“Agora há uma pagina encharcada de sangue e crueldade em meio às aventuras.”

Um livro pueril descansava solenemente num solo de batalha. Enquanto o vento arejava a maldade, suas doces e inocentes páginas eram marcadas pela barbaridade.

 As aventuras do Dino Hunter presenciavam um massacre horrendo.

 Treze aranhas alimentadas por caos, levavam mais uma vitória para sua coleção de feitos malignos. Por onde passavam, deixavam seu rastro de destruição.

 Mas por que faziam aquilo?

 Não incomodavam alguém a toa. Para chamar atenção dos bandidos infames, é só os provocar, mas aguentar a pressão depois se torna impossível pois eles vinham com tudo, deixando claro sua passagem.

 — Ei, isso envolve aquele pessoal também, certo? O que faremos quanto a isso?

 A voz ressoa de um dos membros com vestes japonesas, quase um samurai verdadeiro. O líder se aproxima com sua feição impassível.

 — Vamos devolver o livro a eles. Afinal, conseguimos um tesouro muito maior por causa da informação. — A cabeça deles, era tão negra por dentro quanto parecia por fora. Inabalável é a definição perfeita.

 — Danchou? Tem certeza? — O outro indagou meio incrédulo pela decisão.

 — Não vejo nenhum valor em um livro de contos infantis. — Alegou o homem de sobretudo.

 O grupo encerra sua obra sangrenta e bizarra, abandonando um amontoado de corpos sem os globos oculares e carregando olhos brilhantes de um tom escarlate belíssimo.

 Um legado só é reconhecido se for conhecido por todo o mundo. E o mundo deve saber acatá-lo. Por isso os integrantes dele, precisam preservá-lo para que não se passe despercebido. Aquela civilização tão desprezada pelo mundo, não pode ser medíocre e ceder às vontades do povo de fora.

 Eles ditam suas regras. Com elas, exigem apenas o respeito por suas vontades.

 Nós aceitaremos tudo o que você deixar aqui, mas nunca tire nada de nós.

 É preciso pensar bem antes de se desfazer de algo que pode ser importante no futuro, pois quando se arrepender não poderá recuperá-lo mais.

 Mas uma coisa é certa...

 — Que horror... — A hunter de nome Sheila, assistia a tragédia com pavor e lágrimas adornando seus olhos joviais. Sua preocupação eminente a fez procurar aflita por dois meninos que antes foram muito gentis com ela, a salvando da morte.

 Um deles foi encontrado, mas ela preferia não ver seu cadáver estirado no chão, escorraçado e maltrapilho. Num estado tão horrível. Não. Não queria guardar aquela imagem tão cruel como lembrança. Queria continuar mantendo a recordação de um Pairo feliz ao lado de Kurapika.

 Por sinal, o outro não foi achado. Sheila não saberia dizer se isso era bom ou ruim. Ficou para sempre com a dúvida cruel.

 ...Teria sido melhor eles não terem aceitado aquele presente dela.