60 Minutos de Paixão escrita por Lara


Capítulo 3
O Plano de Max


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Desculpa a demora. Tive muitos problemas para conseguir escrever esse capítulo, mas estou de volta. Espero que gostem e deixem a opinião de vocês! Boa leitura...



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 CAPÍTULO II - O PLANO DE MAX  

 ...{♕}...  

  O ar que saia dos meus pulmões ardia como brasa, enquanto respirar se tornava uma atividade cada vez mais complicada. Minhas pernas tremiam, exaustas pela corrida que fazia pelo trajeto desregular da cidade. As buzinas dos carros ecoavam altas, mas eu estava desesperado demais para me importar com os xingamentos e a possibilidade de ser atropelado, enquanto ziguezagueava pelas pistas movimentadas de Miami. 

Meu primo vinha logo atrás de mim, chamando meu nome, provavelmente preocupado com o fato de eu ignorar as medidas de segurança necessárias para se sair ileso de uma corrida pela cidade em direção ao hospital central. Eu não me importava. Não naquele momento. Tudo o que eu queria era ter a certeza de que meu pai está bem. E mesmo com meu coração pulsando em um ritmo acelerado e meu corpo inteiro clamando por um descanso – eu havia corrido pelo menos uns dez quilômetros sem parar -, meu medo e os pensamentos assustadores do que poderia ter acontecido com meu pai me dar forças para continuar a correr. 

Quando finalmente consigo ver a estrutura grandiosa do hospital, aumento ainda mais o ritmo da corrida. Ao alcançar o balcão, arfando e desesperado demais para formular alguma frase coerente, meu primo toma a frente da situação, explicando à atendente quem estávamos procurando. Após a orientação, seguimos para o local indicado onde minha família estava. 

— Vai ficar tudo bem. - Garante meu primo, mas eu não tinha certeza se realmente iam. 

Meu pai sempre foi um homem forte, jamais ficava doente ou ia a um hospital, por isso, quando recebi o aviso de meu superior de que meu pai havia sido levado por em uma ambulância para o hospital, eu não pensei duas vezes em ir para o local. Max, coincidentemente, havia ido para a empresa para almoçarmos juntos, acabou me encontrando naquele momento de desespero e decidiu me acompanhar. 

Pegamos o primeiro táxi que passava próximo da empresa e seguimos em direção ao hospital. Infelizmente o trânsito de Miami parecia ir contra o meu desejo de chegar o mais rápido possível ao meu destino e acabamos pegando um engarrafamento quilométrico. Impaciente demais para esperar, resolvo ir a pé mesmo, para o desespero de meu primo, que precisa correr atrás de mim para evitar que eu fosse atropelado, enquanto corria entre os carros e motos. 

E quanto mais eu pensava sobre o assunto, mais preocupado eu me sentia. Minha relação com meu pai não era uma das melhores e ele sempre teve dificuldade de demonstrar seus sentimentos, o que nos fazia brigar com frequência, diferente de minha mãe, que era mais carinhosa e próxima a mim. A família Queen sempre foi rodeada de problemas, segredos e mistérios. Sendo alguém de fora e ainda responsável por uma parte da gerencia da empresa, meu pai sempre fazia de tudo para se mostrar alguém que poderia ser de confiança de minha avó.  

O único problema nessa situação é que no fim, eu sempre acabava sendo envolvido na história. Meu pai queria sempre que eu fosse o melhor aluno na escola e em todos os cursos que ele me obrigava a fazer. Eu fui obrigado a começar a estagiar cedo nas corporações da família, porque precisava provar para minha avó que eu que deveria assumir a presidência da empresa da família no lugar de Max, o neto mais velho e filho de Oliver Queen, o filho favorito de minha avó, segundo meu pai. 

Max e eu sempre nos demos bem. Ele é como um irmão para mim e, apesar de ser muito inconsequente na maior parte do tempo, meu primo está sempre ao meu lado, cuidando de mim. A nossa pouca diferença de idade – sete meses, para ser mais exato -, contribuiu muito para que nós nos tornássemos melhores amigos desde criança. Por esse motivo, além do fato de Max não desejar assumir os negócios da família, nós não levávamos ao pé da letra essa briga entre meu pai, tio Oliver e nossa avó Moira.  

— Dan! - Minha mãe acena assim que Max e eu viramos no corredor que levava ao local onde a recepcionista informou que minha família estava. 

— Mãe! - Corro até a mulher, abraçando-a com força. Ela chora com intensidade, enquanto me aperta contra si. Ela estava com medo e essa era a primeira vez que eu a via tão vulnerável. - Calma, mãe. Vai ficar tudo bem. 

Consolo minha mãe por um tempo, sem ter certeza de minhas palavras. Tia Felicity suspira e se aproxima do filho e beija a testa de Max com carinho. Afasto-me de minha genitora e a observo. Thea Queen era uma das mulheres mais bonitas que eu conheço. Os cabelos curtos davam um charme inigualável ao rosto fino e os olhos esverdeados atentos. Mesmo tendo passado alguns anos longe dela, minha mãe continua a ser a pessoa mais gentil que conheço e eu odiava vê-la tão desesperada como naquele momento. 

— O que aconteceu? – Pergunto, virando-me para tia Felicity.  

— Não sabemos ao certo. – Responde a loira, suspirando. Ela ajeita os óculos em sua delicada face e me encara com seriedade. – Aparentemente, o seu pai estava discutindo com a megera da Moira e começou a passar mal. Não duvido que ela o tenha envenenado.  

— Fely! – Minha mãe repreende minha tia, que suspira mais uma vez e se aproxima da cunhada.  

— Eu também não duvido. – Sussurra Max e eu dou de ombros, sabendo que se tratando de Moira Queen, um envenenamento pode sim se tornar uma possibilidade. 

— Desculpa, Thea. – Responde tia Felicity, sorrindo envergonhada. Mas conhecendo a loira, ela estava sem graça por ter deixado o comentário escapar em um momento inoportuno e não porque estava arrependida de suas palavras. 

A relação de tia Felicity com minha avó materna sempre fora péssima. Moira Queen sempre foi uma mulher controladora e tudo piorava quando se tratava de seus filhos. Tia Felicity fez com tio Oliver o que ninguém foi capaz de fazer com minha avó. Ela o tirou dos domínios da mãe e o tornou alguém capaz de se impor. E isso, é claro, não agradou nada a matriarca da família, que fez de tudo para separar meus tios, mas no fim, o amor deles foi mais forte que as armações de Moira Queen. 

Desde que me mudei para Star City e passei a morar com eles, depois de algumas discussões nada agradáveis com meu pai, eu admirava o amor de meus tios. Diferente de meus pais, que se casaram por conveniência e acabaram se acostumando com a vida que levam, tio Oliver e tia Felicity realmente se amam. Eles brigam com frequência e acho que o passatempo favorito deles é implicar um com o outro, mas eles sempre se olham com carinho e há uma cumplicidade presente entre eles que é difícil de se explicar. 

Suspiro, observando minha mãe. No fim, ela acabou realmente gostando do meu pai e acredito que ele também gosta dela, afinal, estão casados há vinte anos, mas não é o mesmo amor intenso, ardente e divertido de meus tios. Eles apenas aprenderam a viver juntos e a gostar da companhia um do outro com o passar dos anos. 

— Alguma notícia do meu pai?  

Minha pergunta chama a atenção de minha mãe e minha tia. Ambas se encaram por alguns instantes e suspiram. Minha mãe balança a cabeça, negando. Sinto o aperto de Max em meu ombro, em uma espécie de apoio. Encaro meu primo, agradecido e volto a observar minha genitora. 

— Os médicos ainda não nos deram notícias. Eles levaram o seu pai para uma sala de exames e pediram que esperássemos aqui. Mas não se preocupe, Dan. Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem. Seu pai é forte. Independentemente do que tenha acontecido, ele vai superar qualquer problema. 

Tia Felicity sorri compadecida e me abraça de forma materna. Correspondo ao abraço, apreciando o gesto acolhedor. A loira sempre foi como uma mãe para mim e desde que passei a morar com ela e tio Oliver, o sentimento se tornou ainda mais intenso. Ela sempre me entendia e sabia exatamente o que fazer para animar. Não que minha mãe não entendesse, mas é diferente.  

— Família Harper?  

Afasto-me de minha tia e procuro pela voz que chamava pela minha família. Todos nos aproximamos do médico, ansiosos por notícia. O homem de cabelos grisalhos, pele amorenada e olhos cansados – provavelmente pelas horas exaustivas de trabalho -, nos observa com seriedade e sua falta de resposta nos deixa ainda mais apreensivos. 

— Como ele está, doutor? – Minha mãe questiona, manifestando o seu desejo por respostas. 

— O Sr. Harper sofreu um infarto. Nós conseguimos impedir que o pior ocorresse, mas situação dele não é uma das melhores. Após realizar os exames, descobrimos que será necessário realizar um transplante de coração. O Sr. Harper apresenta um quadro grave de Miocardiopatia dilatada. 

— O que é isso? – Pergunta Max ao médico, apreensivo. 

— É uma doença do músculo do coração que impede o bombeamento adequado de sangue para o corpo, causando complicações como arritmias, coágulos de sangue e morte súbita. – Explica o homem, observando-nos com cautela. – O quadro do Sr. Harper é delicado. Eu irei passar alguns medicamentos para tentar impedir que a dilatação do coração continue, mas o transplante deve ser realizado o mais breve possível. Não sabemos quanto tempo até que o coração se amplie e pare de bombear sangue para o corpo. Talvez anos, meses ou até mesmo dias. Tudo dependerá de como o Sr. Harper irá reagir ao tratamento por medicamentos. 

— Meu Deus!  

Minha mãe se senta em sua cadeira com as mãos no rosto, desesperada pela notícia. Por outro lado, eu permanecia de pé, em choque, sem acreditar que meu pai estava mesmo correndo risco de vida. O pior de tudo é que se tratava de um transplante de coração. Pelo pouco que eu sei, não é fácil conseguir um doador e é mais difícil ainda que ele seja compatível com quem recebe o órgão. 

— Eu lamento muito. – Responde o médico, suspirando em seguida. – Por enquanto, peço que façam de tudo para evitar que o Sr. Harper se estresse. Ele precisará de muito repouso. Deve seguir uma dieta leve, evitar qualquer tipo de comidas gordurosas e pegar peso ou realizar atividades em excesso. E mais uma vez, por favor, evitem que ele passe por qualquer tipo de estresse. Isso pode agravar ainda mais o quadro do Sr. Harper e acelerar a dilatação do coração dele. De qualquer forma, irei transcrever todas as recomendações e pedirei para que uma das enfermeiras lhe passem. 

— Obrigada, Dr. Jimenez. – Agradece minha mãe, recompondo-se. – Nós poderíamos ver o meu marido agora? 

—  Claro. – Concorda o homem, balançando a cabeça para que o seguíssemos. – O Sr. Harper ainda está muito fraco, por isso, peço que não exijam demais dele. Os medicamentos estão fazendo efeito e ele ainda está sensível pelo recente infarto, por isso, nada de agitação no quarto. 

Seguimos, em silêncio, na direção ao quarto do hospital onde meu pai estava internado. Ao entrarmos no quarto, o incomodo me atinge de uma vez. O branco das paredes me causava ansiedade. Quando criança, passei diversas noites internado por causa da minha saúde frágil. Observando o cômodo, era inevitável não sentir a mesma solidão e desespero de anos atrás. Respiro fundo, tentando me controlar e encaro meu pai. 

Tia Felicity segura minha mão, dando um aperto caloroso e passando toda a força que eu precisava para não me deixar abater pela situação. O homem deitado não se parecia em nada com o imponente Roy Harper. Meu pai estava pálido e abatido. Os aparelhos ligados ao corpo mostravam as frequências cardíacas, agora, reguladas, enquanto ele ainda parecia atordoado. 

Minha mãe se aproxima dele e segura sua mão com carinho. Max e tia Felicity ficam ao meu lado, observando tudo em silêncio. A porta do quarto é aberta e vejo tio Oliver se aproximar com cautela, após fechar a porta. Ele e tia Felicity trocam um beijo delicado e o irmão mais velho de minha mãe encara o cunhado com preocupação. 

— Como ele está? 

— Nada bem. Ele teve um infarto e ainda vai precisar fazer um transplante. – Sussurra tia Felicity em resposta ao marido, que suspira e se aproxima da irmã, colocando a mão sobre o ombro dela. 

— Você está bem?  

Max me questiona, encarando-me com intensidade. Balança a cabeça, concordando apenas por não saber como reagir a essa pergunta. Apesar de todas as brigas e nossas diferenças, ele continua sendo meu pai. Eu não queria vê-lo naquele estado. Não queria meu pai em uma cama de hospital, com minha mãe ao seu lado, pedindo a qualquer divindade existente por um milagre.  

— Quem diria que você me veria assim, Queen. – Sussurra meu pai, fazendo tio Oliver suspirar. 

— Não se esforce, Roy. – Repreende meu tio, observando o cunhado com seriedade. – Descanse. Soube que teve um infarto.  

— Segundo o médico, eu preciso de um novo coração. Isso é irônico, você não acha? Sempre ouvi dizer que eu não tinha um coração e agora eu preciso de um novo.  

A amargura presente na voz de meu pai faz todos ficarem em alerta. Não sabíamos como reagir. O médico havia sido claro quanto a evitar estresses. Aproximo-me de meu pai e ele me encara sem expressar qualquer sentimento. Eu não fazia ideia do que se passava em sua mente. 

— O que aconteceu? – Pergunto, finalmente criando coragem para quebrar aquela tensão que havia entre nós. 

Antes que meu pai me respondesse, a porta do quarto é aberta mais uma vez. Todos nós viramos para saber quem havia chegado e nos surpreendemos ao encontrar a figura imponente de minha avó. Com um sorriso debochado em seu rosto, ela retira os óculos de sol que usava e se aproxima lentamente. A cada passo, o salto de seu sapato batendo no chão ecoava pelo quarto, causando um frio em minha espinha.  

— O que está fazendo aqui, mãe? Eu pedi que ficasse na empresa.  

— Não é como se eu fosse realmente ouvir ordens suas, Oliver. Tenha senso. – Responde a mulher de maneira ríspida. 

— Mãe, por favor. – Pede minha mãe, suspirando em seguida. Ela se levanta e encara a mais velha. – Roy precisa descansar. Vá embora, por favor. 

— Essa não foi a educação que eu lhe dei, Thea. Essa é a forma que sou recebida quando venho visitar meu adorável genro? 

— Vai embora, Moira. Se eu estou nessa cama de hospital é por sua culpa!  

Meu pai cospe as palavras de forma agitada. Os aparelhos que computavam os batimentos cardíacos de meu pai passam a apresentar alterações. Todos encaram o homem de forma preocupada.  

— Minha culpa? – Repete minha avó, com um sorriso debochado no rosto. – Ora, me poupe, Roy! Você é fraco! Não deveria ser surpresa para ninguém que mais cedo ou mais tarde você não aguentaria a pressão. Estou surpresa que tenha demorado tanto tempo. A sua incompetência me irrita. Eu e Robert trabalhamos tanto para conseguir criar esse império e vocês o derrubam facilmente. O que será das Corporações Queen quando eu morrer? 

— O seu genro acabou de sofrer um infarto e você vem no hospital para confrontá-lo? A sua falta de caráter me enoja, Moira. – Responde tia Felicity, inconformada com a atitude de minha avó. 

— Não se meta nisso, Felicity! Esse assunto não tem nada a ver com você. 

A rispidez em suas palavras faz minha tia apertar os punhos e se não fosse por minha mãe, que segura o braço da cunhada, tia Felicity provavelmente tinha atacado minha avó. E mais uma vez o silêncio e a tensão voltam a recair sobre o quarto. Meu pai respira fundo, tentando se acalmar.  

— Por favor, vovó, vai embora. – Peço, cansado. – Eu não sei o que aconteceu entre vocês hoje, mas meu pai precisa de repouso, não pode passar por estresses. Então, por favor, pelo menos dessa vez, apenas deixe esse assunto para depois. 

— Você quer saber o motivo de seu pai ter infartado, Daniel?  

A maneira perigosa como as palavras saem da boca de minha avó me deixam em alerta. Novamente, os batimentos cardíacos de meu pai se aceleram. 

— O motivo foi você, Daniel. Eu apenas disse algumas verdades sobre você e seu pai não aceitou. 

— Já chega, Moira! Vá embora ou eu vou exigir que os seguranças te tirem desse quarto a força! 

— Acalme-se, Roy! – Pede minha mãe, preocupada com o marido. 

— Mãe! Vá embora! – Insiste tio Oliver. 

— O que você quer dizer com isso? – Questiono, confuso e ansioso por respostas. 

— Não dê ouvidos a ela, Dan. Não vale a pena. – Responde Max, colocando uma mão em meu ombro, em sinal de seu apoio. 

— Já que não é capaz de arrumar uma companheira que seja digna de nosso império, Daniel, você irá a um encontro amanhã. Seus pais foram fracos demais com você. Te deixaram livres demais. Eu não tenho mais tempo para lidar com os fracassos de vocês. Eu já estou farta de tantas desculpas. Por esse motivo, você irá se casar com Michelle Yukai, a herdeira das Corporações YJ. 

Paraliso diante das ordens de minha avó. Todos no quarto parecem surpresos demais com a declaração da mulher. Casamento? Um casamento arranjado? Isso é loucura! Em pleno século XXI, eu serei obrigado a me casar com alguém que eu não conheço apenas para agradar a minha avó? Ela quer mesmo fazer comigo o mesmo que fez com a minha mãe e meu pai? 

— Enlouqueceu de vez, mãe? Daniel tem apenas dezessete anos. Para que essa pressa em fazer ele se casar? – Minha mãe se coloca em alerta. Assim como eu, ela não havia gostado das exigências de minha avó. 

— Olhe para meus netos. O mais novo é um fraco que nem mesmo encontra uma namorada para representar as empresas. Todos ao nosso redor estão comentando que ele não é capaz. Como você quer que eu reaja? Isso mancha a imagem da corporação.  

—  Eu já te falei que Daniel não vai se casar apenas porque você quer! 

Meu pai estava furioso e eu finalmente entendo o que havia causado o seu infarto. Eu não sabia como reagir. Quer dizer, eu sabia que uma hora ou outra eu seria questionado por ter quase dezoito anos e nunca ter tido uma namorada. Mas jamais imaginei que seria obrigado a me casar. 

— E quanto a você, Maximus? Quando irá se tornar um homem de verdade e assumirá as responsabilidades como herdeiro das Corporações Queen? 

E lá vamos nós com essa mesma conversa. Para a infelicidade de minha avó materna, Max não pretendia trabalhar nas empresas da família. Tio Oliver e tia Felicity não pareciam se importar muito com esse fato, mas não ter um membro da família trabalhando nas Corporações Queen era quase uma ofensa para a matriarca Queen.  

— Quem sabe nunca? Ou talvez daqui além da eternidade? Ou talvez quando a raça humana for extinta do planeta? São tantas possibilidades, vovó, que eu nem mesmo sei qual delas eu devo escolher. 

— Max! - Tio Oliver repreende o filho, sabendo que aquilo poderia gerar uma confusão ainda maior. 

— Petulante! Como ousa me desafiar dessa maneira?  

O rosto de minha avó se torna vermelho diante da afronta do neto. No geral, com exceção de Max e tia Felicity, as pessoas não desafiam a matriarca de nossa família. No entanto, meu primo conseguia ser bem sem noção em diversos momentos. Irritar Moira Queen não é a melhor forma de lidar com ela. Prendo a respiração, sem acreditar em como meu primo conseguia ser tão burro e inconsequente. Ele não tem amor à vida?  

— Não estou desafiando. Eu apenas estou deixando bem claro que não vou assumir as Corporações Queen. 

— Inaceitável! Esse é o tipo de educação que você dá ao seu filho, Felicity?  

E agora vamos ver o circo pegar fogo de vez. Encolho-me e suspiro baixo, desejando apenas que pelo menos uma vez na vida, minha família tivesse a decência de ler e respeitar o ambiente em que estão. Presenciar os surtos de minha avó e o instinto materno de tia Felicity é quase como estar de frente para uma Segunda Guerra Mundial. Droga! Como eu sinto falta de Star City! 

— A maneira como eu educo ou deixo de educar meu filho só se diz respeito a mim, Moira. Max tem todo o direito de ser o que ele quiser ser. Se ele não quer trabalhar nas Corporações, eu não vou o obrigar. Meu papel como mãe é cuidar para que ele se torne um adulto responsável e honesto, preparado para enfrentar o mundo lá fora e não o obrigar a fazer o que ele não quer pelo resto da vida dele. - Responde tia Felicity de maneira dura, em um evidente controle de suas emoções. Eu a conhecia bem o suficiente para saber que ela estava a ponto de ir para cima de minha avó e arrancar o aplique dela, como eu sempre a ouvia falar sobre “A Megera”. 

— Você se dizer ser uma boa mãe e todo esse blá blá blá todo sobre orientar, mas isso não o impediu de se envolver em problemas! Seu filho se envolve em centenas de problemas, porque você e Oliver nunca puseram limites... 

— Já chega, mãe. - Minha mãe interrompe minha avó, preocupada que tia Felicity pudesse cometer uma loucura. 

A relação das duas nunca foi a das melhores, mas tudo piorou quando Max se envolveu em problemas sérios em Star City. Mesmo morando com meus tios na época, eu não sei exatamente o que aconteceu. Max também não havia me contado e sempre mudava de assunto quando eu o questionava. A única coisa que sabia é que seu nome estava envolvido no assassinato de um dos alunos da nossa escola em Star City e que ele passou dois dias na prisão. 

Por esse motivo, minha avó insistia em jogar na cara de tia Felicity que a culpa do comportamento rebelde e incontrolável de Max era dela. Sendo a mulher impulsiva e sem papas na língua, obviamente, tia Felicity jamais deixaria que minha avó atacasse Max, sem antes responder a altura os insultos de Moira Queen. 

— Está tudo bem, Thea. Sua mãe pode falar o que ela quiser, mas isso não muda o fato de que foi o meu filho “irresponsável” e “sem limites” que salvou as empresas da família mais de uma vez, além de ter sido acusado injustamente... 

— Mãe... - Max tenta impedir que tia Felicity prolongasse o assunto. Olho para meu primo, preocupado. Max, por outro lado, permanecia indescritível. Eu não conseguia saber o que se passava em sua cabeça e nem como ele se sentia naquele momento. 

— Esqueça o que aconteceu no passado, mãe. O que houve foi um acidente e um mal-entendido. Fim de papo. Quanto Max assumir as corporações e a educação que minha esposa e eu damos ao nosso filho não é da sua conta. Eu sou o presidente agora. Eu decido quando Max vai e se vai assumir os negócios da família. Até lá, peço que não ofenda Felicity ou meu filho. Eu não vou mais tolerar esse tipo de comportamento. A minha esposa se esforça ao máximo para dar a melhor educação possível a nosso filho, então não vou admitir que a ofenda mais uma vez.  

O silêncio mais uma vez deixa o ar pesado. Moira parecia não acreditar na resposta do filho. Ela abre e fecha a boca algumas vez, mas desiste ao ver a resistência e a dureza que com a qual era encarada por tio Oliver. Por fim, ela volta seu olhar para meus pais, que resolveram se calar e não se envolver na briga. 

— Isso não muda o fato de que Daniel terá que se casar. E amanhã mesmo ele irá se encontrar com Michelle.  

— Você acha que meu filho realmente precisa de sua intervenção para namorar uma garota? Não seja inconsequente, Moira! Eu não vou aceitar que me ofenda dessa forma! 

— Eu não acho, Roy. Eu tenho certeza. Olhe para o seu filho! Ele é um Queen! Como pode nunca ter namorado ou ter sido visto com uma garota? Os homens da família sempre foram conhecidos como conquistadores. 

— Você quer obrigar meu filho a se casar por orgulho?! 

A pergunta de meu pai faz Moira sorri e o homem se agitar ainda mais diante da expressão debochada da sogra. Todos encaram a situação, preocupados com o que podia acontecer. Eu estava vendo a hora de sermos expulsos devido a gritaria e a confusão que vinha do quarto. 

— Por que não? O casamento entre os dois traria uma aliança bastante interessante entre nós e as Corporações YJ. 

— Então você pretende usar Daniel como uma moeda de troca assim como fez com Thea e Roy? Isso é realmente a sua cara, Moira. - Tia Felicity expõe e isso torna o clima ainda mais perigoso. 

— Parem já com isso! Roy, você precisa se acalmar! - Pede minha mãe, tentando fazer meu pai permanecer deitado. 

— Como eu posso me acalmar quando a sua mãe vem até aqui para me ofender e nos atacar dessa forma? 

— Quanta sensibilidade, Roy! - Desdenha minha avó. - É exatamente por isso qe seu filho é assim. Ele puxou o lado Harper da família. 

— Cuidado com a sua língua, Moira! Não vou permitir que ofenda o nome de minha família dessa forma. 

— Já chega, mãe! Será que poderia respeitar Roy e Thea? Olhe para o seu neto. Acha mesmo que ele tem condições de se casar? Obrigá-lo a se casar em pleno século XXI e com apenas dezessete anos é totalmente sem sentido. 

Com o foco da conversa sobre mim novamente, o ar em meus pulmões parece sumir e eu encaro meu primo, desesperado. Eu não queria me casar. Eu não queria ser obrigado a fingir amar alguém. Eu jamais conseguiria fazer o mesmo que meus pais fizeram, porque eu sabia que jamais conseguiria amar de alguma forma a mulher com quem minha avó quer que eu me case. E Max sabia disso. 

— Você não pode fazer isso, porque nós temos um motivo para Dan não ter apresentado nenhuma garota até o momento a vocês. 

Meu primo intervém. Respiro fundo, torcendo para que qualquer loucura que meu primo planejasse fazer. Todos encaram Max, surpresos com a reação do rapaz tão parecido com o pai. Engulo em seco e trocamos alguns olhares. Por mais sem noção que meu primo fosse, eu sabia que ele não contaria sobre a minha sexualidade. Por outro lado, eu também temia que ele me colocasse em uma situação ainda pior. 

— E qual seria esse motivo?  

Minha avó questiona com desconfiança. A curiosidade estava presente nos olhos de todos junto a esperança vinda de meu pai. Eu sabia que era o orgulho do homem que estava em jogo. Meu pai jamais aceitaria que seu único filho fosse gay e apenas por minha avó ter cogitado essa possibilidade e ele ter tido um infarto era a maior prova que eu tinha disso. 

— Ele está namorando. - Revela Max e eu o encaro perplexo. Ele sorri nervoso e eu vejo em seus olhos que ele realmente havia dito a primeira coisa que veio a sua cabeça. - E é uma garota. 

— Daniel está namorando? Desde quando? E por que eu nunca vi ele com nenhuma garota? - Questiona minha avó e eu prendo minha respiração. É claro que ela não acreditaria nisso. Minha avó espiona a gente desde sempre. Ela sabe que eu não estou com nenhuma garota. Max havia sido pego na mentira e agora é que minha avó me obrigaria mesmo a me casar. 

— É claro que você nunca viu. Ele...ele namora virtual. Desculpa cara. Eu tive que falar. - Max me lança um olhar desesperado pedindo ajuda. Eu estava tão atordoado que nem mesmo sabia o que dizer.  

— Não. Não. Tudo bem. - Forço uma risada, sentindo meu coração bater mais rápido e o nervosismo me atingir. 

— Namoro virtual?  

— É, vó! Eu sei que você é velha e não entende dessas coisas, mas hoje em dia as pessoas namoram virtualmente. Não é, Dan? Conta para ela! 

— Garoto petulante! - Resmunga minha avó com o comentário ácido de Max sobre sua idade.  

— É! É verdade, vovó. A gente conhece a pessoa em um site de relacionamentos e começa a namorar. Geralmente, são pessoas que moro em outras cidades e até mesmo países. É bem comum e isso existe desde a época dos meus pais. - Digo, tentando parecer o mais confiante possível. 

— Bom, namoro virtual é popular desde a minha adolescência e é por isso que eu não entendo, Dan. Por que você não nos contou que estava namorando, filho? - Pergunta minha mãe, olhando-me com repreensão. 

— Eu fiquei com vergonha. Quer dizer, eu não sabia como vocês reagiriam. Por isso, o Max era o único que sabia do meu namoro com ela. - Respondo e meu primo balança a cabeça, concordando. 

— Eu disse que ele deveria contar, mas vocês conhecem o Dan. Ele é muito tímido. Não queria que vocês pegassem no pé dele. - Complementa Max, mais confiante depois de minha reação. 

— De qualquer forma, um namoro virtual não vai te impedir de casar, Daniel. Ainda que os tempos tenham mudado, eu preciso que tenha alguém do seu lado para te ajudar nas empresas presencialmente e não do outro lado do mundo. - Afirma minha avó e novamente encaro Max, esperando que ele tivesse uma segunda boa ideia para me tirar dessa enrascada. 

— Mas quanto a isso, não precisa se preocupar. A namorada do Dan mora aqui em Miami. Ela estuda na mesma escola que a gente. Amanhã será nosso primeiro dia de aula e eles finalmente irão se encontrar.  

A resposta de Max quase me faz bater em minha própria testa. Ele acha mesmo que nossa família, os Queen, acreditariam mesmo nessa bobagem. Ao ver a decepção em meus olhos, ele dá de ombros, quase como se dissesse que foi a única solução que ele encontrou. Encaro minha família com um sorriso forçado e rezando para que eles acreditassem em Max. 

— Certo. - Murmura minha avó, pensativa. - E como se chama a sua namorada? 

Prendo minha respiração e engulo em seco. Eu estava tão nervoso que nenhum nome feminino vinha em minha mente. Olho ao meu redor de maneira discreta, procurando alguma solução para o meu problema. Até que vejo um quadro na parede. Analiso a obra e não demoro a reconhecer. Se trata de um dos quadros de minha artista favorita. Chuva¹ de Fernanda Romano. 

— Fernanda. O nome dela é Fernanda Freitas. - Respondo, acrescentando o sobrenome do ex-diretor de criação executivo da agência de publicidade e comunicação Havas Life, que deixou o cargo para que Fernanda assumisse a sua atual posição na empresa que sempre desejei trabalhar um dia. Foi por causa dessa agência que eu conheci a artista e me tornei fã de seus trabalhos.  

— E como ela é? Quer dizer, você tem certeza de que ela é uma garota? - Insiste minha avó ainda desconfiada e dessa vez, Max é quem responde. 

— Nós temos certeza. Eles fazem chamada de vídeo direto. E ela é... - Meu primo olha em volta da mesma forma que eu fiz, e sorri. - Ela é loira, olhos castanhos quase cor de mel e ela é tão nerd quanto o Dan. Até mesmo usa óculos como ele. 

Encaro o lugar que Max observava e vejo o quadro de Andrew Atroshenko. Se não me engano, o nome da obra é Pensive². A moça de cabelos loiros bagunçados e olhos âmbar era realmente muito bonita e eu apostava que era isso que havia chamado a atenção de meu primo.  

— Interessante. - Murmura minha avó com um sorriso presunçoso em seus lábios. - E quais são os negócios da família dela? Ela é rica? 

— Não acha que está querendo saber demais, vó? Agora, será que dá para deixar o Dan em paz e desistir dessa loucura de casamento? 

— Tudo bem. Eu deixo. - Suspiro aliviado com a afirmação da mais velha. - Mas terá que levá-la para nos conhecer nesse sábado, caso contrário, você irá se casar com Michelle Yukai. E não tem negociação quanto a isso. 

— Mas não temos nem mesmo certeza se meu pai já terá ido para casa até lá. Não seria melhor esperar ele voltar para casa para marcar esse encontro? - Sugiro, tentando adiar ao máximo a minha morte. 

— Eu já terei voltado para casa, Daniel. Além disso, eu também estou curioso para conhecer essa Fernanda Freitas. Afinal, há quanto tempo vocês estão juntos? 

— Um ano... 

— Seis meses.... 

Max e eu nos encaramos por um tempo e todos nos observam confusos. Nós havíamos respondido juntos e com respostas diferentes. Precisávamos ser rápidos em consertar a confusão que havíamos nos enfiado mais uma vez. 

— Um ano e seis meses. - Respondo por fim, sorrindo nervoso.  

— Isso contando o tempo em que ele e a Feh levaram para oficializar o namoro. Ela também é bem tímida e foi difícil para eles desenvolverem o relacionamento. Por isso, ainda ficamos confusos. Mas, não se preocupe. O Dan vai conversar com a Feh e eu tenho certeza que ela ficará muito feliz em conhecer nossa família nesse sábado. - Completa Max, encerrando o assunto. 

— Tudo bem. Eu irei embora agora, mas essa conversa ainda não terminou, Daniel. Ainda quero entender esse namoro que você escondeu de nós por um ano e meio. - Avisa minha avó, deixando claro que ela ainda não acreditava por completo em nós. - Assim que tiver conversado e marcado com ela um horário, me avise e eu organizarei o almoço ou jantar. Veja o que é melhor para ela. 

E mulher coloca os óculos escuros mais uma vez e deixa a sala como se nada tivesse acontecido. Todos ficam em silêncio por um tempo, sem saber como reagir de fato a tudo que aconteceu. No entanto, antes que eu fosse questionado ainda mais pelos meus pais e tios, resolvo que era melhor conversar com Max primeiro. 

— Max e eu vamos a lanchonete do hospital comer alguma coisa. Nós já voltamos.  

Pego o pulso de meu primo e o puxo para fora do quarto. Assim que fecho a porta e me vejo longe dos olhares questionadores de minha família, eu suspiro aliviado e sigo em direção a lanchonete. Max vem logo atrás, rindo um pouco. Ele com certeza estava se divertindo com a situação. 

— Parabéns pelo namoro. - Saúda Max, rindo um pouco mais. 

— Muito engraçado! - Dou uma risada forçada irônica e ele ri ainda mais. 

— Você precisa aprender a relaxar, primo. Não deveria me agradecer por ter evitado que você se casasse aos dezessete anos sem nem mesmo gostar da... 

— Calado, Max! - Tampo a boca de meu primo e o arrasto para um local mais calmo. - Enlouqueceu? E se alguém te escuta?  

— Relaxa. Ninguém ouviu. 

— Mas poderia ter ouvido. Além disso, você me colocou em uma situação ainda mais complicada. Como eu vou conseguir arranjar uma namorada chamada Fernanda Freitas que é loira, de olhos castanhos, usa óculos, é “nerd como eu” e que estuda na nossa escola? 

— Parece que eu realmente sou o mais inteligente dessa família. - Resmunga Max, revirando os olhos. Ele me puxa para a lanchonete do hospital e sentamos em uma mesa mais afastada, onde ninguém poderia nos ouvir. - Você não precisa namorar a Fernanda Freitas. Você precisa que as pessoas acreditem que você namora ela. 

— Como assim? - Questiono, desconfiado. 

— Se nós encontrarmos uma garota de olhos castanhos, nerd e que concorde em fingir ser sua namorada – o que não é muito difícil -, a gente pode até mesmo mudar a cor do cabelo dela e pronto! Ela é a Fernanda Freitas, sua amada namorada. - Explica Max, animado com a ideia. - Vocês fingem namorar até o final do ano e inventam uma desculpa para terminar. Depois disso você vai para a faculdade na França, onde poderá entrar na sua empresa dos sonhos e fugir das garras de nossa avó. Essa garota será a sua carta de alforria e te livrará das garras do mal de nossa avó. 

— Você sabe que a nossa avó vai pesquisar sobre ela, certo? - Relembro e ele dá de ombros e me lança um olhar convencido. 

— Você precisa ter mais fé em mim, primo. Essa sua descrença magoa meus sentimentos. - Ironiza, levando a mão ao peito como se estivesse machucado o local. Reviro os olhos. - Escuta, eu não sou chamado de Queen Genial à toa. 

— Ninguém te chama assim. - Afirmo e ele revira os olhos dessa vez. 

— Tanto faz. Mas de qualquer forma, eu continuo sendo genial. - Max sorri convencido. - Quem é a mente mais brilhante da nossa família quando o assunto é tecnologia? 

— Tia Felicity? - Respondo, brincando, sabendo que ele e a mãe vivem essa competição de quem é o melhor com a tecnologia.  

A mulher é simplesmente uma das melhores hackers do país, senão, do mundo. Foi assim que ela conheceu o tio Oliver. Por ser brilhante, tia Felicity conseguiu impedir um ataque cibernético nas Corporações Queen que ninguém jamais imaginou que seria possível. Seu talento chamou a atenção de meu tio materno, que se apaixonou pela beleza e a língua afiada da mulher. E surpreendentemente, Max herdou as habilidades da mãe. 

— Eu devia deixar você se casar com a Maria. Nunca vi tanta ingratidão. - Resmunga, encarando-me com frustração. 

— É Michelle. - Corrijo e ele bufa, sem se importar com a informação. - E você sabe que eu estou brincando. 

Eu estava mesmo. Tia Felicity era uma das melhores, mas Max conseguia se superar. Não havia sistema de segurança que ele não conseguisse derrubar. Ele já havia até mesmo invadido o banco de dados da NASA sem que ninguém conseguisse descobrir sua origem.  

— A sua sorte é que eu tenho um coração muito mole. - Responde e eu dou de ombros. - De qualquer forma, eu posso construir um perfil tão verdadeiro que mesmo que a nossa avó investigue, ela nunca vai descobrir que mentimos sobre a Fernanda Freitas. Mas, precisamos criar uma história de vida para ela. Assim posso deixar rastros mais reais. Além disso, amanhã começam as aulas. Vamos procurar a nossa garota perfeita e te livrar dessa encrenca de casamento forçado. 

— Eu espero que seu plano dê certo. 

— Vai dar, Dan. Eu não vou deixar que nossa avó acabe com a sua vida assim ou eu não me chamo Max Queen. - Responde meu primo, fechando o punho a minha frente. Suspiro e faço nosso toque especial. 

— Obrigado, Max. De verdade. - Agradeço e ele bagunça meu cabelo, sorrindo. 

— Não precisa agradecer, primo. Nós somos uma família. Como mais velho, eu prometi que iria te proteger e é isso que irei fazer. Não vou deixar que nossa avó destrua a sua vida como ela fez com a de seus pais e de centenas de outras pessoas. 

Observo meu primo e vejo a sinceridade em suas palavras. Seu olhar distante me mostrava que havia muito mais naquela declaração do que eu imaginava. Decido não questiona. Respiro fundo e encaro minhas mãos, torcendo para que o plano de Max realmente funcionasse ou eu poderia dar adeus a minha liberdade. 

  

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Notas finais do capítulo

Chuva de Fernanda Romano: https://oportunityleiloes.auctionserver.net/images/lot/2748/2748137_0.jpg

Pensive de Andrew Atroshenko: http://img0.liveinternet.ru/images/attach/d/0/138/822/138822698_preview_5230261__3_.jpg

oOo

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