Stranger Tales from Stranger Things escrita por ohmyrahrt


Capítulo 23
Drink Up, There's More!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767659/chapter/23

‘A Taberna do Forte está sempre aberta e sempre é possível achar pessoas por lá. O salão é amplo, fracamente iluminado por tochas que crepitam devagar e emanam uma luz alaranjada e quente. As paredes são toscas, de barro batido, marrons. Cerca de 12 mesas, algumas quadradas e outras redondas, estão dispostas de uma forma que, quando vazio, pode até ser que pareça organizado, mas que agora é tudo uma grande bagunça de cadeiras e pessoas que as ocupam. Do lado esquerdo do balcão, que fica bem ao fundo e é a primeira coisa que vocês enxergam quando cruzam a porta, existe uma escada. No andar superior, é possível encontrar lugar para dormir em um grande quarto compartilhado, mais ou menos do tamanho do salão do andar inferior. O aposento é comum, aparenta as mesmas condições toscas do salão abaixo e possui diversas camas que abrigam até 3 pessoas...’

Mike fizera uma pequena pausa para que os garotos se ambientassem com as informações do novo local e anotassem o que achassem pertinente. O progresso era lento e eles jogavam num ritmo mais devagar nesse início depois de terem se identificado ao escriturário e se encaminhado para a taberna para comerem e buscarem informações. Os detalhes do Forte já tinham passado despercebidos para Will, Dustin e Lucas uma vez e isso havia sido fatal ao grupo na tal campanha. Não queriam cometer o mesmo erro duas vezes.

‘Na taberna trabalham o taberneiro, seu filho mais velho e sua esposa, que fica na cozinha. A comida é excelente, o preço é justo e o taberneiro jura que ele tem o melhor hidromel de todos os reinos...’

— Sem chance, o melhor hidromel é o de Bartolomeu... - Dustin interrompeu a narrativa de Mike sem a menor cerimônia.

— Você nem nunca provou hidromel, seja ele de Bartolomeu ou de qualquer outro lugar. Pare de falar com essa propriedade toda! - Lucas o advertiu.

— Por acaso você não confia no seu rei? - Dustin pareceu consternado ao questionar o amigo. - Não prestou atenção em nada da aventura passada, quando ele contou de suas vitórias e suas histórias por todos os reinos, jurando que nunca havia provado um hidromel tão incrível quanto o de Bartolomeu da Ilha de Lyees?

Max olhava de um para o outro com as sobrancelhas arqueadas mal acreditando que os dois estavam discutindo por conta do jogo e Will encarava vez ou outra a representação de seu personagem ali na mesa, coçando a cabeça e olhando para Mike.

— Sério, caras, vocês vão ficar discutindo qual o melhor hidromel da região sendo que não é nem o ponto principal da aventura? - Mike bateu a mão na mesa pedindo atenção. - Além disso, o taberneiro jura que é o melhor, mas ele pode muito bem... que diferença isso faz? - Mike deu de ombros. - Podemos voltar ao jogo?

Dustin crispou os lábios e ajeitou a camiseta no corpo, Lucas apenas concordou com a cabeça.

‘As treze pessoas presentes na taberna viraram a cabeça na direção da porta quando vocês entraram. Por ali passavam todos os tipos de pessoas...’

— Todos os tipos? Então por que você fez aquela pressão toda quando paramos do lado de fora do Forte sendo que todo mundo pode entrar ou sair? - Dustin perguntou a ninguém em particular.

— Ele não disse que todo mundo pode entrar ou sair... - Will respondeu. - Ele disse que todo tipo de pessoa passa pela taberna...

— E em algum momento essas pessoas foram barradas na entrada também, ué, tanto quanto a gente. Não é? - Max respondeu, procurando Mike com um olhar para ver se ela tinha razão.

O garoto apenas murmurou em concordância vendo Dustin concluir que não tinha pensado por esse lado.

— Vamos, todos vocês façam um teste de percepção. - Mike pediu.

— Como é que a El vai fazer? - Will perguntou quando jogou o dado. 20. - YEAH! - O garoto comemorou.

— Vocês vão ver... - Mike respondeu enquanto pegava os resultados.

Dustin jogou. 13.

— El, vou jogar, você consegue ver? - Mike perguntou, pegando o dado na mão enquanto esperava pelo aval da garota.

— Sim. Pode jogar. - Sua voz veio através dos chiados.

Mike jogou pela garota. 15.

‘Eliott percebeu, assim que colocou o pé para dentro da taberna e sentiu o clima do lugar, que o taberneiro era um senhor muito cheio de si, que adorava ser bajulado. Conseguiria uma boa informação daquele senhor atrás do balcão, bastando dar trela para sua conversa e o adulando enquanto bebesse. Adrien observou cada rosto se virar. Mercenários? Ele teve a impressão de que sim...’

— Posso seguir Eliott até o balcão? - Dustin perguntou, voltando a interromper Mike.

— Eu não disse que tinha ido até o balcão... - Will falou.

— Mas ele disse que você pode conseguir uma boa informação do taberneiro caso converse com ele, não vejo motivo para você não ir! - Dustin pontuou incrédulo.

Mike pigarreou, fazendo os dois olharem para ele.

‘Celestia, logo seguiu os dois. Os olhos atentos a todos os lugares. Uma figura sozinha parada no canto esquerdo, na mesa mais ao fundo, chamou sua atenção...’

— Figura? - Eleven perguntou, interrompendo Mike. Diversas palavras que os garotos usaram aquela tarde ela nunca tinha ouvido e apenas ficava tentando entender o sentido, mas até então nenhuma das ações dizia respeito necessariamente a ela. Até então.

— Sim, El, uma pessoa. - Mike respondeu, sua atenção totalmente voltada ao supercomm, um humor totalmente diferente do que utilizava para responder os amigos ali presentes. Os 4 se entreolharam ao perceber, mas nada disseram. - Um... - Mike desviou o olhar rapidamente para o valor que ela tinha tirado no dado. Poderia dar essa informação. - cara. Ele está sentado na mesa, bebendo sozinho...

— É você? - Dessa vez foi Max quem interrompeu, sorrindo, curiosa.

Mike sentiu que suas bochechas coraram de leve e desviou o olhar da garota para o escudo do mestre aberto em sua frente, fingindo procurar alguma informação que ele nem mesmo fazia ideia do que era.

— Tão tendencioso... - Dustin elucidou, arrancando risadas de todos. Até mesmo supercomm chiou.

— Cala a boca. - Mike disse, voltando a olhar para o tabuleiro, trazendo também o humor ‘antes de El’ de volta. - Posso continuar?

— Sim, por favor, milorde. - Dustin pediu.

‘Cedric esperou por Loreen, ela vinha mais atrás já que seu tornozelo não estava bom. Quando ele entrou na taberna, sentiu os aromas de carne assada e pudim, além de um cheiro azedo que não soube identificar de prontidão do que era. Loreen, a última a entrar na taberna, cega pela dor, mal conseguiu entrar sem bater a cara na porta...’

— Ouch. - Max reclamou baixinho. Havia tirado um 5 no dado.

— Nós vamos ver isso, calma. - Will a acalmou. - Vou conversar com o taberneiro. Adulá-lo... - Will riu, pegando o dado ao ver Mike assentir com a cabeça e começar a falar dando voz a um dos personagens.

Bem vindos ao Forte na Fronteira! Seus rostos são novos, não tenho recordação de tê-los visto por aqui antes. O que posso fazer por você, aventureiro?’

Mike pegou uma pequena caixinha que mantinha escondida atrás do escudo do mestre. Os garotos já sabiam o que significava aquilo. Nela, pequenos pedaços de papel do mesmo tamanho estavam dobrados de maneira quase exatamente igual. Quando Will ergueu a mão em direção à caixinha que o garoto lhe estendeu, de olhos fechados, pegou um dos papeis. Aquele seria o rumor, o motivo pelo qual eles haviam vindo de tão longe a mando do Rei Tristan. O rumor poderia ser verdadeiro ou não e eles só descobririam isso com o tempo, ao longo do jogo.

Will abriu o pequeno papel. Deu uma risada fraca e balançou a cabeça de forma negativa, achando aquilo totalmente descabido.

‘Gostaria de saber onde posso conseguir ervas para tratar de um ferimento por torção e quero uma cerveja. Esse cheiro, o que está no fogo?’ Eliott perguntou ao sentar-se à mesa próxima ao balcão, de frente para o taberneiro.

‘É galinha assada. Posso ver se arrumo um pouco de ensopado, é de ontem, mas deve estar bom ainda. Quanto às ervas, para além da fronteira existem todos os tipos delas. Cabe a você saber o que está procurando...’ O taberneiro respondeu.

‘Permita-me a intromissão, meu senhor...’ Adrien se aproximou do balcão. O taberneiro desviou a ele um olhar enquanto passava o pano velho e encardido por toda a extensão da madeira maltratada pelo tempo. Era possível ver aqui e ali os vincos que Adrien observou terem sido feitos por objetos cortantes. ‘Me chamo Adrien, venho da Ilha de Lyees. Ouvi dizer que seu hidromel é um dos melhores de todos os reinos...’

— Lá vem você com essa besteira de novo... - Lucas começou, sem acreditar que o amigo ia continuar naquele assunto. Mike apenas estendeu a mão e pediu que o garoto parasse de falar.

‘Um dos melhores?’ O homem de grande porte soltou uma gargalhada desafiadora, atraindo novamente os olhares de todos os que estavam ali para o grupo que se amontoava ao redor da mesa próxima e do balcão. ‘Meu hidromel é O melhor de todos os reinos, filho. Você vai provar e me dizer que nunca tomou coisa igual, pode ter certeza! Hector! Traga uma caneca de cerveja e uma de hidromel.’ O taberneiro gritou para o filho, um sujeito um pouco menor que aparentava seus 20 anos. ‘E vocês, o que vão querer?’

‘Eggos.’ Celestia respondeu em seu habitual tom de displicência.

Os garotos riram baixinho. Mike sorriu de lado e logo emendou.

‘Eggo? Isso deve ser alguma coisa que você comeu em suas terras, minha senhora. Vou lhe oferecer um pedaço de pão quente, carne assada e uma caneca de cerveja para empurrar tudo ‘pra baixo.’

‘Quem é a figura parada ali?’ Celestia quis saber do taberneiro.

— El, vou jogar um dado para ver se o taberneiro te dá essa informação, ok? - Mike pediu e a garota murmurou em concordância.

O dado rolou um 8.

‘Por aqui vemos figuras como essa o tempo todo, minha senhora. É difícil dizer com precisão. Pode ser apenas mais um viajante perdido, um cavaleiro cansado e desiludido, um sacerdote que perdeu sua fé, um eremita louco como o que vive ao norte das terras para além da fronteira... é impossível dizer. Da mesma forma, quem são todos vocês? E isso não me importa de imediato. Contanto que me paguem pela comida e bebida, não faço mais perguntas do que o necessário...’

‘Hector voltara trazendo as duas grandes canecas pesadas de pedra, cheias até a boca. Entregou-as a Adrien e Eliott.’

‘O que vocês vão querer?’ Ele perguntou ao grupo que agora reunia 5 pessoas na mesa próxima. Seu pai havia ido atender um outro sujeito que chegara ao balcão.

‘Galinha assada e um pouco do ensopado que seu pai disse. Uma fatia de pão quente também cairia muito bem.’ Eliott disse ao pegar a pesada caneca.

‘Um pedaço de carne assada me agradaria muito...’ Adrien agradeceu ao pegar sua caneca também.

‘Para a senhora, carne assada com pão quente e uma cerveja, conforme ouvi meu pai dizer. E os outros dois?’

‘Para mim um copo de vinho, um pedaço de queijo e um de carne assada.’ Cedric respondeu ao ajuda Loreen a se sentar.

‘Algo que alivie a dor por hora.’ A ruiva pediu, fazendo uma careta ao encostar o pé no chão. ‘E uma tigela de ensopado com pão.’

Hector observou o grupo e cochichou algo com o pai quando passou por ele em direção à cozinha.’

— Esse cara não vai me falar onde eu posso conseguir ervas para ajudar a Max? - Will perguntou ainda sem acreditar.

— Ele já te disse, além da fronteira. - Lucas respondeu, mesmo que a pergunta tivesse sido direcionada a Mike.

— Mas você não espera mesmo que eu vá até lá sozinho colher plantinhas a essa hora, né? - Will perguntou.

— Por que você não faz uma magia de cura, Will? - Eleven perguntou. Se lembrava vagamente de o garoto ter dito a ela no natal que o personagem dele era capaz de curar.

Os quatro se entreolharam e Mike apenas deu de ombros com sua clássica indiferença de dungeon master, claramente mostrando que não iria interferir.

— Eu não sei se eu consigo. - Will começou a procurar em sua ficha de personagem. Tinha alguns atributos mínimos, caso conseguisse uma boa pontuação nos dados. Como esse personagem ainda estava no início de sua experiência, seria difícil arriscar muito com ele. - Vou tentar, eu acho. O que você acha, Max? - O garoto perguntou.

— O que acontece caso você não se saia bem nele, Will? - Ela perguntou, receosa.

Mike apenas deu de ombros novamente. Os quatro suspiraram, Dustin reclamou baixinho.

— Ok, pode tentar... - Max concordou, por fim. - Caso você ferre meu pé, me carregará para todos os lugares a partir de agora, ok? - Ela ameaçou, rindo em seguida.

— Te dou três dados, Will. O melhor e o pior resultados, descartados. - Mike ofereceu, um olhar estreito em seus olhos enquanto entregava o D20 na mão do amigo.

Will rolou o primeiro dado. 17. Max prendeu a respiração. Will rolou o segundo. 20.

— Mentira que esse filho da puta conseguiu o segundo 20 dele praticamente em seguida! - Dustin praguejou.

— Merda, esse vai pro descarte. - Lucas mordeu o lábio com força. Estava tenso.

Will pegou o dado mais uma vez. Respirou fundo. Rolou. 1.

— PUTA MERDA. - Dustin soltou e fez a mesa toda rir.

— Com 17, eu consigo? - Will perguntou a Mike, estava apreensivo.

Mike fez algumas contas rápidas.

— Consegue dar um certo alívio para que ela possa caminhar até a estalagem mais tarde e passar a noite. Mas pela manhã, estará do mesmo jeito de novo.

— O que pode curar meu tornozelo? - Max perguntou já começando a achar aquela parte de ‘machucado’ meio injusta com ela.

Mike apenas balançou a cabeça em negativa fazendo uma careta.

— Eu não esperava mesmo que você fosse me dizer... - A garota soltou, frustrada.

— Não é nada pessoal, Max. - O garoto completou. - Só não posso dar essa dica porque todos vocês precisam ter capacidade de descobrir sozinhos... - Mike logo parou de falar, voltando a assumir o papel de dungeon master e contador da história.

‘O filho do taberneiro voltou carregando as canecas praticamente com uma mão só. Observou uma movimentação estranha, o homem que liderara o grupo que entrara na taberna estava abaixado ao lado da mesa, uma mão apoiada no tornozelo da mulher que havia pedido algo para dor e a outra erguida de um jeito estranho, com os olhos fechados concentrados, parecia recitar alguma prece. A mulher por sua vez fazia uma careta que ele julgou ser de dor, mas não se intrometeu. Quase todos vocês, exceto Eliott que estava concentrado em sua tentativa de magia e Loreen que estava concentrada em sua tentativa de escapar da dor, viram e quase não conseguiram acreditar que Hector era capaz de equilibrar aquela quantidade de canecas pesadas sem deixar cair. Ele colocou-as na mesa com um baque surdo, fazendo vocês se sobressaltarem. Até mesmo Loreen se afastou e Eliott perdera a concentração por um segundo. Hector distribuiu a caneca conforme seus pedidos e se afastou, em direção à cozinha, murmurando alguma coisa que vocês entenderam como um já volto com a comida.’

‘Estou sendo cortês, mas acho bom vocês tratarem de ir mostrando que tem o dinheiro para pagar pelo que pediram...’ O taberneiro se aproximou, parando na beirada desocupada da mesa quadrada na qual estavam. Observou Eliott com certa curiosidade e depois voltou a olhar de um por um, jogando o pano velho e sujo por sobre o ombro.

— Que cara grosso! - Max estava boquiaberta.

— Bem que eu estava estranhando ele não ter pedido para a gente pagar antes de trazer as bebidas... - Will começou a falar, parando de repente, se tocando de algo. - CARAMBA... E se ele... Merda, vou fazer um...

Mike riu, cortando Will.

— Não só você, mas todo mundo pode fazer um teste contra veneno. Alguém deu algum gole no que foi trazido até então?

Os garotos se entreolharam e negaram. De fato ninguém tinha dito que havia bebido nada do que tinha chegado até eles.

— O bastardo filho da puta vai tentar envenenar a gente? - Dustin perguntou, levando as mãos à cabeça.

— Will, qual foi o rumor? - Lucas perguntou rápido.

— Ele só pode contar dentro da história. - Mike interveio.

Will olhou de Mike para Lucas com uma expressão de quem pedia desculpas.

— Nós podemos atacar ele? - Eleven perguntou fazendo os garotos se lembrarem, de repente, de que ela estava ali.

— Não, El, não vamos arrumar confusão na taberna. - Lucas pediu.

— Mas o desgraçado quis envenenar a gente... - Dustin protestou.

— Mas nem por isso precisamos brigar, nós nem sabemos quem são as pessoas que estão em volta... - Will ponderou de forma sábia.

El ficou quieta após uma queixa inaudível e os quatro jogadores na mesa olhavam para o tabuleiro, pensativos. Mike quase podia ouvir o barulho das engrenagens trabalhando na cabeça de cada um e sabia que, em seu quarto na cabana de Hopper, Eleven provavelmente sustentava a mesma expressão pensativa.

— Peraí... - Max disse, olhando para Mike de uma maneira curiosa com seus olhos azuis em fendas - Da mesma forma que ele pode ter envenenado as bebidas ele pode não ter envenenado e você está falando isso só para testar a gente...

Mike suspirou num falso cansaço.

— Estou esperando vocês fazerem o teste. - Ele pediu, fazendo um sinal com a cabeça indicando os dados na mesa para que os garotos pegassem, enquanto ele mesmo pegava o dado para jogar por El.

Os 5 se entreolharam e, em uma contagem muda, rolaram os dados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Stranger Tales from Stranger Things" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.