Won escrita por Litsemeriye
Notas iniciais do capítulo
Estou aqui com um clichezinho bem estilo dorama que venho desenvolvendo faz um tempo. É bem fora da curva comparado ao que geralmente escrevo, mas espero que gostem!
Eun-ah prendeu o cabelo, abrindo a torneira e lavando o rosto sujo de vinho.
Naquela manhã, quando seu chefe sugeriu que os funcionários deveriam sair e comemorar, ela não pensou que a situação se tornaria tão caótica. Tentou se conter, mas quando ele tocou a coxa da outra secretaria, que estava bêbada demais para reagir, foi a gota d’água. Torceu o pulso do homem, e ele jogou o conteúdo da taça em seu rosto.
Eun-ah ainda levou a garota até o táxi, antes de voltar para dentro e seguir para o banheiro. Quando se viu no espelho, se perguntou onde a lenda de Busan havia ido parar, se deveria sair de Seul e voltar para a cidade natal. A vida na cidade grande não era fácil, mas ela demorara seis anos para se instalar lá e não sabia se a irmã aceitaria que desistisse. Ela própria não aceitava bem a ideia.
A maquiagem foi embora, e a mulher segurou a borda da pia até os nós dos dedos ficarem brancos. Não precisava ser chamada no RH para saber que havia perdido o emprego, mesmo que não se arrependesse. O problema era que boas ações não pagavam seu aluguel, cartão de crédito ou o empréstimo estudantil.
Suspirou, secando-se com as toalhas de papel. Saindo do clube, em direção à academia.
X
Gippeum estava demonstrando uma série de socos em um saco de areia quando ela entrou. Eun-ah olhou para a amiga por um tempo, enquanto ela ajustava o corpo da lutadora. Quando a viu, Gippeum acenou e foi ao seu encontro.
Elas compraram água com gás da máquina de vendas automática e sentaram no ringue vazio quando o último aluno saiu.
“Você não fez nada errado se ele era um pervertido.”
Eun-ah suspirou, tomando mais um gole de sua latinha.
“Mas eu ‘tô no vermelho, os trabalhos de meio período não estão bastando pra fechar a conta.” Se deitou no ringue. Ele provavelmente ainda estava coberto de sangue e suor, mas não era como se o dia pudesse piorar. “Se eu pedir dinheiro para minha irmã de novo, ela vai me matar.”
“Você não é a única no vermelho.” Gippeum torceu a boca, antes de terminar o conteúdo de sua latinha e a amassar na mão. A outra imitou o gesto. “Eu não vou conseguir pagar todo o cartão esse mês também.”
“Pelo menos vai pagar o aluguel.”
“Pelo menos você é bonita.”
Eun-ah socou o braço da amiga, mas riu com ela.
A verdade é que ela não tinha mais certeza disso. No Ensino Médio, os garotos não gostavam de se aproximar dela – as garota, por outro lado, a idolatravam. Apenas Min-ho o fazia, porém... Sacudiu a cabeça. Algumas coisas deveriam ficar no passado.
“Você também é, garota!”
“Eu sei.” Gippeum disse, jogando os cabelos para o lado. “Eu sou maravilhosa.”
As duas riram. Gippeum tinha esse efeito, talvez pelo nome, de sempre fazê-la sentir-se mais leve. Como um raio de luz afastando as nuvens escuras que a seguiam todo dia.
“Vamos para casa. Amanhã você distribui mais uns currículos.”
“Certo.”
A amiga a ajudou a levantar e, depois de trancar a academia, seguiram juntas para casa.
X
A rotina foi a mesma das últimas semanas para Chan-hyeok.
Ele acordou de madrugada com uma ligação o ameaçando, mas estava sonolento demais e voltou a dormir até a hora do almoço, quando realmente filtrou a ligação. Então seguiu para o escritório, onde ficou até quase o final da tarde. Quando saiu, passou algum tempo perto do rio Han.
Não estava com vontade, mas concordou encontrar o primo num clube.
Enquanto procurava a sala que sua família se reunia, passou por uma com a porta aberta. Sua intenção era passar direto, quando viu um homem mais velho despejar vinho numa moça. Ele pensou como aquilo mancharia a roupa branca dela e quase entrou para interceder, mas a moça torceu o pulso do agressor, virando seu braço e pressionando o rosto dele contra a mesa. Foi tudo quase rápido demais, e, com o rosto da moça em mente, voltou o olhar para o corredor, analisando se realmente se daria ao trabalho de ver os familiares quando havia encontrado algo muito mais divertido.
Não percebeu quando a garota passou atrás de si e, quando voltou para a porta, ela tinha sumido.
Fez um esboço rápido em um bloco de anotações e enviou a foto para seu secretário. O celular tocou.
“Chefe... o que é isso que o senhor me enviou?”
“Preciso que encontre essa garota. O mais rápido possível.”
Kim Soo-jung não soube dizer ao chefe que o desenho poderia facilmente ter sido feito por uma criança do primário, preferindo ficar em silêncio.
“Sim, chefe.”
Chan-hyeok desligou. Era exatamente daquilo que precisava para sua vida.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentários e críticas construtivas são muito bem vindos!
Provavelmente não vai seguir um cronograma, mas cada capítulo será postado quando outros dois estiverem prontos (por exemplo, o dois só sairá quando o três e o quatro estiverem já prontos, assim por diante)
Espero ter agradado!