensar numa carreira, trabalhar meio período era só um meio de juntar economias pro futuro.

— Kurosaki-kun, você pode ir fazer uma entrega? – perguntava o gerente – era pra ter sido feito de manhã mas por algum motivo o pedido se perdeu.

— A essa hora? Ah bem, acho que não vai muito longe do meu caminho – respondeu Ichigo.

O gerente entregou a caixa e a bicicleta de entrega pra ele, Ichigo se despediu do Chad que continuou organizando as caixas, já era de noite e logo todos iriam embora, o gerente disse que Ichigo podia ir pra casa direto depois da entrega, ele agradeceu e pegou a bicicleta e a caixa.

A entrega era num complexo de condomínios, aparentemente o cliente era uma costureira esperando seu material de trabalho, certamente perder um dia inteiro de trabalho seria um prejuízo, por isso o trabalho não o incomodava tanto, andando pelos corredores do prédio ele procurava o apartamento onde deveria entregar a caixa, ele já estava chegando quando sentiu um cheiro estranho no ar.

— Isso é gás? – perguntou-se ele – será que tá vazando?

Ichigo ficou preocupado com esse forte cheiro de gás e pensou em ver de onde vinha, mas segundos depois uma violenta explosão praticamente destruiu o corredor inteiro, por milagre ele ficou bem mas foi jogado pra longe, ironicamente todo o seu treino como shinigami parecia ter reforçado seu corpo o suficiente, sem isso talvez ele tivesse se ferido gravemente e perdido a consciência.

— Meu deus, que diabos... tinha alguém ali!? – perguntou ele preocupado.

Ainda atordoado ele levantou e começou a procurar, um apartamento inteiro explodiu e foi destruído, se havia alguém dentro com certeza tinha morrido, mas o maior problema agora eram os apartamentos vizinhos, após a explosão muitas pessoas começaram a fugir desesperadas, Ichigo por outro lado ia na direção oposta procurando feridos que não conseguissem fugir, o andar inteiro já estava em chamas depois da explosão e ficava cada vez mais difícil avançar.

— Tem alguém aqui!? – gritou ele – se tiver alguém aqui grite, eu estou indo ajudar!!

Ichigo ouviu o choro de uma criança e foi correndo na direção do choro, ao chegar no local ele viu a porta em chamas, sem pensar duas vezes ele deu um belo chute na porta derrubando-a e assim podendo entrar no apartamento, logo na sala ele viu uma mulher caída e um menino de 5 anos do lado dela, o menino chorava enquanto a mãe não reagia.

— “Por favor diga que ela está bem!” – implorava Ichigo indo até a mulher.

Ele tocou no ponto vital do pescoço para tentar sentir alguma pulsação, e infelizmente ele não sentiu reação nenhuma, ele apertou os dentes e os punhos e conteve a vontade de gritar, a mãe morrera deixando a criança sozinha, algo igual ao que acontecera com ele, o menino do seu lado chorava implorando pra ele ajudar sua mãe, mas Ichigo num movimento súbito o agarrou pra tira-lo dali, o menino gritava tentando voltar para sua mãe ao perceber que estava sendo levado pra longe dela.

— Eu voltarei pra busca-la! – prometeu Ichigo carregando-o nos braços.

Era uma promessa vazia, unicamente para salvar o menino, mas se isso pudesse mesmo que um pouco ajudar a salva-lo então ele diria qualquer coisa, e mesmo chorando o menino foi levado pelo corredor nos braços do Ichigo, ele precisava fugir rápido antes que algo mais acontecesse.

E como se o destino conspirasse esse algo mais aconteceu, outro apartamento acabou explodindo no corredor, provavelmente o fogo já estava se alastrando pela tubulação, e só se alguém conseguisse fechar o encanamento de gás que isso seria resolvido, mas até lá explosões consecutivas aconteceriam uma atrás da outra.

— Tudo bem, vamos por outro caminho – disse Ichigo pra tranquilizar o menino nos braços – as escadas de incêndio não devem estar longe!

Uma nova explosão muito mais perto aconteceu, e dessa vez uma onda de fogo veio na direção dele, Ichigo com seus reflexos apurados pelas batalhas conseguia ver perfeitamente a explosão vindo em sua direção, sua mente trabalhou freneticamente para procurar uma solução pra salvar a ambos, mas a única conclusão que chegou é que era impossível, por isso numa medida desesperada Ichigo deu as costas para a explosão e usou a si mesmo como escudo para o menino.

As chamas só foram controladas no dia seguinte, um terço do prédio desabara com as explosões, descobriu-se que a primeira explosão aconteceu no apartamento de um conhecido alcoólatra, ele deve ter dormido com uma chama ligada que apagou e deixou o gás vazando, e assim que saturou explodiu destruindo seu apartamento e os vizinhos, uma verdadeira desgraça que causou 10 vitimas e dezenas de feridos.

E entre as vítimas estava a mãe da criança que Ichigo salvou e o próprio Ichigo, ele foi encontrado na escadaria anti-incêndio do prédio, suas costas completamente queimada e um sangramento horrível, mas o que realmente comoveu a todos é que ele conseguiu levar a criança pra escadaria praticamente ilesa, ele morreu protegendo-a com seu próprio corpo.

***************************************

— Onii-chan... – dizia a irmã mais nova chorando muito.

A família Kurosaki estava assistindo ao enterro do Ichigo, uma enorme quantidade de pessoas se reuniram para este dia, além da família havia os amigos mais próximos, os colegas de turma e pessoas do prédio que vieram homenageá-lo, em especial o menino que ele salvou e seu pai que no dia estava trabalhando, o homem chorara muito a perda da esposa, mas agradeceu profundamente à família Kurosaki pelo seu rapaz ter se sacrificado pra salvar o menino, ele jurou que este gesto nunca seria esquecido e que todos os anos ele viria no aniversario prestar homenagem.

Claro, a família Kurosaki ficou muito abalada com isso, principalmente a irmã mais nova que era extremamente apegada a ele, Yuzu chorou o dia todo e quase não teve forças pra vir ao enterro, a irmã mais velha também chorava mas ela entendia que seu irmão sacrificou-se para salvar uma vida, algo que ele com certeza faria, já o pai estava triste por ter perdido o filho, mas ele como um shinigami aposentado sabia que seu filho estava bem, na verdade o fato da alma do Ichigo estar a alguns metros assistindo o próprio enterro era algo curioso.

— “Droga Kurosaki, vendo você bem aí fica difícil levar esse funeral a sério!” – reclamava Ichida em sua mente – “ao menos nos deixe chorar sua morte direito!”

A morte do Ichigo foi muito triste, mas seus amigos mais próximos conheciam o destino das almas e também o mundo espiritual, Ichigo de pé lá do outro lado era a prova que ele em breve estaria na soul Society junto com as pessoas que mudaram sua vida.

— Que droga, se matar pra salvar outra pessoa, o quão idiota você pode ser? – repreendia Rukia de pé ao seu lado.

— heheheh me desculpe, acabei fazendo você vir aqui – dizia Ichigo coçando a cabeça sem graça – depois tenho que pedir desculpas pro meu velho, vou pedir a ele pra falar com a meninas.

— Eu sinto muito Kurosaki-san, se eu ao menos não tivesse morrido... – dizia o espirito da mulher ao seu lado.

— Ah não se preocupe com isso, eu meio que já estou acostumado a isso – disse ele sem graça – se bem que dessa vez é permanente, eu é que sinto muito por você não poder se despedir do seu filho.

— Será que dá pra você se preocupar com você mesmo? Você morreu sabia!? – reclamou Rukia dando um chute nas costas dele – que merda você pensa que fez? Era pra você viver sua vida em paz depois da guerra, construir sua família e esquecer que um dia foi um shinigami!

— aaaii droga! Não é como se eu tivesse planejado, eu simplesmente agi – respondeu ele com as mãos nas costas – eu sei que fiz besteira, mas pelo menos o menino ficou vivo, foi uma pena eu não ter conseguido salvar mais uma pessoa, assim pelo menos teria compensado a minha morte, dois pelo preço de um sabe?

— Eu vou te moer de pancada.... – dizia Rukia rosnando.

— Ah bem, não fique assim, vamos falar de outra coisa – dizia ele – você virou tenente? Parabéns!

— É obvio! Depois de tudo o que eu fiz é natural que me dessem o posto vago de tenente do 13º esquadrão – respondeu ela – o Sereitei mudou bastante, você logo vai ver, agora vá se despedir dos seus amigos, daqui a pouco a gente vai embora.

Ichigo agradeceu e foi correndo se despedir dos seus amigos, na forma de espirito só aqueles que tinham poderes espirituais podiam vê-lo, os mais próximos podiam conversar com ele enquanto o funeral prosseguia, Ichida naturalmente criticou por ele ter se sacrificado, embora seria o tipo e coisa que ele próprio faria também, Chad pediu desculpas por não estar lá quando ele mais precisou, e Orihime chorou muito, ela tinha o poder de curar qualquer ferida mas não podia reverter a morte, se ela estivesse ao seu lado na hora poderia não só tê-lo protegido como também curado os feridos.

— Que rapaz estranho, ele nem se incomodou por ter morrido – dizia a mulher fantasma ao lado da Rukia.

— Ah bem, ele já passou por algo parecido antes, não se preocupe – dizia Rukia – e você? Não tem arrependimentos?

— Claro que tenho! Não poderei ver meu filho crescer, não estarei ao seu lado quando ele precisar... – dizia ela limpando as lagrimas – mas o Kurosaki-san se sacrificou para salva-lo, o mínimo que posso fazer é ir pro outro mundo de cabeça erguida.

— Sinta-se com sorte então, eu posso contrata-la para trabalhar na minha casa, é melhor que ir pro Rokugai – sugeria Rukia – eu venho a esta cidade a cada 6 meses, então eu posso dar uma olhadinha no seu filho por você.

Depois de um tempo Ichigo voltou até onde as duas esperavam, ele contou que se despediu de todos os amigos com quem ele dividia seu segredo no passado, incluindo aqueles que apenas por acaso souberam e se envolveram, Ichigo também gostaria de ter ido falar com seu pai, mas suas irmãs já tinham poderes espirituais e poderiam vê-lo, seria muito difícil aproximar-se delas, principalmente da Yuzu que não suportaria vê-lo como um espirito.

— Eu falarei com seu pai em outra ocasião, eu também darei noticias suas aos seus amigos – dizia ela – e então? Está pronto pra ir ao Sereitei?

— Não pensei que voltaria lá na forma de um espirito – dizia ele rindo sem graça – se bem que isso ia acontecer cedo ou tarde, então vamos logo de uma vez.

Rukia sacou sua zanpakutou e fez um movimento como se estivesse perfurando o ar, a lâmina desaparecia no espaço enquanto uma porta dupla de correr se materializava, a porta era o portal para o mundo dos espíritos onde os shinigamis residiam, depois que a porta se materializou completamente ela se abriu revelando um túnel preenchido por uma neblina, era o caminho pro Sereitei.

— Então vamos indo vocês dois – disse Rukia já passando pela porta – embora seja meio estranho dizer isso sejam bem-vindos as suas novas vidas.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do primeiro capitulo? Quantas fics começam com o protagonista morrendo logo de cara? Kkkkkkk
Para aqueles que me conhecem de outros trabalhos tenho certeza que já esperam grandes coisas, para aqueles que me veem pela primeira vez sejam bem-vindos ao universo zariesk (que droga de universo compartilhado é esse?)
E para aqueles que querem interagir comigo, com outros leitores ou só buscar mais informações eis a minha pagina no facebook:
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