O Intruso escrita por thierryol1
"Me perdoe por ser esse lixo de ser humano."
Lucie corria em meio às chamas. Sua casa estava em combustão. O fogo se espalhou rapidamente da cozinha para o restante da casa, graças à estrutura de madeira rústica.
O intruso, tão familiar, corria atrás dela enquanto subia as escadas para o segundo andar. Lucie sentia seu peito arder com a fumaça exalada do incêndio, começara a ficar mais lenta, e o assassino, mais perto. Quando a garota estava quase terminando de subir as escadas, o piso se rompeu em um pedaço, fazendo-a cair alguns degraus.
Portando uma grande faca de cozinha, o intruso parou subitamente na frente de Lucie. A garota levantou o olhar em direção a ele, numa última esperança de sensibilizar o assassino, que ela nem mesmo reconhecia. Mas sua visão fria direcionada para a garota destruiu suas esperanças de sair viva dali, assim como aquelas chamas destruíam sua casa. Ele levantou lentamente a faca, a garota fechou seus olhos.
Quando estava prestes a cravar a faca no belo corpo claro da jovem, o intruso ouviu um estalo, hesitando por um segundo. Lucie abriu seus olhos e se lançou contra o assassino, com um pedaço de madeira pontudo que acabara que arrancar do piso rompido.
Infelizmente não foi suficiente para perfurar o homem, que apenas caiu de volta para o início da escada. A garota aproveitou para subir ao segundo andar, já que a porta principal estava em chamas e não seria possível fugir por ali.
Ela corria entre os corredores do segundo andar, desviando de algumas chamas que apareciam aqui e ali, procurando um jeito de escapar, mesmo tendo um profundo sentimento de que não sairia viva dali. Ela entrou no quarto de hospedes, se perguntando o que faria. Lembrou-se de sua consulta com o psiquiatra, desejando que aquilo fosse uma alucinação. E talvez fosse, já que a garota começou a ver sangue descendo pelas paredes do quarto, mas que não causava efeito algum sob o fogo. Talvez o fogo fosse uma alucinação também. Talvez o intruso também fosse. Talvez tudo fosse fruto de uma alucinação.
Lucie se recolheu num canto, ficando numa posição fetal. Não queria chorar, mas as lágrimas começaram a escorrer abaixo. De repente tudo se calou: o barulho do fogo, os passos do assassino no corredor, até mesmo seus pensamentos. Lucie levantou o rosto. Não estava mais em Vila Obélia. Estava em casa, na sua casa há doze anos, sob sua cama. Aos poucos a porta foi abrindo, e a figura familiar foi entrando. Lucie não podia acreditar, estava vivendo novamente aquele pesadelo.
Escondeu-se debaixo dos cobertores, mas ela sentia-o próximo, vindo em sua direção. Começou a chorar novamente, então a coberta foi puxada violentamente e ela estava de volta.
As chamas queimavam todo quarto, aumentando progressivamente seu tamanho.
O intruso fitou-a por um momento. Parecia estar em outro lugar, com medo de algo pior que ele. Então, subitamente, ela direcionou seus olhos lacrimejantes e frios para ele, e disse com uma voz firme:
— Eu os matei. Eu o fiz. E se fiz isso com eles, posso muito bem fazer com você...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oi, espero que esse pequeno prólogo sirva para atrair a sua atenção! Essa história já está guardada a um tempo e decidi postar ela agora, então qualquer crítica só comentar aí! ♥