A Black Perdida escrita por Swad


Capítulo 5
Capítulo 4 - Canivete Salva-vidas


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?
Estou extremamente gratificada com as pessoas que estão acompanhando. Muito obrigada! Principalmente a aqueles que estão comentando e favoritando. Quando a história é comentada ou favoritada, faz com que o autor fique cada vez mais motivado a continuar. Por isso, fico honrada quando vejo os comentários, sejam eles grandes ou pequenos, cada pequena palavra é de uma grande motivação.
Muito obrigada mesmo! Tenham uma boa leitura!



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Antes

— Bem-vinda ao ônibus Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a varinha, subir a bordo e podemos levá-la aonde quiser. Meu nome é Stanislau Shunpike, Lalau, e serei seu condutor essa noite. – Encaro ele de queixo caído.

Agora

Agosto de 1991

Continuava a encarar o garoto, magrelo e espinhento, em minha frente. Aquilo era absolutamente inacreditável!

Ele se inclina para fora, segurando a barra de metal do ônibus.

— O que você está fazendo aqui? Você não é muito nova para estar em lugar desse sozinha? – Diz ele aparentemente incrédulo com a testa franzida.

— Estava procurando um lugar. E você? não é velho o suficiente para cuidar de sua própria vida? – Digo ofendida. Qual é? Quem esse cara pensa que é para dizer que sou muito nova? Completo 11 daqui a dois dias.

Ele ficou boquiaberta com a minha resposta.

— Calma garotinha! Estamos apenas esclarecendo algumas coisas aqui, não precisa se sentir ofendida, NÃO É ERNESTO? – Grita para dentro do ônibus. Me inclino para o lado para visualizar, mas não consigo enxergar nada.

— Eu hum... Meio que... Preciso de um lugar para ficar. – Digo enquanto desvio o olhar, sinto minhas bochechas avermelharem, talvez eu não devesse ter sido tão grossa com ele, mas as vezes não consigo me controlar, sai antes que eu possa segurar.

— É por isso que você estava chorando? – Diz Lalau com sua curiosidade mórbida.

— Eu não estava chorando! – Digo tentando disfarçar, falhando miseravelmente. Quem estou tentando enganar? Estou um trapo.

— Oookay! – Diz Lalau arrastadamente. – Qual é o seu nome?

— Me chamo Katherine. – Digo   

— Só Katherine? – Insiste ele, obviamente querendo saber meu sobrenome, como um bom britânico que seu sotaque entregava, Lalau era como a maioria deles, sempre notei que a boa parte dos britânicos possuíam essa coisa com sobrenomes, aparentemente, é com o sobrenome que as pessoas notavam se você era importante ou não, principalmente os londrinos.

— Só Katherine. – Digo olhando com a cabeça erguida, superiormente.

— Okay então! Só Katherine. – Zombou ele.

— Então.... Você disse que esse ônibus poderia me levar a qualquer lugar? – Digo levantando as sobrancelhas em claro interesse enquanto coloco a mão em meus bolsos, estava uma noite fria em Londres.

— A qualquer lugar – Diz orgulhoso. --, qualquer lugar desde que seja em terra. – Acrescenta. – Você fez sinal com a varinha para gente parar, não fez? Então porque está fazendo tantas perguntas? – Diz ele desconfiado.

Varinha? Que varinha? Do que ele estava falando? Eu estava aqui parada no meio da calçada tento um momento um tanto quanto vergonhoso, quando do nada eles pararam. Mas vamos nos fazer de desentendida, não é mesmo?

— Sim, sim claro! Estava aguardando vocês. – Digo dando um sorrisinho inocente.

— A passagem custa onze sicles, mas por catorze você leva um chocolate quente e por quinze, um saco de água quente e uma escova de dentes colorida. – Diz Lalau fazendo a propaganda.

Sicles? Deveria ser dinheiro. Olho para ele de olhos arregalados, tinha me esquecido dessa parte! Droga! Aonde irei arrumar dinheiro? Estou sem nenhum centavo.

— Ah então... Sabe Lalau, estou com um pequeno problema, acabo de ser assaltada por arruaceiros, você não faz ideia do terror que passei! Eles levaram todos os meus sicles. - Digo colocando as mãos em minha cabeça e olho para ele com olhar de cachorrinho morto para dar um leve toque dramático para cena, tinha que dar certo, ele era minha única esperança. – Era por isso que estava chorando quando você apareceu. - Falo

— Oh sério? Levaram tudo mesmo? – Diz ele surpreso e logo se torna um olhar de pena. Sempre odiei esse olhar sobre mim, isso me deixava super irada, hoje em dia, uso isso ao meu favor.

— Sim, somente fiquei com minhas roupas e alguns objetos pessoais. –Digo

— Olha garotinha, eu sinto muito, mas sem sicles sem carona, são as regras. – Fala Lalau.

Começo a entrar em desespero, ele não pode me deixar aqui, pego a minha mochila e abro e começo a vasculhar, nada de valor, mas espera... O canivete! Balanço a mochila até encontrar o canivete.

— Aqui! Isso aqui pertence a minha família á milhares de anos, é dado de geração para geração, custa uma fortuna, foi fabricado por um Lorde no século XIX. Tenho certeza que se você vender irá lhe dar milhões de sicles. – Digo mostrando-lhe o canivete suíço que tinha demorado um século para eu recuperar do coveiro maluco e agora estava oferecendo para esse espinhento condutor em minha frente.

— Verdade? – Diz ele com claro interesse.

— Juro pela minha mãezinha, Lalau. Você não irá se arrepender. – Digo com uma falsa cara inocente. Não faria mal eu mentir em nome da minha mãe, até porque eu não tenho uma.

Ele balança a cabeça assentido, em claro sinal de consentimento.

— Está bem garota, passe isso para cá e entre logo, já estamos atrasados. Tome sua escova de dente e seu chocolate.  – Diz Lalau enquanto ajuda a menina a subir no ônibus.

— Valeu! – Digo com um sorriso triunfante, ainda bem que Lalau não era uma pessoa tão inteligente e caiu direitinho na minha mentira, se fosse outra pessoa, talvez eu não teria tanta sorte.

No ônibus não havia lugares para pessoas sentarem, no lugar disso, havia meia dúzia de beliches enfileirados até o final do ônibus, ou começo, Katherine não conseguiu identificar.

Nesses beliches haviam figuras um tanto quanto esquisitas, em um deles havia um senhor cheio de cicatrizes e que em um dos olhos tinha algo, como se fosse um olho de vidro, só que dez vezes mais assustador, ele estava literalmente murmurando palavras desconexas algo como “Ex...Exe...Expelliarmus”, enquanto estava deitado em uma posição rígida, um senhor muito sinistro!

 Em outro beliche, possuía uma senhora com um grande chapéu de bruxa de cor marrom areia, ela balançava uma varinha murmurando palavras, no qual eu não consegui compreender, para fazer uma das plantas que estavam em cima de sua cama crescer, aquilo era fascinante!

Nos outros beliches, tinha pessoas maltrapilhas, que estavam em um sono muito profundo, era observável que elas estavam muito tranquilas pela serenidade estampada em seus rostos.

— Garota – Chama Lalau a minha atenção – Você fica aqui. – Diz enquanto aponta para o beliche abaixo da mulher que estava fazendo as plantas crescerem. Sento na cama e coloco a minha mochila em cima, volto a observar em volta, estou completamente fascinada com isso, como pode a estrutura do ônibus aguentar tudo aquilo? Só tem um nome para isso: magia.

— Pode mandar ver, Ernesto. – Diz Lalau sentando em uma cadeira próximo ao um idoso de óculos de lentes grossas. Só consigo ver o Ernesto girar a direção e aperta fundo a embreagem, quando sou jogada contra a cama. Depois de um tempo me acostumando com a velocidade, me levanto novamente e me aproximo da janela, vendo a Nôitibus deslizando suavemente entre os mais diversos automóveis.

 Tiro os olhos da janela e volto em direção a minha cama, pego o chocolate que Lalau havia me dado e o abro, levando diretamente em direção a minha boca, a última vez em qual tinha comido alguma coisa foi no almoço que a Sra. Rostislav tinha preparado, isso fazia exatamente 10 horas, penso enquanto olho para o relógio estrategicamente colocado no centro do ônibus.

— Então Lalau, você trabalha a quanto tempo aqui? – Digo em direção ao rapaz que tinha entre 17 ou 18 anos no máximo.

—   Há cerca de dois anos, comecei quando terminei os estudos em Hogwarts. – Diz Lalau com os olhos fechados com a cabeça em direção ao teto.

— Oh você estudou em Hogwarts? – Digo interessada em suas respostas.

— Mas é claro garota tola! Onde mais eu estudaria? – Diz Lalau olhando indignado em minha direção.

— Err... Pois é que cabeça minha! É claro que em Hogwarts! – Digo desviando olhar envergonhada.

— Muito bem então, onde ficará Menina Canivete? – Diz Lalau

— Sério? Lalau, Menina canivete? Você não é muito original. – Digo erguendo minhas sobrancelhas zombando-o.

— Você carregava um canivete, muito original para uma delinquentezinha de 11 anos. – Diz ele ironicamente.

— Mas eu te disse, foi herança de família! – Digo com a maior cara de inocente possível.

— É tanto faz. – Diz ele enquanto revira os olhos. – Mas não mude de assunto, onde você pretende ficar?

— Não sei, diz você Lalau. Você não é o condutor? – Digo olhando-o.

— Bom vejamos – Ele faz uma cara de pensativo e seus olhos se iluminam. – Já sei! Caldeirão Furado. Comida boa e cama macia de graça. Esse lugar é ótimo pra você que está sem nada. – Diz ele pensativo

— De graça? – Digo com os olhos brilhantes

— Bem... sim, mas terá que ajudar, lavar alguns pratos e limpar algumas mesas para o Tom, ele é um senhor caindo aos pedaços, mas possui um coração bom. – Diz Lalau me olhando.

— Eu faço qualquer coisa. Sei lavar, passar e até cozinhar se for preciso! – Digo com um sorriso no rosto.

— Então é só conversar com o Tom, acho que ele concordaria, não é mesmo Ernesto? – Diz ele olhando em direção ao velho motorista. Ernesto assente. – Então a próxima parada Caldeirão Furado, manda ver Ernesto! – Diz Lalau, enquanto Ernesto acelera ainda mais a Nôitibus.

Deito na cama do ônibus, enquanto coloco o plástico do chocolate na lixeira embutida do beliche. Hoje foi um dia cheio! Primeiro o Sr. Fritz confisca meu canivete, eu o recupero logo depois, obviamente, depois consigo entrar no escritório da Medusa, acho a carta endereçada a mim sobre Hogwarts, tenho uma briga feia com a Sra. Cole, pego minhas coisas e me mando do orfanato, ando pelas ruas chorando que nem uma maluca, sou parada por um ônibus enorme de três andares com um condutor e um motorista aparentemente mágicos. É, realmente um dia cansativo!

Fecho os olhos pensando em que rumo minha vida tomará daqui em diante. Não sou uma pessoa fácil de lidar, afasto todos aqueles que se importam minimamente comigo, tenho certeza que Tom não irá me aguentar por muito tempo em sua hospedaria. Eu tento trabalhar esse meu lado, mais eu não consigo. Posso ser considerada aquilo que as pessoas chamam de antissocial.

Senhora Smith costumava a dizer que eu sou uma mente a frente ao meu tempo, minhas ideias e objetivos são muito maduras para alguém da minha idade, ela dizia “ Katherine, Katherine se você quer ter amigos, seja menos desconfiada e mais extrovertida, as pessoas gostam disso! ” E eu dizia “ Senhora Smith, sinto em decepciona-la, mas não vim ao mundo para agradar ninguém a não ser a mim. ” E ela com um sorriso dizia “ Você está certa querida! Você tem muita personalidade para alguém de sua idade. ” Mas é claro que logo ela mudava de ideia, depois de ver o que eu tinha aprontado com as crianças mais novas “ Quanta infantilidade garota! Você sabe que irá ser castigada por isso, não sabe? ” Isso sempre me custou longos dias trancada no porão, mas fazer o que? Não consigo me controlar. Por incrível que pareça vou sentir a falta da Senhora Smith, ela era uma das pessoas mais justas que eu já conheci, não que eu tenha muito conhecimento sobre o senso de justiça, já que fui criada em um lugar que isso não era praticado. Sra. Smith quando não estava sendo o capacho da Sra. Cole, até que era um ser humano legal.

Sinto um grande solavanco no ônibus, vejo o mesmo parando em frente a uma grande estrutura antiga.

— Chagamos a sua parada Senhorita, O Caldeirão Furado. – Diz Lalau em tom de locutor.

Pego minhas coisas e sigo em frente até a saída do ônibus, antes de sair viro e encaro os dois seres mágicos em minha frente.

— Err... Sabe, eu queria agradecer por vocês terem parado para mim e terem me dado uma dica de lugar para ficar, fico imensamente agradecida por isso. – Digo agradecendo-os, eu sei agradecer quando é necessário!

Ernesto acena em agradecimento e Lalau olha e diz:

— Só fizemos o nosso trabalho, você chamou, pagou e entrou, é isso aí. – Diz Lalau em tom brando, com as bochechas ficando rosadas. Apesar de sua resposta tenho quase certeza que eles quase nunca ouviam algum agradecimento.

— Mesmo assim, muito obrigada! – Digo saindo logo em seguida em direção ao bar e hospedaria em minha frente. Não olho para trás quando eu ando, apenas sinto o vento deixado pelo ônibus em meus cabelos no momento de sua partida. Quando estou quase perto de abrir a porta do estabelecimento, um gato mia em minha direção, olho para ele e ele me encara. Sou pega de surpresa quando esse gato se transforma em nada mais nada menos que McGonagoll.

— Estava esperando por você Senhorita Black. – Diz ela com um olhar nada bom.


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Notas finais do capítulo

Assim, vocês devem estar se perguntando se vai demorar muito para ela ir para Hogwarts e ter contato de verdade com o mundo bruxo. Peço a vocês que tenham paciência, tudo isso que ela ta passando faz parte do desenvolvimento da personagem e da história.
Tenho certeza que vocês vão gostar do próximo capítulo, no qual um personagem muito importante para história irá fazer uma pequena mas interessante aparição.

Todas as imagens usadas tanto nesse capítulo quanto nos anteriores, vocês podem encontrar na minha plataforma no Pinterest por meio deste link: https://br.pinterest.com/juliasalvatoreg/a-black-perdida-desings/

Caso vocês queiram entrar em contato comigo para tirar dúvidas ou para conversarmos, pode ser pelas redes sociais:
— Twitter: @JuliaSwad
— Instagram: @juliaswad15

Ou, pelo próprio Nyan.

Se vocês gostaram do capítulo por favor comentem.
Muitíssimo obrigada pela atenção! Até a próxima!



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