Kajii poderia dizer que sua dor de cabeça - literalmente, não apenas limitada à parte superior dela - era incômoda o suficiente para impedi-lo de pensar qualquer outra coisa senão os remédios para dor e uma garrafa de água, mas que motivos havia para mentir?

Nem mesmo a dor incessante e forte no seu maxilar, nas suas têmporas, olhos, nariz, dente, e talvez até ouvido, eram suficientes para mantê-lo são, até ajudavam-no a divagar. Ocasionalmente sua consciência voltava a materializar as memórias de uma hora atrás, e era impossível ele não ficar mesmerizado com elas e com a beleza de Yosano Akiko.

Os socos deveriam ser uma lembrança dolorosa, mas ele não era alguém que possuía aversão à dor, e  Motojirou gostou da expressão no rosto da médica,  fora capaz de capturá-la bem por um longo tempo enquanto seu rosto era praticamente desfigurado. Aliás, mesmo através dos contatos nada gentis do punho dela com seu rosto e a meia-calça entre seu quadril e as coxas macias da mulher, Kajii podia dizer que a pele dela era macia, e suas pernas eram lindas. Ainda sentia o desejo sôfrego de tê-las apertando sua cabeça.

A voz ainda ecoava nos seus ouvidos, assim como os sons das lâminas no seu corpo cortando sua pele, e quanto mais repetidas, mais eróticos soavam, e consequentemente, causavam uma ereção na sua genitália.

Kajii agradecia o tratamento recebido, e mesmo os socos levados no rosto após Akiko ter usado sua habilidade de cura para mantê-lo, no mínimo, em ordem, eles eram conteúdos valorosos para suas fantasias, que mesmo aparentemente nojentas para a sociedade comum, ele não podia evitá-las. Yosano era bonita, sem dúvida, mas Motojirou preferia quando as mulheres eram fortes, e por isso ele amou conhecer Yosano Akiko.