Coração que Cura escrita por Carolina Muniz


Capítulo 6
5




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Nesse mundo, não interessa se você é o garoto mais lento da turma, ou o homem mais rápido, a verdade é que todos nós estamos correndo. Correndo de algo, correndo para algo ou para alguém. E não interessa o quão rápido você é, existem coisas de que nunca vai conseguir fugir. Algumas coisas sempre vão pegar você, sempre vão te rondar, e você não vai poder impedir.

E o que Christian não conseguiu fugir foi Anastacia. A garota havia ficado em sua cabeça de uma maneira que nem mesmo em uma simples conferência de vídeo ele conseguiu parar de pensar nela. Se ela estaria bem, se ainda estava no CTI, se continuava sorrindo daquele jeito.

Aquele sorriso era algo que ele queria ver todas as manhãs quando acordava.

É, era aquele tipo de pensamento que ele tinha referente a ela.

E não, não era nada saudável.

Ela não era uma garota comum, por isso ele precisava vê-la de novo. Precisava tanto que nem mesmo se esqueceu das palavras "quarto 207, ala B".

Ele precisava vê-la apenas mais uma vez, só para ter certeza de que ela estava bem e para não se sentir mal com o fato de não ter ido vê-la quando ela pediu. Era apenas por isso que ele estava parado no corredor da Ala B, na parede entre os quartos 206 e 207, pensando se não deveria ter se identificado para ir ao quarto dela.

Veja bem, sua mãe trabalhava naquele hospital - mesmo que nos últimos dias apenas tenha ficado no quarto de Mia - e ele era um benemérito importante também, não era como se qualquer um ali o visse como ameaça só porque ele estava no setor errado.

Christian bufou.

A quem ele queria enganar? Não era aquilo que o impedia de bater na porta.

E se Anastacia nem se lembrasse dele? E se...?

Ele queria apenas dar meia volta e voltar para o quarto de sua irmã, ou para sua empresa. E o mesmo chegou a se virar, mas logo voltou.

Ai, o que ele estava fazendo? Era só uma garota, era só entrar, dizer 'oi' e então 'tchau'.

Okay, não necessariamente isso, mas era algo assim.

Christian inspirou o ar e o soltou devagar, parou em frente a porta e levantou uma das mãos para bater.

Puxa, ele nem havia comprado um presente.

Sua mão baixou.

Que presente também? Ele nem a conhecia, o que iria comprar, afinal?

Sem deixar nada o abater novamente, ele bateu rápido na porta.

Pronto, agora não tinha volta.

A não ser que ele apenas saísse andan...

— Entre - a voz era dela, ele a reconheceu instantaneamente.

Era difícil esquecer aquele som, era doce e suave, totalmente delicado.

Ele girou a maçaneta da porta e a abriu, dando de cara com o corpo quarto branco, e a cama de hospital. Não era como se ele pudesse desviar os olhos da garota deitada que o encarava de volta, mas se ele conseguisse poderia ver os desenhos perfeitos na parede ao lado da cama, assim como as várias fotos acima, o urso de pelúcia no fim do colchão, e o notebook coberto de figurinhas de caderno em cima do criado mudo. Porém, ele não desviou o olhar do dela nem mesmo quando fechou a porta atrás de si.

Ana estava diferente de quando ele a viu pela primeira vez - há uma semana. O cabelo preto parecia mais brilhoso, e quando ela se sentou na cama ele pôde se lembrar do quanto era grande, seus olhos estavam menos opacos agora, o azul intenso continuava lá, agora mais vívidos, e seu rosto estava corado, a palidez ainda existia - talvez pode não tomar tanto sol quando uma pessoa normal - mas não era mais tanta quanto antes.

Ela parecia bem, perfeita.

— Oi - ela murmurou. - Você veio - ela disse surpresa.

Okay, agora ele podia ir embora após o 'oi' e o 'tchau'.

Mas Anastacia sorriu.

Puta merda, ela realmente sorriu aquela droga de sorriso.

  × ×

 


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Notas finais do capítulo

Gente, agora que me liguei que ficou meio Hannah Baker essa última frase hahaha, mas vai ficar assim mermo. Mas entããão, o que será que vai acontecer nesse encontro aí hein?????



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