Nathalia sentiu um frio subir por sua espinha, fazendo -a estremecer. Tomou coragem e virou -se de frente ao seu irmão mais velho, que mantinha um sorriso largo nos lábios e vestido com um kimono preto, e encarou-o friamente. “Olá Nathalia” cumprimentava com um sorriso cínico, recebendo o silêncio da menor.

—Venha Crow – Ban chamava, observando a distancia o reencontro dos irmãos. Nathalia afastou -se de Jin e foi em direção ao humano de apenas um avental da Taverna do Javali.

—Não me chame desta forma, está chamando muita atenção – Ela sussurra ao chegar em seu lado, vendo todos sussurrarem sobre a presença da Cavaleira Sagrada Traidora e do Cavaleiro Sagrado Hades.

O juiz do torneio explicou a simples regra: derrubar os oponentes do ringue sem a utilização de armas e logo anunciou o início, fazendo todos os participantes correrem um para cima do outro. Ban e Meliodas estavam entediados por todos serem fracos, enquanto King corria para todos os lados para fugir das lutas.

—Quanta injustiça, irmãzinha – Jin dizia ao desviar dos homens e empurra-los com suas asas negras com toda despreocupação, vendo que Nathalia voava quase deitada e apenas desviando das mãos daqueles que tentavam agarra-la em um pulo.

—A regra não proíbe nossas asas – A morena responde com sorriso vitorioso nos lábios, observando entretida todos os participantes fazendo esforços físicos para tirarem os outros do ringue – Ei! – Reclamava ao ter seu vestido agarrado por um homem com olhares maliciosos, ao dizer palavras nojentas para a mulher enfurecida ao ter sua vestimenta puxada – Quanta ousadia em colocar suas mãos imundas em minha roupa.

—Por que não descemos daqui e vamos dos divertir? – Dizia o homem ao tentar relar na pele pálida da mulher a sua frente, que envolvia-se em suas asas com um sorriso sádico.

—Eu agradeço, mas vou recusar com todo prazer este seu convite inapropriado – Nathalia diz ao abrir suas asas rapidamente e causando um enorme vento a sua volta, fazendo o homem e outros participantes caírem do ringue – Seus vermes repugnantes, entendam o seu lugar – Dizia com olhares transbordando ódio, mantendo-se novamente no ar e fitando friamente todos que ainda estavam de pé.

—Essa é a Nathalia que gosto – Seu irmão dizia com os olhos brilhando de orgulho e um pequeno sorriso, lembrando-se de que ela agia desta forma normalmente há alguns anos.

—Forte – Ban dizia espantado, com um largo sorriso nos lábios ao ver toda a força que ela produzia apenas com suas asas. Enquanto King e Meliodas ficavam em alerta.

Os últimos homens foram derrubados por uma mulher misteriosa, que escondia seu corpo e rosto com uma capa e um chapéu, permanecendo apenas os últimos dez participantes: os Sete Pecados Capitais, Nathalia, Jin, a mulher misteriosa e mais quatro homens. A primeira etapa do torneio deveria encerrar-se nos oito finalistas, tendo que mais dois integrantes deixassem o ringue.

—Quem será os últimos dois que deixarão este torneio? – O juiz dava ênfase, fazendo o público gritar de agitação.

—Se será assim... – Jin dizia com um sorriso sádico e um olhar paranoico direcionado a sua irmã desatenta, que colocava seus pés descalços no chão – Um a menos! – Ele dizia louco, voando rapidamente em Nathalia e agarrando-a por seus cabelos, logo jogando-a com toda a sua força no chão e arrastar brutalmente o delicado rosto da morena – Alô? Ainda está viva? – Ele dizia ironicamente, retirando o rosto da mulher da rocha quebrada por causa do impacto.

—Hades, está passando dos limites! – Dizia um de seus companheiros com os olhos cheios de desaprovação, tentando ainda manter sua pose. Este era o Cavaleiro Sagrado Hauser com seu topete loiro e com uma vestimenta simples, pois queria apenas divertir -se com o festival.

—Nós estamos nos divertindo, não é? Diga a ele, irmãzinha – Jin dizia ao puxar mais os cabelos da menor e pisar em suas costas com ânimo , fazendo -a gritar – Você novamente? Intrometendo-se em nossa ligação fraternal – Ele diz ao proteger-se com sua asa do soco de Ban, que mantenha-se com olhares cheios de raiva.

Isto havia sido a última gota da paciência de Ban, estava furioso consigo mesmo por ter deixado acontecer isto, pois prometera que nunca deixaria que fizessem mal a ela, mas lá estava ela inconsciente sob os pés de Hades novamente com o rosto banhado de sangue que escorria de sua boca, narinas e pela sua cabeça. Ban dava socos sucessivos contra o homem impaciente que apenas rebatia e defendia-se com suas asas.

—Estou me cansando – Jin diz ao jogar Ban para longe com sua asa, fazendo o homem segurar-se para não cair do ringue. Com olhares loucos, abre um sorriso sádico e pronuncia: Brain Control (Controle Cerebral).

O desespero correu pelas veias de Ban, torcendo que havia lido incorretamente os lábios do irmão de Nathalia, não querendo acreditar no que poderia acontecer logo a sua frente. A magia em que Jin havia tanto orgulho como membro de sua família e líder dos Deuses do Inferno, o que fizera seu plano suceder com perfeição ao controlar sua própria irmã e alcançar a confiança de todos os Cavaleiros Sagrados como sempre almejou desde em que pisara nas terras de Britânia, mas tudo encerrou-se há alguns anos pela traição de seu melhor amigo e fiel companheiro, que libertou-a.

—Sim! – Jin comemorava junto à uma gargalhada, saindo de cima de querida irmãzinha ainda deitada – Levante -se, minha tão amada irmã – Ele dizia, sendo obedecido por sua irmã, que com olhos fechados, levantava-se – Vá em frente minha querida, banhe-se com todo o sangue que quiser destes infiéis!

—Crow...? – Ban perguntava desconfiado, aproximando -se com passos lentos. Recebendo apenas os olhares mortos preenchidos de ódio e um sorriso paranoico, junto à uma gargalhada louca.

—Quanta diversão – Ela dizia com um sorriso sádico, fitando todos a sua volta e escolhendo quem seria seu primeiro alvo. Perdendo o foco quando seus ouvidos foram preenchidos pelos gritos de seu irmão – Meu Rei!

Ela ia de encontro com o homem com as mãos em sua cabeça e caindo ajoelhado atordoado. Jin sentia uma forte dor de cabeça e que logo explodiria, desmaiando no colo de Nathalia.

—Meu Rei, por favor, acorde! – Ela pedia deixando um sorriso surgir ao vê-lo murmurar e abrir seus olhos, mas sendo surpreendida pelos seus olhos tornarem-se azuis e pela frase, seguida de um sorriso gentil:

“É bom lhe rever, minha Alteza”