Thankful escrita por Inci


Capítulo 1
EGO, em alemão ich, "eu".


Notas iniciais do capítulo

Aqui eu novamente! Toda vez que me vem uma inspiraçãozinha boto para fora fazendo One, não posso me atrever á fazer Long, se não meus leitores de ''Eu amo você mais que tudo (Starmora)'' me matam, porquê consequentemente eu daria mais atenção ao projeto novo.

* Essa história tem algumas informações bem implícitas, então, é necessário uma atençãozinha para compreender.

Boa Leitura! ♥



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EGO, em alemão ich, "eu".

 Ego, núcleo da personalidade de uma pessoa.

Não falo de nenhum destes, Ego também tinha um núcleo, o seu núcleo era diferente, ficava em baixo de uma pilha de ossos deteriorados pelo tempo, ossos que já foram carne em decomposição, carne que já fez parte de inúmeros corpos, corpos que pertenciam á crianças inocentes, algumas com pouco mais de sete anos, outras abaixo dos cinco. Ele não fazia distinção e não demonstrava remorso ou pena, eles eram cobaias preparadas cuidadosamente por ele mesmo e a cada falha, ele ficava mais perturbado, sua expansão corria perigo e ele sabia disso.  Seu propósito corria perigo e isto era algo que ele não admitiria.

   Ego conheceu uma empata certa vez, alguém que pôde compreender o que ele sentia, sem sentir medo ou Ira, Nephemys era boa e ingênua, entretanto, não á ponto de se deixar seduzir por aquele celestial ao qual ela sabia que era perverso. O Planeta dela vivia imerso em guerras e conflitos ocupacionais, e mesmo sendo um lugar bom e abundante para viver-se, não era seguro.

  Ele estava obcecado, á beira da loucura, já faziam centenas de anos que falhava sem nunca ver uma fagulha de esperança. ‘’Vai ver, a resposta estava debaixo de meu nariz o tempo todo.’’ Nephemys se negou á contribuir com aquele propósito doentio, mesmo sendo sua amiga, não queria compactuar com tal ato. Ego, não a ouviu, ele a forçou. A única amizade verdadeira que ele conquistou em toda a sua existência milenar, fora quebrada, transformando-se em estilhaços. Não acreditou no que tinha feito, simplesmente se afastou de sua culpa, vagando pelo Universo até encontrar conforto nos braços de Meredith Quill. Tudo que ele tocava se deteriorava, depois de deixar Meredith com a promessa errônea de que um dia voltaria, foi até o planeta de Nephemys,e tudo que encontrou foi destruição e uma garotinha, em seu Estado Larval, orfã em seu planeta natal. A levou consigo, aquela era Mantis, a única prole a qual ele não teve coragem de macular. Não se sabe exatamente o porque, e provavelmente, isto nunca será algo compreensível.

                                                    [...]

   Chuva e vento, frio e gelo, ouvi pequenos pés correndo pelo corredor rapidamente, uma pequena respiração ofegante e um grito agudo quando aquela criança foi agarrada por trás contra sua vontade e levada para o local de sua morte. Gritei, em alto e bom som, despertado daquele sono maligno e demorei um pouco até assimilar que aquilo era uma das memórias que extraí de Ego. Ás vezes eu fazia isso, nunca era agradável, mas eu tentava na esperança de um dia, ver alguma bondade naquelas memórias, algo puro.

      Quando criança, por um tempo acreditei que ele não era mal, hoje, tenho plena consciência que não é um sujeito de todo bom. Ego me criou do jeito dele, com suas ausências e loucuras, já perdi a conta das inúmeras vezes que ele tentou me ensinar á despertar poderes como os seus, gritando comigo até meus tímpanos doerem ou sangrarem.

   Ele tinha seus motivos, talvez eu seja ingênua como Drax diz, por achar isso, mas, eu lembro de certamente em momentos raros ter visto um pouco de compaixão e carinho no olhar daquele que todos consideram um monstro. Eu me tornei útil quando meus poderes despertavam, ajudava sua mente perturbada á descansar, mas exigia bastante de mim e ás vezes eu me sentia exausta e drenada, quando eu desmaiava, Ego me pegava em seu colo para colocar-me em meu local de repouso, no meu ponto de vista não-muito claro, isso é empatia.

 Viver com alguém como ele por toda a sua infância e adolescência, certamente é uma experiência perturbadora e agitada. Ele pagava Yondu Udonta para que trouxesse sempre novas crianças para sua experiência, era como um ciclo vicioso que sempre se repetia, um tentáculo brilhante acertava o peito da coitadinha, e quase sempre, a criança gritava antes de tornar-se só mais um cadáver mórbido de sua coleção, sem nenhuma importância. ‘’Eles não sentiram nada’’ ele sempre repetia buscando tranquilizar-me, e eu sei, só eu sei, que isto é uma das maiores mentiras ás quais ele já contou.

Quando eu tinha cinco anos, foi quando ele começou suas experiências novamente, tinha parado por um tempo, lia histórias para que eu dormisse e eu sentia sua impaciência em acabar logo o maldito livro para ir torturar almas inocentes e desiludidas.

 No começo eu chorei e me apeguei á algumas, mas com o tempo adquiri um senso de normalidade para aquilo que beirava a perfeição. Quando os Guardiões chegaram, me senti culpada, Peter era amado e tinha amigos, ele não merecia morrer. [Não que as outras crianças merecessem, ninguém merece morrer.]  Drax era meu amigo, o primeiro amigo que já tive, eu era a ‘’pulga com um propósito’’ para Ego, mas para os heróis incríveis e destemidos que se auto-intitulavam Guardiões da Galáxia, eu era a Mantis, eu era uma pessoa, eu era importante e necessária como pessoa, afinal, eu era necessária para Ego, mas somente para propósitos benignos á ele.

   Eu sou grata, pelo Peter, pela Gamora, pelo Groot, pelo Rocky, pelo Drax, e até pela Nebulosa. Eu sou grata por ter sido tirada da prisão á qual eu vivi diariamente ouvindo gritos e torturas e temendo que algum dia minha vez chegasse, por alguma desobediência ou o que for. Ego era imprevisível e isso sempre foi o mais assustador que havia naquele homem.

  Certamente, ele não tinha amigos como eu tenho e não era tão amado quanto eu, a ausência de amor o amargurou e fez com que ele se tornasse aquilo, isso foi algo irreversível, um processo diário, durante todos esses milhares de anos em que aquele Ser vazio originário da poeira intergaláctica conheceu este mundo.

         Ego já estava morto, morto por dentro, internamente, totalmente deteriorado e em estado deplorável, com uma saúde mental crítica e fora de controle, se tornava cada vez mais imprevisível e perverso, e se estivesse vivo, um mal inimaginável assolaria o Universo. 


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Notas finais do capítulo

Achei interessante fazer um capítulo que fosse totalmente da nossa querida Mantis, ela nem sempre obtem a atenção que merece no mundo das Fanfic's!
Eai, gostou? Diz aí o que você achou ♥