Eu ensaiei o que te diria quando te visse novamente.

Até como iria me comportar quando estivesse perto de você.

E você apareceu tão rápido como uma estrela cadente, que me deixou completamente sem reação.

Me deixando sem ação.

Esquecendo tudo que imaginei dizer ou fazer, quando estivesse perto novamente de você.

E fiz totalmente ao contrário.

Por não conseguir esquecer e perceber, que você, não é mais você.

O mesmo de antes.

O mesmo que me fazia rir, cantar músicas sem sentido.

Que me ensinava a dançar e até mesmo a lutar. Mesmo que eu nunca tenha aprendido nem se quer o básico para começar.

O mesmo que fazia shakes duvidosos, e mesmo assim eu tomava sem reclamar.

O mesmo que me segurava e me carregava em suas costas, mesmo sabendo que não era cansaço por andar que eu sentia, só era drama, misturado com preguiça.

E não, não era mais você que estava ali, bem na minha frente.

Era alguém estranho, duvidoso, e até mesmo cauteloso.

Era alguém que eu não conhecia, se quer reconhecia.

Era um estranho, com um passado de alguém que eu já amei tanto.

Que sentia falta, muita falta.

E sendo alguém estranho, duvidoso.  Eu não conseguia nem pensar no que dizer, pra não acabar saindo forçado. 

O que ficava tão desconfortável, porque no fim, não saia nada. Eu não dizia nada.

E no fim você se foi, sem ao menos eu conseguir dizer, que mesmo você não sendo mais você, eu ainda te amo, e que no fundo eu bem sei, que mesmo não dizendo em voz alta, quero que seja feliz e que você possa finalmente amar, todos que estejam, ou não, em sua volta.

O estranho, que no fundo guarda o mesmo de antes.