PS: Essa é para você escrita por Mortal princess


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Eu não morri. Não desisti da fic. Eu só sou a pior pessoa do universo e não consigo arranjar tempo e nem disposição para escrever de vez em quando... Não desistam de mim! Eu vou tentar, eu juro que vou tentar. Bom capítulo!



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Eu nunca fui ruim em pedir desculpas quando estava errada, sempre foi fácil para mim admitir que exagerei, que falei algo que não devia, que fiz alguma coisa que magoou alguém de uma forma que eu não pretendia, nunca hesitei em dizer “sinto muito”. Para mim, a ideia de se desculpar era tão corajosa e digna quanto a de estar certa. Somos todos perdedores na vida independentemente disso de qualquer jeito.

Mas por algum motivo a ideia de chegar perto do loiro me assusta. Me assusta o quanto eu quero essa conversa, o magnetismo que me puxa para ela, a sensação de completa animação para ouvir a voz dele. 

Eu não quero ser controlável. Eu claramente não consegui controlar meu temperamento ontem e odiei o controle que ele teve sobre mim.

Mas não é como se eu tivesse escolha, não quando eu devo isso a mim mesma.

Quando o sinal do intervalo finalmente bate eu não tenho ideia do que vou fazer, de como vou fazer, mas eu vou fazer.

Tento evitar encontrar com o Simon então não vou ao refeitório e nem para debaixo das arquibancadas do campo, ele não pode saber que vou fazer isso... vai me zoar pela vida inteira, principalmente pelo fato de eu ter começado essa discussão com o loiro para início de conversa. 

Encontro o projeto de modelo deixando alguma coisa no armário. Está vestindo uma camiseta azul marinho e uma calça jeans preta, o cabelo loiro, dourado, brilhante, está bagunçado de um jeito que diz “acabei de acordar e ainda estou lindo”. Eu paro no corredor petrificada demais para andar. O corredor do armário dele está praticamente vazio, não consigo enxergar nenhum dos dois que vieram com ele no primeiro dia e por algum milagre as poucas pessoas no lugar estão distraídas demais com o intervalo para que qualquer outra coisa lhes pareça interessante. Mas eu noto a maneira como ele se move, a confiança e agilidade escondida nos movimentos. Ele parece um leão, um predador descansando. E eu sou a gazela cativada demais para desviar o olhar. E então ele olha para mim. 

Dourado e verde se desafiando, sendo mesclados em uma batalha de olhares penetrantes o suficiente para desvendar os segredos mais íntimos de uma pessoa. É como o sol mais intenso me encarando de frente, e eu não desvio o olhar, mesmo que fique cega. Vou andando até ele, brincando de um jogo que sei que vou perder no minuto que abrir a boca. Mas de novo, na vida, todos somos perdedores. 

— Olá loiro.

— Meu n...

— Eu sinto muito.

Pronto, eu disse. E ele parece surpreso, o olhar queimando de estupefação e curiosidade. Ele não diz nada.

Eu não digo nada. 

E então...

— Eu admito que não fui justa, ontem. Eu admito que descontei em você algo que não tinha absolutamente nada de culpa sua. E eu peço desculpas por isso.

— Você está pedindo desculpas...

— Sim, eu estou pedindo desculpas. 

Silêncio, ele continua me encarando como se eu fosse algum animal desconhecido pela ciência. 

— Tá bom, o que você quer? - ele fala.

Mais silêncio. Excruciante, parado, tenso. O que?!

Eu caio no riso. Querer algo dele? O que eu poderia querer dele? Eu dou tanta risada que tenho de me apoiar nos armários.

É claro que ele espera que seja pessoal, que só porque eu pedi desculpas eu quero alguma coisa dele, ele se acha tanto, é tão metido... eu quase me arrependo de pedir desculpas. Mas nunca foi por ele, foi por mim. Não iria me sentir bem sabendo que talvez tivesse descontado em alguém que não merecia. Agora já tenho meu final, já acabei por aqui. Será que o Simon está me esperando nas arquibancadas? Ele deve estar preocupado...

— O que é tão engraçado? 

Volto a focar nele. Ah, sim. Eu estava rindo, é verdade.

— Olha aqui loirinho....

— Jace

Me surpreendo um pouco.

— E você se chama? - ele olha para mim, dessa vez com sinceridade no olhar.  Reviro os olhos.

— Claro, Jace. Olha só, eu não quero nada de você. Eu só vim aqui dizer que não achei que minha atitude ontem foi justa com você, e que sinto muito por isso. Agora, se me da licença, vou fingir que recebi uma mensagem super importante e ir para algum lugar longe dessa conversa... Tenha uma boa vida Jace! Tchauzinho. 

E eu me viro e vou andando até a porta para o refeitório. Eu me sinto ótima! Eu pedi desculpas e estou livre. Me sinto incrível, nunca mais vou ter que ver esse garoto na vida, falar com esse garoto na vida, pensar nesse garoto na vida...

 

 

 

 

Ele está na minha casa quando chego da escola. 


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Notas finais do capítulo

E aí? E ai? E ai? Comentem comentem comentem!! Estou lendo Estilhaça-me da Tahereh Mafi e eh um livro de distopia genial meeeeeesmo para quem estiver interessado. Vale a pena dar uma olhada! Um beijão! Até o próximo capítulo!!



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