E pra estragar tudo minha mãe irrompe pela porta do quarto com os olhos vermelhos. Ela estava chorando, de novo.

Luiz fica meio estranho quando ela entra, parece estar com... medo?

— Hillary? Você está se sentindo melhor?

Apenas a encaro.

— Por favor filha, eu preciso que você me diga alguma coisa.

— Ela está bem. _ Luiz interrompe _ Não se preocupe.

Ela olha para ele e percebo que ambos sabem de alguma coisa que eu não sei.

— Você contou pra ela o que fez? _ pergunta minha mãe.

Me seguro pra não perguntar.

— Não. _ murmura ele.

— Pois deveria. Por que eu também estou tentando entender o que está acontecendo e nem minha filha quer falar comigo... Júnior foi embora. _ ela dispara e respira fundo. Seu peito sobe e desce e sei que ela quer chorar de novo. Por aquele cachorro.

Ele foi embora então?

Não aguentou a culpa? Ou só não quer ser preso?

Luiz nos olha espantado.

— Ele foi embora? _ pergunta ele. _ Mas como assim? Ele foi pra onde? Ele não pode ir assim!

Luiz levanta da cadeira.

— Calma garoto. _ diz minha mãe. _ Ele mora na cidade, e não vejo porque fugiria.

— Ah então ele não contou... _ Luiz riu.

— Eu bem que tentei mas ele não falou nada.

— Filho da puta. _ murmurou ele.

Minha mãe o encarou com o cenho franzido.

— E agora, vocês dois vão me explicar direitinho o que está acontecendo. Se existe algum culpado nessa história ele precisa ser punido e você Hillary, trate de decidir o que quer e o que vai fazer porque eu não pari, criei e cuidei de você pra você passar os seus dias dentro de um hospital.

Minha mãe sai tão rápido quanto entrou me deixando surpresa e confusa.

Luiz olha pra mim e eu olho pra ele. E nós nos abrimos na gargalhada.

Rimos até não querer mais.

Depois ele me olha e pergunta:

— Por que estamos rindo?

— Hum... será que é porque alguém vai se dar muito mal depois que eu abrir a boca?

Rimos ainda mais.