“Eu nem gosto de você…”

Zoro não estava surpreso por ouvir aquilo. Mas, a verdade, é que teve uma imensa vontade de jogar aquele cozinheiro burro no chão, e pisar na sua cara bonitinha, até nunca mais conseguir pretendente alguma de novo na vida.

Mas Sanji não sabia que fora Nami quem o obrigou a resgatá-lo daquele casamento. E ele não tinha a mínima ideia do quanto odiou ter que fazer aquilo. A revolta que sentiu ao invadir aquela droga de festa estúpida, cheia de Narcisos, que lhe causavam uma horrível alergia. Ter que arrancar aquele loiro idiota dos braços daquela louca, que nem ao menos se deu ao trabalho de lutar pelo noivo; nem mesmo para depois matá-lo, como já havia planejado antes. A vergonha por ter que dizer todas aquelas palavras. Aquelas mentiras absurdas, para convencer aquele cozinheiro narcisista e ganhar o máximo de tempo possível, até que, finalmente, pudessem fugir de toda aquela humilhação pública.

Sanji não imaginava o quanto odiou ter que carregá-lo a força. Ter que segurar firme em seu corpo extremamente forte que se debatia, querendo uma explicação de algo tão óbvio. O quanto foi difícil correr dopado com aquele perfume amadeirado, invadindo seu olfato, que, aos poucos, lhe tirava o foco e atrapalhava todos os seus sentidos, quase o obrigando a decifrar todas as especiarias que formavam a fragrância.

Sanji nem sonhava o quanto foi difícil suportar ser acusado de estar apaixonado por um cozinheiro ridículo metido a Don Juan. Como foi humilhante ter que ouvir de alguém que nem amava, que não podia ter seus sentimentos correspondidos; sentimentos que sequer existiam.

E foi apenas por isso, e somente por isso mesmo, que Zoro, não bateu, xingou ou rejeitou o loiro, quando este tocou de leve seu rosto e o beijou com toda sua fúria.

Apenas porque Sanji não sabia de nada.