Edward estava verificando as ovelhas quando sentiu passinhos atrás dele. Sorriu para filha mais nova e ela soltou uma gargalhada por ter sido pega no flagra.

—O que está aprontando, hein? – ele a pegou no colo e a abraçou apertado sentindo um cheiro estranho. Ela estava aprendendo a usar o penico, então não era fralda suja. – Abra as mãos. – pediu e ela balançou a cabeça em negação. – Lucy! – ele advertiu e ela abriu as mãos deixando algo estranho cair e Edward preferiu nem saber o que realmente era. – Bebê, não pode ficar pegar essas coisas. – a levou até uma torneira e lavou as mãos dela.

—Posso? – apontou para as ovelhas, ela amava montar nelas, assim como em Mamute, o cachorro de Tyler.

—Elas não são para montar. – ela cruzou os braços ofendida. – Vou comprar um pônei, aí sim você poderá montar nele, tudo bem? – deu um beijo estalado na bochecha dela e ela assentiu, mas após ser colocada no chão, correu para tentar subir nas ovelhas e Edward teve que correr atrás para tentar impedir. Com seis filhos, ele precisava de muita energia para dar atenção a todos os filhos e é claro, não poderia se esquecer da esposa. Às vezes eles deitavam tão cansados que apenas se abraçavam e ficavam apreciando a companhia um do outro.

—Estão brincando de pega-pega? – John perguntou animado para participar da brincadeira. Ele costumava ficar mais na dele, por isso, Edward ficou contente por ele querer brincar e acabou transformando a perseguição à filha em brincadeira, talvez aquilo a distraísse.

—Sim e está com você. – John correu e Lucy ao ver o irmão, deixou de lado as ovelhas e começou a correr do irmão que tentava alcançá-la. Os três correram em volta da casa e a brincadeira acabou atraindo mais participantes. Edward levou as mãos ao joelho tentando recuperar o fôlego, ele estaria extremamente cansado a noite, mas dormiria com um sorriso enorme, pelo momento de diversão com os filhos.

[...]

—Foi divertido, papai. – Lucy revirou na cama e Edward a cobriu.

—Gostou princesinha? – ela balançou a cabeça e ele sentou na poltrona ao lado da cama com o livro preferido dela em mãos.

 Ele e Bella revezavam para contar histórias aos filhos antes de dormir. Lucy bocejou, cansada. Pelo visto, Edward não chegaria à metade do livro. Sorriu para filha que já estava com os olhinhos pesados e começou a história que os dois já haviam decorado.

[...]

—Sr. e Sra. Cullen é um prazer conhecê-los. - a jovem estendeu a mão para cumprimentá-los.

—Não precisa de formalidades, pode nos chamar de Bella e Edward. - ela apertou a mão da jovem e sorriu para ela.

—Eu sou a Lucy. - acariciou o ventre enorme e sentou de frente para o casal.

—Você deve ter perguntas e pode nos perguntar o que quiser. Estamos aqui para tirar suas dúvidas. – apesar do nervosismo, Bella tentou soar tranquila.

—Só tenho algumas perguntas. - sorriu meio envergonhada. - Li a ficha de vocês e acho que serão excelentes pais para a minha filha. - o casal tentou conter a emoção. Eles estavam na fila para adotar e finalmente haviam sido escolhidos por uma mãe para adotarem um recém nascido. - Vocês têm outros filhos, certo? – ela mexeu discretamente em um papel onde anotou as perguntas para não se esquecer de nada.

—Sim. Quatro. - Edward respondeu.

—São todos biológicos?

—Dois são e os outros dois são adotivos. Eles se dão muito bem e tenho certeza de que vão amar o bebê.

—Ela vai ter um quarto só para ela?

—Sim. Temos uma casa bem grande, se quiser conhecer fique a vontade.

—Ah, não precisa. - abanou a mão. - Vocês têm uma boa situação financeira, não tem? Só estou perguntando porque quero saber se ela não vai passar nenhuma necessidade e que vai ter uma boa educação. - Apressou em explicar, não queria que eles pensassem que ela era interesseira. – Quero que ela tenha uma boa vida, sem ter que se preocupar com nada e que tenha a chance de entrar em uma boa universidade.

—Sim. Pode ficar tranquila que ela terá tudo o que precisar, até materialmente falando. - Edward explicou. – Tenho uma empresa de tecnologia e a Bella trabalha no aquário de Seattle. E nossos pais dão uma boa mesada para as crianças. Então ela terá uma boa poupança e nós faremos de tudo para ela possa seguir a carreira que quiser.

—Eu gostei muito de vocês. - Lucy confidenciou. - Só queria mesmo conhecê-los para tomar a decisão. Só tenho alguns pedidos a fazer. – deu mais olhada no papel amassado.

—É claro. - Bella e Edward trocaram um sorriso. Eles estavam perto de aumentar a família.

—Podem dar o meu nome a bebê? – encarou o casal.

—É claro. – Bella sorriu para ela. - É um nome muito bonito.

—E será que posso receber algumas fotos dela e mandar presentes nas datas especiais? Eu sei que ela vai ser filha de vocês e não quero me intrometer e nem fazer parte da vida dela, mas queria receber notícias e saber que ela está bem.

—Você pode visitá-la, se quiser. - Bella avisou. Eles já haviam discutido aquilo e não queriam impedir os filhos de saberem sobre a origem deles.

—Assim que ela nascer vou mudar para Inglaterra, consegui uma bolsa de estudos e não pretendo voltar. – fungou secando o nariz na manga da blusa.

—Posso te fazer uma pergunta? – a garota era da idade de Agnes e Bella sentiu que ela estava bem triste e talvez um pouco relutante na decisão dela.

—É claro. – apontou para que ela pudesse ir em frente.

—Por que está fazendo isso? Desculpa se estou sendo muito invasiva, mas...

—Tudo bem. Vocês têm o direito de saber. Conheci um cara e achei que ele fosse o meu príncipe encantado. – ela riu com escárnio. – Foi só anunciar que estava grávida e ele sumiu do mapa, a reação dos meus pais também não foi das melhores, só que ao invés deles sumirem, eu que tive que sumir. Consegui a emancipação e desde que fui expulsa de casa tenho morado na casa de uma amiga. Os pais dela são legais e até se ofereceram para ficar com a bebê, mas se eu a desse para eles, não conseguiria ir embora e apesar de amá-la muito, quero que ela tenha uma vida melhor do que a minha, quero que ela seja bem cuidada e amada. Quero que ela tenha pais que vão apoiá-la e não expulsá-la de casa. Tenho uma oportunidade incrível de mudar a minha vida, mas para isso, preciso abrir mão dela. No começo pensei em abortar, mas não poderia fazer isso com ela, então decidi colocá-la para adoção e garantir que ela terá bons pais.

—Podemos garantir isso. A pequena Lucy será muito amada. – Bella não resistiu e deu a volta para poder abraçar a jovem.

—Vocês são demais mesmo. – respondeu chorando, ela sabia agora que a filha ficaria bem. Quando contou a história para os outros candidatos, eles não deram a menor importância ou a julgaram, mas aquele casal a estava confortando. – Posso pedir mais uma coisa? Não quero parecer muito abusada. – riu em meio ao choro e Bella a soltou.

—O que precisar. – Edward estendeu a mão para segurar a dela.

—Será que pelo menos um de vocês poderia acompanhar o parto? Não quero me sentir sozinha e se algo acontecer comigo, quero ter a certeza que haverá alguém para segurar a pequena Lucy e dar as boas vindas a ela.

—Estaremos lá. – eles garantiram e realmente estiveram.

Quando Lucy mãe ligou avisando que estava em trabalho de parto, Bella e Edward correram para o hospital e deixaram as crianças aos cuidados de Agnes. Eles ficaram ao lado da jovem o tempo todo e assim que a pequena Lucy foi liberada para ir para casa, a mãe se despediu dela e como prometido, Bella e Edward enviavam fotos e vídeos da pequena e quando chegasse a hora certa, eles contariam a verdade e ela decidiria se manteria ou não contato com a mãe biológica.

[...]

—Tenho novidades. – Edward anunciou e a família olhou para ele.

—O que está aprontando dessa vez? – Bella deu um beijo rápido nos lábios do marido.

—Já que a nossa pequena aqui. – apontou para Lucy. – Ama ficar montando em animais que não são adequados para isso, decidi arrumar um que seja e por isso, comprei um pônei para ela. – antes que os outros filhos pudessem reclamar, ele apressou em continuar a contar a novidade. – Como seria injusto com os demais, comprei um para o John e outro para Hayley. O instrutor de equitação disse que Tyler e Henry podem usar um cavalo normal mesmo, ah, ele vai cuidar do estábulo também. – avisou sorrindo e as crianças comemoraram.

—Amor? – Bella o chamou e foi até um canto.

—Gostou da surpresa? – a abraçou pela cintura.

—Não acha que precipitou um pouco não? John tem medo dos cavalos.

—Ah não. Eles vão gostar e o instrutor disse que vai fazer muito bem a eles, principalmente ao John. Já ouviu falar em equoterapia? – Bella assentiu. – Então, o Sam disse que pode ajudar a melhor à interação social dele. Vamos fazer um teste e se não der certo, tentamos outra abordagem.

—Tudo bem. – ela o abraçou e descansou a cabeça no peito dele.

—Tenho uma novidade para você também. – avisou e ela ergueu a cabeça interessada. – Agnes não tem aula amanhã, então vai vir para casa e bancar a babá. – os olhos de Bella brilharam com a informação e com a promessa implícita.  – Depois da semana que tivemos, precisamos distrair um pouco, sair para jantar, dançar e ver o por do sol as margens da praia. – Bella gemeu visualizando os cenários.

—Já disse que te amo? – ficou na ponta dos pés para poder beijá-lo.

—Eca! – Lucy reclamou parada ao lado deles. – Poni, papai. – esticou os bracinhos para que ele a carregasse.

—Vamos lá pessoal. – acenou e os filhos saíram correndo para conhecerem os novos habitantes do rancho Cullen. Com tantos animais, aquilo já tinha virado uma fazenda.