Aqueles Olhos escrita por VenusHalation


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eldarya e seus personagens são propriedades da Beemoov, eu só peguei emprestado.
ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS DO EPIS?“DIO 19!
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Leiftan se lembrava muito bem do dia em que todos os seus haviam sido levados, ele nunca esqueceria aquele olhar. Os olhos do grande dragão, o homem que o salvou de um massacre sem lógica, feito pela vontade daqueles que necessitavam de um pacto para a criação de um novo mundo em troca da vida de todos, inclusive dele mesmo.

Aquele homem permitiu que todos desaparecessem. Leiftan jamais esqueceria as notas douradas e azuis dentro do olhar violeta impiedoso do rei dragão. Mas também jamais esqueceria a doçura dos olhos que traziam as mesmas nuances de cores, o olhar que pertencia a ela.

Aquela princesa que um dia ele amara e que tinha sido entregue, pelo próprio pai, a morte certa ao selar aquele maldito pacto para criação utópica de um lugar melhor para todos os faerys.

Havia tudo sido acordado entre as três grandes raças, mas ele jamais entenderia a necessidade do sacrifício de tantos em prol de um lugar que eles tinham 90% de certeza que seria instável.

A imagem daquela noite era tão vívida em sua mente que chegava a doer:

A invocação do portal para um novo mundo. O cristal surgindo do chão e o Oráculo aparecendo em seguida. Aquela criatura humanóide, espectral e envolvida por uma luz cálida apontava um por um os seus sacrifícios.

Fenghuangs, Aengels e Dragões. Um a um eles se entregavam a ela. Sem questionar, eles caminhavam na direção da criatura e eram engolidos por um portal.

Ela permanecia ao seu lado, a palma da mão suada enquanto envolvia sua mão na dele. Leiftan conseguia sentir a tensão a os batimentos descompassados da garota apenas com aquele breve contato.

— Vai ficar tudo bem - ele se lembra de sussurrar contra as costas das mãos dela antes de beijá-la docemente.

E o daemon gostaria de ter tido tanta certeza de suas palavras minutos antes de ver dragão por dragão sumir, gostaria de ter tido tanta certeza do que disse antes mesmo do Oráculo apontar em sua direção, para o único dragão vivo exceto o rei.

— Não!

— Leif… Eu… Por favor… -  Encontrou pânico e súplica no olhar violeta direcionado a ele. - Papai, espere...

— Você tem um dever - o rei disse com a voz tão firme que faria qualquer um estremecer.

— Me leve no lugar dela! - Leiftan suplicou a Oráculo que permaneceu impassível, negando com a cabeça, sem tirar os olhos da princesa.

— Venha, já! - O rei ordenou.

— Leiftan… - Ela chorou e o beijou - me perdoe.

Leiftan lembrava de seu ato desesperado de tentar atacar o Oráculo e da fúria do rei contra ele, da dor do golpe na cabeça e da imagem borrada e em flashes de ver ela ser engolida por aquele portal e de acordar sozinho em um lugar que ele não conhecia, sabendo que ela jamais iria voltar.

Desde então, ele buscava vingança contra todos os habitantes de Eldarya, afinal, era culpa de todos ela estava morta. Era culpa deles o grande exílio e eles iriam pagar como quem ele amava pagou: com a vida e, para isso, corromper o grande cristal era o caminho mais curto.

Mas então, ela apareceu.

Não que ele tivesse esquecido seus objetivos, nunca. Mas uma parte dos dragões vivia, uma parte de alguém que ele amou - décadas atrás - estava lá, na sua frente na forma de uma encantadora humana e ele, ele mal podia conter seus impulsos.

A princípio Leiftan havia ficado assustado com tamanha semelhança física. Tentara se enganar por meses a fio, mas era impossível esconder a atração.

Quando ele descobriu, ouvindo acidentalmente, que ela havia beijado outra pessoa - mesmo possuída - ficou fora de si. Ela não o traíria. Traíria?

Até aquela tarde ele tinha tantas dúvidas. Dúvidas que dançaram em sua mente ao vê-la desmaiar nos braços de outro e sentir o peito inflamar: Medo de perdê-la novamente, para a morte ou para qualquer pessoa. E nenhum dos dois eram uma opção.

Mas e se não fosse ela, se fosse só alguém parecido, e se seu coração não fosse mais dele?

O outro havia ido embora, Ewellin também. Ela seguia desmaiada na cama, o rosto contorcido por sofrimento. Leiftan segurou o impulso de tocá-la e então, ela acordou subitamente.

— Leiftan, eu…. - Ela chorava.

— Eu estou aqui, agora - ele se aproximou, secando suas lágrimas. - Não sei o que te assustou, mas eu estou aqui. Não precisa se preocupar mais.

Ela soluçava profundamente, o corpo tremendo, o mesmo desespero que Leiftan foi incapaz de acalmar tantos anos atrás.

— Está tudo bem - ele acariciou seus cabelos, as mãos passando suavemente pelos fios, como se ela fosse feita de vidro e estivesse prestes a quebrar.

— Leiftan, eu estou com medo - a voz da garota estava embargada.

— Você não precisa ter medo… - Suspirou aliviado com a certeza de que sabia que suas dúvidas haviam sumido. - Eu quero conhecer você, em todos os seus estados e em cada emoção que você possa sentir.

Aos poucos, ele sentia que ela se acalmava. Foi um golpe surreal a sanidade do Aengel quando ela enterrou a cabeça em seu peito e ele inspirou o perfume adocicado que ela emanava. O cheiro também era o mesmo do qual ele se lembrava. Mas ele precisava ter certeza.

— Não desvie os seus olhos de mim - disse sério, quase como uma ordem.

Ela se afastou devagar, os olhos inchados e um pouco perdidos. As dúvidas se dissiparam: Era ela, reencarnada, porém ela.

— E eu não sou bonita assim… - Desviou o olhar.

— Sim, vocè é… -  Leiftan acariciou as bochechas da garota e levantou o olhar dela para o seu novamente. Mergulhou profundamente naqueles olhos por segundos que o tragaram para uma eternidade de lembranças. Era ela, só podia ser.

— Pare… - Hesitou ao sentir os lábios macios dele acariciarem suas bochechas ainda molhadas pelo choro.

— Mesmo assim você é linda para mim.

Leiftan estremeceu quando as pequenas mãos envolveram seu pescoço dando um sinal claro de que ele não poderia mais resistir ou se enganar. O daemon perdeu-se no cheiro embriagante da pele da mulher entre beijos e carícias em seu pescoço até ouvi-la, entre as carícias, chamar seu nome ao pé do ouvido. Foi o suficiente para que perdesse todo o controle e a deitasse consigo e reinvidicar um beijo que era seu e de nenhum outro. Mesmo o sabor, séculos depois, ainda era o mesmo.

Leiftan se separou dela por um momento - que tentou beijá-lo novamente, mas foi impedida pelo próprio - para olhar seu rosto novamente. Para sentir um pedaço da felicidade que perdera de volta.

— Se você soubesse quanto tempo eu estava esperando por esse momento - ele disse abertamente, sem medo. - Sonhei beijar você desde o primeiro momento em quem que…

Não houve espaço para declarações, ela havia roubado seus lábios com tanta urgência que qualquer palavra seria inútil para expressar a paixão com o que tudo aquilo estava acontecendo. Era como fogo inflamando o corpo, era a urgência de sentí-la o mais perto possível. Leiftan ainda sussurrou o nome da mulher diversas vezes, mesmo que fosse diferente do que ele conhecia, ele tinha certeza: ela estava viva e em seus braços e, dessa vez, nada, nem ninguém estariam entre eles. Nem que ele precisasse sujar as mãos de sangue mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

EU TO VIVA GENT!
Anos sem postar, mas sacomé a vida adulta, né?
Nem revisei a fic., mas desde o lançamento do ep. 19 tô com fogo no rabo pra escrever isso -q
Antes de mais nada queria dizer que meu paquera memo é o Valkão.
Segundo, queria dizer que a personagem não tem nome na fic. pra vocês colocarem da guardiã de vocês pq sou inclusiva -q
Espero que gostem. BJS DE LUZ.



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