Agridoce escrita por Nirv


Capítulo 1
Capitulo I - Hurricane


Notas iniciais do capítulo

Não tenho muito o que falar. Espero que gostem ♥
Boa leitura



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São azuis. Bonitos. Intensos. Totalmente azuis, assim como sua cor favorita. Lembram o mar, com segredos profundos e não descobertos por ninguem. Criaturas que ninguem imagina vivem naquele lugar. Seus demonios aparecem levemente embaçados na pupila negra que contrasta com a suavidade daquele azul piscina. Ele tenta esconder muita coisa, mas suas batalhas se refletem em seus olhos. É claro como água límpida em um dia ensolarado. 

 

Primeiro click.

 

Simples olhos castanhos. As pessoas pensam que os azuis e verdes são os mais bonitos, mas na verdade, são apenas os mais transparentes. Você adora descobrir aquilo que se esconde dentro da escuridão de um castanho. Eles não demonstram sentimentos da mesma forma, é muito mais complicado de le-los. E muito mais exitante quando você finalmente descobre a resposta.

 

Segundo click. 

 

Negra de olhos azuis. O contraste é lindo. Pessoas negras demoram a ter linhas de vida, o que torna muito mais complicado para ti le-las, mas os olhos azuis transformam a mulher em um livro aberto atravez de um vidro totalmente transparente. É lindo. Uma das fotos mais bonitas que você ja tirou. A alegria dessa mulher vai contagiar qualquer um na sua exposição. Ela não esconde que sofre, isso se reflete em cada pedaço da sua eterna alma. 

 

Terceiro click

 

Você posiciona a camera, e se prepara para tirar a proxima foto. Um garoto de cabelos encaracolados se põe a sua frente. Ele senta na cadeira sinalizada, e te olha. Você se posiciona atras da camera, seus olhos encostados na abertura. Você aumenta o zoom da foto, arruma a exposição, focaliza como fez com todas as outras. 

 

Não há um quarto click. 

 

Você sai de tras das cameras. Olha para o garoto a sua frente. Você não tirou a foto. Não conseguiu. 

 

Você o observa. Olha detalhadamente. As linhas de expressão em seus olhos, os fios de cabelo caindo em seu rosto praticamente inexpressivo. Ele era alto, barba rala, pele branca, ombros largos. As mãos descansavam em seus joelhos, seus dedos eram longos, e possuiam alguns calos. Voce percebe que gostaria de descobrir de onde surgiram. O maxilar era marcado, e  alguns poucos fios de cabelo branco se misturavam com os fios negros criando um brilho proprio. Ele não parecia ter mais de 23. 

 

Você se desculpa, e se coloca atras da camera novamente. O medo te sobe a garganta. Você percebe o que tinha acabado de fazer. Sera que você o assustou? Você ficou o observando atentamente por certo tempo. Sera que ele achou que você era louca? 

 

Mas... você nao conseguiu segurar. Precisava olhar para ele de verdade. A curiosidade tomou conta de seu sangue. Você sempre foi de multiplicar tudo por mil. Das dores aos amores. De A a Z. Será que você transpareceu demais? Sera que ele percebeu tua reação ao ve-lo? Sera que ele conseguiu te ler como você costuma ler as pessoas? Essas perguntas passam pela sua cabeça diversas vezes, e o medo te consome. Você não quer assusta-lo. Você tem medo de assusta-lo 

 

Você deixa que esse pensamento seja levado para um canto onde ele sera guardado e revivido por algum tempo ate que você o esqueca ou passe para o papel em forma de arte. Você posiciona os olhos por tras de lente, e novamente a mesma imagem aparece na camera. 

 

Você congela. 

 

Os olhos dele são como um furacão em uma noite estrelada.  Negros como o infinito da materia escura. É assustador. Você sempre presta atenção nas pessoas, principalmente nos olhos delas. Mas nunca tinha visto algo igual. Era peculiar. De uma maneira boa. Os olhos dele brilhavam suavemente como na escuridão eterna do universo com suas estrelas. Mas tudo estava tão bagunçado.

Não. Imprevisível. 

 

Imprevisiveis era uma descricao melhor para o que você via naquele momento. 

 

Ele era como um furacão 

Um doce furacão 

Agridoce 

 

Você sentiu medo. Era errado. Aquela sensação que ele trazia era errada. Parecia errada. A cabeça e o coração apitavam sinalizando perigo. Você deveria tirar a foto, mas não conseguia deixar de observar. Ele parecia esconder as coisas tão bem, e isso te atraiu de uma maneira que você não conseguia explicar. Por que? Você não parava de se perguntar o Porquê daquele sentimento. 

 

Então você passou e se perguntar se um dia teria a chance de fotografa-lo novamente. Ve-lo novamente. Você apenas queria que o momento presente durasse eternamente. Queria que as coisas acontecessem lentamente, queria observa-lo mais um pouco. Queria descobrir mais um pouco. Você sentiu uma vontade imensa de conhecer mais sobre ele. De decorar mais. Será que ele te contaria o que se passa em sua cabeça? O que ele esconderia? 

 

O que ele queria que as pessoas vissem? Por que ele era tão introspectivo? O que ele escondia depois daquele infinito estrelado? Aquele furacão. Um doce furacão chamava sua atenção, desenhado na iris daquele garoto a sua frente. Por que dois elementos tão distintos se misturavam naqueles olhos? O que ele queria mostrar para o mundo? 

 

Ele parecia ser a pessoa mais confiavel e ao mesmo tempo, aquela que você tem medo de falar com. Ele parecia ser gentil e doce. E introvertido e rude. A descricao que você conseguiu chegar depois de certo tempo pensando foi a de um “paradoxo com toda a sua infinita probabilidade de existir.”

 

Era agridoce. 

 

Olhar para ele era agridoce. O sentimento era diferente. Bom e ruim. Agoniante e tranquilizador. Ele trazia conforto e medo. Parecia que o Caos te convidava para um chá amargo naquela tarde. Você so queria entender o que estava acontecendo contigo naquele momento. Por que aquilo chamava tanto a sua atenção? O que ele queria de ti? 

 

Você entao se perguntou se ele se dispoz a tirar aquela foto por que realmente queria fazer aquilo, ou se foi influenciado por alguem a sua volta. Ou talvez ele so estivesse entendiado e precisando de algo novo. Ele realmente queria estar ali? Por que ele estava ali?  Mais uma duvida surge na sua mente para te mergulhar em um mar de incertezas que te levariam para um dia na cama deitada, pensando em como não se afogar. 

 

Ele queria que alguem descobrisse o que tinha dentro de si? Você não tinha ideia da resposta. Talvez ele quisesse. Mas isso não deveria te importar. 

 

O quarto click acontece.

 

Você levanta o olhar da camera. Sua voz sai falhada enquanto você diz que ele pode ir, e agradece pela presença. 

 

Ele olha para ti e sai andando. Você ja decorou a partir de todos que estiveram ali. Leva-se 5 segundos para a porta bater e a pessoa ir embora.

 

15 segundos se passam. 

 

Ele não foi. 

 

 

 

"I'm loving this sweet hurricane

In time, I know we'll meet once again"

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem... Só... É isso
Espero que tenham gostado ♥
Comentários são bem vindos e serão respondidos com muito amor e brigadeiro



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