Secure! As Cartas Clow escrita por Romeu Jr


Capítulo 3
Carta 3 Um Labirinto de Incertezas


Notas iniciais do capítulo

Ja me desculpando pela demora. Irei postar mais um capitulo amanhã. Fiquem ligados.



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Yan e seu dragão de pedra haviam desaparecido, assim como o pássaro de fogo no céu.

                As correntes estavam por todo lugar, tremeluzindo até sumirem de vista. Corri por alguns metros até bater em algo duro e invisível, fiquei atordoado por alguns segundos e estendi minha mão, até tocar em algo.

                Era uma arvore, tinha certeza, as valas de sua casca passavam entre meus dedos, e conseguia sentir sua circunferência. Olhei a minha volta, tinha corrido por metros, mas parecia não ter saído do lugar.

                Uma explosão jogou vento quente em meu rosto, e podia ouvir o crepitar de folhas e arvores sendo queimadas. Mas nada mudou no cenário que eu estava.

                Era o mesmo que estar em um quarto escuro.

Escuro? Escuridão... Acho que deve funcionar”.

                -Shadow! Faça-me uma sombra como você! Deixe-me invisível aos olhos orgulhosos de quem me prende! – Joguei a carta no ar que girou e se desfez em uma fumaça negra, me envolveu e tomou a forma de uma capa. Joguei o capuz por cima de minha cabeça e tudo ficou escuro.

                Senti um alívio instantâneo, como se uma peso saísse de minhas costas. Puxei um pouco o capuz para der o céu, e lá estava o pássaro, assim como as arvores pegando fogo na minha frente.

                Yan estava mais na frente em cima da cabeça de seu dragão, mas havia algo estranho em sua volta, ele estava dentro de uma redoma de cristal fina, quase não se notava, a não ser que olhasse para seu contorno, onde a luz refletia em algumas facetas.

                As minhas correntes mágicas não estavam em lugar algum, e não havia ninguém na rua também. O que era bem estranho, levando em consideração todo esse estrago feito pelo pássaro.

                Queria usar a magia novamente para acorrentar o pássaro e o que quer que esteja colocando ilusões em minha cabeça e na cabeça de Yan, que estava parado como num transe.

                Mas no fundo eu sabia que não funcionaria. Não no pássaro. Na redoma de cristal eu já tinha certeza que não funcionava.

                A capa escura começou a se desfazer enquanto eu começava a ficar sonolento.

                Rapidamente senti algo se arrastar no asfalto e uma parede de cristal se formou a minha volta, tentando me prender novamente.

                Levantei a lança em busca de alguma magia dentro de meus pensamentos.

                A capa se desfez em um pó negro que circulava ao meu redor, e não deixava o cristal se unir em cima de minha cabeça.

                “Continue sombra, só um pouco mais!

                - Jail!- Dessa vez as correntes saíram de dentro da sombra.

                Correntes negras atravessavam o cristal, que se transformava em pilares translúcidos como diamantes brutos. Uma força apertou meu estomago e senti as correntes afrouxarem seu aperto nos cristais.

                “Não!

                O som de vidro se partindo me assustou, e a presença magica da ilusão de foi. Caí de joelhos no chão, fraco. A carta com a figura encapuzada jazia na calçada próxima o bastante para apanhá-la.

                O ar ficou gelado de repente. Olhei para o céu e lá estava novamente a figura élfica, me observando como se me achasse uma criatura incrível. Ele sorriu e se foi em um piscar de olhos.

                O brilho quente do fogo ao redor se dissipou e deu lugar ao brilho gelado das luzes dos postes de energia elétrica.

                As arvores soltavam fumaça das minúsculas brasas que restaram em seus galhos.

                Um coelho branco com asas felpudas nas costas me encarava duas arvores a frente.

                Seus olhos eram verdes como esmeraldas. Pensei em chegar mais perto, porém ele correu ao se assustar com o garoto que tentava me levantar do chão jogando o cajado na calçada.

                -Me diz o que você está fazendo garoto!

                Não conseguia ficar em pé, pois meus joelhos tremiam.

                -Eu estou falando com você! – Ele me largou no chão, desistindo de tentar-me por em pé e apanhou seu cajado.

                -Eu já falei! Não estava fazendo nada, não trouxe essa criatura para cá.

                -Você viu como ela estava se alimentando de sua magia?! Ela certamente estava atrás de você! E que magia era aquela que você usou com correntes negras? Aquilo parecia magia negra!

                -Eu não sou um conjurador das trevas, se é o que imagina! Você é muito curioso não é?!

                -Sim! Sou, e não vou parar até você me dar alguma resposta! – Yan começou a andar em círculos.

                -Então entre na fila garoto! Por que se tem alguém que está atrás de respostas, essa pessoa sou eu!

                -Olha pra você! – Apontou o dedo na minha cara - Não consegue nem se levantar do chão! Teve sua força drenada por magias que você diz não ser suas!

                -Eu tive minha força drenada por usar a magia que te salvou! – Dei um tapa em seu dedo acusatório.

                -Salvou? Eu não me lembro de ter sido salvo por você seu imbecíl! Se eu não tivesse usado a magia de invocação, quem estaria morto aqui era você! Fui eu que consegui quebrar a ilusão daquele cristal dos demônios com meu dragão de pedra.

                -Idiota! Fui eu que acorrentei aquele cristal, você não viu?!

                -Não! Eu vi um garotinho fraco usando correntes para se proteger dos estilhaços de cristal.

                -Garotinho? – Tentei me levantar novamente sem sucesso. – Nós temos a mesma idade!

                -Você dá desculpas e não tem argumentos, igual a uma criança.

                Yan se virou de costas e se abaixou.

                -Vamos – Disse em uma voz mais calma. –Suba, vou te levar até sua casa.

                Pensei durante alguns segundos e depois joguei meus braços em seus ombros. Ele levantou e me levou até a porta da frente de minha casa. Sentei devagar na escada pequena da porta e olhei para o garoto moreno que ainda estava me encarando com a cara de alguém que espera respostas.

                Notei que estava faltando algo nele. Mas não conseguia notar o que era.

                - Olha! Eu realmente não sei o que está acontecendo por aqui, essas coisas apenas apareceram.

                -Como as correntes? – Ele revirou os olhos e sentou-se ao meu lado.

Meus pais não acordaram com a explosão. Eu realmente não sei o que houve, mas foi uma magia bem forte, e continua sendo uma bela magia. Vê? Não tem uma pessoa passando na rua sequer. Ou um automóvel. Nada.

Você lembra o que meus pais contaram hoje mais cedo? Que magos antigos conseguiam conjurar criaturas magicas de poderes ilimitados. Aquele pássaro me pareceu uma dessas criaturas você não acha?

                - Sim, ele pareceu mesmo. Mas e seu dragão? Ele seria o que?

                -Meu dragão é apenas um encantamento. Como um boneco. Ele não tem vida de verdade, é controlado pela minha magia e vontade. É só um grande truque.

                -Grande mesmo! – Começamos a rir juntos

                De repente a imagem me veio á cabeça.

                -Seu cajado! Você deixou...

                -Está aqui! – Ele puxou uma corrente delicada de ouro que tinha como um pingente uma replica do seu cajado. – Liberte-se!

                Houve um barulho metálico enquanto o pingente se expandia e tomava a proporção real de um cajado.

                -Essa magia esta na minha família a gerações. Assim como aquela que você usou com a lança, não é?

                Toquei na minha mão, e lembrei que não tinha guardado minha lança também.

                -Droga!

                Yan levantou um pequeno pingente dourado e o balançou na frente do meu rosto.

                -Pode começar a me agradecer! – Jogou a mini réplica da minha lança no meu colo e se levantou. –Você consegue se levantar e ir para o seu quarto?

                -Sim consigo, e obrigado por ter pego a lança pra mim. Não faço ideia da hora que deixei-a cair.

                -Que seja! Não é assim que espero que me agradeça. Amanhã nos falamos, e vamos descobrir o que está acontecendo por aqui.

                -Fechado!

                Levantei-me lentamente, ainda com minhas pernas tremendo, mas consegui entrar e seguir para meu quarto. Deitei na cama e caí no sono.

***

                Yan atravessava a rua quando um clarão rápido verde se espalhou pelo céu. Um brilho opaco desceu até a casa que ele acabara de sair, e entrou pela janela de um quarto.

                Carros começaram a cruzar a esquina, e alguns passavam lentamente, para observar a pracinha, que agora estava parcialmente destruída.

                Um senhor passou pela calçada do outro lado da rua encarando Yan, como se soubesse o que havia acontecido ali.

                Yan observou atentamente o brilho fraco dentro do quarto de Clow.

                -Eu ainda vou descobrir o que é tudo isso que está criando, Clow!

***

A cama onde Clow estava dormindo agora se encontrava no centro de um labirinto com paredes maciças de concreto.

E aos seus pés, um dorminhoco coelho alado descansava junto com seu dono.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigados por estarem aqui mais uma vez ^^ E espero que tenham gostado! Até mais!



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