O final de semana romântico que tiveram havia chegado ao fim, mas isso não removeu Harry e Severus da nuvem de amor em que viviam. Tanto que muitos habitantes do castelo notaram uma interação diferente no ar. Havia algo indicando que grandes mudanças chegariam em breve. A primeira delas começou com Severus deixando de ser tão resmungão no início das manhãs, assim como Harry sentado-se perto do homem. Alguns alunos cochichavam que enquanto Dumbledore era vivo e diretor da escola tão cena nunca teria existido, pois o ódio que imperava entre os dois era mais do que conhecido. Outros perguntavam-se se os três dias em que os professores estiveram longe de Hogwarts, fora algum tipo de castigo da atual diretora McGonagall para melhorar a bastante atribulada convivência entre os dois homens. Mas o que ninguém sabia era que Severus e Harry mais do que levavam-se bem, como haviam dado um passo a mais na sua relação. Severus sabia que o sim ao pedido de Harry ainda não significava um casamento em si nem uma cerimônia relâmpago, pois mesmo sendo não tão adeptos aos costumes bruxos, um casamento ainda mais entre dois magos de tão grande poder tinha um tempo específico para se decorrer, haveria o momento de cortejo público, com os dois saindo para algum ambiente agradável, depois alguns presentes trocados, e por fim as bodas. Severus não desejava seguir tais tradições, mas Harry começara-as naquela sexta-feira passada quando se dirigiram ao The Corgi's Nub Spa, portanto agora ele se sentia tentado a fazer a próxima parte, um presente simbólico. Ele ainda não sabia qual.

…

— Harry posso ter uma palavrinha com você um momento?

— Claro Severus, deixe-me somente terminar de corrigir esse pergaminho e lhe serei todos ouvidos — ditou Harry enquanto passava uma pena embebida com tinta vermelha sobre algumas partes do trabalho de algum de seus alunos. Severus desconfiava que poderia ser um Gryffindor, mas espantou-se ao ver o sobrenome de um aluno Slytherin sobre o canto superior do papel.

— Ei, não me olhe assim, não é minha culpa se o Sr. Coleman não sabe redigir um texto sem erros gramaticais, lembre-me de proibir novamente o uso de penas repetidoras, bem que Hermione me dizia que elas era um lixo de investimento — respondeu-o enquanto largava tudo sobre a mesa e com um passe de varinha enviava-os para a mesa do seu escritório particular. Severus sorriu, deitando-se confortavelmente sobre o sofá, enquanto Harry subia sobre si, beijando-o com afinco.

— Então meu querido, o que você queria me dizer?

— Eu queria lhe dar uma coisa.

— Ah Sev, você não precisa me dar nada, nós já conversamos sobre isso.

— Sim, falamos, mas isso é especial, me dê um momento — e dito isso saiu da saleta, seguindo até os aposentos do dormitório de seu quarto e voltando rapidamente com algo em mãos, Harry colocou-se em pé, indo até a sua direção, eis que então Severus abaixou-se revelando assim o que carregava em mãos.

— Eu sei que pode parecer pouco, mas é de coração. Harry em breve estaremos casados, mas sabemos que nada em nossa vida sera convencional, então como não teremos uma única casa por um bom tempo, eu gostaria que você tivesse uma chave de meus aposentos, assim como já tem a do meu coração. 

— Oh Severus, eu não sei o que dizer — respondeu-lhe Harry com lágrimas de felicidade nos olhos, o corpo convulsionando em um choro de êxtase que assustou Severus, que prontamente o abraçou, preocupado com a reação do seu noivo. 

— Vendo sua reação a isso fico contente que quem tenha feito o pedido de casamento tenha sido você.

— Idiota, não brinque com isso — ditou dando-lhe alguns socos e tapinhas de graça.

— Um idiota que você ama, agora me diga gostou do presente?

— Minha reação não é prova disso? Então deixe-me ser mais claro — então Harry beijou-o fervorosamente, demonstrando que as chaves a si oferecidas, eram de bom tom aceitadas.