Legado Infiel escrita por Android


Capítulo 3
O Anúncio da Natureza




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A Floresta flutuante permanece silenciosa com o anoitecer, porém a calmaria é cessada com o início do Cinaclo. Um dos primeiros a atravessar o grande arco de Mármore Lunar é Alison. Ele acelera seu passo para poder se afastar de Adriano e Lebron que o seguiam correndo pela floresta que os envolvia. Ao correr um peso incomum balança em seus bolsos, a calça nova que ganhara de Kevin escondia seus próprios segredos. Repousando calmamente, em seu bolso esquerdo, um trio de esferas vermelhas e translucidas estão. Al as toca e sente que são macias, quase como frutas. Por um momento ele receia e cessa seu movimento, e com um baque Adriano o acerta nas costas com seu próprio corpo. Lebron com mais maestria desvia do casal rindo e parando de correr.

— Por que parou, Loirinho? Já está desistindo? – Lebron ri enquanto da pequenos pulos no local preparado para correr mais alguns quilômetros. King parece se animar quando está correndo, o semblante irritado de outrora, não mais cobria seu rosto.

— Na... Não... – As esferas pesam em seu bolso, Alison começa a pensar em todas as possibilidades que poderiam ocorrer, enquanto tenta pensar em algo rápido para dizer, todavia seu cérebro e corpo não respondem de maneira tão rápida e ele somente balança seus ombros sem conseguir produzir nenhum som.

Adriano ao ver a atitude estranha de Alison e começa a se indagar se deveria mesmo ter se juntado àquele grupo. Ele não confia neles, porém acredita que seja mais fácil os usar como peões e depois os descartar e conseguir o trono só para si, estando determinado em sobreviver.

— Vamos, Al! – Adriano coloca seu palmo sobre o ombro esquerdo de Alison o acariciando e dando uma leve apertada. Alison sente uma sensação diferente percorrer seu corpo e acaba corando com o toque. Ele acaba decidindo por esconder as pérolas dos companheiros, porém sente um aperto em seu coração. Ele não sabe o motivo, mas sente que gostaria de compartilhar tudo com Adriano, muito mais do que seus segredos.

— Vou na frente, qualquer coisa eu aviso! - Lebron revira seus olhos com a situação e começa a reavaliar sua participação naquele grupo ao mesmo tempo que começa a correr, ao longe ele avista que as árvores começam a diminuir. As flores vermelhas que brilham ao seu redor começam a se tornar opacas e como se a magia diminuísse. Ao sentir em seus pés que o chão mudou Lebron torce seu corpo acenando para o grupo, ele encontrara uma espécie de estrada.

Porém, King decide explorar melhor a estrada aumentando sua velocidade e se afastando do grupo que agora começava a chegar na saída da floresta. Adiante ele ouve um som que o lembra sua cidade natal: um rio.

— Pronto, já não preciso mais desses idiotas. O rio deve me levar no caminho certo. – Lebron murmura a si mesmo se embrenhando pelas árvores tortuosas mais uma vez sem ao menos olhar para trás.

Adriano e Alison chegam a estrada, porém não encontram o seu companheiro. Alison fica preocupado com a situação e até pequenas lágrimas surgem em seus olhos.

— Será que ele foi comido por alguma coisa? – Alison se encolhe preocupado e encontra conforto nos braços de Adriano que o envolve.

— Calma, pequeno. Lebron é forte, não seria comido por qualquer coisa. – Um sorriso pronto que Adriano deveria estar acostumado a mostrar surge em seu rosto, Al retribui se desvencilhando do abraço.

Após parar alguns segundos para repousar a dupla decide seguir caminho, a noite estava quase em seu fim e antes do amanhecer eles queriam chegar no local onde aquela estrada os levava.

Não muito longe dali estão Helmut e Loki em uma pequena batalha que logo iria terminar. Ao saírem da Cornucópia, avistam uma criatura de quase um metro, suas asas rosadas brilham com a luz do luar e ruflam de par em par. A dupla decide por a seguir, e conseguem por algum tempo. Porém, infelizmente, ela os nota e não acata seus companheiros de forma receptiva.

Ao girar seu dorso, sua pele é azulada e seus olhos profundos, suas pequenas mãos se protegem com garras afiadas que furtam as cores do arredor quase como em uma sinfonia. Helmut, se põe a frente e decide tentar explicar quem são.

— Ó ser mágico de Vyrtin, nos permita explicar-nos. – Helmut encarna um tom bastante arcaico para tentar abordar a criatura e isso parece que a irrita mais do que nunca. A fada cerra seu cenho e das árvores espinhos começam a ser lançados contra a dupla. Helm atrapalhado tenta desviar, entretanto acaba sendo acertado de raspão nas costas enquanto tenta se afastar do ser e o espinho rasga parte de sua camisa deixando à mostra uma parcela da tatuagem que cobria suas costas, a pele dourada sua frio ao sentir o espinho raspar em sua pele.

Loki segura nos ombros de Helm o empurrando para trás da árvore, a criatura aparentemente não consegue os ver e aproveitando da distração põe-se a correr em direção da criatura. Pega de surpresa a fada não consegue desviar e acaba sendo pega pelos braços de Loki que a aprisionam. No calor do momento Fenrir não nota o que acabara de acontecer, porém as garras afiadas da criatura estão cravadas em seu antebraço. O veneno da fada começa a percorrer suas veias e quase que instantaneamente o garoto perde sua visão. A fada grunhe quase em uma risada.

— Nhia, matser-ti vyagn. Vyrtin set notrw tus! – A criatura esbraveja ao retirar suas garras da carne humana do garoto, Loki apesar de sua percepção do universo não espera por perder sua visão e o mesmo solta a criatura tentando entender o que havia acontecido consigo. Sua respiração se torna ofegante e Helm corre em sua direção tentando o segurar antes que caísse em meio as árvores.

As roupas rasgadas pelo ataque de espinhos da criatura mostram uma queimadura nas costelas de Loki e algo incomum para um menino, apesar disso, Helm ignora tudo isso e tenta conversar com o garoto para o acalmar.

— Loki, calma. O que está acontecendo? – Helm encosta o garoto em uma árvore, Loki não gosta do toque estranho em sua pele e se rebate nos braços que o seguram.

— Não, não consigo ver. Me solta! – Loki tenta soar direto, porém acaba soando agressivo. Helm dá um passo para trás e vira seu dorso em direção da fada que voa observando o caos causado com um sorriso em seu rosto.

— Você! O que fez com ele? – Fenrir recolhe uma pedra do chão jogando contra a criatura, que antes mesmo que a pedra se aproximasse voa em extrema velocidade contra o corpo esguio do opositor. O baque é forte e assusta Helm que é lançado contra o chão sem conseguir se mover, a fada enfia suas garras na terra o lado do corpo de Helm que não está nas melhores condições.

— Hmir, set tus yivow. – A fada grunhe retirando um verme esbranquiçado da terra. O animal lembra uma sanguessuga, porém leitosa e branca que se move freneticamente tentando se soltar. Repousando uma de seus palmos no pescoço de Helm a outra leva o verme em direção do seu ouvido.

— Não, não, pare com isso! – Fenrir tenta se mover, porém a criatura pressiona seu corpo contra o chão de forma que ele não consegue se mover. Loki tenta se levantar para ajudar o colega, ele não sabe o que está acontecendo, porém sente que sua percepção de seu arredor melhorara bastante sem sua visão e permanece em pé tentando descobrir onde a criatura e Helm estão.

A fada solta o verme na orelha de Helm e o animal se esgueira e desliza pelos canais auditivos do garoto como se rasgasse sua orelha, após alguns segundos de dor o animal cessa seu movimento e a fada rufla suas asas pairando sobre o corpo de Helm.

— Como vocês, filhos-da-terra, ousam atacar uma criatura da corte de Pho! Eu, Elora, os declaro prisioneiros. – A voz da fada não parece mais um grunhido e sim uma canção fina e arredia. Entretanto, somente Helm consegue a entender. Loki começa a tentar decifrar o código dos grunhidos de Elora, porém em vão.

— Prisioneiros? Não podemos ser presos, precisamos chegar ao Trono. – Helm esbraveja se colocando de pé, sua cabeça está estranha com o verme em seu ouvido, porém o incomodo maior passou.

Helmut grunhe de volta para a fada e Loki começa a decifrar o que ocorreu, sua visão começa a retornar. Ele observa as coisas a sua volta como se uma névoa as cobria.

— Prisioneiros de Pho, venham comigo até Tenebrae, o general os receberá lá. – A fada aponta uma de suas garras esquerdas em direção ao nordeste como se aquele caminho fosse óbvio para todos.

Após alguns segundos a visão de Loki retornou e eles puderam seguir caminho, a captora do grupo decidiu os explicar o que eram aqueles vermes e inseriu um em Fenrir. Os vermes bisonhos estão por toda Vyrtin e eles se alimentam de ondas sonoras e permitem àqueles que o hospedam em seu corpo falar e compreender todas as línguas existentes. Os olhos de Loki brilhavam com a animação de poder falar todas as línguas, mas seu inconsciente o avisava para não confiar nessa criatura. A dupla decidiu seguir com Elora, porém na primeira oportunidade tentar escapar.

Do outro lado da floresta, Davina, analisando o céu, seguiu as direções exatas de Kevin seguindo em direção da terceira lua. Após algumas horas observando a Lua, McKenzie pôde jurar que via uma mulher de cabelos brancos dançando no céu quase como em uma valsa com a lua, entretanto quando foi checar novamente seu caminho a mulher não estava mais lá. E nesse momento de distração, o terreno da floresta se torna um declive e a garota se atrapalha e cai de bunda no chão escorregando até o leito de um rio. Irritada e coberta de lama, Davina recobra sua postura e volta a analisar as luas, porém elas estão alinhadas e não tem mais como ela seguir a terceira lua, quem dirá distinguir qual é a terceira lua.

— Merda de terceira lua, agora estou toda suja! – A menina esbraveja, o rio a sua frente é raso e transparente, as luas refletem em sua água translucida que completam a paisagem com pequenas pedras circulares no fundo do rio. – E ainda estou com fome. – A menina choca seu pé contra o leito do rio, as pedrinhas rolam com o movimento da garota.

McKenzie decide encontrar um local perto do rio para poder descansar no resto de noite que ainda há e procurar algo para comer, entretanto, primeiro precisa se limpar. Apesar de todas as suas roupas estarem sujas, Davina as retira calmamente dobrando peça por peça e as colocando juntas ao lado do leito. O corpo alto e magro da garota adentra o pequeno riacho em virtude de se limpar de toda a sujeira, apesar de esperar que a água fosse ser fria ela a envolveu como em um abraço acalmando os músculos de Davina e aos poucos a limpando.

Seus cabelos molhados grudam no pescoço e na testa fazendo com que quem a visse se encantassem por aquele espécime perfeito. Sua pele sem nenhumas marcas mergulha o tempo todo no riacho e por um momento a garota esquece de que está em um evento mortal. Sua mente é puxada de volta a Vyrtin quando ouve passos pela floresta, ela salta para fora do riacho correndo para vestir suas roupas. Do outro lado do Riacho uma figura negra e repleta de tatuagens surge em meio as árvores.

— Ora, ora. Se não é uma beleza o seu corpo. – Lebron tenta fazer uma piada, porém soa muito pervertida o que irrita Davina que veste sua calça jeans.

Quando termina de vestir suas roupas a garota começa a recolher um grupo de pedras, Lebron sem entender começa a pensar em como atravessar o rio para chegar na companheira.

— Menos uma! – King pensa moldando um sorriso, porém antes que possa colocar suas pernas no rio Davina grita para ele.

— Não chegue perto de mim, fica desse lado aí. – Enquanto fala a garota começa a jogar as pedras que havia recolhido em King, uma delas o acerta no nariz que escorre um filete de sangue.

— Maldita! – Cobrindo o filete de sangue que escorria, King recua seguindo em direção de uma das árvores repousando suas costas nela e se sentando no chão. – Vou dormir um pouco, me acorda quando amanhecer. – Ele acrescenta à garota que somente se irrita mais e começa a sentir um pouco de dor em seu estomago.

Davina decide procurar na floresta algo para comer, depois de alguns minutos rondando o rio ela encontra uma árvore com um fruto semelhante ao que se tem na Terra. – Mangas, não será hoje que morrerei de fome. – Ela finaliza apoiando-se no tronco da árvore que brilhava ao seu toque e recolhendo dois frutos, os únicos que ela alcança.

Retornando ao leito do rio onde poderia permanecer de olho em King, ela morde a fruta, porém seu gosto é completamente diferente de tudo que já provara na vida. A fruta possuí um sabor doce e cítrico, sua textura é como de um pêssego, porém seu sabor lembra um maracujá doce. Maravilhada com aquilo terminou de comer uma das frutas restando nem mesmo sua casca, recolheu algumas folhas e as usou como apoio para deitar, acabou adormecendo.

Não muito longe dali, Alison e Adriano avistavam o fim da estrada que seguiam. Inúmeros barcos e uma grande pedra com os dizeres encravados, Tenebrae, apontavam que eles estão por chegar em uma cidade. Medo percorre o corpo de Alison, porém Adriano já começara a entender como o manipular e fazia com que Fernandes seguisse sempre o que queria.

Seguindo pelo fim da estrada a dupla é surpreendido, o céu simplesmente desaparece ao cruzarem a pedra encravada. O céu se torna uma grande cúpula negra como se ali fosse sempre noite. A estrada os leva em direção de um centro comercial, muitas pessoas se reúnem por ali. Um grupo de elfos ri e bebem em grande algazarra, um casal de anões lutam com seus machados e um sapo humanoide grita chamando todos para apostar. É muito para absorver, porém uma figura se desponta em meio a multidão e infelizmente Alison e Adriano não o conhecem e não sabem que devem começar a fugir agora. Pho, um elfo alto e esguio, suas orelhas pontiagudas e sua pele esverdeada brilha à luz do fogo. Suas orbes vermelhos focalizam em Al e Adriano e lentamente segue em sua direção.

— Comecemos as execuções! – Pho ordena e sua corte começa a segui-lo em direção da dupla.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim de mais um capítulo e finalmente ele não atrasou kkkk. Gente estava pensando, o que vocês acham de criarmos um grupo no fb, amino, ou wpp para podermos interagir e eu liberar alguns conteúdos extras, não sei, me falem o que pensam disso. Obrigado por todos os comentários maravilhosos de vocês e por não desistirem da história. Espero que tenham gostado e então vamos às Interações. Por favor respondam as interações como comentários para que todos possam ler as escolhas e sintam-se livres para comentar sobre as escolhas. Não deixem de ler as escolhas dos colegas, pois elas podem influenciar as suas também.

Adriano Mendes: Adriano acabou de chegar em uma nova cidade, junto de Alison. Porém uma figura ameaçadora decide seguir em sua direção em Tenebrae.
A) Adriano foge e abandona Alison para ser pego pela corte de Pho que segue em sua direção.
B) Adriano decide lutar contra a corte de Pho que segue em sua direção, nem que isso custe sua vida.
C) Adriano com a ajuda de Alison tentam fugir se esgueirando no meio da confusão que é o centro comercial de Tenebrae.

Alison Fernandes: Alison está começando a se apegar demais a Adriano e esqueceu as pérolas em seu bolso. Fernandes vê uma figura ameaçadora junto de um grupo seguir em sua direção.
A) Mesmo sem saber o que segue em sua direção, Alison pede para Adriano fugir junto de si e não lutarem.
B) Apesar de ser um grande grupo, Alison decide confiar em Adriano para decidir se vão fugir ou lutar.
C) Alison decide ir conversar com o grupo e quem sabe fazer novos amigos.

Loki Fenrir: Loki sente seu que percepção do universo aumentou desde que ficou cego momentaneamente, ele agora consegue sentir coisas que estão as suas costas sem nem mesmo precisar o olhar. E a ferida que Elora o causou fechou em instantes. Ele sente que algo de diferente está acontecendo com si, porém ainda é prisioneiro de Elora.
A) Loki decide seguir Elora e tantar extrair dela o máximo de informações possíveis, nem que ele precise falar para isso.
B) Loki procura uma distração para utilizar em Elora e conseguir fugir dali.
C) Loki permanece atônito a tudo se deixando guiar pelas ordens de Elora e tentando entender melhor o que acontecia consigo.

Helmut Singer: Helmut está cheio de pequenos arranhados por todo o corpo e começa a se indagar o motivo que Elora não os machucou de verdade. Apesar da fada dizer que eles são prisioneiros, sente que na verdade não é, pois nada os prende ali.
A) Helmut decide fugir e levar consigo Loki em um ataque desesperado contra a fada.
B) Singer decide seguir com Elora e descobrir seus verdadeiros propósitos.
C) Helmut está com fome e a única coisa que consegue pensar é em comida.

Davina McKenzie: Davina após se empanturrar em Polis, a fruta que encontrou na floresta, fica extremamente sonolenta, porém King ainda está ali e aparentemente dormindo.
A) Davina se permite dormir também e descansar enquanto pode, pois não sabe quando poderá dormir novamente.
B) Davina decide batalhar contra o sono e permanecer acordada para vigiar Lebron e se proteger caso algo ocorra.
C) McKenzie decide atravessar o rio e se juntar a Lebron e dormir os dois juntos para caso algo aconteça os dois poderem proteger um ao outro.

Lebron King: Lebron ao se separar de Alison e Adriano acaba encontrando Davina se banhando no rio. Ele permanece escondido nas árvores a assiste pacientemente, porém ela o ouve e se veste correndo. King decide por permanecer ali e após o ataque da garota ver como as coisas seguirão, ele está cansado por todo o exercício executado.
A) Lebron adormece recostado na árvore acreditando que McKenzie não o abandonaria ali, deixando o cansaço se esvair.
B) King finge dormir e aproveita que Davina também está prestes a dormir e tenta a matar enquanto dorme.
C) King decide ir embora e deixar a garota sozinha, pois ele acredita pode encontrar o caminho mesmo estando cansado.

Bjs, nos vemos no próximo ♥