Olho para o relógio pela milésima vez, passava de duas da manhã e uma madorna intensa dominava-me; incapacitado de fechar os olhos, sabendo que no quarto ao lado, Daniela dormia.

Sua pergunta continuava a pairar em minha mente, a ironia de sua voz a martelava ao simples mencionar de relembrá-la para dar-lhe uma resposta.

O poder concedido a mim pelo Senhor era apenas para curar e expulsar demônios. A missão de salvá-la era algo particular; necessário.

— Não consigo dormir, pastor.

Assusto-me ao vê-la em meu quarto, parada à porta. Esperava ela por algum convite?

Não hesito em chamá-la até mim.

— Durma comigo.