Na terceira semana acordado, Axel já se alimentava melhor. Também treinava passos lentos dentro do quarto do hospital. A fraqueza diminuíra, ou seja, em breve estaria em casa novamente. Mas até lá, precisava se distrair. Se inspirar.

Andou cuidadosamente até o corredor e ficou observando médicos, pacientes e acompanhantes passarem. Observou os olhares cheios de histórias e se sentiu curioso. Queria parar alguém e conversar.

Impossível. O AVC levara sua voz em troca de sua vida. Não podia falar.

Voltou ao quarto, pegou o caderno e começou a rabiscar. Queria sentir-se marupiara por estar vivo, mas era difícil estando limitado.