Senhorita Black escrita por ficticia


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769054/chapter/1

Era o seu penúltimo ano da escola. Bellatrix acabara de completar 16 anos e contava até os segundos para atingir a maioridade e se formar logo, pois só assim ela poderia se livrar logo das pessoas patéticas que a rodeavam ou até mesmo se tornar uma comensal da morte, embora a petulante garota soubesse que esta última coisa dificilmente aconteceria pois Lord Voldemort não aceitava mulheres entre os seus.

De todas as meninas de sua idade, ela era a única que não estava prometida a ninguém. Não que ninguém a quisesse, pelo contrário: era o objeto de desejo de todos os rapazes de sua idade e até dos mais velhos. Diversas foram as vezes que amigos de Cygnus Black, como Goyle haviam pedido a mão da menina em casamento, mas por mais envaidecida que a garota ficasse, ela havia tratado com o pai que nunca se casaria forçada, pois caso contrário, ela abriria a garganta do futuro marido durante o sono. Cygnus Black não teve outra alternativa a não ser aceitar a condição da filha, afinal, ele sabia que ela era capaz de tudo o que prometia.

Bellatrix Black era a mais velha de suas duas irmãs. A mais nova era Narcissa, uma menina meiga, delicada e sonhadora. Ela sonhava que um dia o seu príncipe encantado a desposaria, lhe daria filhos e viveria para ela assim como ela para ele. Já a irmã do meio nem parecia uma Rosier Black. A garota era bondosa demais, simpatizava com nascidos trouxas, mestiços e com qualquer pessoa que tinha mais caráter do que uma pureza de sangue idiota. Tal fato muito incomodava Bellatrix, tanto que a menina dava inúmeros conselhos à irmã, mas nada que adiantasse muito já que a teimosia era uma característica marcante dos Rosier Black.

Quanto aos amigos, Bellxtrix não tinha nenhum que considerasse bom o suficiente para ela. Ela tinha o vaidoso Lucius Malfoy, o irritante Bartô Crouch, os atrapalhados gêmeos Carrow e Rodolphus Lestrange. Tá, talvez Rodolphus Lestrange fosse o único que ela considerava decente o suficiente para ter o seu afeto. Os dois eram inseparáveis como irmãos, e apesar de sempre ser cortês e correto com todos, só ela conseguia revelar um perverso Rodolphus capaz de tantas atrocidades quantas Bellatrix também era. Diversas foram as vezes que os dois sequestraram algum bichinho de estimação de algum primeiranista para torturarem na sala precisa. Ninguém além de Rodolphus sabia, mas Bellatrix era uma exímia praticante da maldição cruciatus.

— Você tem um talento nato, Bella! Sinto-me diminuído ao ver como você sendo uma garota é mais competente do que eu na maldição da tortura! – Rodolphus disse certa vez quando viu um gatinho se contorcer e miar alto diante de todo sofrimento provocado pela ponta da varinha de Bellatrix que ao contrário do felino, tinha uma expressão serena e até prazerosa.

— Não seja machista, Rodolphus ou te faço urrar de dor. O que estou fazendo com esse gato idiota não é nada comparado ao que posso fazer com você por esse comentário infeliz. – Ela suspendeu o feitiço, mas apesar da aparente irritação, ela se sentia lisonjeada com o elogio, afinal, ela adorava provar a sua superioridade em relação aos outros.

— Não tenho dúvidas disso, mas que tal voltarmos? Logo é dado o toque de recolher e Malfoy não está de vigia hoje. – O rapaz de cabelos negros falou e Bellatrix suspirou vencida. Era realmente a hora de voltar.

Após verificarem que os corredores estavam vazios, os dois garotos soltaram o gatinho que fugiu assustado, e retornaram para o salão comunal, onde encontraram todos os seus amigos reunidos em volta da lareira. Aquele era o lugar de destaque do salão e só tinha direito a se sentar ali quem era popular o suficiente para isso. Bellatrix que era garota mais bonita e mais cobiçada da escola não precisou pedir licença para se sentar em frente à mesma. Então ela esticou os pés e começou a se inteirar do que falavam.

— Dolohov já tem a marca negra, é sério. Não vai ser difícil para nós conseguirmos também. Meu pai me disse que o Lord das Trevas tem preferido os recem formados como nós. Tá aí um cara que sabe apreciar a juventude! – Lucius comentou sorrindo. – Não vejo a hora de me formar e alcançar a glória!

— Não vai alcançar nada com esse cabelo engordurado! – Rodolphus falou arrancando gargalhadas dos amigos. Até Bellatrix riu. – Acho que todos vamos permanecer juntos já que todo mundo aqui vai se alistar também, não é?

— Não tenha dúvidas! – Barto Crouch concordou.

— Só não fale isso alto o suficiente para o seu papaizinho não escutar, senhor filho de alguém importante do Ministério. – Bellatrix comentou mais por despeito por não poder entrar para os comensais da morte do que para fazer os amigos rirem.

— Como se o seu pai não fosse alguém importante do Ministério também. – Bartô revirou os olhos.

— Mas pelo menos ele está do lado correto! – Rodolphus defendeu a amiga que trocou um sorriso com ele.

A noite seguiu animada como sempre, mas foi impossível para Bellatrix não nutrir um pouco de inveja e de ódio pelos amigos conseguirem o que ela sempre desejou, desde que conheceu a doutrina de Lord Voldemort, e ela não. Quer dizer, ela era a pessoa mais talentosa em maldição cruciatus da sua idade, conhecia o código de Voldemort, já havia lido alguns livros de magia das trevas, e além disso, era a aluna mais aplicada da sua turma, a mais dedicada e a que mostrava mais maturidade nos estudos. Não era justo que talentosa como era, estava fadada a ser uma dona de casa que viveria sempre para o marido e para os filhos tal como a sua irmã mais nova sonhava. Aquilo não era a vida que ela queria e diversas foram as vezes que ela brigou com a mãe por causa disso.

“Uma mulher de verdade vive para o seu marido, apoia-o em tudo, mas não participa destas barbaridades. Uma mulher de verdade é uma boa ouvinte, mas não deve ter voz” – dizia Druella sempre que Bellatrix apresentava algum traço de rebeldia e um incontrolável desejo de ser algo além do que esperavam dela.

Pro inferno os bons modos!

Ela passou aquela noite toda em claro, tanto que quando o sono chegou, já era hora de se levantar e se aprontar para as aulas. Por sorte, ela teria duelos naquele dia, a sua aula predileta. A única aula em que ela era a única garota a participar. As outras faziam adivinhação ou alguma outra bobagem do gênero

Como de costume, ela apresentou a sua superioridade em relação aos outros. Ela conseguia desarmar os seus adversários com facilidade tanto que todos os meninos evitavam duelar com ela para não passarem vergonha. No fim ela, ela sempre ganhava intermináveis elogios do professor Slughorn, o professor responsável por ministrar os duelos e arrancava olhares de amor e ódio de todos os garotos do salão. Rodolphus era o único que a olhava admirado e com um sorriso no rosto, completamente feliz pelo triunfo da amiga.

— Srta. Black, você está cada vez mais impossível! Impossível para não dizer invencível! Uma menina tão talentosa! É uma pena que...

— Que eu sou mulher e não poderei tentar uma carreira de auror por exemplo porque isso é coisa para homens! – Ela cortou o professor fazendo-o ruborizar e todos os alunos rirem e incentivarem o confronto. – Tão patéticos!

— Não era o que eu ia dizer, srta. Black, mas realmente é uma pena! Talvez, com os meus contatos, possamos mudar isso. Posso falar com o meu amigo ministro que talvez devam ao menos considerar a sua habilidade como bruxa. É uma grande duelista, srta, Black. – O professor disse ainda constrangido arrancando um sorriso de desdém da menina, o mesmo que ela fazia quando via alguém mudar até as palavras ao se dirigir a ela. – Por hoje é só, estão dispensados!

Assim que encerrou a aula, o professor se apressou a sair logo do salão de duelos fazendo os risos dos rapazes sonserinos aumentarem ainda mais. A maioria deles eram loucos para saírem com Bellatrix, mas ela havia dispensado todos, tanto que nunca em sua vida ela havia dado um beijo sequer. Ela ainda não havia encontrado alguém que fosse digno de encostar os lábios nos dela.

As próximas aulas não foram nem um pouco empolgantes. Tudo parecia ser tão fácil e intuitivo pra ela.

Como de costume, ela se sentava ao lado de Rodolphus e passava a metade da aula terminando as aulas na metade do tempo que os outros alunos, e a outra metade, ela ajudava Rodolphus a ser bem sucedido.

Essa aula em especial era a de Alvo Dumbledore, o professor que ela menos gostava. Ela não tinha nada verdadeiramente contra o professor, mas ela sabia que ele rivalizava com o seu ídolo bruxo. Alvo Dumbledore era um homem bom, gentil e muito competente, mas toda a calma que aquele professor tinha com aqueles que ele sabia que seriam futuros comensais da morte a irritava.

Não se conhecia a verdadeira identidade dos comensais da morte de Voldemort já que todos andavam mascarados escondendo a sua identidade, mas era óbvio que as pessoas ao menos desconfiassem de quem eram, e o pai da Bellatrix, de Lucius, de Rodolphus e dos Carrow eram, obviamente, os principais suspeitos de integrarem esse grupo macabro e Dumbledore sabia disso, mas mesmo assim, ele era gentil com eles.

 - Excelente transfiguração, Bellatrix! 10 pontos para a Sonserina! – O professor falou amavelmente e a menina apenas o olhou sério. – Caso ajude, tentem olhar a última página da aula passada. Talvez ajude no feitiço de hoje. – O professor disse dando uma piscadela e todos os alunos foram seguir o conselho dele.

Momentos depois, todos haviam conseguido executar o feitiço com a mesma maestria de Bellatrix arrancando uma risada alegre do professor, que para muitos, estava começando a ficar caduco. No fim da aula, após dispensar todos, o professor pediu para que Bellatrix ficasse. A menina o fez de má vontade e Dumbledore ignorou tal estado de espírito.

— Está se tornando uma grande bruxa, Bellatrix! Você tem as melhores notas do seu ano e, apesar do temperamento difícil, é uma grande promessa dessa geração. O professor Slughorn me contou sobre o seu interesse em ser auror, interesse esse que muito me alegrou! Posso fazer o possível para ajuda-la nisso! Se o ministério nunca aceitou uma mulher como auror é porque nunca teve uma, ainda mais se tratando de uma mocinha tão competente como você! – Dumbledore falou animadamente e Bellatrix só ia fechando o semblante para cada palavra dita.

— Agradeço a boa vontade e os elogios, professor, mas pretendo chegar onde quero pelos meus próprios meios e não recebendo ajuda, ainda mais a de um homem. – Ela respondeu rispidamente fazendo o sorriso alegre de Dumbledore ser substituído por um sorriso constrangido. – E depois, talvez, bem talvez, o professor tenha escutado errado sobre o meu desejo de carreira. Talvez auror não seja bem o que eu quero. Talvez eu queira mesmo é estar do outro lado. – Ela disse sorrindo ao ver o semblante de Dumbledore se fechar.

— Eu espero não saber sobre o que a srta. fala, Bellatrix, a ainda espero que seja só de brincadeira. Sei que apesar de não mostrar, há uma menina boa e sensível aí. O amor é capaz de transformar tudo em coisas boas e se você não co conhece, ainda irá senti-lo e então entenderá do que estou falando. Está dispensada. – O professor falou e Bellatrix franziu o cenho não entendendo uma palavra sequer do que o professor quis dizer, pelo menos não naquele momento.

Mal sabia ela que conheceria o significado da palavra amor um tempo mais tarde, mas ao contrário do que Dumbledore disse, esse amor só a levaria cada vez mais para o caminho das trevas. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Devo continuar ou paro aqui?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Senhorita Black" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.