The Vampire Slayer escrita por Halsey


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769060/chapter/1

Eu não sou fofoqueira e nem gosto de bisbilhotar conversas alheias, a não ser que eu tenha certeza que o assunto seja eu. E tenho certeza que a minha Tia Faye está falando de mim.

— Sim, o aniversário dela é hoje. – escuto ela falar. – Eu sei. Não tem como saber se vai ter algum sinal...
Do que ela está falando? Sinal?
— Achei que poderia dar certo. Ainda tenho até o fim do dia para averiguar.
Averiguar o que?
— Eu sei, já que a Jocelyn...
Minha mãe... droga, acabei fazendo barulho na madeira do chão.
— Fallon, é você?
Que droga, acabo de perder a oportunidade de descobrir o assunto da conversa.
Suspiro e abro a porta do seu quarto.
— Sim, tia. Já me arrumei pra escola, e vim te procurar. O que tem a minha mãe? Com quem a senhora estava falando?
— Depois eu falo com você. – ela desliga o telefone. – Ninguém importante, e sobre a sua mãe... enfim, bem, já são quase 8 horas. Cuidado para não se atrasar.
Ok, isso foi estranho. Mas hoje, nada me abala. Não é todo dia que Fallon Green faz 18 anos, não é mesmo?
Desço de elevador e ando até meu Porsche Cayenne preto, no estacionamento do condomínio.
Canto pneu pelas ruas de New York até chegar em frente a casa da minha melhor amiga, Melissa.
Buzino algumas vezes, até ela sair e deslizar no banco do carona.
— Primeiro dia com 18 anos, quais são as suas primeiras palavras? – ela diz, simulando um microfone com as mãos.
— Viva os 18. – respondo sorrindo.
Giro a chave na ignição e dirijo rápido com o objetivo de não perder as primeiras aulas. Estamos atrasadas, ah, como é bom sentir as primeiras responsabilidades da vida adulta.
— Corre Fallon, a primeira aula é do Roger! – ela diz assim que eu estaciono o Porsche na escola.
Pego a minha mochila e começo a correr com velocidade.
Velocidade. De. Mais.
Em menos de segundos eu subo a escada, agora estou parada em frente da porta.
Como eu corri tão rápido? Foi uma velocidade fora do normal, eu mal senti a adrenalina percorrer meu corpo.
— Ok, como você fez isso? – Melissa pergunta ao parar ofegante ao meu lado tempos depois.
— Fiz o que?
— Fallon, você literalmente voou até aqui e...
Somos interrompidas ao ver professor Roger esticando seu pescoço para fora da sala.
— Srta. Green e Srta. Monroe, tenham a gentileza de entrar na sala de aula. – ele disse com sua voz rouca.
Suspiro aliviada por não levar uma bronca pelo atraso desse professor maluco, então sento no meu lugar habitual, e Melissa senta na cadeira ao meu lado.
— Agora que a nossa sala de aula está completa... – o professor diz lançando um olhar mortal na nossa direção. – Gostaria de iniciar o nosso bimestre, alterando os parceiros das duplas.
Reviro os olhos. Todos da sala gritam em protesto.
Melissa me olha desesperada.
— Não reclamem. Vocês precisam aprender a trabalhar com pessoas diferentes, é importante para a vida professional.

— Mas professor... – um aluno reclama.
— Calado, vou designar as duplas agora. – Roger diz, sentando na sua mesinha e abrindo a lista de chamada.
Afundei na minha cadeira e nem prestei atenção nos nomes sendo chamados.
— Beatrice Jenn e Melissa Liliana Monroe. – virei automaticamente para a minha melhor amiga que bufa se levantando para ir sentar com a menina.
Passaram-se alguns minutos. Todos os alunos já foram chamados.
Uau, ninguém do meu lado. Talvez o professor me esqueceu?
Penso em levantar a mão mas a voz do professor me corta:
— Justin Carter Justice e Fallon Green. E Justin, seja bem vindo a escola.
Mordi meu lábio. Eu conheço cada nome de cada pessoa. Menos esse, obviamente, novato.
Ele se jogou na cadeira ao meu lado. Cabelos escuros, mandíbula bem definida, olhos azuis.
— Eu ficaria menos constrangido se você parasse de me olhar. – ele fala me fazendo congelar.
— O que?
— Sei que eu sou lindo, mas seja mais discreta.
Reviro os olhos, que babaca.
— Eu não estava olhando pra você. Estava distraída, é diferente. – falo olhando para o professor passando exercícios no quadro.
Fico encarando a falha que o giz deixa nas palavras e a forma que ele desliza no quadro verde. Deixa até algumas partículas ao redor.
Estranho.
— Façam em folha separada.

— Eu escrevo ou você? – Justin pergunta.
— Tanto faz. – respondo, tirando meu caderno, estojo, e livro de química da mochila. – Por que você veio pra cá no final do ano?
— Fui transferido da Califórnia.
— Que cidade? – pergunto.
— Laguna Beach.
Olho para ele. Branco demais pra uma cidade praiana.
— Que estranho, você é muito branco pra ter vindo de Laguna Beach.
Ele não responde.
— Mas e você? Sempre estudou aqui?
— Estudo aqui desde que me mudei pra New York. Faz 3 anos.
— Você era de onde?
— Muitos lugares.
— Fugitiva? – ele brinca.
Forço um sorrisinho. Na verdade, desde que a minha tia virou minha tutora, depois que meus pais morreram, não passamos muito tempo no mesmo lugar. Não mais que dois anos.
New York é uma exceção, porque agora eu posso decidir onde quero estar.
Começamos a fazer os exercícios. Fico surpresa com o Justin, ele não parece do tipo inteligente.


A aula passa rápido, e foi difícil me concentrar na atividade com o cheiro forte do perfume dele, sério, acho que até meu cérebro conseguia sentir.
Depois de 50 minutos o sinal bate, e ele começa a arrumar rápido suas coisas parece que quer sair correndo daqui.
— Gostei de te conhecer, Fallon. – diz se levantando, meu nome saiu tão bonito quando ele disse. –
Justin ia se levantar quando se virou, sorrindo.
— E a propósito, feliz aniversário.
Eu ia agradecer até pensar.

Como ele sabe do meu aniversário?
— Então? – Melissa pergunta, sorrindo. – Eu vi vocês conversando, fala aí.
— Nada de mais.
— Você é muito sortuda, puta merda! Ele é gato, e nossa, ele sentou aqui. – ela disse sentando no lugar dele. – Tá quentinho ainda.
Começo a rir.
— Ele nem é grande coisa. – na verdade, ele é sim

— Fallon, por favor né? Eu ainda vou beijar aquela boca.
— Ele é meio assim... misterioso – falo, como ele pode saber sobre meu aniversário estando um dia na escola?
— Como assim?
— Ele disse que veio de Laguna Beach, mas o cara é branquelo. E eu sei que ele foi transferido.
— E daí?
— Quem entra na escola em uma sexta feira?
— Ah, não importa. – ela dá de ombros. – Chega de falar nele, é seu aniversário.
Sim, é hoje. Sexta feira, viva a Fallon.
— Que fome. – ela muda de assunto.
Respiro fundo. Cheiro de sanduíche.
Puxo o ar mais uma vez. Queijo branco, peito de peru, ketchup.
— Tem pão na sua mochila. – falo.
— Sério? – diz ela, abrindo a mochila. – Olha aqui o safado. – ela mostra o sanduíche enrolado com papel.
Resolvemos sair da sala e ir pro intervalo.
— Como você sabia? – Melissa pergunta com a boca cheia.
— Do seu pão? Senti o cheiro.
Ela me encara, assustada.
— Isso é estranho. E como você correu daquele jeito antes da aula?
A resposta é: eu não sei.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Vampire Slayer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.