Civil War escrita por Dark Sweet


Capítulo 1
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

Hey, bebês! Ei voltei! Sei que estive sumida por um bom tempo, mas foi por uma boa causa. Durante esse tempo eu estava reorganizando minhas ideias para escrever essa Fase 2 da história da Melinda. O nome da história não está muito bom, em minha opinião, mas eu sou péssima com títulos (por isso minhas redações são todas sem títulos). Enfim, espero que gostem da história. Aos que estão chegando agora, não se acanhem. Vocês são muito bem vindos. E aos que já são veteranos, sejam bem vindos novamente. Boa leitura e nos vemos lá em baixo!



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—20 anos. 20 anos! Quem são os malucos que se casam com 20 anos? – indaguei incrédula.

—O Adam e a Chris. – Wanda respondeu. – Eu acho que diz isso no convite, não? –

—Sem querer bancar a piadista, Maximoff! – apontei para ela que levantou os braços em sinal de rendição. – Eu sei que eles colocaram a carroça na frente dos bois e tiveram um filho com 18 e 19 anos, mas isso não justifica casar no auge dos 20. Pela barba do Profeta! –

—Melinda, você sabe que pessoas que amam uma a outra se casam um dia. – Wanda comentou.

—Nem todas. – Sam corrigiu. Apontei para ele.

—Viram? O Piu-Piu me entende. –

—Eu não disse que concordava com você, Melinda, eu apenas... – o interrompi:

—Calado. Acontece que a Chris e o Adam ainda tem toda a vida pela frente, ok? Muitas festas para irem, pessoas para transarem, vodkas para serem bebidas e outras várias maravilhas que a vida nos proporciona, certo? –

E um filho. – encarei Steve. – Não está esquecendo-se do filho deles, está? –

—Claro que não, Picolé! Que pergunta, hein? É meu sobrinho, meu afilhado. Jamais esqueceria ele. – falei séria.

—Seu irmão e sua amiga também não. – continuou. – Por esse motivo estão se casando. Eles se amam, amam o filho. E escolheram se casar para selar essa união. –

—Sim, mas... – tentei argumentar, porém Natasha foi mais rápida.

—Você está assim por que seu irmão e sua amiga irão se casar com 20 anos ou por que o casamento irá acontecer na fazenda da sua avó? –

—Minha avó está morta, Romanoff. Todos sabem. – cruzei os braços. – E não, meu surto não é por isso. –

—Sabe, Melinda, você pode ter conseguido esconder aquele gesto que evidenciava quando mentia, mas acredito que eu não seja a única ao notar que isso soou como uma mentira e tanto. – olhei para todos os presentes que me encaravam de volta. Suspirei.

—Vocês não conhecem Vitória como eu conheço. Ela não é generosa. Não ao ponto de ceder sua fazenda para realizar o casamento do neto que ela sabe que estarei presente. – sentei-me no sofá, encarando o chão.

—E se ela tiver cedido a fazenda porque deseja consertar a relação de vocês? – soltei uma risada, balançando a cabeça.

—Consertar a nossa relação? Está brincando comigo, não é, Rhodey? – ergui o olhar para o Coronel. – Mulheres como Vitória Kurt não tentam consertar relações com uma pessoa que ela simplesmente odeia. Não dá. –

—Vocês nunca mais se viram? Digo, desde aquele dia? – Wanda indagou.

—Claro que já nos vimos. Acontecia três vezes no ano. No dia de Ação de Graças e aniversários do Will e Adam. – joguei meu corpo para trás, encostando-se ao sofá. – Com o passar dos anos, ela só vinha duas vezes por ano já que Adam cresceu e perdeu o interesse daquelas festas de criança. –

—Como eram os encontros de vocês? –

—Péssimos? Ou piores que péssimo? Era um verdadeiro inferno, Sam. Não apenas porque eu tinha que ver ela na minha casa, bancando a dissimulada, mas porque eu não podia contar nada aos meus irmãos. Entendem? – os encarei. – Eles nunca entenderam muito bem porque nós duas não nos dávamos bem, mas, mesmo assim, ambos faziam de tudo para não ficarmos no mesmo cômodo sozinha. –

—Aconteceu de alguma vez vocês terem ficado sozinhas? –

—Sim. Algumas vezes. – fitei minhas unhas, recordando de algumas palavras ditas por Vitória. – "O Adam tem uma grande admiração por você, Melinda", ela disse. "Mas você acha mesmo que se ele souber da verdade ainda terá toda essa admiração por você? Quando ele descobrir que a irmã dele matou o próprio pai, que tem esses malditos poderes... você acha que ele ainda te chamará de irmã?"

—Ela ameaçava você? – Wanda questionou incrédula.

—Está surpresa, Bruxinha? – soltei uma risada. – Vitória não fez isso uma ou duas vezes. Sempre que uma oportunidade surgia, ela não perdia tempo em querer me alfinetar. Então eu simplesmente dizia: "conte a ele e o Adam não irá odiar apenas a mim."— sorri. – E isso bastava para ela ficar calada. –

—O que você pretende fazer? –

—Ir ao casamento, óbvio. É o casamento do Adam com a Chris. Eu sou a madrinha do meu irmão. – cruzei os braços. – Fora que todos já sabem da verdade. O que ela poderá fazer? – dei de ombros.

—Matar você, talvez? – Stark sugeriu distraidamente.

—Tony! – todos repreenderam o bilionário que franziu o cenho.

—Eu falei alguma mentira? – encarou Steve que suspirou, levando a mão até a testa.

—Tony está certo, galera. – falei, atraindo a atenção deles. – Não acho que ela iria me matar, mas é bom eu ficar atenta como sempre que fiquei em relação a isso tudo. – balancei meus pés ao mesmo tempo em que um pensamento invadia minha cabeça. – Isso me lembra de que vocês também irão, certo? – voltei a olhá-los.

—Claro. Nunca dispensamos uma festa. – Tony respondeu exibindo um sorriso. – Ainda mais se for festa de casamento. É tão... – soltou um falso suspiro apaixonado. – Romântico. – soltei uma risada.

—Então eu devo alertá-los para tomar cuidado e levarem alguma proteção. – expliquei, adotando uma expressão mais séria.

—Como assim? – sobrancelhas se franziram.

—Ora, Rhodes, proteção contra a arte das trevas, óbvio. – revirei os olhos. – O Steve deveria levar o escudo dele, Tony sua armadura, Sam sua mochila com asas, você a sua armadura, Natasha nunca anda desarmada e Wanda, assim como o Visão, tem seus poderes. Enfim, – suspirei. – proteção contra a arte das trevas. – sorri.

—Está se referindo a sua avó? – encarei Sam com um olhar mortal. – Vitória. Desculpe. –

—Claro que sim. – respondi como se a resposta fosse óbvia.

—Por quê? – Tony questionou. E parece que a dúvida não era só dele.

—Vitória ceder sua fazenda para o casamento do neto? Ok. Ela continuar com essa ideia mesmo com o Adam tendo dito, com todas as letras, que eu, a neta com poderes que ela tanto odeia, era a madrinha dele e que eu não iria desistir de comparecer por conta disso? Não tão ok, mas, ainda sim, ok. Agora, ela ainda permanecer com essa ideia sem cabimento quando o Adam falou que convidou os Vingadores, um grupo de heróis que ela odiou mais ainda depois que eu entrei? – balancei a cabeça negativamente. – Não. Definitivamente não está nada ok. – me levantei do sofá, encarando todos os presentes. – Vitória Kurt está aprontando alguma coisa. E algo me diz que ela não irá apenas me atingir. Por isso eu peço que vocês tomem cuidado quando pisarem naquela fazenda. –

 

Dito isso, eu simplesmente atravessei a sala e caminhei até meu quarto resmungando coisas relacionadas ao meu mais profundo ódio.

Essa mulher parece um encosto na minha vida. Cruz credo.

Já no quarto, eu apenas me joguei na cama afundando o travesseiro em meu rosto enquanto ele abafava o grito que soltei.

Uma atitude de garota mimada? Talvez.

Ainda com o travesseiro em meu rosto, mas sem ter ele pressionado contra o mesmo, respirei fundo.

Eu não gostava nada dessa ideia de ter o casamento feito naquela fazenda, mas eu também não podia estragar o dia do Adam e da Chris com uma "rixa" entre Vitória e eu.

Em dado momento, senti que não estava sozinha no quarto.

—Pode entrar, Bruxinha. – falei. A voz sendo abafada pelo travesseiro. – Meu quarto está sempre aberto para você. –

—Como sabia que... –

—Que era você? – retirei o travesseiro da cara, encarando-a. – Conheço sua respiração. – notando a sobrancelha arqueada dela, resolvi explicar, sentando-me na cama. – Das noites que passamos juntas, lembra? Você era sempre a primeira a dormir. Eu gostava de te observar dormindo. – dei de ombros, sorrindo. – Parecia um anjo. –

—Parecia? Não pareço mais? – Wanda se aproximou, sentando-se ao meu lado.

—É claro que você ainda parece um anjo. – ela sorriu.

—Você está bem? –

—Estou, Wanda. – sorri. – Eu apenas – soltei um suspiro. – não gosto disso. Dessa situação. –

—A chance dela, sei lá, querer mudar não é uma opção viável? – encarei Wanda como se fosse louca ao cogitar essa ideia.

—Não! Claro que não, Maximoff. – balancei a cabeça, respirando fundo. – Depois de tudo que ela fez para mim? Não, não tem a menor possibilidade. –

—Além de te ameaçar, o que mais ela fez? Digo, pela forma que você fala dela parece que teve algo a mais, entende? Como se estivesse nas entrelinhas e você não quisesse contar. – pressionei os lábios.

—É porque não foi apenas as ameaças, Wanda. – sussurrei, encarando o travesseiro sobre minhas pernas. – Teve outra coisa que aconteceu entre nós. Uma coisa que eu não contei aos meninos quando resolvi falar a verdade. Eu preferi deixar oculto, para preservar a imagem que o Adam e o Will tinham da avó, entende? – ergui meu olhar até o de Wanda. – Ainda mais depois que ela foi a única avó que restou para eles. Pareceu errado fazer isso com meus irmãos. –

—Eu entendo. – ela pousou sua mão sobre a minha. – Quer contar sobre o que aconteceu? Pelo que eu entendi, nem o Tyler ou o Charlie devem saber, certo? – neguei com a cabeça.

—Eu não consegui. –

—Você pode contar comigo, Melinda. Sabe que eu jamais irei te julgar. –

Aquilo bastou para que eu tomasse coragem e me abrisse com Wanda. E então, respirando fundo, eu comecei a contar:

—Eu tinha 10 anos na época. Minha mãe tinha sofrido um acidente no trabalho e precisou ir ao hospital. Michael foi com ela e perguntou a nossa antiga vizinha, Betty, se ela não poderia ficar cuidando dos irmãos Hunters. Betty aceitou logo de cara. Ela gostava da gente da mesma forma que gostávamos dela. – sorri, brincando com os dedos da Bruxinha ao meu lado. – Michelle passou alguns dias no hospital. Will e Adam iam visitá-la vez ou outra, mas eu nunca ia por conta do meu medo. Teve um dia que Adam e Will foram até o hospital com o meu pai e eu fiquei com Betty. A campainha tocou e Alec apareceu. Ele era nosso vizinho da casa da frente e também meu amigo. Tínhamos a mesma idade. Nós estávamos brincando quando ele precisou ir ao banheiro. – perdi o olhar na poltrona preta que tinha no canto meu quarto.

—Betty foi com ele, porque Alec odiava ficar sozinho na nossa casa. Até hoje não sei por quê. Assim que os dois subiram, a campainha tocou novamente. Eu abri a porta e dei de cara com Vitória. Ela veio para New York para saber como minha mãe e os meninos estavam. Acho que ela só esqueceu de se informar sobre quem estaria na casa. Se Vitória tivesse feito isso, talvez nada daquilo tivesse acontecido. – minha voz foi se perdendo. As mãos de Wanda seguraram as minhas com mais firmeza. – Eu tentei fechar a porta, mas, mesmo tendo poderes, era uma criança contra um adulto. Eu não teria conseguido fechar a porta a tempo. – respirei fundo. – Vitória perguntou se eu estava sozinha, respondi que não. Ela começou a fazer outras e outras perguntas e quando vi, já estávamos no assunto explosão. Vitória começou a soltar seu veneno de víbora e quando dei por mim, meus olhos já brilhavam. Eu não estava conseguindo controlar o pouco que eu conseguia. –

—Como assim? Você sabia controlar seus poderes quando criança? – Wanda franziu as sobrancelhas.

—A missão do Michael era me ensinar a controlar meus poderes. Ele não conseguiu porque eu não conseguia aceitá-los. – expliquei. – Porém, descobrimos que meus poderes estavam ligados às minhas emoções. Então eu aprendi a não deixar meus sentimentos tomarem conta do meu corpo, dos meus poderes. Só que naquele dia, eu não consegui fazer isso. E o Alec viu. Ele viu meus olhos brilhando. –

—Ele ficou com medo? – assenti, pressionando os lábios.

—Eu tentei me aproximar dele, explicar o que estava acontecendo, mas ele se afastou, me mandando ficar longe. Quanto mais eu via o pavor estampado no rosto dele, mais meus olhos brilhavam pelo medo que eu sentia caso ele quisesse acabar com a nossa amizade. – as lágrimas quiseram vir à tona, mas eu as segurei. – Tentando consertar as coisas, eu dei mais um passo na direção dele. Então Alec correu e saiu da minha casa. Eu corri atrás dele e bem na hora que sai de casa, ele foi atropelado. –

—Oh, meu Deus. – Wanda levou a mão até a boca. – Ele... –

—Não. Ele não morreu. – funguei. – Mas quebrou a perna, o braço, teve um traumatismo craniano e ficou em coma por algumas semanas. – minha voz sumiu por um breve momento. – Betty apareceu, preocupada com todo barulho, e entrou em pânico quando viu o Alec. Eu me virei para Vitória e implorei para que ela chamasse uma ambulância. Só que ela não moveu um músculo. Em vez disso, apenas disse que aquilo era tudo minha culpa, culpa dos meus poderes, e saiu em direção ao hospital. –

—Que coisa horrível, Melinda. Ela negou ajuda a uma criança que foi atropelada por culpa dela. – soltei uma risada carregada de escárnio.

—O que é Ultron perto da vovó Kurt, não? – falei. O tom mais ácido que o próprio ácido sulfúrico.
Houve um momento de silêncio das duas partes.

—O que aconteceu depois? –

—Betty saiu do transe e chamou uma ambulância, perguntando sempre o que tinha acontecido. Eu apenas disse que Vitória tinha me irritado e eu joguei o carrinho de Alec nela, quebrando-o. – suspirei pesadamente. – Alec viu, ficou chateado porque era o carrinho preferido dele e correu para casa, atravessando a rua sem olhar para os lados. –

—Você já sabia mentir desde criança? – assenti.

—Acabou que Michael resolveu tudo. Ou, agora que sei sobre a S.H.I.E.L.D., talvez tenha sido Coulson a resolver mais um dos meus problemas. Não sei. – dei de ombros.

—Você e o garoto se falaram depois de tudo? – balancei a cabeça.

—Eu não consegui ir ao hospital, como era previsto. Eu tentei várias vezes, mas nunca consegui chegar nem na esquina. Assim que Alec saiu do coma e recebeu alta, sua família se mudou. Duas semanas depois, Betty também fez as malas e se mudou. Nunca mais tive notícias sobre eles. – um suspiro escapou dos meus lábios. – Talvez tenha sido melhor assim. –

Wanda parecia que iria falar alguma coisa, mas antes que qualquer palavra saísse entre seus lábios, a porta do meu quarto abriu com tudo.

Adam estava com uma expressão perplexa no rosto, a respiração ofegante e o olhar cravado em mim.

—Foi Vitória? O Alec ter sofrido um acidente foi por causa de Vitória? A Betty foi embora por causa dela? – o tom de voz do Adam era de decepção e revolta.

Justamente o que eu queria que ele não sentisse por ela.

—Adam... – tentei falar alguma coisa, mas ele me interrompeu abruptamente.

—Não, Melinda. Você disse que nunca mais iria esconder algo relacionado aos seus poderes, lembra? Honre com a sua palavra e me diga: a culpa foi dela? – encarei Wanda pedindo ajuda. O que eu vi foi um balançar de cabeça, me incentivando a falar a verdade.

—Sim, Adam. – virei o rosto na direção dele. – A culpa foi dela. –

Longos segundos se passaram sem Adam falar um a. A única coisa que eu escutava era a respiração mais ofegante que antes, se é que isso era possível.

—Eu não acredito. – murmurou. – Por que você não me contou, Melinda? O Alec também era meu amigo. Ele... meu Deus! O Alec poderia ter morrido! –

—Foi justamente por isso que eu não te contei. Para não ver a decepção no seu olhar. Ela é a sua avó. – expliquei, jogando o travesseiro atrás de mim e levantando.

—Eu vou deixar vocês conversarem. – Wanda falou, levantou e saiu, fechando a porta.

—Você devia ter me contado, Melinda. – falou. A mágoa tomando conta do seu rosto. – Eu merecia saber a verdade. O Will também merecia. –

—Sim, vocês mereciam, mas eu não podia. Não podia estragar a imagem que você e Will tinham dela, entende? A imagem da avó boazinha que sempre vinha nos aniversários dos netos queridos, que trazia pavê em toda Ação de Graças. – me aproximei de Adam. – Vitória é a avó de vocês. –

—Ela também é a sua avó. – neguei com a cabeça.

—Ela deixou de ser minha avó quando me rejeitou por eu ter poderes. – respondi. – Vitória sempre odiou meus poderes, só que quem mais os odiava era eu. E ela parecia não notar que se houvesse uma possibilidade de eu removê-los... eu os removeria sem pensar duas vezes. –

—Eu vou ligar para Vitória. Vou dizer que não tem mais como fazer o casamento na fazenda. Chris irá entender. – Adam tirou o celular do bolso.

—Não. – segurei a mão dele com o aparelho. – Não faça isso. –

—Melinda, não tem como ter casamento na casa dela depois do que eu soube hoje. A avó que eu achei que era doce e amorosa não passa de um monstro. – explicou.

—Eu sei. Mas eu ainda peço, não faça isso. É o seu casamento, Adam. Seu casamento com a Chris. – sorri. – Como as pessoas dizem: o casamento é o dia mais feliz da sua vida. Acho difícil alguma data ser melhor que a do nascimento do Theo, mas, ainda sim, o casamento de vocês tem que ser um dia feliz. Não deixe meus problemas com Vitória interferir nos seus planos com a Chris. –

—Não é apenas um problema, Melinda. Ela causou o acidente do Alec mesmo que indiretamente. – fechei os olhos. – E o pior: negou socorro para o Alec. – abri os olhos, encarando os de Adam.

—O casamento de vocês está tão perto. Só mais algumas semanas. Você e a Chris estão tão felizes, Adam. Não deixe isso atrapalhar a felicidade de vocês. – segurei as mãos dele. – Eu sei que é algo difícil de ignorar, mas ignore pelo menos até o dia do casamento. Por favor. – Adam ficou calado. – Por favor, Adam. –

Um suspiro saiu pelos lábios dele, soltou suas mãos das minhas e me abraçou.

—Eu deveria bater em você por me esconder esse tipo de coisa. –

—É mais fácil eu bater em você. – sorri.
Ele se separou.

 

—Tudo bem, Melinda. Mas só até o casamento. –

—Copiado. – ele sorriu. – O que você veio fazer aqui, maninho? A saudade aumentou? – coloquei as mãos atrás do corpo.

—Eu vim trazer algo. – respondeu dando as costas e pegando uma caixa quadrada do chão.

—O que é isso? –

Em vez de me responder, Adam sorriu e sentou-se em minha cama. Franzi as sobrancelhas, estranhando o comportamento dele.

—Anda. Senta aqui. – deu uns tapinhas no espaço ao lado dele na cama. Dei de ombros, fazendo o que ele pediu. – Abre. –

Com a caixa já no meu colo, eu olhei para Adam antes de retirar a tampa e arregalar os olhos, surpresa.

—Oh, céus. – murmurei. – Meu Deus, Adam. Onde você o achou? – indaguei, segurando as pontas do lençol e esticando meus braços.

—Após... após a morte da vó, Michelle e eu fomos para Washington afim de organizar as coisas dela. Enquanto eu encaixotava algumas roupas, encontrei o lençol. O que me deixou bastante surpreso ao ver que continuava em perfeito estado. – explicou.

—Sei que Dona Juliet adorava guardar coisas da nossa infância, mas não imaginei que ela guardaria isso por todo esse tempo. –

—Lembra-se da promessa que fizemos quando crianças? – assenti, soltando uma risada.

—Nós prometemos que o primeiro dos irmãos Hunters que casasse teria que casar com o tema do nosso desenho preferido. –

—Pokémon. – ele riu.

—Vai cumprir com essa promessa, maninho? – arqueei a sobrancelha.

—Sabe que eu não me importaria em me casar no estilo de Pokémon. Ainda amo esse desenho, você sabe. – assenti, sorrindo. – Só que eu irei casar com a Chris, né? – suspirou. – Chris sempre sonhou com o casamento perfeito. E por mais que eu saiba que ela me ama, eu morreria se fizesse um casamento baseado em um desenho japonês. – soltamos uma risada.

—Será que ela não aceitaria nem uma comidinha japonesa? – indaguei, brincando.

—Comida japonesa não sei, mas eu não pretendo descumprir uma promessa do pequeno Adam. – franzi as sobrancelhas.

—Que? Espera. Você pretende decorar a fazenda de Vitória com vários Pokémons? Ou fazer Pokébolas de assentos para os convidados? –

—Eu adoraria assentos em formato de Pokébolas. – murmurou, piscando logo em seguida e me encarando. – Não. Não é isso que eu estou pensando em fazer. –

—Então me explica o que é, porque eu não estou entendendo nada. –

—Eu pensei em utilizar esse lençol. Era o nosso preferido, então a promessa não seria quebrada. –

—Adam, acredito que a nossa versão criança não se importaria em... – ele me interrompeu.

—Nossa versão criança, não. Mas essa minha versão de hoje em dia, sim. – segurou minhas mãos. – Eu quero esse lençol presente no meu casamento. Foi o pai que nos deu. É uma forma de... –

—De sentir que ele está presente. – completei em um murmúrio. Suspirei, vendo-o assentir. – Certo. No que você pensou para usar esse lençol? –

—Eu não pensei em nada. – sorriu.

—Que? –

—Na verdade, eu pensei em você. – balancei a cabeça, confusa.

—Adam, será que dá para você parar de enrolar e falar de uma vez? Eu já estou perdendo minha paciência. – puxei minhas mãos, cruzando os braços.

—Ok. Eu não pensei em nada certo, entende? Eu não estou querendo usar esse lençol como toalha de mesa, como um painel ou coisa do tipo. – explicou. – Eu pensei em você. Você sempre teve as melhores ideias, maninha. – sorriu.

—Então você quer dizer que eu tenho criatividade suficiente para pensar em algo para fazer com esse lençol do Pokémon? – arqueei a sobrancelha.

—Sim. Eu sei que tem. – Adam sorriu, assentindo. Suspirei pesadamente, coçando a testa.

Eu vou bater no Adam. Juro.

—Você não tem mais o que fazer, não? Tipo, provar doces ou seu terno? – indaguei levantando da cama. – O que você acha que vou fazer com esse lençol? – coloquei as mãos na cintura.

—Você é esperta, Melinda. Vai pensar em algo. – Adam levantou.

—Ah, eu vou? Tipo o que? Transformar o lençol em um tapete até o altar? Ou quem sabe fazer uma... – calei a boca. Uma ideia tinha acabado de surgir na minha cabeça.

—O que? – sorri, vendo as possibilidades da minha ideia dar certo.

—Anda. Sai. – fui até Adam, o empurrando para fora do quarto.

—Espera. Qual foi sua ideia? Melinda. –

—Você saberá no dia do casamento. Até lá, nem mesmo uma dica você terá. Agora volte aos seus afazeres de quem vai casar em menos de duas semanas. Bon revoar. – mais uma empurrada e fechei a porta do meu quarto.

—Melinda! Eu quero saber o que você vai fazer. Eu não atravessei o estado para você me enxotar daqui! – gritou.

—Boa viagem. – gritei de volta, indo até minha cama.


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Notas finais do capítulo

Hey, bebês! Então? Gostaram? Não gostaram? Comentem e deixem uma autora feliz. Esse capítulo foi apenas um ponto de impulso para o próximo. As datas de postagem não podem ser definidas em um dia da semana fixo, porque minha vida é um pouco muito atarefada. No entanto, farei o possível para não demorar muito. Eu gostria de pedir para vocês comentarem, sério mesmo. Esse é o único retorno que eu tenho de vocês para saber se estou no caminho certo ou não. Fora que é tão bom receber comentários. Enfim, é isso e espero que vocês tenham gostado, de coração. Bon revoar, bebês!



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