☽ f a i t h ☾

Dazai se pergunta quando essa confiança irá acabar. Quando essa fé inabalável se tornará pó. Ele se pergunta, se questiona, se indaga, se interroga. 

Quando você perceberá que não sou o salvador e sim o pecador, Atsushi-kun?

Ele nunca se deu bem com a fé de outras pessoas. Mori, de seu modo deturbado, foi o primeiro — você será minha testemunha, Dazai-kun. — e então Akutagawa, seu pequeno e selvagem cão da máfia morrendo por aprovação.

Mas Odasaku foi aquele que quebrou algo em si que Dazai sempre pensou que nem mesmo existia — ele sempre pareceu quebrado demais para ainda possuir tal coisa como um desejo além da morte.

Odasaku, que morreu em seus braços e deixou suas ataduras cobertas de sangue que não era seu. Odasaku que era bom demais para a Máfia, mas ainda buscava penitência para voltar a viver na luz.

Mas Oda não teve tempo, enquanto que Dazai sempre parecia ter tempo demais. Então a fé de um homem moribundo foi jogado em si e Dazai não conseguiu negar, não conseguiu desistir daquela promessa que ele nunca realmente pensou que poderia cumprir.

E Dazai ainda se pergunta, quando essa fé deixará de existir, quando Atsushi verá que ele não vale a pena. Porque Oda não pode mais ver isso, Mori sempre soube quem ele realmente era e Akutagawa nunca será nada mais que um cão da máfia e Dazai odeia cães.

Então, dessa vez, será Dazai que depositará sua fé em alguém. Depositará sua fé em Atsushi para que ele veja quem Dazai realmente é, para que essa fé seja quebrada, despedaçada e transformada em pó.

Talvez, só assim, ele poderá morrer sem pensar que, talvez, valha a pena viver só mais um dia.