Beijinhos!

Diga-me o que você quer ouvir

Algo que agradará aos seus ouvidos

Cansados de toda a falsidade

Então vou entregar todos os meus segredos

Desta vez

Não preciso de uma mentira perfeita

Não importa se as críticas furam a fila

Eu vou revelar todos os meus segredos

Secrets

OneRepublic

Alice

— Até que enfim amiga – gritou Jack, se jogando em cima de mim e me abraçando. Sorri a contragosto, tínhamos acabado de receber nossa última nota das provas da faculdade, nosso querido professor de estatística nos deu o presente de corrigir as provas no mesmo dia, par que assim não tenhamos que voltar semana que vem, já que segundo ele, não queria nos ver nunca mais. Eu não tinha tanta certeza disso, já que tinha ganho uma bolsa de MBA pela faculdade por ser a melhor aluna da turma, para cursar estatística, sendo ele, meu professor. – Para onde nós vamos esta noite? – perguntou ela.

— Desculpe, acho que não entendi a sua pergunta.

— Ahh Alice, para de se fazer de mamãe estou carente. – reclamou e eu não pude deixar de sorrir. Conhecia Jack desde os meus 12 anos, nos conhecemos quando seus pais foram ao Orfanato para adotar um bebê recém-nascido, mas desistiram da ideia quando me viram. Palavras deles, não minha. Jack que é apenas 3 meses mais velha que eu, não gostou muito da ideia da adoção no início, já que para ela, iria ser escrava de um pirralho cagão, mijão e chorão, mas quando seus pais lhe contaram que iriam adotar uma criança da idade dela, faltou dá uma festa. O que ela deu, assim que cheguei em sua casa, tinha um lanche da tarde com chá e bolo de laranja me esperando. – Alice você está me escutando? – perguntou me trazendo de volta dos meus pensamentos. 

— Alto e claro Jack – respondi.

— Então, você vai comigo no Porão do Alemão? – fiz cara de desgosto, Porão do Alemão não era o tipo de lugar que eu iria para comemorar. Jack, vendo minha cara, caiu na gargalhada – Já sei que não vai, bom ainda temos a opção do All Night, do Gargallo...

— Eu realmente não estou com a mínima vontade de sair para comemorar Jack – a interrompi e foi a vez dela de fazer cara feia, de repente uma luz se ascendeu – Já sei, porque não damos uma festa na sua casa, seus pais estão viajando para Suíça e só voltam na semana que vem.

— Nossa casa Alice, você também é filha dos meus pais, lembra?

— Nossa casa, eu sei. Às vezes é difícil... você sabe, de aceitar.

— Eu sei amore, eu sei que nós não éramos a família que você queria ter, sei que ainda dói a sua ausência da sua mãe, mas há 10 anos você tem a família Albuquerque para te apoiar e dar amor.

— Eu sei mana, vocês três salvaram a minha vida e... – parei de falar quando o vi se aproximar, Igor o único homem que falava comigo como amigo na faculdade, os demais só falavam para pegar resposta das provas ou quando tinham pensamentos nada legais. Por esse motivo, comecei a gostar dele, Igor tinha lá seus 1,80 de altura, cabelos negros e olhos azuis. Seu corpo musculoso atraia atenção das meninas por onde passava.

— Você vai acabar fazendo um buraco na cabeça dele – comentou Jack, fazendo meu rosto esquentar. Lhe dei uma cotovelada de leve, fazendo-a rir e fingir uma falsa dor. – Então, quando vai criar coragem para chamar ele para sair?

— Nunca, está maluca? Sabe muito bem que eu tenho outras prioridades no momento.

— Hum, sei. Prioridades – resmungou. Olhei para ela por cima do ombro, e ela me deu língua, me fazendo rir – Vamos para casa senhora prioridades, eu estou louca para ligar para os nossos pais e contar que nós nos formamos, bom, que eu me formei, já que você é a senhora perfeição e não tinham nem dúvidas – rimos ainda mais. Já estávamos praticamente chegando no estacionamento subterrâneo da faculdade quando ouvimos alguém nos chamar.

— Ei garotas – droga! Não precisava olhar para trás para saber quem era o dono da voz, olhando para trás, vimos Igor praticamente correr em nossa direção. – Porque vocês estão indo embora? – perguntou olhando diretamente pra mim – Vocês sabem quem é o Pedro não é? – ambas assentimos – Então, ele vai dar uma festa na casa dele hoje à noite, para comemorar o término das aulas, nossa formatura, essas coisas. E eu queria saber se vocês estão interessadas em ir?

— Muito obrigada pelo convite meu caro Igor, mas acontece que minha irmãzinha não está no clima de festas hoje – falou Jack. Igor olhou para mim com cara de desapontamento, envergonhada olhei para o outro lado do estacionamento. Só então percebi que havia uma pessoa nos observando de longe, era uma menina, por causa da distância, só pude ver seus cabelos ruivos e sua pele branca. Percebendo que tinha sido notada, a menina entrou no elevador para deficientes e sumiu.

— Certo Alice? – perguntou Jack, me trazendo de volta a conversa.

— Claro, com certeza – respondi sem ao menos saber do que se tratava. Vi o rosto de Igor se alargar em um sorriso, olhei pra Jack com cara de interrogação, a mesma sustentava um sorriso torto no rosto e balançava cabeça negativamente. Ai senhor, com o que eu concordei?

— Ótimo! – disse Igor. Estendeu um pedaço de papel para nós, Jack o pegou, mas pude ver que continha um endereço. – Vejo vocês mais tarde, tchau Alice.

— Tchau! – respondi sem jeito. Quando ele já estava longe o bastante para não nos escutar, olhei pra Jack – O que acabou de acontecer aqui? – Jack caiu já gargalhada, sabia que tinha feito merda. – Fala Jack, eu estou para ter um ataque de curiosidade.

— Bom, minha queria irmã, você acabou de concorda em ir para a festa do Pedro hoje – olhei para ela atônita, eu nunca, em toda minha vida tinha encostado em bebida alcoólica, ir para festas ou sair para curtir. - Co...Como assim? – gaguejei - Eu nunca bebi nada alcoólico nos meus 22 anos.

— Eu sei mana – me pegando pelos braços, Jack me arrastou até o seu carro. – E é por isso que nós duas vamos a essa festa!