SAVE-ME GIRL escrita por Moon


Capítulo 20
Capítulo 20- Primeira Lei A.L.




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Amanda Leal

Chega um tempo na vida que a gente aprende que ninguém nos decepciona, nós que colocamos expectativa demais sobre as pessoas. Cada um é o que é e oferece aquilo que tem para oferecer. Essa era a verdade e minha forma de ver o mundo naquele momento é que estava totalmente exagerada diante do que realmente deveria ser. 

Enquanto andava pela cidade, notava que as coisas que pareciam anormais  para mim eram comuns demais para as pessoas da cidade. Eram cores e sabores que diferenciava tudo, pessoas andando rapidamente pela via em plena 06:20 da manhã, apressados e desesperados para chegar em locais desconhecidos por mim.

Trabalho?
Casa?
Escola?

Eu não sabia.

Andava rápido e de cabeça erguida, seguindo o rumo das pessoas como um soldadinho.

Eu era uma soldadinho.
Uma obediente(nem tanto) e leal soldadinho.

Mas a minha mente estava longe e atrasada. Para ser mais exata, estava atrasada umas nove horas atrás. Estava com o corpo no centro da cidade, mas com a mente ainda em meu pequeno, úmido e escuro quarto de pensão, conversando com Lyunn que me contava o que havia acontecido mais cedo.

Sempre me mantive quieta sobre meus pensamentos diante a posição que Mitsuri tomava em minha vida. Ela era como uma mãe...ela era a minha mãe, mas ela não me entendia.

Eu não sei se isso poderia ser mais uma forma de alienação do governo, digo, implementar na cabeça dos órfãos que os pais adotivos lhe entenderiam, ou se era somente para nós dar esperança de uma vida melhor.

Minha vida inteira havia se passado diante dos meus olhos enquanto o fogo subia pelas paredes daquele hospital. Quantas vezes eu fugi?Quantas vezes eu fui fraca?

Eu sempre fui pequena, as pessoas usavam isso contra mim e eu sofri muito.

Mas....tem uma coisa boa nisso.
Mitsuri pode não ser uma boa mãe, mas ela me ensinou uma lição importante.

Só conhecemos a força que possuímos quando a única opção é ser forte.

Eu aprendi isso e me tornei a melhor no que eu faço...mas será que isso que eu faço é o melhor?

Invadir sistemas, lutar em campo privado, esperar por uma guerra e ser escondida da sociedade?

Será que é isso?

Paro em um ponto e vejo um ônibus parar, as pessoas entravam nele e eu as seguia. Entro devagar e entrego o ticket para o cobrador, indo procurar um lugar para mim no fundo do veículo.

Mas qual é o real motivo de eu estar sozinha na rua neste horário?

Depois de terminar minha conversa com Lyunn, perdi totalmente o sono e me dediquei para estudar sobre coisas da cidade.

Uma que havia me chamado mais atenção era de um antigo cartaz...por volta de uns 8 anos atrás. Possuía uma mulher sentada em uma cadeira grande-supondo que seja um trono.- com uma roupa extravagante e bela.

Mas o que me deixou atiçada era o fato de que atrás deste ''trono'' havia um homem. E ele era parecido demais com um dos oficiais de Jeon.

Ele sorria encarando a mulher que estava sentada com uma das pernas por cima do braço do trono, sorrindo de volta para ele.

Em cima desta foto estava escrito o nome do local.

Pandemônio Astral.

Quando pesquisei mais afundo, descobri que na verdade era um local onde as maiores festas da cidade ocorriam, pessoas dançavam e eram felizes ali.

Existiam alguns vídeos e alguns anúncios que eram lindos e muito bem feitos para época.

Mas algo estava errado, as notícias acabavam com a foto de um jornal que mostrava o enorme incêndio que havia destruído o local.

Era por isso que eu estava ali, dentro daquele ônibus indo diretamente para o Sul.

Queria conhecer aquilo, por mais sem sentido que fosse, eu gostaria de investigar aquele caso.

Ou era somente uma boa desculpa para não ter que encarar Mitsuri hoje.

Encaro o mar enquanto passávamos pela ponte que interligava o centro ao distrito sul, pensando no que Lyunn havia falado para mim.

''-Independente de qualquer coisa, Amanda, não deixe de querer fazer as coisas que quer. Não digo se arriscar a cada passo, mas pelo menos tentar ter uma base de vida normal. Duas coisas  infinitas são o Universo e a tolice dos homens, e Einstein não tinha total certeza sobre o universo, então não iremos discutir. Não seja mais uma tola na sociedade.''

Eu prometo não ser, Lyunn...

Falo baixinho e respiro fundo.

Se eu queria, eu podia.
Agora essa seria a minha lei.

A minha primeira lei.

Desço no ponto e olho para os lados, vendo tudo deserto. Era um pouco estranho estar ali, nego com a cabeça e corro para dentro de um beco, me afastando da rua e me embrenhando pelos labirintos de concreto.

Me abaixo e encosto as costas na parede, encarando o final do beco. Puxo a manga do meu moletom e encaro o dispositivo que Lyunn havia me mostrado a um tempo atrás.

Era um protótipo de um mapa virtual com muitas utilidades, desde de mostrar a localização no mapa até mostrar o que estava acontecendo no local em tempo real.

Lyunn era uma caixinha de surpresas.

Espero que ela me perdoe por pegar as coisas dela escondido.

Aperto os primeiros botões e pressiono o polegar e o indicador sobre o touch, o girando no sentindo horário, vendo o mapa se projetar a minha frente. Levo o indicador a boca e lambo a ponta, limpando na manga da minha blusa e começando a interagir com a projeção.

Aproximo a imagem e sorri ao encontrar o local.

—Lyunn, você merece um Nobel.-Falo e ponho os dedos novamente contra o touch, os girando em sentido anti-horário agora.

Arrumo o boné em minha cabeça e ando em direção a saída do beco, olhando para os lados e sorrindo fraco.

Aquilo era uma aventura e tanto.

Quebra Tempo.

Encaro o local e sinto um frio estranho correndo pelos meus braços.
Nervosismo?Talvez.

O prédio era bem escuro e tinha várias luzes piscando em vermelho neon.

O fato do dia estar nublado fazia com que aquilo ficasse pior do que era. Dou os ombros e me direciono em direção a porta do local, a empurrando lentamente.

Entro no local e faço careta ao ver alguns colchões jogados no chão e várias penas espalhadas por todo local. Faço careta e escuto a porta bater com força, vendo várias cabeças brotarem dos lençóis.

Encaro as mulheres que estavam de camisola e vejo uma sorrir para mim.

—SEJA BEM VINDA!-Falaram e várias correram para cima de mim, me fazendo gritar e sair correndo pelo local.

Subo em cima de um balcão e pulo, segurando em uma suspensão que havia em cima do bar.

Sinto puxarem meu pé e agarro com mais força aquilo, gritando com medo.

—SENHOR ME AJUDA!

—Mas o que está acontecendo aqui a essa hora da manhã?-Escuto uma voz e olho para cima, vendo uma mulher descer as escadas.

Ela vestia um vestido que entendi ser uma camisola por ser tão curto e um hobbie de seda por cima.

—A Novata chegou!-uma das moças falou e a mulher me olhou, estreitando os olhos.

Pareceu me reconhecer e sorriu fraco.

—Meninas, vão preparar o café da manhã, ela é uma convidada especial.- Falou enquanto se aproximava de mim.- Venha querida, desça dai.-Pediu estendendo a mão para mim.

Engulo a seco e aceito sua mão, sentindo meu corpo inteiro tremer enquanto ela me ajudava a descer.

—Vocês assustaram a menina, coitadinha...vejam, ela está se tremendo inteira.- Falou e me puxou pelo braço, me guiando para as escadas.- Venha querida, me deixe lhe tirar desta confusão.

{...}

Me afasto dela e arrumo meu moletom.

—Tudo bem, o que foi isso?Eu não conheço você.-Falo a olhando e ela sorri fraco me encarando.- Por que está agindo assim comigo?

ela riu fraco e cruzou os braços.

—Você não me conhece, mas eu te conheço desde o dia que pisou nesta cidade, menina prodígio.-Sorriu me fazendo abrir a boca descrente, estendeu a mão para mim e piscou- Evie Brown, um dos pesadelos mais bonitos dessa cidade, prazer em te conhecer.

Aperto sua mão lentamente e vejo ela bater as mãos alegre.

—Hoje é dia de festa! Já tomou café da manhã?-Perguntou enquanto andava em direção a uma sacada.

Nego com a cabeça a seguindo e abro a boca ao ver um jardim suspenso, cheio de flores de todas as cores.

—Nossa...-Falo e a vejo puxar uma cadeira e apontar para ela. Me aproximo lentamente e concordo com a cabeça, me sentando a cadeira, sentindo ela me empurrar para frente.

—Vamos ter muitas coisas para conversar hoje!-Sorriu me olhando.

Jeon Jungkook.

—Acorda vagabundo!

Me assusto e reclamo de dor quando sinto meu corpo bater contra o chão.

—Mas o que é isso?-Pergunto me sentando e olho para cima, vendo Marcelo.

Resmungo enquanto me levanto e limpo minha roupa.

—O que você quer?

—Eu quero saber onde está a minha irmã, seu inútil. Amanda, aparece!-Ele exclamou andando pelo quarto.

Reviro os olhos e me sento em minha cama, passando a mão no rosto.

—Ela não está aqui, por que merda você veio na minha casa?-Pergunto o encarando e pisco algumas vezes com força.

minha cabeça estava doendo muito.

—Ultimamente ela só vive colada a você-Resmungou e me olhou-Levante!

—Meu amigo, eu não tenho nada a ver com a sua irmã, apesar dela ser uma boa amiga, eu não faço a menor ideia de onde ela esteja.-Falo o encarando e arrumo os cabelos.- Irônico você procurar ela a essa altura do campeonato.

—É o quê, moleque?-Perguntou e eu me levantei, o encarando.

—Eu sou mais velho que você sete anos, e ainda por cima sou delegado, baixa teu tom de voz para falar comigo, moleque.- Mando.

O vejo recuar e respiro, continuando.

—A sua irmã está magoada com você, eu fui atrás dela ontem porque você não foi. Quem deveria ter procurado ela era você,ó grande e todo poderoso pau mandado da Mitsuri.-Falo e passo a mão no rosto.

—Ela precisa aparecer ou a Mitsuri vai matar ela. Por sua causa a cabeça da Amanda tá a prêmio, sabia?-Perguntou 

—Que seja, para matar a Amanda vai ter que dançar no compasso comigo...me dê um tempo para pensar em alguma coisa, encontro você na delegacia.-Falo o olhando e ele me olha por um tempo.

Estava vermelho de raiva, e eu não estava nem ai com isso.

—Vamos, saia do meu quarto.- Mando o encarando.

Ele bufou de raiva e saiu pisando duro do cômodo.

—Uh.....-respiro fundo e olho para o teto.-Eu mereço....


{...}

—Certo, ela sumiu ontem a noite?-Pergunto encarando Lyunn e me assusto com Jimin que entrou com um laptop em mãos.

—Jungkook-Ele falou e se aproximou.-É o histórico do computador da Amanda.

Encaro a tela e suspiro desanimado, vendo aquilo.

''EXTRA!Incêndio no Pandemônio Astral:Acidente ou Desespero?''


—Merda....merda, Amanda.-Acerto a mesa que estava próxima a mim e olho para parede, negando várias vezes com a cabeça.


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