Perfeição imperfeita escrita por UmaEscritoraAí


Capítulo 1
Capítulo único (Oneshot)


Notas iniciais do capítulo

Olá ♥ eu jogava amor doce antigamente (antes do UL, que eu não to convencida ainda pra voltar a jogar), e o Nathaniel era meu segundo paquera. Quis colocar um pouquinho do que eu acho que ele pensou quando sofreu essa mudança drástica, e espero que agrade vocês~ eu escrevi bem rapidinho, pois realmente me deu vontade de postar algo sobre ele.
É uma história bem curtinha só pra mostrar o ponto de vista dele, então... Boa leitura~



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Era uma noite chuvosa de sábado. Estava frio, e o vapor quente do chuveiro estava espalhado por todo o quarto, enquanto terminava de me vestir. O barulho do vento batendo na janela dava uma sensação de solidão, mas eu sabia que não estava só. Ela disse que me ligaria esta noite para que pudéssemos conversar, e meu coração saltava de ansiedade. Seu abraço fazia falta, mas não importava. Mesmo que não pudéssemos nos ver frequentemente, estava certo de que ficaríamos juntos assim que as coisas melhorassem para nós dois.

Deitei-me um pouco jogado na cama, ao lado de minha gata Branca, que estava enrolada como uma pequena bola de pelos.

— Tão fofa. – Murmurei, acariciando seus pelos.

Permaneci pensativo por um momento, recordando-me da última vez que havíamos ficado juntos. Foi aqui, nesta cama, que fizemos amor pela primeira, e também pela última vez. Passamos uma noite inesquecível, um momento especial, que me fez esquecer de todas as coisas ruins que já havia passado. Valeu a pena aguentar tudo, pois no final, consegui encontrar alguém que me aceitasse mesmo com todos os meus defeitos.

Sorri de canto enquanto lembrava-me do rosto da mulher por quem me apaixonei. A única pessoa que lutou por mim, a única pessoa que sempre esteve ao meu lado...

Bzzz... Bzzzz...

O telefone vibrou, retirando-me de meu transe. O peguei rapidamente, e atendi o mais rápido possível.

— Alô? Nath? — Ela puxou o assunto, com aquela voz doce que eu tanto amava. Não consegui evitar sorrir de orelha à orelha.

— Olá, como estão as coisas? Você está bem? — Retruquei.

— Hm... Sim, estou bem, obrigada. — Sua voz agora parecia mais distante, não tão animada como sempre foi. Ela parecia cansada.

— O seu dia foi agradável? Eu sinto sua falta. — Suspirei, encarando a sua foto de contato no meu celular. Era o seu rosto sujo de bolo, em um piquenique que havíamos feito. Ela estava tão fofa.

— Nath, nós... — Ela hesitou por um momento, deixando a linha silenciosa. – Nós deveríamos terminar.

Meu coração falhou uma batida.

T-terminar? – Gaguejei.

— Nós não nos vemos há muito tempo. Acho que seria melhor para nós dois seguirmos em frente. — Continuou, sem demonstrar um pingo de remorso.

— Certo. — Respondi seco, desligando o telefone.

Eu não sei o que aconteceu comigo naquele momento. Meu mundo parecia ter desabado, e recordei-me de todas as coisas ruins que se passaram durante todos esses anos. O resultado disso foi um celular e uma janela quebrados.

Cerrei o punho e acertei a parede o mais rápido possível, marcando-a com meu sangue. Branca até mesmo assustou-se e saiu do quarto. Nem mesmo ela parecia querer ficar ao meu lado agora. Afinal, quem gostaria, não é mesmo? Não importa o quão perfeito eu tente ser, nunca é o suficiente. As marcas deixadas em minhas costas por meu pai me faziam recordar disto perfeitamente, e agora, além das costas, essa cicatriz em meu coração também vai me lembrar frequentemente o quão inútil eu sou.

— O meu amigo... O meu pai... E agora você... – Murmurei, deixando as lágrimas de frustração escorrerem, enquanto continuava a golpear a parede.

Decidi me acalmar após um tempo. A pele de meus punhos estava quase em carne viva, mas nem mesmo essa dor era capaz de me fazer esquecer. Eu precisava de algo a mais...

Coloquei uma jaqueta e desci até o bar mais próximo. Foram várias rodadas. Várias, várias, e várias rodadas. Eu não conseguia nem ao menos recordar-me de meu nome. Levantei-me daquela mesa e vaguei sem rumo pelas ruas, ainda com uma garrafa de vidro na mão enquanto caminhava. Sai sem saber se havia pagado ou não, mas tanto faz, nada disso importava.

Deparei-me com dois homens risonhos e um excesso asqueroso de fumaça.

— Vocês deveriam parar de fumar. Parecem duas chaminés. – Os provoquei.

— Sai daqui, criança. Vai acabar arrumando problemas pro papai resolver depois. – Um deles retrucou, rindo como se eu fosse uma atração de circo.

Aquele som me incomodava. Naquele momento, aquela risada parecia insuportável, e eu queria fazê-la parar. Aproximei-me dos dois homens, quebrando aquela garrafa de vidro na cabeça daquele que havia caçoado de mim anteriormente. O outro me encarou incrédulo, acertando o punho em meu nariz, fazendo-o sangrar. Cambaleei para trás, apoiando-me em uma lata de lixo para que pudesse me manter em pé. Dei um longo suspiro e retruquei o gesto, inúmeras vezes, até deixá-lo inconsciente.

Eu já nem ao menos conseguia sentir as minhas mãos, mas era tão satisfatório. A dor me fazia esquecer... Era disso que eu precisava.

Sorri de canto e levantei-me para olhar novamente o serviço que havia feito, que apesar de violento, não me parecia nada desagradável naquele momento. Eu tentei. Tentei ser o filho perfeito, o aluno perfeito, o namorado perfeito. Eu realmente tentei, mas já que nada disso foi o suficiente, então... Que se foda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥ obrigadinha por ler~