60 Minutos de Paixão escrita por Lara


Capítulo 6
Almoço em Família


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Desculpa a demora para atualizar a história. Eu estava um pouco sem inspiração e acabei focando em outros projetos. Espero que gostem desse capítulo. Ele está um pouco mais parado, mas no próximo, creio que irão gostar bastante. Muito obrigada
Juliana Lorena e Nick10 pelos comentários no capítulo passado. Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767793/chapter/6

CAPÍTULO V - ALMOÇO EM FAMÍLIA

...{♕}...

 O sábado finalmente havia chegado e eu não poderia estar mais nervoso. O almoço aconteceria, assim como minha avó desejava, meu pai havia melhorado consideravelmente após descobrir que eu tinha conseguido marcar o almoço com minha “namorada” e acabou saindo do hospital mais rápido que o esperado e de alguma forma, Max havia conseguido convencer Jenny a se passar pela minha namorada falsa. No entanto, o medo de acabar estragado tudo ainda me deixava inquieto.

Observo os quadros expostos na parede de meu quarto, imaginando como minha família irá reagir ao conhecer Jenny. Eu conseguiria fazê-los acreditar que eu gosto dela, que estou completamente apaixonado e, por isso, não preciso me casar? Eu não estou confortável envolvendo outras pessoas em meus problemas. Estou com medo de prejudicar Jenny, de fazer alguma coisa errada e minha avó acabar descontando na garota.

Leves batidas se fazem presente, despertando-me de meus pensamentos. Desvio meu olhar para a porta e observo tia Felicity entrar. Ela me olha com carinho e dá um sorriso gentil, antes de fechar a porta e se aproximar de mim. A loira se senta ao meu lado e, como um costume que havia adquirido desde que passei a morar com ela, deito minha cabeça em seu colo. A mulher passa a acaricia meu cabelo, transmitindo a calmaria que eu precisava naquele momento.

— Imaginei que estivesse nervoso. - Comenta tia Felicity, rindo baixinho. - Você sempre foi tão previsível, Dan.

— E se mesmo após conhecer a Fernanda, minha avó insistir no casamento, tia Felicity? Eu realmente não consigo parar de pensar que ela não irá desistir tão fácil assim dessa ideia de aliança de empresas por casamento arranjado.

A mulher me encara com um sorriso compreensível e beija minha testa com carinho, voltando a acariciar meu cabelo em seguida. Seus olhos estavam tão determinados quanto os de Max.

— Você é como um filho para mim, Dan. Não vou deixar aquela mulher destruir a sua vida. Ela não tem esse direito. Não se preocupe, Oliver, seus pais e eu não vamos deixar que ela vá em frente com essa loucura de casamento.

— Dan, você está pronto... mãe? - Fala Max, entrando no quarto, mas para na porta ao ver que tia Felicity estava no quarto comigo. - O que está fazendo aqui? Você não ia para a empresa agora de manhã?

— Bom dia para você também, filho ingrato. - Repreende tia Felicity, revirando os olhos. Rio de seu comportamento e levanto de seu colo. - Eu ia, mas imaginei que o Dan estaria nervoso e já que você é quase um ogro, pioraria ainda mais a situação.

— Cadê a credibilidade em mim? - Questiona Max, incrédulo com as palavras da mãe. - Eu sou o melhor amigo dele. É claro que eu sei como confortá-lo.

— Você é igualzinho ao seu pai, Max. Você parece que não sabe ler o ambiente e sempre acaba deixando as pessoas mais estressadas ainda por falar o que não devia. Nunca vi ter tanta falta de sensibilidade. - Resmunga tia Felicity, levantando-se da cama. Ela beija minha testa novamente e segura meu rosto com as duas mãos. - Não se preocupe, querido. Não importa o que aconteça, eu prometo que dará tudo certo no final. Eu te amo, meu pequeno príncipe.

— Eu também te amo, tia Felicity.

A minha resposta a faz sorrir brilhantemente. Sou beijado mais uma vez e ela se afasta, indo até o filho, no qual também recebe um beijo na testa e um peteleco. Max resmunga e revira os olhos.

— Cuide do seu primo. - Exige tia Felicity com um olhar ameaçador.

— Sabia que eu que sou o seu filho? E o que acha que iremos fazer? Nós vamos apenas buscar a namorada do Dan. - Responde Max, dando de ombros. - Tenha mais confiança em mim. Até parece que não me conhece, mãe.

— É exatamente por te conhecer e ser filho do seu pai, que sei que está aprontando alguma coisa e ainda está arrastando o Dan nessa história. - Afirma tia Felicity e sinto meu coração bater mais forte. - Mas, darei meu voto de confiança, porque você é o meu filho e sei que não será pego.

— Eu juro que eu não te entendo, mãe. - Fala Max, encarando a mãe com desconfiança. Ela ri e se afasta, despedindo-se com um aceno. Depois de verificar que tia Felicity está longe, Max fecha a porta e se aproxima de mim. - E então? Está pronto?

— Não. Isso é loucura, Max. Tia Felicity já está desconfiando e nem trouxemos a Jenny ainda. Eu odeio mentir para ela e para o tio Oliver. Isso não vai dar certo. - Afirmo, incomodado com a situação.

— Se continuar sendo tão negativo, realmente não vai dar certo. Sei que odeia mentir, Dan, mas é a nossa única saída no momento. - Responde meu primo, suspirando.

— Eu sei. - Suspiro, pegando meu celular e a carteira que estavam sobre minha cama e os coloco nos bolsos da calça. - Eu apenas espero que tia Felicity esteja certa e que tudo acabe bem.

— “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.” - Recita Max, sorrindo compreensivo e eu sabia bem o que ele queria dizer com aquela passagem de O Pequeno Príncipe. Para conseguir alcançar o que desejamos, às vezes é necessário fazer sacrifícios e enfrentar situações dolorosas.

— Isso é injusto. - Resmungo, indo em direção a porta do quarto. - Como eu posso te confrontar quando você usa O Pequeno Príncipe contra mim?

— Essa é a intenção, espertinho! - Responde Max, rindo, enquanto passa o braço sobre os meus ombros e me conduz para fora de nossa casa.

Entramos em seu carro e, para não corrermos o risco de nos perder e acabar chegando atrasados na casa da cunhada de Jenny - ponto de encontro que a garota estipulou -, ligo o GPS e coloco as coordenadas. Eu ainda estava nervoso, mas ao menos me sentia um pouco mais confiante.

Enquanto uma música qualquer passava no rádio do carro, eu observava a paisagem pela janela do carro. O dia estava um pouco nublado e provavelmente choveria até o fim do dia. Ainda que eu tivesse morado a maior parte de minha vida em Miami, eu não conseguia me acostumar com o lugar. Eu sentia falta de Star City, de meus amigos e da tranquilidade que eu tinha, algo que perdi assim que me mudei para a casa de minha avó e fui obrigado a trabalhar na empresa da família.

— Você sabia que a sua namorada é filha daquela cantora que você gosta? Como era mesmo o nome dela? - Questiona Max para si mesmo, pensativo. - Acho que era Ally...

— Ally Dawson? - Pergunto, surpreso. - Está me dizendo que os gêmeos são filhos da incrível Ally Dawson? A melhor cantora do país, se não for a do mundo?

— Sim. - Responde meu primo, rindo de minha reação escandalosa. Encolho-me no banco, envergonhado. Eu realmente era muito fã de Ally Dawson. - Como descobriu isso? Tem certeza de que ela é a mãe deles?

— É claro que eu tenho certeza. Enquanto eu procurava informações sobre a Jenny, eu descobri que os pais dela são bastante talentosos. A mãe cantora e o pai um grande empresário no ramo da música. Eles são incrivelmente ricos, mas, estranhamente discretos. A família Moon raramente é vista em eventos que não sejam de caridade e os pais deles sempre presaram pela privacidade dos filhos. - Conta Max de forma animada. Ele realmente parecia feliz por ter descoberto sobre a família de Jenny. - Você sabia que eles até mesmo mantem a casa vigiada e jamais levam os filhos na escola, para que não sejam expostos a mídia? Ally e Austin Moon nem mesmo possuem fotos com os filhos nas redes sociais e Jenny e Josh postam apenas fotos onde não é possível ver o rosto dos pais com clareza. E eu que achava que nossa família era a mais estranha de Miami.

— E por que você está tão animado com isso? - Pergunto, estranhando seu comportamento sobre informações tão banais.

— Ah, eu... não estou animado. Só achei que... que seria interessante. - Responde meu primo, parecendo confuso sobre a pergunta que eu havia feito.

— Interessante? - Repito, analisando seu rosto.

— Eu estava preocupado com a forma como ela iria se comportar na mesa. Se iria se sair bem na frente da nossa família toda cheia de pompas na mesa. - Fala Max de maneira perdida. Encaro-o ainda mais confuso.

— E desde quando você liga para a forma como as pessoas se comportam à mesa? Por que está tão interessado assim em detalhes tão insignificantes para nós no momento? Enquanto Jenny estiver em nossa casa, ela será Fernanda Freitas. Nenhuma dessas informações irão nos ajudar hoje. Então o que há nesse interesse repentino? Isso não parece em nada com você, Max. Normalmente, você iria atrás apenas de informações objetivas. Você detesta enrolação e detalhes banais. - Digo, realmente surpreso com o comportamento atípico de meu primo.

— Eu não sei. Só acho que deveríamos saber com quem estamos lidando, se não vamos ser chantageados por ela. Jenny é uma garota estranha. Eu nunca sei o que se passa em sua mente. E eu conheço muito bem as mulheres, Dan. Ela não é uma garota normal. Eu prefiro estar preparado, caso ela queira fazer algo contra nós. - Explica o outro, encarando-me brevemente.

— Se você diz... - Respondo, dando de ombros e encerrando o assunto. Estava claro que Max estava começando a ficar desconfortável com minhas perguntas e olhares.

Pela casa de Júlia não ser tão distante da nossa, não demoramos a chegar ao nosso destino. Observo a casa de dois andares de um amarelo nada discreto. Mando uma mensagem para Jenny, avisando que havíamos chegado, enquanto Max estaciona o carro em frente à casa. Descemos e esperamos pela garota, observando o movimento da rua.

— Desculpem a demora. - Fala Jenny, aparecendo no portão da casa acompanhada por Júlia e Melissa. - Estou impressionada que vocês não se atrasaram hoje.

Jenny estava muito bonita. Seus cabelos - que sempre estão presos em um rabo de cavalo na escola -, estavam soltos e ondulados. A maquiagem leve, que ressaltava as maçãs salientes de seu rosto, estava escondida atrás de seus óculos de grau de armação preta. Ela usava um vestido branco de manga longa rendado, com um cinto preto com detalhes prata em sua cintura. Calçando um salto alto preto baixo e uma pequena bolsa da mesma cor, ela estava encantadora. Ela veste o longo casaco preto que Júlia segurava e o ajeita.

— Usamos GPS. - Respondo rindo. Desvio o olhar para Max, que observava a garota com o rosto sério. Jenny correspondia ao olhar, quase como um desafio. O clima de repente se torna estranho e eu não sabia dizer bem o que estava acontecendo. - Você está muito bonita, Jenny.

O elogio parece passar despercebido por Jenny, que continuava a observar meu primo. Júlia dá uma cotovelada na garota, que a encara confusa e somente compreende o que eu havia falado, quando a cunhada balança a cabeça em minha direção. Sorrio sem graça, tentando entender se algo havia acontecido entre Max e Jenny que eu não estava sabendo. Observo meu primo pelo canto do olho e ele estava tão inquieto quanto minha namorada falsa.

—  Obrigada, Daniel. - Agradece Jenny, sorrindo discretamente. Ela se vira para as amigas e as abraça. - Eu vejo vocês à noite.

— Queremos saber sobre tudo depois. - Afirma Melissa, correspondendo ao abraço com carinho.

— E não se preocupe. Vai dar tudo certo. Apenas seja você mesma. - Aconselha Júlia, apertando Jenny contra si. - Se precisar de ajuda, não hesite em nos ligar.

— Obrigada. - Sussurra Jenny em agradecimento. Ela então se afasta das garotas e encara meu primo e eu com evidente nervosismo. - Nós já podemos ir.

— Tchau garotas. - Despeço-me de Júlia e Melissa, abrindo a porta do carro para que Jenny entrasse. Ela sorri e, após acenas para as amigas, entra no carro.

— Até mais. - Despede-se Max, entrando no lado do motorista e eu me sento ao seu lado. Meu primo encara Jenny pelo retrovisor por um tempo e então liga o carro. - Coloque o cinto de segurança.

— Tudo bem. - Responde a garota, fazendo o que ele havia pedido.

Max então começa a dirigir em direção a nossa casa, olhando vez ou outra para Jenny pelo espelho retrovisor. Observo a tudo, em silêncio, apenas tentando entender o que se passava na cabeça dos dois. A música Parachute de Ally Dawson, começa a tocar na rádio. Aumento um pouco o volume e Jenny começa a cantar a música em um tom baixo. Acompanho-a, murmurando no ritmo da melodia, satisfeito de ter conseguido desfazer o clima tenso que havia se instalado dentro do carro.

— A sua mãe é mesmo Ally Dawson? - Questiona Max, chamando a atenção de Jenny. A garota para de cantar e o encara surpresa.

— Como sabe disso? - Retruca Jenny, desconfiada.

— Eu pesquisei na internet. Não foi fácil de achar, mas não há nada que eu não consiga descobrir no mundo virtual. - Vangloria-se Max, sorrindo convencido.

— Desculpa por isso, Jenny. Ele estava apenas curioso para saber mais sobre você. Eu sinto muito se invadimos sua privacidade. - Lamento, encarando a garota com um sorriso sem graça. Max realmente não tem tato para lidar com as pessoas.

— Não. Tudo bem. Eu apenas fiquei surpresa. Poucas pessoas sabem que Josh e eu somos filhos dela. Basicamente, os amigos próximos de meus pais e meus poucos amigos. - Conta Jenny, dando de ombros. - Meus pais nunca quiseram que fossemos expostos as maldades da mídia, então sempre procuraram manter nossas identidades escondidas como uma forma de proteção. Josh e eu não gostamos tanto dessa situação, mas entendemos nossos pais. Sabemos que eles queriam sair mais com a gente também.

— E o que disse para sua família sobre o seu namoro falso com Dan? - Pergunta Max, encarando-a brevemente, antes de voltar sua atenção a estrada. Talvez, tivesse percebido que havia entrado em um assunto desconfortável para Jenny.

— Eu não disse nada por enquanto. - Responde a garota, olhando a paisagem pela janela do quarto. - As únicas que sabem que estou indo a um almoço na casa de vocês são Júlia e Melissa. Mas, elas acham que é apenas um convite para que eu te conheça melhor, Daniel. Meu irmão, Ian e meus pais acham que eu estou na casa da Juju.

— Irá contar para seus amigos a verdade? - Pergunto, um pouco apreensivo. Eu não poderia exigir que ela escondesse deles, afinal, sei que ela confia nos amigos, mas quanto mais pessoas souberem, mais difícil será para esconder de minha família que nosso namoro é de mentira.

— Não. - Nega Jenny, balançando a cabeça. Ela desvia o olhar da janela para me encarar e sorri fraco. - De certa forma, essa situação pode me beneficiar um pouco. É melhor que apenas nós três saiba o que está acontecendo. A partir de segunda, podemos fingir que estamos namorando na escola também. Apenas peço que não fique com medo do meu irmão. Ele é um idiota protetor, mas quer o meu bem, então ele vai te testar de diversas formas para garantir que você não quer brincar com meus sentimentos.

— Eu entendo seu irmão e não me importo que ele tente me testar. Não se preocupe. - Afirmo, dando de ombros.

— Não importa o quanto seu irmão seja assustador, ele jamais irá superar Moira Queen. - Comenta Max, rindo com amargura.

— Você tem razão. - Concordo, entendendo bem o que ele queria dizer. Nossa avó conseguia se tornar um demônio quando queria. Não existe ninguém mais perigoso que a matriarca da família Queen.

— A avó de vocês é tão ruim assim? - Pergunta Jenny, olhando-nos com desconfiança. - Ela não é apenas uma senhora mal-humorada?

— Se ela fosse apenas uma senhora mal-humorada, nós não estaríamos nessa situação. - Afirma Max com seriedade. Ele então dá um sorriso ladino e a encara com intensidade, assim que chegamos em frente a nossa casa. - Mas não se preocupe. Você está prestes a conhecê-la. Quer uma dica?

— Quero. - Concorda Jenny, demonstrando seu nervosismo.

— Não demonstre ter medo. Assim com um animal selvagem, ela consegue sentir de longe e fará de tudo para que você cometa um erro. E quando você cometer, ela irá usar tudo contra você. Você precisa ser forte o bastante para ser capaz de enfrentá-la, sem abaixar a cabeça diante das provocações dela. - Aconselha Max, estacionando o carro. Ele se vira para Jenny e sorri de forma amedrontadora. - Em outras palavras, não seja você mesma.

[...]

Assim que chegamos no hall da casa, ouço Jenny prender sua respiração. Tento dar um sorriso que pudesse confortá-la, mas eu estava tão nervoso quanto ela. Max se aproxima para ajudá-la a tirar o casaco, mas a garota se assusta e se afasta dele com os olhos arregalados e a boca aberta.

— Calma. Eu não vou te morder. Só ia te ajudar a tirar o casaco, como o perfeito cavalheiro que eu sou. - Responde Max, debochando. Reviro os olhos diante de sua provocação. Ele não estava ajudando em nada.

— Desculpa. - Sussurra Jenny, envergonhada. Afasto meu primo e ajudo Jenny. - Obrigada, Daniel.

— Pode me chamar de Dan. - Sussurro, sorrindo para a garota. Estendo o casaco dela no armário de casacos da entrada. - Aqui, a única pessoa que me chama de Daniel é a minha avó. Ela adora formalidades. Não se assuste quando ela chamar o nome de Max.

—  Eu...

— Ah, vocês chegaram! - Fala minha mãe, interrompendo Jenny. Ela sorri ainda mais ao ver a garota. - Você deve ser a Fernanda. Muito prazer, querida. Eu sou a mãe do Dan. Seja bem-vinda.

— Muito prazer, senhora Harper. - Cumprimenta Jenny estendendo a mão, enquanto sorri nervosa. Minha mãe ri e a abraça.

— Pode me chamar de Thea. Eu estou muito feliz de conhecer a namorada do meu menino. - Responde minha mãe, afastando-se de Jenny. - Venha. Todos já estão à sua espera e ansiosos para conhecê-la.

Minha mãe pega Jenny pela mão e começa a guia-la pela casa. Suspiro e sinto meu primo colocar a mão sobre meu ombro. Eu o encaro e ele sorri, passando confiança. Correspondo ao sorriso de maneira nervosa, mas sigo para onde minha mãe havia ido, acompanhado de Max. Não havia para onde fugir.

Quando chegamos na sala de estar, minha avó, tio Oliver, tia Felicity, meu pai e minha mãe encaravam Jenny em análise. Cada um deles pareciam expressar uma reação diferente, mas no geral, todos pareciam aprovar a garota. Aproximo-me de minha namorada falsa, que parecia mais nervosa a cada minuto que passava.

— Fernanda, essa é a minha família. Minha mãe, como você já sabe, Thea Harper. - Aponto para minha mãe, que sorri e acena, enquanto se acomoda ao lado do meu pai. - Esse homem ao seu lado é o meu pai, Roy Harper.

— Seja muito bem-vinda, Fernanda. Estamos muito felizes que tenha aceitado nosso convite para almoçar conosco. - Cumprimenta meu pai, levantando-se com calma. Ele ainda estava enfraquecido pelo infarto recente. Jenny ajuda a sustentar seu corpo no momento em que ele iria cair. - Obrigado.

— Não precisa se levantar, senhor Harper. - Afirma Jenny, encarando-o com preocupação. - Dan me contou sobre o seu problema de saúde. É melhor não fazer esforços em vão. Isso pode atrapalhar em sua recuperação.

— Tem razão. - Concorda meu pai, suspirando. Com a ajuda de Jenny, ele volta a se sentar no sofá. - Lamento pelo trabalho.

— Não se preocupe com isso. - Afirma a garota com sinceridade. Vejo minha mãe a agradecer e Jenny balança a cabeça, negando agradecimentos.

— Sua namorada é tão bonita e educada, querido. - Comenta tia Felicity, levantando-se para cumprimentar Jenny.

— Obrigada, senhora... - Agradece Jenny, mas se interrompe sem saber o nome de minha tia. Tia Felicity revira os olhos e ajeita os óculos.

— Nada de senhora. Pode me chamar de Felicity. Eu sou a mãe de Max e a tia de Dan. - Responde tia Felicity, sorrindo. - Não sabe o quanto eu estou feliz por finalmente te conhecer. Confesso que fiquei surpresa com a notícia do namoro e até um pouco preocupada, mas agora que a conheci, eu estou aliviada por saber que meu pequeno príncipe encontrou uma pessoa tão gentil quanto você.

— Tia... - Sussurro, um pouco envergonhado pela animação da mulher. Max ri, parecendo se divertir com o meu constrangimento.

— Pare de envergonhar o Dan, Felicity. - Repreende tio Oliver, aproximando-se da mulher. Ele se vira para Jenny e sorri contido, enquanto estende a mão para cumprimentar a garota. Jenny corresponde prontamente. - Muito prazer, Fernanda. Eu sou o tio do Dan, Oliver.

— É um prazer conhecê-los. - Afirma Jenny, encarando o casal com curiosidade. Ela se vira brevemente para Max e eu quase posso vê-la procurando as semelhanças de meu primo com meus tios.

— Fernanda Freitas. É um nome interessante. - Comenta minha avó, levantando-se do sofá. Tia Felicity suspira e se afasta de Jenny junto com meu tio, dando espaço para que minha avó a visse. Como era de se esperar de Moira Queen, ela analisa Jenny com superioridade. A garota se encolhe um pouco diante do olhar da mais velha, mas, assim como Max havia aconselhado, ela não demora a se recompor e passa a corresponder ao olhar de cabeça erguida.

— É um prazer finalmente conhecê-la, senhora Queen. - Afirma Jenny, sorrindo educadamente. Ela estende a mão para cumprimentar minha avó. - Seus netos falaram muito sobre a senhora.

— Então você está mesmo namorando Daniel? - Pergunta a mulher, ignorando a mão estendida de Jenny. Ela anda em volta da loira, julgando em silêncio, até que para de frente a Jenny e dar um falso sorriso inocente. - Por quê?

— Como? - Questiona Jenny, sem entender a pergunta de minha avó. Meu corpo se torna tenso. Aonde minha avó queria chegar com aquela conversa.

— Por que você está namorando Daniel? Por amor? Interesse?

A mulher continua a insistir, aproximando-se de Jenny para intimidá-la cada vez mais. Eu não sabia o que fazer. Penso em interferir, mas meu pai puxa meu braço como um aviso para que eu ficasse quieto. Talvez, aquele fosse o primeiro teste no qual Jenny precisava passar se eu quisesse impedir meu casamento arranjado. Ainda assim, não era justo que ela sofresse aquela pressão.

— E por que o motivo deles namorarem te interessa? - Questiona Max de forma petulante. Minha avó se afasta de Jenny e o encara insatisfeita. - Nem você mesma sabe o que quer. Uma hora exige que Dan tenha uma namorada, quando finalmente a encontra, você faz de tudo para assustá-la. Ela não é uma de nós.

— Você tem razão, Maximus. Ela não é uma de nós e por isso mesmo eu preciso saber se ela está à altura de nossa família. Então, não se intrometa. - Corta Moira com um olhar frio. - Eu não aceitarei que uma garotinha qualquer ameace meu império.

 - Já chega, Moira. Nós convidamos Fernanda para almoçar. Use sua equipe de espiões para descobrir sobre as verdadeiras intenções dela. Não é assim que você gosta de agir? Então pare de deixar a garota desconfortável. - Interfere tia Felicity, aproximando-se de Jenny.

— Tenha cuidado com o que fala, Felicity, você nunca sabe o que pode acontecer. - Avisa minha avó em um tom de ameaça.

— Espero que isso não seja uma ameaça a minha esposa, mãe. - Intervém tio Oliver de maneira tensa. Ele se aproxima de tia Felicity, que também parecia a ponto de atacar a matriarca da família.

 - Isso é apenas um aviso, Oliver. Sua esposa me atacou primeiro. Deveria aprender a controlar a língua dela. - Resmunga Moira, arqueando as sobrancelhas.

— Eu não sou um animal e Oliver não é o meu dono para me controlar, Moira. Você que deveria aprender a ter um pouco de humanidade dentro de você. Você está interrogando uma menina porque acha que ela pode “destruir o seu império”. - Acusa tia Felicity, sem se intimidar pela maneira como era encarada por minha avó.

— Por favor, não briguem! - Pede minha mãe, preocupada. - Hoje é para ser um almoço em família e não um ringue de luta. Vamos resolver nossos problemas depois. Comportem-se, por favor.

Todos ficam em silêncio e o clima tenso característico de minha família se faz presente. Jenny me encara perdida e parecia temer dizer alguma coisa e piorar a situação. Eu me sentia envergonhado e preocupado que o comportamento de minha avó estivesse assustado a garota de vez. Suspiro, pedindo ajuda para Max com o olhar. Meu primo revira os olhos, insatisfeito.

— Vamos apenas almoçar. - Fala meu pai, soando cansado, interrompendo o silêncio que se fazia no momento.

— Ótima ideia, querido. - Afirma minha mãe, parecendo aliviada. - Gina.

— Sim, senhora. - Responde a governanta da casa, aparecendo um pouco depois de minha mãe a chamar.

— Coloque a comida na mesa, por favor. Nós já iremos almoçar. - Pede minha mãe, sorrindo gentil para a mulher.

— Como desejar, senhora. Com licença. - Gina volta para a cozinha para colocar a mesa, como minha mãe havia pedido.

— Enquanto isso, por que não responde a minha pergunta, Fernanda? - Sugere minha avó, voltando ao assunto que havia começado a discussão entre ela e tia Felicity. Todos ficam tensos novamente. - Por que você está namorando Daniel?

— Moira, por favor... - Pede meu pai, cansado.

— Está tudo bem. Eu não me importo em responder. - Afirma Jenny com uma determinação que eu não imaginava da tímida garota. Ela olha brevemente para trás e consigo vê-la ter uma rápida troca de olhares com Max. Quando finalmente parece ter certeza de sua resposta, ela volta a encarar minha avó. - Daniel é a pessoa mais gentil e encantadora que eu conheço. Ele é bonito, leal e muito inteligente. Está sempre pensando no bem-estar das pessoas ao seu redor. É impossível não se apaixonar por ele. Eu não estou interessada em sua fortuna, se é isso que está insinuando, senhora Queen. Se me perguntar se vamos nos casar ou algo assim, eu não posso te confirmar. Nós ainda somos jovens e eu não posso garantir o futuro. Mas quero permanecer ao lado dele. Eu gosto muito do Daniel e quero o bem dele, senhora. E no momento, essa é a única certeza de que posso te dar.

Todos encaram Jenny surpresos. Prendo minha respiração, esperando que minha avó acreditasse nas palavras da garota. Moira a encara com intensidade por um tempo e se afasta, indo em direção a sala de estar sem falar nada. No entanto, antes de chegar ao cômodo, consigo ver um olhar insatisfeito de minha avó. Aquele era o sinal de que ela deixaria o assunto de lado por enquanto. Respiro aliviado, enquanto meus pais sorriem, aprovando o comportamento da garota.

— Conseguimos. - Sussurra Max, olhando orgulhoso para Jenny. Sorrio e balanço a cabeça, concordando.

— Sim. E tudo graças a ela. - Respondo, encarando meu primo.

— Bom, mas não podemos nos animar ainda. - Relembra o outro, coçando a nuca, insatisfeito. - Nós ainda temos um almoço em família para participar e conhecendo a megera da nossa avó, o inferno está apenas para começar.

...{♕}...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Família Cupcake: https://chat.whatsapp.com/5BLSlXTV4yE2Qfd8YqeBPC
Capcakes da Lara: https://www.facebook.com/groups/677328449023646/?ref=bookmarks
Instagram: https://www.instagram.com/_cupcakesdalara/?hl=pt-br



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "60 Minutos de Paixão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.