—Aí estão vocês. Filhos desnaturados que nem deram um oi para os pais. – Edward reclamou.

—Oi pai, oi mãe. – os seis falaram juntos, mas não levantaram para cumprimentá-los, estavam focados no que Charlie dizia e os ignoraram em questão de segundos.

—... e no outro dia, eles acharam a cobra bem no lugar que falei. Eu estava mirando nela e não no pai de vocês, mas ninguém nunca acreditou em mim. – finalizou fazendo bico e Renée colocou a mão sobre a dele.

—Eu sempre acreditei em você amor. – deu um tapinha o confortando. – Oi filha. – ela também estava tão concentrada que levou um susto ao perceber que a filha estava parada ao lado deles.

 – O que fazem aqui? Achei que fossem passar o dia todo... Bem, vocês sabem. – Esme piscou para ela a fazendo corar. – Não estão pensando em levar meus netos embora, estão? – passou os braços em volta do maior número de netos que conseguiu. – Eles são meus hoje.

—Mãe, você tem mais três netos. – riu dando um beijo nos cabelos dela. - Cadê o Emmett?

—Ele e Rose foram levar as crianças para acampar. – Carlisle explicou.

—Nós nunca saímos para acampar. – Henry reclamou.

—Como não? Acampamos outro dia. – Edward retrucou.

—No nosso quintal. – Henry fez uma careta. Como o pai poderia pensar que aquilo era acampar de verdade? - Quero ir para as montanhas.

—E topar com um urso? Nem pensar. Se o seu tio é biruta, problema é dele, mas não vou colocar meus filhos em perigo.

—Nem todos os lugares têm ursos. – Tyler resolveu apoiar o irmão. – Meus amigos acampam num lugar bem legal.

—Podemos ir para lá. – John sugeriu animado e aquilo bastou para fazer Edward ceder.

Bella havia contado sobre a conversa que teve com o filho e quando ele soube o motivo do garoto ser tão quieto e calado, aquilo o deixou com muita raiva, ele nunca deveria ter passado por toda aquela confusão. Agora que sabiam a verdade, eles queriam que John se sentisse confortável e se ele também queria acampar, era exatamente isso o que eles fariam. Poderia ir com os meninos para o tal lugar que estavam falando. Olhou para Hayley e viu que ela também estava animada, bem, ele poderia fazer alguns arranjos e levá-la também.

—Eu quero. – Lucy choramingou. Que seja! Todos iriam então.

—Ok, pessoal. Vou investigar esse lugar e se for seguro, nós vamos, mas se souber de uma pegada de urso por lá, voltamos correndo. – as crianças comemoraram animadas.

—Aproveitando a animação. – Bella pigarreou chamando a atenção de todos. – Temos uma novidade.

—Vai ter um bebê? – Hayley perguntou com os olhinhos brilhando e Bella riu negando.

—Não querida. Seu pai e eu vamos nos casar. – Edward passou o braço em volta da cintura da esposa.

—Cadê a animação pessoal? – perguntou abrindo os braços a espera de abraços e felicitações.

—Espera. Aquela certidão era falsa? – Carlisle havia aceitado há muitos anos o casamento deles, mas não aceitaria terem mentido para ele.

—Claro que não. Nós somos casados de verdade, só que apenas no civil e agora queremos fazer uma cerimônia grande, com todos que amamos presentes. – explicou e a animação esperada finalmente veio.

—Aí que lindo. Parabéns! – Agnes levantou e abraçou os dois juntos.

—Só tenho um pedido a fazer. – Esme falou séria e o casal a encarou. – Bella, querida, pode não se casar de preto e sorrir nas fotos? – ela ainda tinha pesadelos com as fotos que o filho mostrou no dia que contou do casamento deles.

—Eu amo preto. – apontou para as próprias roupas. – Mas prometo que dessa vez meu vestido vai ser de outra cor. E vou sorrir tanto que minhas bochechas vão ficar doendo por dias. – garantiu e a sogra a abraçou.

—Nesse casamento aí. – Charlie apontou de um para o outro. – Vai ter o pai levando a filha ao altar ou ele nem vai ser convidado? – cruzou os braços.

—Se o pai da noiva quiser, ela ficará muito feliz em ser levada até o altar por ele. – Charlie sorriu satisfeito.

—Podemos entrar também? – Hayley pediu animada e Lucy a acompanhou sem entender o que estava acontecendo.

—Todo mundo vai participar. – Edward ergueu a filha e sentou no lugar dela e a pôs em seu colo. – Está melhor?

—Papai. – ela reclamou rindo. – Eu estou melhor faz o maior tempão. – ele deu um beijo na bochecha dela e Lucy reclamou querendo atenção também. Ele teve que fazer uma manobra para colocar uma sentada em cada perna.

—Posso arrumar um espaço para você também. – falou olhando para Agnes.

—Já aproveitei bastante, deixa para elas agora. – deu de ombros, às vezes ela sentia um pouco de ciúmes dos irmãos, mas não podia reclamar os pais sempre foram e ainda são muito carinhosos com ela. – Estou muito feliz com o casamento de vocês. – ela estava aliviada também, se eles iriam renovar os votos, significava que eles estavam mais do que bem e não em crise como ela temia que estivessem. – Mas porque agora?

—É o momento certo. – Bella respondeu sorrindo para o marido.

—Como foi o primeiro casamento de vocês? – Tyler perguntou com curiosidade.

—Foi normal. O tio Jasper e a tia Alice foram nossas testemunhas e depois ela e eu comemos bolo, então sua mãe e o tio Jasper ficaram reclamando que estávamos os fazendo passar vergonha. Preciso lembrar o nome daquela loja e encomendar o nosso bolo lá.

—Um bem grandão. – Lucy amava bolos, assim como o pai. – De chocolate.

—Huum... Já deu água na boca só de pensar.

—A vovó fez bolo de chocolate. – Hayley confidenciou baixinho no ouvido do pai. – Comi três pedaços.

—Isso tudo? – Edward fingiu estar assustado.

—Não conta pra mamãe. – pediu levando o dedo indicador aos lábios para que ele ficasse em silêncio. Bella regulava muito a quantidade de doce que os filhos ingeriam, eles podiam comer, mas com moderação e ela não diria que três fosse moderado.

—Segredo nosso. – Edward também levou o dedo aos lábios. Ele não conseguia ser tão forte e quase sempre acabava cedendo e os deixando comer à vontade.

—Porque as vovós e os vovôs não foram no seu casamento? – John perguntou confuso. Ele nunca havia ido a um casamento, mas já viu vários na TV.

—Deixe-me pensar em como posso contar essa história sem causar um trauma em vocês. – ela levou as mãos ao queixo e John aproveitou a distração dela para se aconchegar nela, já que o pai estava ocupado com as irmãs. Ele ainda tinha um pouco de medo de ser rejeitado pelos pais. Bella passou o braço em volta dele e ele relaxou. – Nosso casamento foi um pouco diferente. – todos passaram a prestar atenção, até Agnes que já conhecia um pouco da história dos pais. – Meu pai queria que me casasse com outra pessoa, Mike Newton, e eu não queria, ele era bem bobão. – as crianças riram e Charlie os acompanhou. Ainda bem que a filha não concordou com o casamento, o rapaz teria falido a empresa em pouco tempo, assim como fez com a do pai dele.

—E o meu pai disse que poderia assumir a empresa se eu mudasse um pouco o meu jeito. Eu não era um cara muito legal. Tinha várias namoradas. – aquele não seria o termo correto, mas pareceu o mais sensato de usar, já que a intenção era não traumatizar os filhos. – E fazia as coisas do meu jeito. O vovô queria que eu fosse mais como ele e o tio Emmett, mas eu não queria, achava que estava certo e que deveria ficar com a empresa, porque eu era o melhor. Ainda sou... Essa é a verdade, mas não vem ao caso. – Emmett estava indo muito bem à frente da empresa, mas Edward tinha mais jeito para os negócios. – Então em uma linda noite, encontrei a mãe de vocês em uma... – olhou para esposa pedindo por ajuda, será que ele poderia dizer que os dois estavam em uma boate e que ele já estava um pouco alto no momento em que fez o pedido?

—Em uma festa. – Bella completou.

—Isso, em uma festa. Nós conversamos um pouco e como já éramos amigos, eu pensei, vamos nos casar e fim da história.

—Só isso? Não explica porque casaram escondidos. – Tyler encarou o pai esperando pelo resto da história.

—Vocês são curiosos, hein? – ele ajeitou as filhas no colo e respirou fundo antes de continuar. -Certo. Nós éramos amigos quando mais novos. Já tinha uns 10 anos que não nos falávamos, seus avôs tinham brigado por causa de um mal-entendido que já foi esclarecido há muito tempo. – apressou em explicar antes que os filhos pedissem mais detalhes da briga e aquilo seria bem complicado de explicar. – Como eles estavam com raiva um do outro, decidimos que se nos casássemos, eles ficaram bravos e não poderiam mais nos obrigar a fazer o que eles queriam.

—Isso. Eu não poderia casar com o Mike, porque já estava casada com o pai de vocês. Então chamamos a Alice e o Jasper e nos casamos.

—E nós ficamos muito bravos quando soubemos disso. – Carlisle finalizou lembrando-se do fiasco que foi o jantar e em como ele queria matar o filho mais velho.

—E por que vão casar agora? – Hayley perguntou impressionada com a história.

—Agora vamos nos casar porque nos amamos e não conseguimos ficar ser o outro. E porque queremos fazer do jeito certo dessa vez. E sem falar que quero ver os meus lindos filhos participando do casamento.

—Todo mundo? – John imaginou o que ele poderia fazer no casamento.

—Todo mundo. Agnes! – Bella chamou e a filha a olhou. – Será que pode ser minha madrinha?

—O quê? – ela arregalou os olhos sem acreditar no pedido. Achou que a função dela seria ajudar os irmãos menores a entraram na cerimônia. – Tem certeza disso?

—Absoluta. – garantiu sorrindo. – A menos que queira ser uma das daminhas.

—Acho que já passei da idade de ser daminha. – encolheu no banco, envergonhada.

—Então aceita o convite?

—Com muito orgulho. – respondeu emocionada.

Ela era muito grata aos pais por terem a acolhido quando ela não tinha mais ninguém para cuidar dela. Agnes viu o relacionamento deles praticamente começar e acompanhou toda a evolução dele. Sempre admirou como os dois eram parceiros e apaixonados. O que ela pensou que fosse uma crise entre eles, era só os dois lidando com o dia a dia e com os filhos. Nem sempre eles conseguiam ficar sozinhos, toda hora aparecia alguma coisa para resolver, mas isso não os impedia de estarem juntos.

—Precisamos comemorar. E nem pense que não vou entrar com você. – Esme levantou e apertou a bochecha do filho. – Vou trazer champanhe e refrigerante para as crianças e uma torta divina que a Maria fez. – o anúncio dela foi acompanhado por gritinhos de animação. Eles amavam as tortas de Maria.

Com a mudança deles, Maria voltou a trabalhar apenas na mansão Cullen, mas isso não a impedia de passar na casa deles e deixar vários mimos para as crianças e para o casal.

—Eu te ajudo. – Renée avisou e as duas saíram cochichando e fazendo vários planos para o casamento. Se ainda havia um pouco de atrito entre Charlie e Carlisle, a relação das duas, era de pura amizade.

—Henry contou que vai fazer aulas avançadas de matemática. – Charlie comentou como quem não quer nada, mas Bella conhecia muito bem o pai para saber as reais intenções dele.

—Nem comece pai... – alertou e ele fingiu inocência.

—Só fiz um comentário e gostaria de acrescentar que estou muito orgulhoso do meu neto, assim como do Tyler. Enquanto a maioria corre atrás das universidades, elas são quem correrão atrás dele. – sorriu orgulhoso, mas como aquilo não o faria ser o sucessor da empresa, a novidade de Henry era mais interessante para ele.

—Não tem nada definido ainda, ele recebeu uma sondagem, mas ainda tem que se manter focado nos estudos. – Edward explicou. Ele sabia o tamanho do talento do filho e que se ele continuasse a treinar, entraria para uma boa universidade e até mesmo jogaria profissionalmente, mas não queria que ele ficasse com muita expectativa e depois se frustrasse caso algo não saísse conforme o esperado.

—É claro, pai. – Tyler garantiu.

—E vocês três, já sabem o que vão fazer? – apontou para os netos mais novos. Para Charlie, a situação dos netos mais velhos já estava definida. Agnes seria médica, Tyler jogador de basquete profissional e Henry administraria a empresa deles.

—Eu não sei. – John olhou aflito para mãe. Ele deveria saber?

—E nem precisa, querido. Você só tem cinco anos. Nenhum de vocês precisa ter nada definido. Até mesmo se a Agnes quiser fazer outra coisa, não terá o menor problema. – garantiu e olhou para o pai o desafiando a discordar dela.

—É preciso ter um foco. – Carlisle entrou no assunto. – Seria bom se já descobrissem o talento deles e o incentivassem a desenvolver... – ele parou de falar ao ver o olhar assassino que a nora lançou para ele.

—Eu quero ser super heroína. – Hayley falou séria e os adultos riram da inocência dela. – Quero combater o crime e ajudar as pessoas, igual nos filmes e nas séries. Lulu, você pode ser veterinária e cuidar dos animais. – Edward e Bella olharam para a filha mais nova, aquela era realmente uma possibilidade. A garota amava os animais.

—Eu quero. – gritou animada e se contorceu no colo do pai que sentiu algo através do casaco dela.

—Lulu, o que é isso? – ele havia conferido e alimentado todos os animais da casa. Apesar de ser odiado por todos, principalmente por Fish II que parecia ser a encarnação do primeiro, ele ajudava a cuidar dos bichinhos dos filhos e fez a contagem garantindo que eles estavam em seus devidos lugares.

—Meu ursinho, vovô que deu. – explicou retirando um esquilo de pelúcia de dentro da blusa. Edward suspirou aliviado, nunca sabia o que a filha poderia aprontar ou retirar de dentro da roupa.

—O que eu vou ser? – John estava preocupado por ser o único a não ter uma profissão.

—O que você quiser meu anjo. – Bella deu um beijo nos cabelos dele. – Quando eu era criança, queria ser bailarina, depois astronauta... Mudei tantas vezes que nem lembro mais.

—Eu queria ser caminhoneiro. – Charlie riu lembrando-se do sonho de infância. – Quer saber crianças? Sonhem à vontade e não tenham pressa em decidir nada. – aconselhou e John relaxou aconchegando na mãe.

—Vamos brindar? – Esme e Renée entregaram os copos e as taças para que eles pudessem comemorar. -A nossa família!

—A nossa família!