O inverno estava chegando mais uma vez, e a casa Potter-Snape estava novamente sendo magicamente aquecida. O elfo doméstico Fluffy que os ajudava vez ou outra nos afazeres domésticos, agora que Severus entrara nos seis meses de gestação, passara a deixar roupas de cama extra, além de grandes colchas e mantas sobre os sofás e cadeiras que rodeavam o lar, assim como sempre que podia providenciava grandes e fumegantes canecas de chá ou leite quente para que bebessem. A cama dos cães Karl e Petra foram deixavas baixo um feitiço de aquecimento constante assim como o piso de madeira de todos os cômodos da casa, o que fazia a todos feliz, pois era possível andar descalço, com ou sem meias, pois os pés mantinham-se quentes, fossem eles humanos ou animais. Quando o horário já reduzido de aulas acabava e Harry ainda tinha alguma matéria a passar para seus alunos, Severus como sempre seguia via flu para casa, tomando um longo banho, antes de jogar-se sobre a cama para poder ler e descansar. Algumas vezes Karl e Petra o seguiam, e enquanto ele se recostava sobre as almofadas, duas pequenas cabecinhas felpudas repousavam sobre seu ventre respirando pausadamente até dormirem, sendo muitas vezes seguidos por Severus, que nem sempre conseguia por o que portava sobre a mesa de cabeceira, o que tinha levado a várias louças e livros a caírem no chão, fazendo com que os primeiros se quebrassem, o que levou a um feitiço de amortecimento a ser lançado sobre o tapete macio, mas fino que ficava sob a cama.

Quando Harry chegava em casa, ficava apaixonado de encontrar os três compartindo a cama, Karl monopolizando o espaço, com as perninhas ligeiramente a tremer, reação de que estava a sonhar, enquanto que Petra, punha a língua de fora e respirava pesadamente, pois tinha se enfiado debaixo do braço de Severus e parecia que aquilo apertava seu corpo, mas não lhe incomodava. Harry ria, imaginando como seria com a chegada de seu filho ou filha. Será que ele veria Severus dormindo com a criança no colo e tendo seus filhos caninos a embalar e velar seu sono, ou ele os acharia no quarto da criança, com Severus sentado na cadeira velando o bebê repousado no berço? Ele ansiava por ver cenários assim e outros mais, não podia aguentar de ansiedade para ser enfim pai. E naquele dia não fora diferente, após um árduo dia de trabalho, com aulas duplas entre Gryffindor e Slytherin que o levou a exaustão, ele chegou em casa, dispensando Fluffy de seus serviços e antes que pudesse agradecer o elfo sumiu em sua frente em um pop. Seguindo para o quarto, decidiu por tomar um banho em silêncio e depois entrar debaixo dos lençóis da forma mais silenciosa que pôde, mas não sem antes recolher a xícara e o livro que Severus havia esquecido no chão. Minutos após recostar-se Severus acordou, assustado com o movimento da cama, para prontamente mostrar-se aliviado ao ver quem estava do seu lado.

— Não que eu esteja reclamando, mas nem sempre é bom acordar assim Harry, porque não me chamou antes de deitar? — Pediu meio sonolento, enquanto olhava para Harry tentando focar o olhar meio perdido em si.

— Vocês estavam tão lindo juntinhos aqui que eu não quis atrapalhar, agora que tal voltarmos a dormir? Você precisa descansar, já é de madrugada — ditou beijando-o na ponta do nariz, enquanto se aconchegava, puxando Severus para perto do seu corpo, tomando muito cuidado para não pressionar demais sua barriga.

— Eu não sei se vou conseguir, mas irei tentar — respondeu-lhe a bocejar, fechando os olhos e caindo novamente no mundo dos sonhos. Harry então se pôs a rir, sabendo que esse tipo de situação se repetiria pelos próximos meses, até o nascimento do bebê e quiçá depois dele. Por fim, também entregou-se nas mãos de Morfeu, compondo assim uma linda cena de amor, poiso quarto iluminado por um pequeno abajur de cabeceira reluzia em tons bruxuleantes de rosa e púrpura tornando a atmosfera acolhedora…