Entrando pra família escrita por Isabelle Munhoz, QG Dramione


Capítulo 1
Capítulo 1 - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores.
Aqui esta minha one para o desafio do qgdramione Festival.
Espero que gostem!
Para quem leu minha outra one do desafio passado "Um erro quase fatal" queria dizer que essa pode ser considerada uma 'continuação' dela.
Mas relaxem que não precisa ler nada antes, são autônomas.
Baseada na música "Tô Entrando Pra Família" do Hugo e Tiago.
Boa leitura.



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O homem de terno parado no altar ao final do tapete vermelho não demonstrava nenhum tipo de preocupação ou nervosismo para as pessoas que o assistiam sentadas em seus bancos de madeira. Apenas conseguiam ver o rosto angelical e demoníaco que seu dono sempre teve e o ar arrogante que exalava de cada pedaço de si.

O que essas pessoas que jogavam olhares curiosos esporadicamente para o noivo não sabia era como o cérebro do homem parecia não sossegar por um segundo sequer enquanto esperava sua futura mulher entrar por aqueles portões.

“Não acredito que eles estão realmente fazendo isso.” Umas pessoas sussurravam. “Ele nunca será bom o suficiente para ela” e aos poucos os sussurros se espalhavam por todo o grande salão.

Blásio Zabini, o padrinho, chega perto do noivo e faz uma piada baixa para tentar distrair seu melhor amigo dos comentários maldosos que eram feitos.

— Ela não esta demorando? – O noivo pergunta enquanto aperta uma de suas mãos.

— Na cultura trouxa é normal isso, Draco. – Blásio diz. – Você que aceitou fazer um casamento tradicional trouxa.

O loiro bufou enquanto via sua mãe subir ao altar se aproximando.

— Claro que ele aceitou, não é como seu meu filho conseguisse ir contra sua mulher quando ela esta obstinada. – ela viu o homem que se tornou seu bebê revirar os olhos. – Pelo que a mãe dela me explicou logo começa. Só temos que esperar os meninos voltarem, quando isso ocorrer Blásio você segue a Lovegood para a entrada dos padrinhos.

Ambos os Sonserinos assentiram.

Sabia quem eram “os meninos”. Potter e o Weasley que naquele exato momento deveriam estar com Hermione aonde quer que ela estivesse escondida.

Malfoy ajeitou sua coluna para deixar seus ombros mais ao alto tentando mostrar mais confiança que realmente sentia. Ficava imaginando o que estava acontecendo no cômodo com os três e se inquietava com sua imaginação fértil.

Já se passou um ano e quinze dias de namoro

Seus pais não me aceitavam, lembra?

Não era segredo de ninguém que os melhores amigos da sua futura mulher o odiavam. Weasley mais que Potter, mas ambos o odiavam. Se parar para realmente analisar quase todos da vida da sua namorada o odiavam, tirando a esposa do Potter. Draco sabia que nunca poderia dizer uma coisa sequer contra isso já que o ódio deles não vinha de um motivo fútil e sim de seus anos maltratando a todos e como comensal.

Ele tentava tirar da cabeça isso antes que enlouquecesse com a possibilidade dos meninos realmente convencesse sua namorada a desistir de tudo. Conhecia Hermione e sabia que para ela isso nunca seria uma possibilidade. Draco sabia que ela o amava como ele a amava, mas a parte de si que foi destruída durante a guerra sempre trazia essas inseguranças a tona novamente.

— Se fossem para fofocar tanto não sei por que vieram. – Blásio disse irritado notando olhares de julgamento em direção ao loiro.

— Não é como se não esperássemos isso, Blás. – Draco disse calmamente. Naquele momento não era isso que o incomodava.

— Me irrita por que eles agem como se você estivesse obrigando a Granger a se casar. – sussurrou. – Não é como se não ficasse claro ao vendo pra ela olhar pra você como o ama. Lembra de quando a pediu em casamento e ela achou que estavam terminando? Ela surtou.

Draco deixou um semi sorriso aparecer no rosto. Realmente, nunca esqueceria aquele dia como nunca a deixaria esquecer. Quando Hermione queria falar alguma coisa séria o namorado só para provocar perguntava “você não esta terminando comigo, esta?” o que a deixava constrangida pelo momento de total insensatez há mais de um ano atrás.

— Potter e Weasley estão demorando. – Narcisa diz assim que volta novamente da primeira fileira de cadeiras ao conversar com a mãe da noiva.

A leve distração que Draco teve se foi e toda a preocupação idiota voltou para sua mente. Ele tentava mudar o foco de seus pensamentos mexendo suas mãos e mudando seu peso de um pé para outro mas não conseguia se tranquilizar.

— Preciso falar com ela. – Draco fala.

— Nem pensar. – A senhora Granger diz ao notar o nervosismo do seu futuro genro. – Dá azar.

Draco se controlou para não revirar os olhos para sua sogra mas se irritava com essas superstições trouxas. Só realmente aceitou fazer um casamento trouxa por que como sua mãe disse anteriormente não conseguiria dizer nada para sua namorada.

— Mas e se ela precisar falar comigo?

— Falarão depois de casados.

O Sonserino bufou e Blás tentou esconder o sorriso ao ver a insatisfação do melhor amigo.

— Será que o Weasley já a convenceu a te deixar esperando no altar e fugir com ele? – O moreno sussurra para irritá-lo e em seguida recebe um olhar irritado do noivo.

O que ambos não sabiam era que o que estava acontecendo na sala da noiva não era tão diferente da brincadeira. Hermione já pronta e nervosa estava quase chamando seu pai para entrar no salão com ela quando Ron e Harry bateram em sua porta.

Gina a contra gosto saiu deixando seu marido e irmão conversarem a sós com a noiva. No momento que a ruiva saiu do quarto Hermione soube que a conversa não seria a mais agradável.

Quantas vezes você me ligou chorando

Dizendo amor, meus pais não tão deixando

— Ainda da tempo de desistir se quiser, Hermione. – Ronald diz sem qualquer tato.

A noiva revira os olhos, costume que adquiriu do seu namorado.

— Você não deveria dizer isso para a noiva, Ron. – ela retrucou. – Pensei que já tivessem aceitado que irei me casar com Draco.

Harry levanta as mãos em defesa de si próprio.

— Eu já aceitei. Não entendo, não, mas aceitei. – ele diz. – Mas o Rony sentia que deveria tentar por uma última vez.

— Obrigada pela tentativa mas recuso a oferta de fugir do meu próprio casamento.

Hermione poderia estar mais brava pela intervenção dos melhores amigos mas ao conversar com  Gina nas semanas anteriores já haviam concordado que em algum momento eles tentariam por uma última vez.

Lembrava-se claramente de como foi a oposição de quase todo mundo em sua vida quando comunicou seu relacionamento com Draco Malfoy. Foi um caos. Todos as julgavam e olhares de traição foram jogados para ela. Em muitos momentos teve que escolher ou ia ver os amigos ou o namorado.

Aos poucos alguns amigos foram aceitando. Gina foi a primeira e assim que conseguiu deixar de lado toda a história antiga de Malfoy eles acabaram se dando muito bem, até que ela o ajudou com o pedido de casamento. George Weasley veio em seguida e aos poucos cada um foi aceitando. Foi um momento muito difícil em sua vida, mas havia superado e agora finalmente estava ali, prestes a casar com o homem que amava.

— Você sabe que só estou fazendo isso por que quero o melhor para ti, certo? – Ron implora com o olhar.

Hermione assente.

— Só quero que entenda que o melhor para mim é estar casada com ele.

Ron que havia estendido a mão fecha em punho não feliz com a resposta.

— Eu sempre irei te amar. – ele diz deixando tanto Harry quanto ela própria constrangidos. – Sei que já havíamos terminado antes mesmo de você reencontrar ele e que não me deixou por isso. Mas quero que saiba que se em algum momento se arrepender... Estarei te esperando.

O coração da Grifinória se aperta.

Não tinha notado até agora que seu relacionamento com Ronald ainda permanecia vivo no coração do melhor amigo. Haviam terminado por sua causa, mas ficaram tão de boa depois que a morena supôs que ele concordava que não estavam dando certo.

— Ron... Sinto muito.

— Não sinta. – ele diz. – Só espero que saiba o que esta fazendo.

Terminando essa frase Ronald sai, deixando-a sozinha com Harry.

— Vai tentar me convencer a fugir também?

O moreno sorri.

— Se eu achasse que fosse uma possibilidade até que tentaria. – brincou. – Mas sei quando é causa perdida.

— Que bom.

— Você esta maravilhosa. – Harry diz se aproximando da melhor amiga. – Malfoy seria um babaca se não se casasse com você.

Ela sorri.

— Sei que não gosta dele também.

— Desgosto menos que antes. – ele comenta. – Só me assusta pensar que terei que ver a doninha albina em todos os natais.

Hermione deixa sair uma risada.

— E aniversários.

— Por Merlin! – brinca Potter. – Venha dar um abraço no padrinho.

Segurando a barra do seu vestido Hermione com cuidado chega mais perto do amigo e o abraça. Segundos depois a porta é aberta e Gina entra.

— Comovente, mas temos que acelerar esse casamento. – ela diz os apressando. – Ouvi da mãe do noivo que caso a senhorita demore mais alguns minutos ele próprio vem te buscar.

— Isso é impossível. – Hermione diz rindo. – Draco nunca sairia da sua compostura.

Terminando sua frase a porta é aberta novamente e por um segundo o cérebro dela achou que fosse Rony voltando para tentar novamente a convencer a fugir. Mas ao olhar em direção ao barulho se surpreendeu ao ver parado no batente o cara que deveria estar esperando ela no altar.

Em um movimento rápido, Hermione pegou a parte debaixo de seu vestido e correu até o provador tentando fazer com que Draco visse o mínimo possível de sua roupa.

— Você não deveria estar aqui! – ela acusou.

— Você estava demorando demais. – ele reclama.

Enquanto isso Harry e Gina fica olhando para os futuros marido e mulher.

— Malfoy, você é impaciente demais! Em cinco minutos eu já estaria lá. – A Grifinória fala. – Vai embora, você talvez já tenha estragado todo o nosso casamento só por ver meu vestido.

Draco bufou.

— Sabe que eu não acredito nessas coisas. – diz. – E nem você.

— Tradições Draco, tradições!

O loiro finalmente nota que estavam tendo aquela conversa com plateia.

— Eu preciso falar contigo. – falou. – A sós.

Gina olha pra ele e depois para a noiva sem saber se ficava ou saia.

— Não deveríamos conversar agora. – Hermione reclama. – Só depois!

— Eu não volto para lá sem antes conversarmos. – ele fala convicto.

A ruiva vendo que ele não iria mesmo pega a mão de seu marido e o puxa para fora do quarto. Assim que a porta se fecha e Draco nota que estão sozinhos caminha até mais perto da parede que Hermione se escondeu dele.

— O que você quer tanto conversar? – ela pergunta. – Poderíamos conversar facilmente daqui a uma hora sem arriscar todo nosso futuro juntos.

Draco se encosta na parede deixando apenas aquilo os separando.

— Nada esta sendo arriscado. – ele diz. – Você estava demorando e eu fiquei preocupado.

A morena sente muito mais emoção em suas palavras do que ele queria transmitir e com isso franze a testa já esquecendo de todo o resto.

— Eu te disse. – ela fala. – É isso que noivas fazem. Atrasam.

— Potter e o Weasley não voltaram também... Alias, cadê o cabeça de cenoura? Não o vi aqui.

— Já deve ter ido procurar a Pansy que vai entrar com ele. – Hermione respondeu e logo seu cérebro entende onde Draco estava chegando. – Não me diga que achou que eu fugiria com ele?

Draco bufou.

— Você seria a pessoa mais idiota do mundo se me trocasse pelo cabeça de cenoura.

Ela tenta disfarçar a risada.

— Então o que faz aqui?

— Só queria ter certeza. – ele diz tomando coragem. – Que é o que você quer.

— Não é o que você quer? – ela pergunta com o medo crescendo em si mas  desde o desastre de seu pedido de casamento onde se precipitou demais Hermione estava tentando ser mais sensata.

— Não há nada que eu queira mais no mundo que isso. – Draco diz.

A morena suspira e sorri.

— Eu nunca tive duvidas sobre nós, Draco. – ela fala e depois se corrige. – Mentira, houve apenas uma vez.

Draco que estava encostado na parede se vira para encarar o nada.

— E quando foi?

Hermione suspira e sai de traz da parede para olhar dentro dos olhos azuis do futuro marido. Por um segundo o homem para de respirar ao ver a imagem mais linda do mundo que era sua noiva. Ela pega sua mão e leva até seu peito.

Desmarca o cinema, hoje não vai dar

Cancela o restaurante, reserva do jantar

— No nosso segundo mês juntos. – comenta. – Quando todo mundo ficou sabendo, Ronald não falava comigo, Harry estava estranho, os jornais publicavam uma mentira diferente por dia. Naquela época eu pensei se valia a pena continuar.

— E por que você continuou? – ele pergunta.

Hermione sorri.

— Por que você vale a pena, Draco. – os olhos da mulher brilharam enquanto encarava o amor da sua vida. – Você sempre valeu a pena pra mim. E nunca me arrependi disso.

O sorriso que o loiro deu foi a coisa mais linda que Hermione um dia viu em sua vida.

— Só não sabia que no dia do meu casamento você iria ficar tão inseguro. – ela brinca.

— Não é insegurança, é cuidado. – ele responde. – Eu quero o melhor pra você, Granger, mesmo que esse melhor não seja eu.

Hermione não sabia se era possível amar mais Draco do que amava naquele momento.

— A sua sorte é que o melhor pra mim é você. - Ele se aproximou dela para baixar seus lábios mas a morena impediu. – Está louco? Vai borrar minha maquiagem.

Ele revirou os olhos.

— Talvez seja melhor eu voltar para o altar. – diz. – Estou louco para fazer umas coisas com você mas só conseguiremos depois do casamento.

— Melhor agilizar logo isso então. – ela sorri. – Serei a de branco.

Draco sorri.

— Não confundirei então.

A morena revira os olhos enquanto vê seu noivo saindo.

Blás e Luna foram os primeiros padrinhos a entrar, sendo seguidos por Harry e Gina e Ronald e Pansy. Por isso também era a pessoa mais perto do noivo, sendo assim conseguiu ver a lagrima de felicidade que saiu dos olhos de Malfoy assim que Hermione pisou dentro do salão indo em direção a ele.

Olha o que a gente passou

Mas nosso amor superou

Talvez não existisse noiva mais feliz. Seu sorriso contagiava a todos e até aqueles que estavam ainda receosos com o casamento não tiveram como negar que havia muito amor entre os noivos.

O oficializador falava belas palavras de fato, entretanto, Draco e Hermione não prestaram atenção em quase nada além dos olhos um do outro. Sua atenção só voltou ao foco quando finalmente ouviram:

— Draco Malfoy, você aceita essa brilhante e linda bruxa, Hermione Granger como sua legitima esposa?

— Sim.

— Hermione Granger, você aceita Draco Malfoy como seu legitimo marido?

A morena sorriu e por um segundo hesitou apenas para irritar seu noivo que apertou a mão que segurava.

— Sim, eu aceito.

— Então eu vos declaro marido e mulher. – foi dito. – Pode beijar a noiva.

Draco deu um sorriso arrogante enquanto se aproximava e com o braço direito trouxe a sua esposa para perto de seu corpo. Seus lábios se tocaram e houve enfim o primeiro beijo do casal Malfoy.

— Agora não tem como fugir. – Draco sussurrou em seu ouvido quando se soltaram. – Terá que ficar comigo até que a morte nos separe.

Hermione riu.

— Talvez a morte seja pouco. – disse. – Gosto de “enquanto as duas almas existirem”.

Draco misturou uma risada com um bufo lembrando-se da conversa que tiveram há algumas semanas sobre reencarnação e como ele estava preso com ela por todas suas vidas.

— Tudo bem, acho que posso aceitar viver todas as minhas vidas com você. – ele sussurrou e antes que ela pudesse responder se virou a levando juntos para cumprimentar seus convidados.

Eu tô entrando pra família
Por mais que fizeram de tudo pra nos separar
Agora olha como estamos
Eu de terno e gravata e você de vestido branco


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Espero que tenham gostado.
Nos vemos por ai.
Beijinhos.