Dear Thomas escrita por cecimaria


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fic também é um oferecimento da Nat (por favor alguém me ajuda a fazer essa moça escrever, porque ela tem ideias incriveis!!!!!)



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Darcy Williamson estava preocupado. O ar cansado, as mangas da camisa erguidas, as mãos bagunçando o cabelo, o olhar distante. Elisabeta conhecia o marido bem o suficiente para ter certeza de que algo o preocupava. Se aproximou devagar, massageou os ombros do esposo e beijou seu pescoço. Elisa sentiu Darcy quase relaxar. Ele puxou uma das mãos de Elisabeta e levou até sua boca, depositando um beijo carinhoso ali.

— Não vi você chegar.

— E nem poderia, preocupado do jeito que está.

— Eu não consigo esconder nada de você, não é mesmo?

— Nadinha. Eu conheço cada pedacinho seu, Darcy Williamson. - Elisa deu a volta na cadeira e sentou-se nas pernas do marido. - Não vai dividir comigo o que está lhe afligindo?

Suspirou cansado e abraçou forte a esposa.

— Lorde Williamson. Acabei de receber uma carta de Charlotte. A situação de papai piorou, ela não queria me preocupar, mas teme que ele não aguente. Eu preciso ir me despedir do meu pai.

— Ah, meu amor… Eu sinto tanto…

— Thomas ainda é tão pequeno para fazer uma viagem tão longa… Eu não queria deixá-los.

— Nós só dariamos mais trabalho. Você deve ir, com certeza. Cuide de Charlotte, despeça-se do seu pai. Eu e Tom estaremos aqui esperando você voltar.  

— Eu não sei se consigo fazer isso sem você, Elisa. É você que me faz forte.

—Se preferir nós podemos ir. Mas realmente seria muito trabalhoso levar Thomas numa viagem tão longa de navio, ele ainda é um bebê. Seria desgastante para nós três. Eu fico preocupada com você lá! Imagine com Thomas

— Eu sei…

Darcy deitou a cabeça no ombro de Elisabeta e deixou que a esposa lhe fizesse um carinho. Ele estava cansado de ser forte. E com Elisabeta ele sempre podia desabar quando a situação ficava difícil demais. Ela era sua força, seu porto seguro.

— Vocês vão ficar bem? - Ele questionou apertando uma mão de Elisa - Não fiquem aqui em São Paulo. Vão para casa de seus pais. Vou ficar mais tranquilo sabendo que vocês estão no Vale sob os cuidados dos Benedito. Perto de suas irmãs. Tenho certeza de que Jane iria também se você pedisse.

— Tudo bem, nós vamos. Amanhã mesmo eu aviso no jornal e separo algumas matérias para adiantar no Vale. Vai ser bom rever minha família. E será ótimo para Tom ficar perto dos primos.

— Eu embarco amanhã. Quanto mais cedo eu for, mais cedo estarei de volta.

— Meu amor, não tenha pressa. É seu pai. A situação dele é delicada. Ele pode não aguentar por muito tempo, ou pode levar meses. Fique ao lado dele o tempo que precisar.

— É isso que me angustia. Essa incerteza. Eu não quero deixar vocês por tanto tempo.

— Pense que tudo vai se resolver no tempo certo. Eu e Thomas estaremos aqui lhe esperando pelo tempo que precisar.

— Você é incrível. Já disse que te amo hoje? - Ele deu um selinho na esposa.

— Só uma vez. Achei um absurdo.

— Eu te amo, Elisabeta Benedito. Te amo. Te amo. Te amo. Você é minha vida.

E então Darcy se levantou com Elisa no colo e levou-a até a cama do casal, e a amou como se fosse a primeira vez. E como se fosse a última.

 

***

Quando Darcy acordou o sol ainda não havia saído. Admirou por alguns minutos a mulher a seu lado. Ele a amava tanto. Ainda nem havia ido embora e já contava os dias para voltar. Já imaginava o horror que seria dormir numa cama sozinho. Depositou um beijo na testa da esposa e levantou-se em direção ao quarto de Thomas.

O filho dormia tranquilo em seu berço. No pequeno criado mudo estava o livro que ele e Elisabeta liam para Thomas todas as noites, as aventuras de Peter Pan. Naquela madrugada desejou que Tom não crescesse, porque temia perder momentos importantes da vida do filho durante essa viagem à Inglaterra.

Darcy sabia que não devia acordá-lo, mas não resistiu em pegar o bebê no colo. Sentindo falta do aconchego do berço Thomas quis chorar, mas quando seus olhos encontraram os do pai ele se acalmou. Darcy sorriu para o filho e o embalou, os olhos nunca deixando o verde dos olhos do pequeno.

— Papai vai morrer de saudade. Prometa que não vai correr enquanto eu estiver fora. Continue dando pequenos passinhos e caindo, nada de correr, ouviu? Só quando papai chegar. Nada de palavrinhas novas também. Papai, Mamãe, água e carro estão mais do que suficientes por enquanto. Está terminantemente proibido de crescer também! Nem um centímetro a mais, senhor Thomas! Sua avó Ofélia vai ficar repetindo que um dia você será grandão como o papai, mas se recuse a crescer até eu voltar, combinado?

O pequeno Thomas estava hipnotizado pela voz do pai. Sempre fora assim, desde quando ainda estava na barriga de Elisabeta. O bebê sempre mexia quando ouvia a voz de Darcy. E o pai se encantava todas as vezes. Era mágico. A paternidade era algo mágico. E Darcy se sentia o homem mais poderoso do mundo. Agora sentia que seus poderes perderiam a força longe do filho, longe de Elisa. Justo quando ele precisava ser forte, por lorde Williamson e por Charlotte.

Devolveu o filho para o berço, os olhinhos do neném já lutando para ficarem abertos. Beijou sua cabecinha e ficou velando seu sono, memorizando cada pedacinho daquele rostinho perfeito que tinha tanto dele e de Elisabeta.

O sol despontando na janela era o sinal de que Darcy precisava arrumar as malas e embarcar no primeiro navio para a Europa. Suspirou derrotado, não havia nada que pudesse fazer para evitar a partida, apenas torcer para que o retorno fosse rápido.


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