Uma lição de amor - Dramione escrita por Srta Zabini


Capítulo 4
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Desculpem a demora, minha vida está uma bagunça.
Mas, não briguem comigo... Ontem foi meu aniversário!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767561/chapter/4

Suspirou cansada se jogando de qualquer jeito no sofá, ouviu Rose soltar uma gargalhada e todo o esforço pareceu ter valido a pena. Olhou ao redor: a casa estava bem arrumada e os deveres de seus alunos estavam corrigidos... Agora era só banhar sua pequena bruxinha, ler uma história e dormir...

 

Merlin, como ela queria descansar!

 

As chamas da lareira criaram vida e delas saiu um loiro estonteante com uma pasta nas mãos. Hermione levantou-se exasperada, aquela doninha não tinha a mínima noção de horário, então encarou Draco Malfoy com o pior dos semblantes. Lembrou-se como nesses três meses ele havia a infernizado de tal forma que fora obrigada a ceder uma autorização no Ministério da Magia para que ele utilizasse sua rede via pó de flu. 

 

— Eu vou proibir sua entrada na lareira e sua autorização para aparatar nessa casa! – A morena exclamou azeda enquanto passava as mãos pelo cabelo que estavam uma verdadeira juba. - Você é tão inconveniente... – E ia continuar reclamando se a criança não tivesse literalmente se jogado nos braços do bruxo. - Sua sorte é que Rose parece te adorar. – Sussurrou, enciumada.

— Boa noite para você também, cabeça de vassoura. – Draco implicou. - A Sra. Zabini vulgo Weasley-Fêmea me entregou os papeis da adoção para você assinar, contudo se você quiser eu posso ir embora. – Abriu um sorriso cínico, seus olhos brilhando zombeteiros. - Eu jantei com ela e Blaise hoje, Ginny estava muito contente de ter acelerado o processo para você. – Ele comentou colocando a criança no chão.

— Tio Daco, ela tá cansada não biga com ela. – Rose repreendeu sonolenta, sendo que ela normalmente “comia” a letra R quando se sentia assim.

 

Hermione esqueceu a fadiga ou qualquer a implicância do bruxo sonserino, finalmente ela poderia chamar Rose de sua filha. Seus olhos brilharam de emoção e lágrimas caíram sem sua permissão. Malfoy ficou encarando a mulher e balançou a cabeça com um sorriso raramente sincero. Apesar de tudo, sentia-se satisfeito pela conquista dela.

 

— Parabéns, Granger, agora assine a papelada enquanto eu dou um banho nessa bruxinha. – Ele falou já carregado a garota de cabeça para baixo ao banheiro.

 

As risadas foram, na opinião da professora, a sinfonia perfeita para o momento. Rose Jean Granger, aquilo era música para seus ouvidos. Terminou de organizar os documentos na pasta, indo espiar o homem que colocava o pijama na menina e a deitava na cama, pronto para contar uma historinha de ninar. A professora de transfiguração entrou e sentou na beirada da cama, um sorriso iluminando sua face.

 

— Hoje é um dia especial, Rose. – Hermione pronunciou com a voz levemente embargada de emoção. - A sua mãe Charlotte sempre será sua mamãe, sendo que, lá do céu, ela sempre vai cuidar de ti. E lá de cima ela viu que eu precisava muito de alguém para poder amar infinitamente, então te deixou de presente para mim. – Sentiu as mãos de Draco sobre seus ombros. - Eu te adotei oficialmente e a partir de agora eu sou sua outra mamãe, se você me permitir.

 

Havia lágrimas presas entre os cílios da bruxinha, Rose prestou atenção em cada palavra e com o coração aberto abraçou sua nova mãe com força. Hermione não sabia que sua vida era vazia até sentir o calor dos bracinhos de sua filha que somente podia agradecer por ser tão amada e protegida.

 

— Mamãe Mione. – Articulou com um sorriso genuíno. - Gostou?

 

De repente, Draco, se sentiu um intruso: aquele momento, aquela mulher e aquela menina. Nada daquilo era seu. Afastou-se silenciosamente com o coração apertado de incertezas... O que ele realmente estava buscando se enfiando daquela maneira na vida da insuportável sabe-tudo? Sem resposta para sua pergunta desapareceu pela lareira retornando aos aposentos da Sonserina nas masmorras, que estavam longe de oferecer o aconchego que necessitava.

 

— Você está enlouquecendo, Malfoy. – Pensou enquanto servia-se de uma dose de whisky-de-fogo.

 

Algumas semanas depois Hermione conseguiu organizar uma rotina entre a profissão de professora de transfiguração e mãe: acordava às seis horas da manhã, fazia o café-da-manhã, organizava o material que utilizaria no dia, acordava Rose, arrumava-a para escola, ia para Hogwarts, ministrava suas aulas até aproximadamente às 15h, saía e buscava sua filha, então curtia o resto do tempo ao lado dela. Contudo, precisava admitir que sem a ajuda de Malfoy talvez não fosse possível.

O loiro estava frequentemente buscando Rose na escola e sempre se enfiava em sua casa para visitar a menina. Draco dava banho nela, ajudava nas tarefas e lia histórias. Em mais de uma vez, Hermione conseguiu corrigir provas e trabalhos porque ele estava lá cuidando da pequena. Ele nunca reclamou de cansaço ou negou algum pedido da bruxinha e ainda tinha tempo para ser um eficiente diretor da casa de Salazar.

 

— Mamãe Mione, o tio Daco vem jantar hoje aqui? – Rose questionou com um sorriso alegre. - Eu gosto dele. – Havia tanta doçura em seu tom.

— Eu não sei, meu amor. – Respondeu pegando a filha, sentando-se no sofá com ela em seu colo. - Malfoy sempre aparece de surpresa. – Lembrou com um sorriso distraído.

 

Nesse momento as chamas da lareira se agitaram, porém quem apareceu foi Harry Potter. A morena tentou disfarçar a decepção, mas não foi bem sucedida.

 

— Estava esperando outra pessoa, Mione? – O auror interrogou com um sorriso dúbio. - Boa noite, princesinha. – Cumprimentou beijando as bochechas rosadas de Rose que sorriu para o tio.

— Claro que não, Harry. – Hermione exclamou com a voz aguda e as bochechas coradas. - O que te traz aqui? – Questionou com súbito mau humor.

— Ronald está na cidade e está ansioso para conhecer a Rose. – Explicou bastante alegre com a chegada do cunhado. - Ele ficou fora por seis meses, você não está com saudade?

— É obvio que estou. – Hermione revirou os olhos para o melhor amigo, mas sorriu. - Então reunião na residência dos Potters?

— Só faltam vocês. – Rebateu ligeiramente sarcástico. – Até a doninha já está lá em casa.

— Draco?! – Ergueu a sobrancelha, inquisitiva.

— Malfoy estava com Blaise e Ginny, então Luna foi logo o convidando também. – Explicou com uma careta. 

 

Em vinte minutos Hermione se arrumou junto com a filha, aproveitou a oportunidade para colocar o vestido verde rodado que Draco tinha dado para Rose: ela parecia uma princesa de tão linda.

Assim que saíram da lareira dos Potters, a bruxa assistiu Luna com James no colo abraçar a Harry como se tivesse ficado dias sem vê-lo enquanto Morgana estava pendurada no pescoço de Ronald. Ginny e Blaise se beijavam perto da mesa de jantar e, sentado num poltrona mais afastada, estava Malfoy com uma expressão antipática que se transformou ao notar que Rose corria em sua direção...

 

— Mione! – O bruxo ruivo soltou a sobrinha e abraçou a ex-namorada com amorosidade. - Que saudades da minha sabe-tudo! Fiquei tão surpreso ao saber que tinha adotado uma criança,... no entanto confesso que estou ainda mais espantado ao perceber que ela adora aquela doninha albina. – Disse afoito, os olhos arregalados assistindo Rose abraçar carinhosamente o professor de poções.

— A vida é cheia de mudanças. - Hermione disse enquanto se afastava dos braços de Ron e caminhava calmamente até sua filha. - Rose, querida, eu quero que conheça Ronald, ele é um dos melhores amigos da mamãe. - Apresentou à menininha que mantinha um olhar curioso sobre o ruivo. - Ele é irmão da tia Ginny e do tio George. - Então a criança abriu um sorriso simpático.

— Olá. – Cumprimentou ainda tímida, escondendo o rosto no ombro de Draco.

 

O Weasley encarou Malfoy com evidente desprezo, mas sorriu docemente para a filha de sua amiga.  Durante todo o jantar, o mestre de poções sentiu vontade de lançar uma azaração naquela cenoura-ambulante: ele tocava carinhosamente Hermione, sempre falando próximo e intimamente com a bruxa que parecia bastante confortável com a atenção do ex-namorado. Era simplesmente insuportável continuar vendo aquilo...

 

— Fico surpreso que o Weasley ainda continue respirando, você parece prestes a esgana-lo. – Blaise comentou com um sorriso debochado que irritava profundamente o outro sonserino, pois costumava exibir um parecido. - Isso é tudo ciúmes da Profa. Granger? - Murmurou ampliando o sorriso vendo o amigo empalidecer.

— Não seja ridículo, Zabini. – Foi rude. - Eu me afeiçoei à filha dela, apenas isso. - Explicou com o maxilar tensionado, sua mão coçando para pegar a varinha... Talvez, Blaise não estivesse tão errado. - Caso Granger volte com o Weasley, eu não sei como ficará minha relação com Rose.

— Sem essa, Draco. – O negro desprezou com um gesto de mão. - É bastante óbvio que Ronald e Hermione são apenas amigos, além disso, o mundo não vai acabar se você admitir que tem algum interesse romântico nela.

— Cale a boca, idiota. – Olhou ao redor para se certificar que ninguém tenha escutado. - Eu vou embora. - Malfoy exclamou com irritação, então observou Rose adormecida no sofá, seu semblante suavizou enquanto carregava a criança em seus braços até onde o casal conversava.

 

Hermione encarou Draco, ficando levemente perturbada com a intensidade que era retribuída, sempre seria um mistério para ela como alguém poderia ter olhos naquele tom azuis acinzentado. Ela percebeu que o ex-namorado ficou incomodado com a intromissão.

 

— Eu vou levar a baixinha para casa porque ela está cansada. – Draco avisou com o tom mais íntimo que poderia forjar. - Se quiser você pode continuar se divertindo com esse aí. - Insinuou com os olhos brilhando em perversão.

— Eu vou contigo. – Refutou a ideia imediatamente, tentou levantar do sofá, porém foi puxada de volta pelo Weasley.

— Como assim? Esse cara tem acesso a sua casa? Ele a frequenta? – As pontas de suas orelhas estavam vermelhas e sem perceber apertou ainda mais forte o braço da mulher.

— Weasley, largue o braço de Hermione. - Malfoy mandou completamente sério passando a criança que dormia para o colo de Luna. - Eu te disse para solta-la!

 

Todos ficaram tensos: Harry, Luna, Ginny e Blaise já estavam acostumados com os hábitos que Hermione e Draco adotaram. O auror ficou ao lado do loiro, a varinha pronta para azarar seu melhor amigo que estava novamente sendo imbecil com Hermione. Ele nunca aprenderia? Enquanto isso, Ginny afastava sua filha e James da sala.

 

— Você está me machucando, Ronald. - Hermione pronunciou friamente encarando com impaciência a mão do ruivo em sua pele. - Eu realmente não te devo satisfações de quem eu levo ou não para minha casa. - Seu tom autoritário lembrava muito a Diretora McGonagall.

 

O ruivo bufou, soltando o braço da bruxa. Ele passou as mãos pelos cabelos que voltaram exatamente para o mesmo lugar e num movimento rápido afastou Hermione para socar Draco Malfoy. Três gritos femininos foram escutados e choro infantil deixou todos paralisados, Rose havia acordado e encarava o ruivo como se ele fosse um monstro. Apenas isso, evitou que o mestre de poções revidasse a agressão.

 

— Eu não goto dele. - Exclamou abraçando as pernas de Draco, algumas lágrimas desciam pelo rosto da menina. - Tá doendo, tio Daco?

 

Hermione ficou furiosa com Ron, seu corpo inteiro tremia e ela estava verdadeiramente se controlando para não azara-lo. Sem pronunciar nenhuma palavra, ela pegou sua filha nos braços e segurando a mão de Malfoy aparataram dali.

 

— Desculpe te assustar, querida. – A morena acariciou os cabelos da menina que continuava com a expressão assustada. - Eu vou cuidar do Draco e tudo ficará bem, ok? – Falou com mansidão tentando acalmar a filha, ajoelhou-se para ficar na altura dela. - Agora eu quero que você vá escovar seus dentinhos e coloque o pijama, nós vamos te contar uma história daqui a pouco. - Pediu com gentileza e foi prontamente obedecida.

 

Draco estava jogado no sofá e esperava com o pior semblante possível que a professora de transfiguração lhe dedicasse atenção. Ronald Weasley era um imbecil, porém tinha um bom gancho de direita.

 

— Deixe-me verificar se ele quebrou seu nariz, Malfoy. – Hermione pediu ignorando a carranca do professor sonserino. Ela tocou o machucado e com um olhar culpado pegou sua varinha. - Episkey.— O nariz do homem retornou ao formato original, mesmo que ainda sangrasse. A bruxa buscou um pouco de gelo e depositou numa toalha. - Coloca aí que já vai melhorar.

— Weasley deveria andar com uma plaquinha permanente de cão violento e irracional. – Zombou, ainda raivoso. - Ele assustou a baixinha.

— Eu sei. - Disse cansada sentando ao lado do homem. - Ron realmente te odeia. – Comentou com um pequeno sorriso.

— E você, Granger? - Questionou retirando o gelo do rosto. - Você me odeia?

 

Hermione se virou de lado para estuda-lo completamente: do rosto levemente ensanguentado e inchado até os coturnos de couro de dragão, ele era um belíssimo homem, apesar da postura esnobe. Seu coração acelerou quando voltou seus olhos para os dele.

 

— Já te odiei muito. – Admitiu com sinceridade. - Eu provavelmente conheço todos seus defeitos, pois sofri por causa deles. Entretanto admito que também possua qualidades que aparecem principalmente quando minha filha está próxima. - Ponderou enfrentando com coragem os orbes acinzentados. - O que estou tentando te explicar: é difícil continuar odiando alguém que minha filha ame tanto. - Continuou fitando o rosto do bruxo que estava cada vez mais próximo. - Ah, mas você ainda me tira do sério. - Exclamou com um sorriso divertido e levemente ansioso.

 

Draco abriu um sorriso sedutor, calmamente, puxou Hermione pela nuca selando seus lábios com o dela. No princípio apenas reconhecendo a textura e o sabor, então criando intensidade e paixão... Eles estavam devorando um ao outro... Eles estavam se perdendo um no outro.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N.B.: desculpem de coração pela demora... Vida louca no momento!!! Bjs bjs! Ártemis