O revolver gira e aponta para a próxima vítima.

  Daniel estava atônito assim que viu o cano da arma apontada para o seu peito. Nunca em toda a sua vida, ficara tão assustado quanto agora.

- Ei, é a sua vez! – Dizia um garoto de rosto magro, com uma leve expressão de alívio no rosto.

- Eu sei, tá legal?! – Respondeu Daniel com a voz alterada.

  Sim! Ele sabia muito bem que chegara sua vez. Apesar de no íntimo desejar que não houvesse chego, para rir da expressão de surpresa do próximo jogador. Só que agora, não era o momento oportuno para rir. Sua vez de jogar chegara.

  Com dedos trêmulos e desajeitados, Daniel pegou o revólver e o levantou na altura de sua fronte. Estava desesperado, com medo; Podia sentir a adrenalina correndo por suas veias e as lágrimas que teimavam escorrer de seus olhos verdes. Mas, definitivamente, ele não iria chorar. Daniel era orgulhoso demais para deixar que seus amigos testemunhassem algo desse tipo. Ele sabia das conseqüências do jogo, no entanto, quis participar sem pensar duas vezes.

  Esse era seu jeito, agir antes para pensar depois. Sempre fora assim, agia de acordo com o que achava correto. Sem se importar com as leis dos outros, pois o que valia era a sua própria lei. No entanto, chegou a hora de arcar com as conseqüências; Ajeitou seu dedo no gatilho e olhou para os cincos corpos lívidos e empapados de sangue ao seu redor. Daniel deu um sorriso torto e apertou o gatilho, sentindo uma dor lancinante e insuportável em seguida.

  Ele perdera! Mas, em seus três segundos de consciência, pode pensar : “O revólver gira e aponta para a próxima vítima.”