Sasuke Uchiha se orgulhava muito em poder jogar quadribol defendendo sua casa. Fora aceito ano passado, onde apenas era um estudante do terceiro ano e mesmo que não admitisse para ninguém, treinou as férias inteiras para que pudesse ser admitido no time — ele, claramente, faz parecer que nasceu com talento natural para a coisa, charme dos Uchiha. Sempre dava um sorriso cheio de orgulho antes das partidas ao ser ver pelo espelho do vestiário no uniforme da Sonserina, onde seus cabelos negros e pele pálida combinam perfeitamente com o verde e prateado das vestes.

Os cinco minutos antes de todas as partidas eram seus favoritos: onde ele estava no topo do mundo, sendo um dos batedores com o futuro mais certo como jogador profissional, onde Suigetsu e Juugo sempre o encorajavam para dar acertos precisos e escutava dicas de Neji, o capitão do time. Sasuke costumava a ficar mais feliz quando lembrava que o inimigo da partida seria a Grifinória, casa rival à sua, que residia Naruto, que apesar de ser seu melhor amigo, era seu alvo principal, visto que o loiro era um grande apanhador, e nada era mais gratificante pro moreno do que lançar balaços descontrolados para o Uzumaki à altas velocidades.

Isso, até a entrada do seu pior pesadelo no time grifinório. O motivo de seu nervoso possuía nome, sobrenome, cabelos róseos incomuns e por todos os deuses, uma força estrondosa. Sakura Haruno é uma quartanista assim como ele que fora admitida no início do presente ano como batedora de sua casa e foi em sua primeira partida que ele percebeu que saber jogar um pouco não se comparava nada ao talento natural que aquela mulher possuía.

A velocidade, força e capacidade de estar sempre três movimentos à frente do moreno o deixava emputecido. Toda vez em que acertava um balaço, estava a rosada devolvendo em mesma potência e sempre com um sorriso cínico nos lábios.

Ah, mas Sasuke perdia a cabeça quando ela fazia pouco caso de seu esforço.

Uma vez, após uma partida em um dia chuvoso, onde a Grifinória conseguiu esmagar a Sonseira por 120 pontos a mais, Sasuke a confrontou contra uma parede de um dos túneis para a estufa de Herbologia. O silêncio era preenchido pelas gotas d’água que escorriam pelas vestes e o Uchiha só começou a falar após ser analisado por inteiro pelos grandes olhos verdes da garota:

— Você ‘tá zoando com a minha cara? — Perguntou, sério — Tem algo comigo, Haruno?!

— Eu? Jamais poderia debochar de um Uchiha — Rebateu, com um grande sorriso nos lábios — Só acho engraçado como seu rosto fica todo vermelho de raiva quando rebato suas investidas contra o Naruto.

Sasuke não podia ver, mas pelo rosto de Sakura, suspeitou que seu rosto havia corado de raiva com o comentário. Suspirou fundo e se afastou da garota, dando para ela seu melhor olhar mortal.

— O que é isso, Uchiha? Somos inimigos declarados agora? — Deu uma gargalhada, apoiando a mão esquerda na cintura e com a outra desfazia o rabo de cavalo que prendia os cabelos curtos — Vamos ver como isso vai ser desenrolar. Até mais — Riu mais uma vez e deu uma piscadinha para o moreno. Sasuke acabou corando mais um pouco com a ação dela, sentindo uns saltos no seu peito. Afinal das contas, Sakura ainda era uma garota bonita.

Claramente, esse pensamento seria levado com ele para o túmulo. Não seria tão facilmente derrotado por uma qualquer e ainda precisava zelar pelo seu posto como um Uchiha.

Mas claro, ele não pensou que seria tão difícil, a princípio. Grande parte das aulas da Sonserina são compartilhadas com a Grifinória, onde pode se encontrar com Naruto e sempre acabam fazendo dupla. O loiro não é dos mais inteligentes mas consegue se virar na maioria das matérias, o mesmo valendo para Sasuke. Não tinha notas ruins, claro, mas não fazia parte dos alunos mais brilhantes das casas que ganhavam quantidades absurdas de pontos todos os dias. Além disso, possuía dificuldade em algumas matérias mais complexas, como poções e transfiguração — aquelas em que apenas os “nerds” se dão bem, como diria o Uzumaki.

E bem, ele não se surpreendeu ao ver que o nome Haruno era muito comentado entre os professores. Ele nunca havia notado antes — parte por não realmente ligar para as aulas e outra por nunca ter se interessado por alguma garota fora da Sonserina.

— Ah, a Sakura-chan? — Naruto respondeu, fazendo Sasuke dar um arrepio enojado pelo “-chan” utilizado após perguntar se ela ia bem nas matérias — Ela conseguiu resultado total em todas as provas até agora e, se não me engano, faz Transfiguração, Aritmética e Poção avançado com os alunos do sexto ano. Ela quer tirar total nos NOM’s dela ano que vem, além de conseguir um posto no Ministério da Magia quando se formar.

— Aquela garota, sinceramente... — Pensou em todos os sufocos em que passou para aprender poções básica e todos os esporros que já levou da Professora Tsunade ao neglicenciar sua matéria.

— Teme, eu sei que vocês não se dão bem por conta do quadribol, mas vou te falar — O loiro começou, falando mais baixo para que os outros alunos não escutassem a conversa — Ela é uma das pessoas mais incríveis que já conheci. Se você tiver a oportunidade de a conhecer melhor, vai perceber que ela é uma garota maravilhosa.

Sasuke pensou em responder, alegando que nunca iria querer se envolver com aquela mulher novamente além do campo de quadribol mas algo dentro e si rebateu com outro sentimento, curiosidade.

E mal sabia ele que esse momento poderia chegar tão rápido, como em um jogo inocente de gira a garrafa.